Erros frequentes de Lula estão sendo usados para fortalecer a oposição

O presidente #Lula (PT) disse, nesta quarta-feira (8), que maridos são mais  apaixonados por amantes do que pelas esposas. A fala aconteceu durante  discurso no evento sobre #democracia, em alusão aos doisRoberto Nascimento

Essa tragédia do 08 de janeiro não deveria ser comemorada, o que é diferente de ser esquecida. É certo que as ditaduras já estão no passado, como o golpe que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930 e também o golpe de 1964, que o pretenso “historiador” Dias Toffoli prefere chamar de revolução….

Porém, jamais devemos esquecer a tentativa mais recente, quando assistimos ao passado pretender voltar como farsa, com uma versão tardia de 1964 assombrando a sociedade brasileira no final de 2022.

TUDO SE SABE – Não há mais segredos, porque tudo se sabe sobre as ditaduras do passado. Livros foram escritos aos borbotões sobre o período medieval da ditadura de 64.

Cito duas obras emblemáticas: “O General do Pijama Vermelho”, da diplomata Laurita Mourão, filha do general Olympio Mourão Filho, que deu início ao golpe e depois se arrependeu, dizendo ser “uma vaca fardada”; e “Ditadura Envergonhada”, escrita pelo jornalista Elio Gaspari, que revisitou o regime militar por inteiro.

Falta saber a verdade sobre o malogrado golpe de 2022, que perdeu apoio militar a partir do fracasso do governo Bolsonaro na tentativa de provar fraude na eleição/apuração.

SEM COMEMORAR – Dois anos depois, o presidente Lula cometeu grave erro ao insistir em “comemorar” o 08/01.  O pronunciamento preparado para ser lido por Lula foi muito bom. Mas o discurso de improviso acabou sendo um desastre monumental.

Não citava nada de democracia e sim fatos pessoais da vida do presidente, mencionados na sua versão pessoal, além de gracinhas desnecessárias, como chamar o ministro presente na cerimonial de “Xandão”.

A grande bola fora e com tiro no pé de Lula foi dizer que ”na maioria das vezes, a amante é melhor do que as esposas”.

MUNIÇÃO DE GRAÇA – Desse jeito, o presidente deu munição de graça para a oposição e com certeza ainda perderá o apoio de muitas mulheres casadas, se concorrer à reeleição.

Pode-se esperar que esse recorte desastroso será reverberado à exaustão na campanha eleitoral de 2026. Lula era muito bom de improviso, mas agora caiu demais.

“Por que não te calas, senhor Lula?”, podíamos perguntar, parodiando o então rei Juan Carlos, da Espanha, que sentiu o peso da idade, não quis se perpetuar no trono e abdicou em favor do príncipe Filipe.

Uma experiência magnífica é passar 12 dias no mais absoluto silêncio

Meditação do silêncio - Conheça o centro Vipassana

Para meditação do silêncio, conheça o Retiro Vipássana

Antonio Carlos Rocha

Entre os dias 26/12/24 e 06/01/2025 ficamos em Retiro de Meditação Vipássana (budista), na cidade de Engenheiro Paulo Frontin, RJ, eu e minha esposa, no mais absoluto silêncio por 12 dias. Mais de 100 participantes de todas as idades, 50 homens e 50 mulheres, sem contar os servidores voluntários, mais de 20, preparando as refeições lacto-vegetarianas e duas professoras.

Ninguém paga um centavo, nem recebe, tudo fruto de doações. Ao final do curso, os que quiserem fazem donativos, a critério de cada um.

CELAS MEDITATIVAS – Em miniquartos individuais (celas meditativas) o Centro de Meditação tem separação de corpos, importante para esse período. Homens de um lado, mulheres do outro. Não se comunicam. Só no final do evento se reencontram.

O local existe há mais de 20 anos e pertence à linhagem leiga (não tem sacerdotes, nem monges) fundada pelo próspero industrial Sathya Narayan Goenka, que nasceu na antiga Birmânia, hoje Mianmar, (1920-1971), era casado e teve seis filhos. E depois viveu na Índia.

Tem locais de meditação espalhados por vários países, seguindo sempre o mesmo princípio, absolutamente grátis. Ecumênicos, todas as religiões são aceitas, é mais uma Filosofia de vida.

NUM PRESÍDIO – Na grande Belo Horizonte, já foi realizado um retiro de meditação dentro de um presídio masculino. Inspirado em um vídeo do Youtube sobre um curso semelhante realizado em uma prisão da Índia.

Goenka, como era conhecido, fez palestras na ONU sobre o seu projeto educacional para crianças, jovens e adultos de todas as idades.

No Brasil há centros de meditação em São Paulo, Rio de Janeiro e estão sendo construídos novos locais na Bahia e no Paraná.

IMERSÃO TOTAL – Quem experimenta essa prática do silêncio absoluto, a sensação de paz e tranquilidade chega a ser indescritível. Perguntei à minha esposa o que ela tinha sentido, ela respondeu: “Não tenho palavras para comentar, é um mergulho muito profundo em nosso interior”

Eu, de minha parte, declaro que chega um momento que transcendemos as palavras, a comunicação é intuitiva. Por mais que eu tente explicar o sentimento, a sensação é de amplitude, uma imersão total na Natureza.

Feliz 2025, Ano da Serpente, que começa em fevereiro, de acordo com a Astrologia Budista, também conhecida como Astrologia Chinesa. Diz a lenda que, certa feita, uma grande serpente Naja protegeu o Buda de uma chuva torrencial, ou seja, a cobra era domesticada…

Sem Marçal, Bolsonaro supera Lula em 2026, diz Paraná Pesquisas

Buscas por Lula superam Bolsonaro na Wikipédia pela 1ª vez desde 2018 |  Metrópoles

Bolsonaro e Lula parecem duas faces da mesma moeda

Lucas Schroeder e Renata Souza
CNN , São Paulo

Em cenário sem a presença de Pablo Marçal (PRTB), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) supera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presencial de 2026 em números absolutos, segundo levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta segunda-feira (13).

Pela margem de erro, de 2,2 pontos percentuais, há empate técnico entre Bolsonaro e Lula. Foram ouvidas 2.018 pessoas entre os dias 7 e 10 de janeiro, e o nível de confiança é de 95%.

INELEGÍVEL – Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao fazer uma reunião com embaixadores em julho de 2022 e atacar, sem provas, o sistema eleitoral.

Na pesquisa, quando excluído Pablo Marçal, o resultado é o seguinte: Jair Bolsonaro (PL): 37,3%; Lula (PT): 34,4%; Ciro Gomes (PDT): 11,7%; Ronaldo Caiado (União Brasil): 5,4%; Helder Barbalho (MDB): 1,4%; Nenhum/Branco/Nulo: 6,2%; Não sabe/Não opinou: 3,6%

EMPATE TÉCNICO – Com o nome de Marçal na disputa, Lula e Bolsonaro surgem empatados tecnicamente: Lula (PT): 34,0%; Jair Bolsonaro (PL): 33,9%; Ciro Gomes (PDT): 11,3%; Pablo Marçal (PRTB): 6,1%; Ronaldo Caiado (União Brasil): 4,7%; Helder Barbalho (MDB): 1,2%; Nenhum/Branco/Nulo: 5,6%; Não sabe/Não opinou: 3,3%.

Já em cenário sem Bolsonaro, Lula vence a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Lula (PT): 34,5%; Michelle Bolsonaro (PL): 20,7%; Ciro Gomes (PDT): 12,9%; Pablo Marçal (PRTB): 11,5%; Ronaldo Caiado (União Brasil): 6,6%

COM TARCÍSIO – Em um quarto cenário, sem as presenças de Bolsonaro e Marçal, Lula também derrota o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Lula (PT): 35,2%; Tarcísio de Freitas (Republicanos): 25,3%; Ciro Gomes (PDT): 15,2%; Ronaldo Caiado (União): 7,4%; Helder Barbalho (MDB): 1,8%; Não sabe/não opinou: 4,3%; Nenhum/Branco/Nulo: 10,9%

O instituto também avaliou um cenário espontâneo – quando não são apresentados os nomes dos candiatos aos eleitores. Veja os detalhes:

Lula (PT): 20,1%; Jair Bolsonaro (PL): 16,7%; Tarcísio de Freitas (Republicanos): 1,6%; Ciro Gomes (PDT): 1,2%; Pablo Marçal (PRTB): 0,7%; Ronaldo Caiado (União Brasil): 0,5%; Eduardo Bolsonaro (PL): 0,4%; Gusttavo Lima (Sem partido): 0,4%; Michelle Bolsonaro (PL): 0,4%; Outros nomes citados: 1,2%; Ninguém/Branco/Nulo: 6,8%; Não sabe/Não opinou: 49,8%.

Adélia Prado declara amor ao mundo, apesar do sofrimento inerente à vida

Tribuna da Internet | “Eu quero uma licença de dormir, perdão pra descansar  horas a fio…'Paulo Peres
Poemas & Canções

A professora, escritora e poeta mineira Adélia Luzia Prado de Freitas , no poema “O Tesouro Escondido”, afirma seu amor ao mundo e à natureza, apesar do sofrimento inerente à vida.

O TESOURO ESCONDIDO
Adélia Prado

Tanto mais perto quanto mais remoto,
o tempo burla as ciências.
Quantos milhões de anos tem o fóssil?
A mesma idade do meu sofrimento.
O amor se ri de vanglórias,
de homens insones nas calculadoras.
O inimigo invisível se atavia,
pra que eu não diga o que me faz eterna:
te amo, ó mundo, desde quando
irrebelados os querubins assistiam.
De pensamentos aos quais nada se segue,
a salvação vem de dizer: adoro-Vos,
com os joelhos em terra, adoro-Vos,
ó grão de mostarda aurífera,
coração diminuto na entranha dos minerais.
Em lama, excremento e secreção suspeitosa,
adoro-Vos, amo-Vos sobre todas as coisas.

Marketing não resolve inflação, dengue, má gestão nem base aliada

Arquivos marketing - Mindflow - Divulgando a Divulgação Científica

Charge do Cazo (Blogo do AFTM)

Eliane Cantanhêde
Estadão

Demorou, mas aconteceu o que Brasília inteira previa: o petista gaúcho Paulo Pimenta sai e o baiano Sidônio Palmeira entra na Secretaria de Comunicação da Presidência, com “carta branca” para montar a própria equipe e dar ordem de comando para que ministros e altos funcionários defendam o presidente Lula, o governo e eles próprios de ataques e fake news.

Daqui pra frente, tudo será diferente? Bem… marketing não faz milagre.

DIZEM OS NÚMEROS – Nenhum gênio da comunicação e do marketing tem poderes extraordinários para esconder, ou de preferência apagar, dados objetivos e oficiais.

Dois exemplos fresquinhos, de 2024: a inflação fechou em 4,83%, muito acima do centro da meta, 3%, e até do teto, 4,5%, e as mortes por dengue dispararam para 6.041, 400% a mais do que no ano anterior e ultrapassando a soma de 2015 a 2023.

Economia e Saúde são áreas críticas em qualquer país, para qualquer governo e não dá para jogar os números e a realidade debaixo do tapete.

ALTA DE PREÇOS – Além de pressionar juros e ameaçar os bons índices de crescimento que o Brasil vem atingindo no terceiro mandato de Lula, a inflação, sobretudo de alimentos, é um dos fatores econômicos que mais impactam a política e a popularidade dos governantes. Foi decisiva, por exemplo, para a derrota dos democratas para Donald Trump nos EUA.

O que falar da Saúde, que foi trágica no governo Bolsonaro e poderia ter gerado uma comparação nitidamente favorável para Lula? Não se viu nem ouviu nenhuma ação direta ou manifestação de Lula diante da dengue, que atingiu mais de seis milhões de brasileiros, nem se vê ou ouve um grande programa ou um grande sucesso do Ministério da Saúde.

Ao contrário, há registros de falta de vacinas, especialmente para crianças, contra catapora, Covid, meningite, hepatite…

CARTA BRANCA – As primeiras providências de Sidônio, engenheiro civil que se converteu ao marketing político, foram botar Fernando Haddad e o próprio Lula para desarmar as fake news contra mudanças no Pix e trocar a equipe de Pimenta, inclusive a responsável pelas redes sociais, amigona de Janja. Um teste e tanto para a tal carta branca.

E ele já assume com a Meta (Instagram, Facebook e WhatsApp) gerando um deus-nos-acuda e deixando rolar interesses políticos, religiosos, conservadores e financeiros nas redes.

É um desafio para o mundo democrático e o Brasil. Não dá para combater bomba atômica com armas convencionais, nem mísseis digitais com munição analógica. Sidônio sabe muito bem.

MÁ SITUAÇÃO – Lula chega a 2025 com aliança de Trump e big techs para agitar a extrema direita internacional, o que tem reflexos no Brasil.

E mais: falta de marca, críticas na gestão e na economia, Congresso guloso e arisco, popularidade claudicando, a candidatura à reeleição incerta e Haddad, o “plano B”, cercado por todos os lados.

Sidônio vem a calhar, mas não é salvador da lavoura nem da Pátria.

Piada do Ano! Petistas querem lançar Dirceu para presidir o partido

O ex-ministro José Dirceu

Com novo implante e nova plástica, Dirceu está tinindo

Mônica Bergamo
Folha

Lideranças do PT e de movimentos sindicais começam a se movimentar para lançar o nome de José Dirceu à presidência do PT. Na análise delas, o ex-ministro seria o único nome com estofo para defender a legenda nos dois anos que faltam para as eleições presidenciais, de governadores e de deputados e senadores, consideradas desafiadoras.

De acordo com um parlamentar do partido, uma eventual candidatura de Dirceu correria como rastilho de pólvora, e seria apoiada pela ampla maioria da legenda.

DIRCEU E GLEISI – De acordo com o mesmo deputado, há duas pessoas que são adoradas pelos militantes da legenda: o ex-ministro e Gleisi Hoffmann, que deixa o comando do partido em julho de 2025. A renovação da direção do partido nas esferas municipal, estadual e federal será feita por eleição direta.

Sindicalistas já procuraram o ex-ministro para falar sobre o assunto, e volta e meia, depois de discursar em eventos partidários, ele é abordado sobre uma possível candidatura.

O ex-ministro, no entanto, repete que vai fazer 80 anos e não quer “de jeito nenhum” presidir a legenda, já que fez isso “a vida inteira” em décadas passadas. Entre 1995 e 2003, ele comandava o partido, sendo considerado o principal artífice da primeira eleição de Lula para presidente, em 2002.

E EDINHO? – O nome de Dirceu também enfrentaria resistência em setores ligados ao governo. E o ex-ministro já tem candidato para o cargo: o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva —que tem também o aval de Lula.

Em dezembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou todos os processos contra o petista, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ter anulado suas condenações.

Depois da decisão de Gilmar, os demais tribunais ficaram com a responsabilidade de analisar se os casos ainda poderiam ser reiniciados na Justiça. Foram julgados três processos que envolvem o ex-ministro-chefe da Casa Civil do primeiro mandato de Lula, todos sob a relatoria da ministra Daniela Teixeira.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Faz sentido essa movimentação a favor de Dirceu. Se o PT pode ter na Presidência da República um corrupto tríplice coroado como Lula da Silva, condenado em três instâncias, sempre por unanimidade, por que o partido não pode ser presidido por José Dirceu, também tríplice coroado? Faz sentido. (C.N.)

A população do Rio e do Brasil não aguenta mais tanta violência e medo

Trump escapou sem receber pena, mas Bolsonaro não conseguirá escapar

Bolsonaro mostra confiança de que estará na posse de Trump

Bolsonaro mantém um bom relacionamento com Trump

Wálter Maierovitch
do UOL

Donald Trump, por ter sido eleito presidente, recebeu uma colher de chá. Passaram o pano antes da dosagem (individualização), numa pena que poderia ter chegado a quatro anos. Ele foi sentenciado pelo caso dos pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels e entra para a história como o primeiro chefe de Estado condenado a assumir o poder nos EUA.

Jair Bolsonaro, pelo risco de fuga, deverá ter indeferido, mais uma vez, pelo STF a restituição de seu passaporte, documento necessário para sair do país, após ele divulgar que foi convidado para a posse de Trump. Com isso, aparecer, como papagaio de pirata, ao lado de figurões internacionais, representantes da direita não democrática e a daquela radical, de matriz fascista.

ANISTIA DO VOTO – Pela cabeça americana, nada mais justo aconteceu com Trump. Os cidadãos votantes, que sabiam da sua condenação por júri estadual no caso da compra do silêncio da atriz, cassaram a condenação e deram-lhe um mandato presidencial, ganho com folga contra a democrata Kamala Harris.

No sistema jurídico da common law, a decisão de reconhecer o crime e suspender incondicionalmente a execução da pena não surpreende em nada.

Na plea-bargaining pode-se apagar tudo, como se não tivesse acontecido nada. No Brasil, até quatro anos daria regime prisional aberto.

Trump, sem precisar cumprir pena por ser presidente eleito, estabelece o precedente jurisprudencial — valerá para um próximo presidente em igual situação.

NÃO HOUVE PENA – Como nenhum presidente americano pode ter mais do que dois mandatos, simultâneos ou não, Trump não poderá, no futuro, beneficiar-se do próprio precedente. Enfim, Trump ficou com condenação, mas sem nenhuma pena. Como se diz no popular, ficou incensurável.

No Brasil, durante todo o seu mandato presidencial, Jair Bolsonaro se preocupou com um plano golpista para permanecer no poder.

Cansou de imitar Trump, sem a mesma competência. Em todo 7 de setembro, querendo se apropriar da data, tornava explícita a intenção de passar por cima da Constituição, acabar com o Estado de Direito e se perpetuar no poder.

CRIMES GRAVES – A invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, no 8 de janeiro, foi outra imitação. Na verdade, o 8 de janeiro foi o Capitólio de Bolsonaro.

Em breve —e não vai passar de fevereiro próximo—, Bolsonaro deverá ser processado criminalmente por crimes graves. Dentre eles, golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Desde quando teve negado o primeiro pedido de devolução do passaporte, a sua situação só se agravou. Pode-se presumir, com indicativos consistentes, a fuga de Bolsonaro, para evitar ir para a cadeia em regime fechado.

Com a fuga, uma vez exilado, poderá ter um palanque golpista e desestabilizador fora do Brasil.

OUTRAS FUGAS – Bolsonaro já fugiu uma vez para Miami. Um ano depois, passou três dias na embaixada da Hungria, do autocrata e amigo Viktor Orbán, e está à véspera de ser denunciado criminalmente e processado.

Além disso, o seu homem forte do golpismo, general Braga Netto, está preso. E existe a delação do seu “pau-mandado”, o ajudante golpista tenente-coronel Mauro Cid.

Como Bolsonaro não adota o princípio ético militar de “não abandone o companheiro ferido numa batalha”, existe, entre os militares do time golpista abandonados e jogados ao mar por Bolsonaro, uma forte inclinação de colaboração com a Justiça —juridicamente, uma busca do direito premial pela delação, mas, acima de tudo, transmitir um ato de arrependimento, de contrição por amor à pátria.

SEM O PODER – Trump não é fujão. Não entrega aliados. É poderoso economicamente e chegará ao poder real no dia 20. Goza de amplo apoio popular, esperteza, desonestidade e falta de escrúpulos.

Já Bolsonaro não tem mais o poder, o mandato presidencial. É fujão e covarde ao entregar aliados. Não é poderoso economicamente, apenas um peculatário de joias da União. Não goza de apoio popular majoritário.

No fundo, só é desonesto, golpista e populista como Trump.

Liberdade de expressão é muito falada, porém pouco conhecida

Cartunistas de Sorocaba e região comentam sobre atentado ao jornal de humor em Paris - 09/01/15 - CULTURA - Jornal Cruzeiro do Sul

Charge do Glauco Góes (Arquivo Goggle)

Carlos Newton

Entrou na moda, no Brasil e no mundo, a liberdade de expressão. É impressionante como esse conceito é levantado, usado e julgado levianamente. Por causa da liberdade de expressão, as redes sociais estão em pé de guerra em todos os países que desfrutam de um mínimo de democracia, porque nas ditaduras existentes em 49 nações a maioria dos habitantes nem sabem do que se trata,

O fato é que as discussões aumentam e atingem frontalmente o governo de Donald Trump, que ainda nem tomou posse nos Estados Unidos. E a liberdade de expressão foi o prato do dia nos encontros do presidente americano nos jantares que ofereceu separadamente nas últimas semanas a três dos maiores ricaços do planeta – Elon Musk, Bill Gates e Mark Zuckerberg.

O QUE É ISSO? – A confusão é geral, até porque a grande maioria dos cidadãos não sabe definir corretamente a liberdade de expressão e acredita que equivalha à inexistência de censura.

Basta lembrar que em novembro de 2022, quando o petista Lula da Silva já estava eleito, os três comandantes militares (general Freire Gomes, almirante Almir Garnier e brigadeiro Baptista Júnior) emitiram uma nota conjunta esclarecendo que continuavam permitindo acampamentos bolsonaristas nos quarteis para garantir “o legítimo exercício de liberdade de expressão e reunião”, assim como “os direitos individuais e coletivos”.

REAL SIGNIFICADO – Como até os comandantes militares não sabem o que significa liberdade de expressão, alguns formadores de opinião passaram a publicar definições.

O sociólogo Demétrio Magnoli explicou esta semana que “liberdade de expressão é, sempre, exclusivamente, o direito de quem diverge do governo – e isso pela simples e óbvia razão de que o livre discurso dos detentores do poder estatal jamais corre perigo”.

Perfeito. É bom também lembrar Ruy Barbosa. Para aprovar leis democráticas, que garantissem à oposição o direito de liberdade de expressão, imunidade parlamentar e alternância no poder, o genial jurista dizia que “a lei que protege meu inimigo é a lei que me protegerá”.

NADA MUDOU – Mais de 100 depois da morte de Ruy Barbosa, nada de novo no front ocidental. A liberdade de expressão continua a ser bloqueada por governantes e ansiada por oposicionistas.

Para desespero de Ruy Barbosa, a discussão reacionária está sendo provocada justamente pelo Brasil, que passou a ser conhecido mundialmente pela criação do “tribunal secreto”, que emite ordens de bloqueio de informações sem existência de queixa judicial pela suposta vítima, e assim exerce censura sem devido processo legal, sem direito de defesa e sem haver recurso. É triste, mas é verdade.

O mais inquietante é ver que essas aberrações jurídicas contam com apoio de importantes personalidades, inclusive o presidente Lula da Silva, que se considera o político mais honesto do país.

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P.S. –
Quando d. Marisa Letícia morreu, em 2017, ela e Lula já tinham um patrimônio “declarado” de 12 milhões, que acumularam fazendo política, porque nenhum dos dois nunca trabalhou desde que se casaram, em 1974, quando Lula era sindicalista e informante do regime militar. Aliás, o patrimônio na verdade era muito maior, porque os bens imóveis estavam declarados pelo valor da data de aquisição, não pelo valor real. Mas quem se interessa? (C.N.)

Dino dá 30 dias para governo e estados criarem regras sobre as emendas

Conjugando rigor técnico e tiradas políticas, Flávio Dino desponta como o rebatedor-geral da República | GZH

Dino despacha no domingo e enquadra de novo o governo

Márcio Falcão
g1 Brasília

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu neste domingo (12) dar 30 dias para que o governo federal e os Estados publiquem regras para que Instituições de Ensino Superior e suas respectivas Fundações de Apoio prestem contas sobre o uso de emendas parlamentares.

A decisão ocorre na esteira da fiscalização feita pela Controladoria-Geral da União que apontou problemas de transparência em 26 organizações não governamentais (ONGs) que receberam recursos de emendas parlamentares.

REPASSE SUSPENSO – Após a auditoria, Dino suspendeu o repasse para 13 entidades do terceiro setor que não adotam mecanismos adequados de transparência ou não divulgam informações sobre a aplicação de verbas decorrentes de emendas parlamentares.

No despacho deste domingo, o ministro do STF determinou que o Ministério da Educação (MEC), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU) providenciem a publicação de normas e orientações para que haja aplicação e prestação de contas adequadas quanto às emendas parlamentares federais, com transparência e rastreabilidade, pelas Instituições de Ensino Superior e suas respectivas Fundações de Apoio.

Segundo Dino, por simetria, os Estados também devem proceder da mesma maneira, com a finalidade de orientar a aplicação e prestação de contas das emendas parlamentares federais, pelas entidades de ensino.

FUNDAÇÕES – “Há relatos nos autos de que tais Fundações, por intermédio de contratações de ONGs sem critérios objetivos, têm servido como instrumentos para repasses de valores provenientes de emendas parlamentares”, escreveu o ministro.

Dino determinou na sexta-feira (3) a suspensão dos pagamentos destinados por emendas parlamentares para 13 organizações não governamentais que não cumprem critérios de transparência.

A decisão do ministro ocorre após a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmar, em relatório, que metade das 26 entidades fiscalizadas não tem mecanismos adequados para acompanhamento da aplicação dos recursos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vejam que Dino está trabalhando até nos fins de semana, como se estivesse em campanha para presidente, como o articulista José Perez tem observado, ao dizer que o ministro sonha em voltar à política. (C.N.)

“Brasil não pode se omitir”, diz Helder Barbalho sobre a nova posse de Maduro

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), cobrou uma postura mais  incisiva do governo brasileiro em relação à Venezuela, e disse que  defensores da democracia devem “abominar a ditadura de Maduro”. AJunio Silva
Metrópoles

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), cobrou uma postura mais incisiva do governo brasileiro em relação à Venezuela, e disse que defensores da democracia devem “abominar a ditadura de Maduro”. A declaração do político aconteceu na sexta-feira (10/1), o mesmo dia em que ocorreu a posse presidencial venezuelana.

“Quem defende a democracia tem de abominar a ditadura de Maduro e condenar a opressão do regime”, escreveu Barbalho em uma publicação no X. “Não podemos fazer condenações seletivas a golpistas. O Brasil não pode se omitir: fora Maduro!”.

REPRESENTANTES DO PT – Apesar do pedido de Barbalho, que é da base aliada do presidente Lula da Silva,RPRE e das críticas internacionais quanto a legitimidade da vitória de Maduro, o Brasil participou do evento que carimbou o herdeiro político de Hugo Chávez com um terceiro mandato presidencial.

O governo brasileiro foi representado pela embaixadora do Brasil em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira. Após meses de tensões diplomáticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não participar do evento, mas seu partido enviou quatro representantes.

Lula segue mandamento de fabricar inimigos, como Musk  e Zuckerberg

Billionaires Trump, Zuckerberg, and Musk join forces to crush America's  enduring decency

Vamos ver como Lula se comporta em relação a Trump

J.R. Guzzo
Estadão

Se há uma coisa no mundo político brasileiro que não muda é o Primeiro Mandamento da teologia básica de Lula: “Crie um inimigo”. Nunca, em seus 40 anos de carreira política, o presidente vacilou no cumprimento deste preceito-raiz. Fora FHC. Fora Temer. Fora STF, quando estava indo para o xadrez. Fora 300 picaretas do Congresso. Seu último inimigo de vida ou morte foi o presidente do Banco Central, que acaba de deixar o cargo.

Os lobisomens do momento são Elon Musk e Mark Zuckerberg, na pessoa física, e o fascismo mundial pelo qual ambos seriam responsáveis, na jurídica.

O crime fundamental de que Musk e Zuckerberg são acusados é deixar que os usuários do X e da Meta, incluindo aí o Facebook, o Instagram e o Whats App, falem o que quiserem nas suas redes sociais, e ouçam tudo que sair ali, sem passar por filtros prévios de verificação sobre o que está sendo falado e ouvido.

MOTIVO DE LULA – O problema real para o regime Lula-PT-STF não está, como dizem, nas mentiras, notícias falsas e outras taras que, inevitavelmente, prosperam num ambiente em que todos podem falar tudo durante o tempo todo. Está na pancadaria maciça que levam ali.

 isso, e só isso, que realmente interessa para Lula e o seu sistema de apoio nessa questão toda: proibir que os brasileiros digam na internet o que o regime não quer que seja dito.

Para conseguir o que pretendem criam um novo inimigo, como Lula sempre faz – e jogam nesse inimigo, a culpa por aquilo que eles mesmos querem fazer. Acusam as redes, então, de agredirem a liberdade de expressão promovendo o excesso de liberdade de expressão. Isso é fascismo, dizem.

META IMPOSSÍVEL – Passa pela cabeça de alguém, a sério, que Lula e a extrema esquerda sejam a favor da livre manifestação de pensamento? As redes sociais podem ser o diabo, mas de uma coisa ninguém precisa duvidar: nenhum regime de esquerda, jamais, permitiu a liberdade de expressão.

Não vão começar agora, com Lula, Flávio Dino e mais do mesmo. Da mesma forma, fazer uma cirurgia plástica na palavra “fascismo” não muda o seu significado real.

Fascismo não é um insulto para amaldiçoar o adversário político, como faz a esquerda, mas sim o que sempre foi: a tirania do Estado, que decide tudo, e a anulação do indivíduo, que só tem o direito de fazer o que o governo manda.

O QUE FAZEM – Não é o que os governos dizem, mas sim o que fazem. Lula e o PT, nessas condições, talvez devessem tomar mais cuidado quando acusam Deus e todo mundo de fascismo.

Um governo que contrata advogados no exterior para perseguir exilados, coisa que nem a ditadura militar quis fazer, ou quer tornar oficial a mentira segundo a qual Dilma Rousseff sofreu um “golpe de Estado”, não pode acusar ninguém de nada.

Falta punir a tentativa de golpe, enquanto a democracia está pegando fogo

Gilmar Fraga / Agencia RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Conrado Hübner Mendes
Folha

Envelheceram mal as apostas de profetas da democracia risco-zero. Desde 2018, esse grupo de missionários tenta acalmar a cidadania brasileira sobre riscos à democracia, entendida como máquina de contagem de votos independente de qualquer outro atributo que dê a esses votos um lastro genuíno de autogoverno coletivo e liberdade pública.

Desde avaliação da personalidade de Bolsonaro, tarefa que a ciência política nunca autorizou politólogo a fazer em nome dela, ou da afirmação de que “democracia modera”, conclusão a que a história política nunca permitiu chegar em nome dela, ou da sacada de que Moro seria um “dique” ao presidente, até a máxima da catatonia analítica “instituições estão funcionando”, foram muitas tentativas de apaziguar o “alarmismo”.

AGORA, CARICATAS – Sempre equivocadas, o tempo as transformou em caricatas. De golpistas na Presidência à tentativa de golpe e plano de assassinato, os alertas de risco não eram tão extravagantes e clarividentes assim.

A psicanálise foi mais realista e arguta. O psicanalista Luiz Meyer, na Folha de junho de 2020 (“Por que haverá golpe”), antecipava tentativa de golpe não como dúvida de cientista político mergulhado em planilha de dados, mas como determinação psíquica inexorável.

Não tratava do golpe como hipótese, nem tinha a ambição sabichona de cálculo de riscos. Quis apenas explicar por que o ímpeto golpista não era brincadeira.

ALERTA SIMBÓLICO – O dia 8 de janeiro de 2023 serve como alerta simbólico sobre muitas coisas. Primeiro, a fragilidade constitutiva do regime democrático. Mesmo que se possa explicar por que algumas democracias são mais estáveis e longevas que outras, não temos ferramentas tão potentes para determinar riscos com precisão. Porque, em grande medida, são intangíveis.

Segundo, aprendemos outra vez as consequências de se tratar a delinquência militar brasileira pela via da covardia e da leniência. Terceiro, demonstra o poder de corrosão cívica da indústria de desinformação, elevado a patamar desconhecido por tecnologia capaz de individualizar perfis e customizar a manipulação. E tem gente que acha que uma rede gerida por algoritmo determinado por plutocrata equivale a praça pública. E que esse poder corporativo tecnológico agradaria a Adam Smith e Stuart Mill.

Quarto, a imensa confusão sobre o conceito de liberdade de expressão, transformada vulgarmente em arma pré-civil de ataque às precondições sociais da liberdade.

ERRO VERGONHOSO – O 8 de janeiro simboliza, finalmente, que o STF tem responsabilidade e oportunidade de corrigir um dos erros constitucionais mais vergonhosos de sua história: o entendimento de que a Lei de Anistia o impede de julgar crimes contra a humanidade. Desde 2011, ação sobre o tema dormita na gaveta de Dias Toffoli (ADPF 153).

Flávio Dino começou a enfrentar essa dívida: decidiu que desaparecimento de corpo é crime permanente.

Nota do Brasil sobre a Venezuela é ridícula e mostra impotência e cinismo

Impasse eleitoral na Venezuela expõe fragilidade das instituições globais e  regionais para garantir democracia e direitos humanos

A ditadura se eterniza e os protestos nas ruas aumentam

Mario Sabino
Metrópoles

A posição do governo Lula em relação à ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela oscila entre a impotência e o cinismo. Na nota do Itamaraty divulgada sábado, os dois sentimentos se misturaram. Uma proeza.

No comunicado, escrito na esteira da posse farsesca do ditador como presidente eleito, que contou com a presença da embaixadora brasileira e foi carimbada pela detenção da líder oposicionista que protestava nas ruas de Caracas, diz-se que “o governo do Brasil deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”.

GESTOS DE DISTENSÃO – Antes, porém, afirma-se reconhecer “gestos de distensão do governo Maduro — como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas”.

Por fim, “o Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas”.

“Dirimir controvérsias internas” é resultado da química da impotência com o cinismo — aliás, o mesmo cinismo que iguala forte e fraco, opressor e oprimido, no caso da agressão da Rússia contra a Ucrânia.

CUMPLICIDADE – De um lado, tem-se um ditador que não apareceu ontem, mas que está no poder há 12 anos, depois de suceder o déspota original do bolivarianismo, Hugo Chávez. Ambos contaram com a cumplicidade de Lula, do PT e do resto da esquerda autoritária latino-americana para manter-se no poder.

Nicolás Maduro roubou descaradamente uma eleição presidencial que jurou que seria limpa, traindo o próprio povo, que o rejeitou nas urnas, e ludibriando a comunidade internacional, que lhe deu um voto de confiança — Lula, inclusive, que passou a achar de bom tom que o amigão fosse eleito democraticamente.

O companheiro venezuelano roubou para continuar esmagando com mão de ferro o país depauperado por um regime sanguinário, sustentado por sicários outrora conhecidos como forças armadas venezuelanas.

OPOSIÇÃO – Do outro lado, há uma oposição que teve a sua líder principal, María Corina Machado, impedida de concorrer pela Justiça fantoche de Nicolás Maduro, mas cujo candidato substituto, Edmundo González, conseguiu vencer por ampla margem na escolha popular.

Hoje, ameaçado de prisão, ele se encontra exilado na Espanha, apesar de ser reconhecido como presidente eleito pelas grandes democracias ocidentais.

O governo Lula alega, papagaiado pela imprensa ingênua, que é preciso ter uma posição responsável em relação ao vizinho com o qual divide fronteiras extensas, transpostas por uma massa de esfomeados que fogem para o Brasil. Mas não há responsabilidade nenhuma em compactuar envergonhadamente, se é que há vergonha nisso, com a gigantesca fraude perpetrada por Nicolás Maduro. Pelo contrário, é uma irresponsabilidade que só fortalece o ditador e, assim, não coloca horizonte visível de liberdade para os venezuelanos extenuados pela voracidade da malta que governa o país.

MAIS HIPOCRISIA – Insistir, a esta altura, para que Nicolás Maduro apresente atas eleitorais idôneas que comprovem a sua vitória nas urnas é fazer vista grossa, fingindo que não se faz. Ou seja, uma hipocrisia. É impossível se obter o que não existe.

As cópias das atas eleitorais que comprovam a vitória de Edmundo González foram entregues ao Panamá, na semana passada, onde estão guardadas no banco central do país. Tratá-las como “supostas” é uma velhacaria. Os observadores internacionais idôneos da eleição presidencial venezuelana, aqueles que superaram todas as dificuldades impostas por Nicolás Maduro, como a Fundação Carter, são unânimes em dizer que a oposição venceu, sem margem de dúvida.

Em relação à Venezuela, o governo Lula mistura tanta impotência e cinismo, que chega a ser ridículo.

Há marcas de oportunismo político na atuação de Zuckerberg, da Meta

Mark Zuckerberg 'struck deal with Donald Trump to avoid regulations' on  Facebook

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Hélio Schwartsman
Folha

Nunca foi a coragem política que caracterizou o comportamento do empresariado como classe social. Se você é dono de um negócio que pode prosperar ou naufragar de acordo com decisões tomadas por reguladores, é natural que você evite indispor-se com as autoridades que controlam esses reguladores. Não é bonito nem virtuoso, mas não é algo que deva causar surpresa a ninguém.

Mark Zuckerberg, da Meta, não fugiu à lei do oportunismo ao anunciar, às vésperas da posse de Donald Trump, mudanças no sistema de checagem de fatos de suas redes sociais que agradam ao futuro presidente dos EUA. E não se trata de um fato isolado.

CONSELHO DA META – Zuckerberg também acaba de colocar Dana White, um notório trumpista sem qualidades conhecidas para atuar no mundo da alta tecnologia, no conselho da Meta.

Até pelas motivações de Zuckerberg, penso que as mudanças vão na prática piorar o ambiente virtual. É claro que seria desejável evitar a circulação de alguns tipos de inverdade, mas desconfio um pouco do discurso que atribui a maior parte dos males políticos e sociais que experimentamos hoje às redes sociais.

Acho que as coisas feias que vemos nelas são mais sintoma do que causa de nossos problemas.

TRIBUNAIS SECRETOS – No que diz respeito aos chamados tribunais secretos, acredito que é Glenn Greenwald quem mais se aproxima da verdade. O termo “tribunais secretos” talvez não seja a melhor descrição, mas me parece que Alexandre de Moraes e o STF extrapolaram ao determinar não apenas a desplataformização (não é exatamente censura, mas lembra) prévia de alguns indivíduos, mas principalmente ao exigir que as empresas obrigadas a excluir posts dessas pessoas mantivessem a ordem da corte sob sigilo.

Como cidadão brasileiro residente no Brasil, preciso cumprir as determinações do Judiciário. O mesmo vale para empresas que tenham representação no país.

Mas, se o STF me obriga a agir de uma forma que não me é natural ou com a qual não concordo, não pode me impedir, nem moral nem constitucionalmente, de dizer que eu faço isso por determinação judicial e não por livre vontade.

Affonso Romano encontra poeticamente a igualdade que existe nos casais

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna mostra nesse instigante poema  a igualdade existente em todos os casais.

BALADA DOS CASAIS
Affonso Romano de Sant’Anna

Os casais são tão iguais,
por isto se casam
e anunciam nos jornais.

Os casais são tão iguais,
por isto se beijam
fazem filhos, se separam
prometendo
não se casarem jamais.

Os casais são tão iguais,
que além de trocar fraldas,
tirar fotos, acabam se tornando
avós e pais.

Os casais são tão iguais,
que se amam e se insultam
e se matam na realidade
e nos filmes policiais.

Os casais são tão iguais,
que embora jurem um ao outro
amor eterno
sempre querem mais.

Bolsonaro terá exercício inédito de disciplina com novo advogado

Bolsonaro escolhe novo advogado para defesa no STF - 08/01/2025 - Poder -  Folha

Celso Vilardi vai tentar enquadrar o réu Jair Bolsonaro

Elio Gaspari
O Globo

Jair Bolsonaro resolveu passar a coordenação de sua defesa para o criminalista Celso Vilardi. Para quem já teve como advogado o expansivo Frederick Wassef, foi um grande passo.

Bolsonaro seguiu o exemplo do general da reserva Walter Braga Netto, que contratou o advogado José Luis Oliveira Lima, defensor do ex-ministro José Dirceu.

Bolsonaro e Braga perceberam a gravidade de suas situações e foram atrás de profissionais.

Braga é uma pessoa contida. Bolsonaro é explosivo e mandão. Para ele, ouvir Vilardi será um exercício inédito de disciplina.

COP30 SEM CALADO – O governo federal e o do Pará desistiram do projeto de dragagem do porto de Belém. Se a obra fosse adiante, grandes navios poderiam atracar nele, hospedando parte das 40 mil pessoas esperadas para a COP30. Belém não tem rede hoteleira para tamanha demanda.

Sem a dragagem do porto, transatlânticos poderão atracar no terminal hidroviário de Outeiro, a 35 km da cidade. Ele está em obras.

Para as pessoas que irão a Belém, faltam 11 meses para a abertura da COP30.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em termos de Direito, Bolsonaro é um paciente impaciente. A palavra é usada de diversos modos, com diferentes significados, dependendo do contexto. No Direito Penal, paciente é a pessoa que sofrerá a condenação, sendo um indicativo de réu. No caso de habeas corpus, paciente é a pessoa que sofreu ou está prestes a sofrer um ato coator, como uma prisão ilegal ou ameaça à liberdade. Ou seja, Bolsonaro se encaixa de todo jeito como paciente. (C.N.)

As justificativas de Galípolo para a inflação acima da meta em 2024

O presidente do BC teve de se explicar a Haddad

Pedro do Coutto

O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, iniciou o ano com a difícil missão de justificar ao Ministério da Fazenda o desvio da inflação em relação à meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Galípolo destacou que, embora o cenário externo tenha influenciado, fatores internos, como o ajuste fiscal do governo, tiveram um papel relevante no comportamento dos preços.

Quando a inflação ultrapassa a meta, cabe ao presidente do BC apresentar justificativas e detalhar medidas adotadas para conter o problema. Em 2024, o IPCA registrou alta de 4,83%, superando o limite superior de tolerância de 4,50%.

JUSTIFICATIVA – Na carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Galípolo atribuiu o desvio ao forte crescimento econômico, à depreciação cambial e a condições climáticas adversas, além de destacar a persistência inflacionária e a deterioração das expectativas. Ele ressaltou ainda que o real foi a moeda que mais se desvalorizou globalmente, indicando a influência de fatores internos específicos.

O documento também aponta a percepção de risco fiscal como fator decisivo para a elevação dos preços de ativos e a deterioração das expectativas econômicas, que contribuíram para a desancoragem da inflação.

PROJEÇÕES – Para conter o cenário inflacionário, o BC retomou o ciclo de alta da Selic, com aumentos sucessivos e sinalizações de novos ajustes. Segundo projeções do Relatório de Inflação, a taxa deve permanecer acima do limite de tolerância até o terceiro trimestre de 2025, entrando em declínio gradativo, embora ainda acima da meta estabelecida. O Copom destacou que o ambiente econômico permanece incerto e adverso, com riscos inflacionários ainda elevados.

 

Monitores de 17 países respondem a Zuckerberg “em defesa da verdade”

Zuckerberg: Empresas precisam de 'mais energia masculina' - 11/01/2025 -  Tec - Folha

Monitores dizem que o trabalho deles é muito proveitoso

Juliana Causin
O Globo

Em carta aberta enviada a Mark Zuckerberg, 20 organizações de checagem classificam como “retrocesso” a decisão da Meta de encerrar o programa de verificação independente de informações. O documento alerta que o fim do fact-checking nas plataformas da empresa causará “danos reais em muitos lugares”.

“Acreditamos que a decisão de encerrar o programa de verificação de fatos da Meta é um retrocesso para aqueles que desejam ver uma internet que prioriza informações precisas e confiáveis”, afirmam os checadores.

ACESSO À VERDADE – O documento foi publicado pelo Instituto Poynter de Estudos de Mídia, dos Estados Unidos, uma organização sem fins lucrativos que fundou a Rede Internacional de Fact-Checking (IFCN).

Assinado por organizações de 17 países, o texto defende que o “acesso à verdade alimenta a liberdade de expressão”. Os checadores também destacam que alguns dos países onde o programa funciona são “altamente vulneráveis à desinformação que incita instabilidade política, interferência eleitoral, linchamentos e até genocídio”.

Em um vídeo nas redes sociais na terça-feira, Mark Zuckerberg, CEO e cofundador da Meta, anunciou que encerraria o programa de checagem de informações indepentente para o Threads, o Instagram e o Facebook. A medida, segundo ele, começa a valer nos Estados Unidos para depois ser expandida globalmente.

VIROU CENSURA – Zuckerberg alegou que o programa de fact-checking converteu-se em uma “ferramenta de censura” e que os profissionais que verificam Informações nas redes “se tornaram politicamente tendenciosos”. A Meta começou nesta semana a notificar checadores dos EUA sobre o fim dos contratos com a empresa.

No lugar da checagem independente, a big tech vai adotar modelo similar ao usado pelo X, de Notas da Comunidade. Nesse sistema, os usuários ficam responsáveis pela classificação do conteúdo que circula nas redes.

Na carta ao magnata da tecnologia, os checadores defendem que a ferramenta da Notas da Comunidade pode coexistir com o programa de verificação de fatos de terceiros. Também argumentam que o enfraquecimento das salvaguardas de moderação é ruim para o próprio negócio da Meta.

GOLPES E BOATOS – “Se as pessoas acreditarem que as plataformas de mídia social estão cheias de golpes e boatos, elas não passarão tempo ou farão negócios nelas”, afirma o texto, que é assinado por duas agências brasileiras, a Lupa e a Aos Fatos.

Criada em 2016, a rede de checagem contava com ao menos 80 organizações, segundo a Meta. Os checadores, responsáveis por identificar desinformação em publicações, precisavam ser auditados e seguir padrões estabelecidos pela International Fact-Checking Network (IFCN).

Na carta, as organizações ressaltam que a Meta “sempre elogiou o rigor e eficácia” do processo. Também lembram que os checadores nunca tiveram autoridade para remover conteúdo, o que era uma responsabilidade da big tech.

BONS RESULTADOS – “Pesquisas indicaram que os rótulos de verificação reduziram a crença e o compartilhamento de informações falsas”, defendem.

“E, em seu próprio depoimento ao Congresso, o senhor [Mark Zuckerberg] se gabou de o programa de verificação de fatos da Meta ser líder da indústria”, acrescentam, em referência à audiência do empresário, em 2021, no Congresso americano.

O grupo acrescenta que está “pronto” para trabalhar novamente com a Meta e ressalta que a verificação é essencial “para manter realidades compartilhadas e discussões baseadas em evidências, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Zuckerberg diz que o monitoramento virou censura e passou a ser feito sob critérios político-partidários. Os checadores – que não querem perder os empregos, é claro – alegam que há bons resultados e os frequentadores aprendem a se comportar. Então, é preciso ver as estatísticas. Por exemplo: a cada 100 postagens que os monitores pedem bloqueio, quantos são concedidos pela Meta? E qual a percentagem de bloqueios sob critérios meramente políticos? (C.N.)

Ética no mundo real admite raciocínios muito chocantes

Peter Singer - O Status Moral Do Sofrimento - Curso de Redação - Priscila  Germosgeschi

Estudo da Ética fez Peter Singer tornar-se vegetariano

Hélio Schwartsman
Folha

Coletânea de artigos de Peter Singer traz textos em que filósofo defende infanticídio, liberação do doping e a comercialização de rins

Peter Singer é um dos mais estimulantes filósofos da atualidade. Embora ele abrace uma corrente teórica —o consequencialismo—, dedica-se mais a discutir questões práticas. E, ao fazê-lo, não hesita em ir até onde seu pensamento o leva, mesmo que as conclusões sejam controversas.

Em “Ethics in the Real World”, uma coletânea de 90 ensaios voltados para o público geral, Singer mostra a que veio. Entre as muitas teses polêmicas que ele defende estão o infanticídio (a eutanásia de bebês gravemente doentes), a liberação do doping para atletas e a criação de um mercado de rins. O interessante é que, apesar de as conclusões poderem ser classificadas como radicais, Singer chega a elas através de argumentos muito ponderados.

DISCORDÂNCIAS – Outra característica de seus escritos é que ele sempre deixa espaço para o leitor discordar. Singer foi um dos primeiros proponentes do vegetarianismo ético, que abraça com entusiasmo. Mas ele não nutre a ilusão de que toda a humanidade se tornará vegetariana.

Para os carnívoros irredutíveis, ele propõe que pelo menos exijam que animais destinados ao abate não sejam submetidos a uma vida inteira de maus-tratos. Difícil discordar.

O próprio Singer explica por que se dedica a escrever para o público geral. Artigos científicos que saem em periódicos com revisão por pares são lidos em média por dez pessoas. Um texto de opinião num jornal de grande circulação pode ser lido por centenas de milhares ou mesmo milhões. E alguns destes leitores mudarão seu modo de ver as coisas e talvez até suas atitudes.

REFLEXÃO MORAL – Um dos problemas da modernidade, como Singer mostra num dos ensaios, é que a maioria de nós tirou a reflexão moral de suas vidas.

Apenas 23% dos americanos param com alguma frequência para pensar sobre os aspectos éticos de decisões; 31% o fazem às vezes; e 46%, nunca.

Na maioria das situações, nós apenas nos deixamos levar pelas intuições morais que vêm embutidas em nossas cabeças. O problema é que elas evoluíram para lidar com questões da Idade da Pedra que têm pouca relevância no mundo de hoje.