Reação contra os imigrantes faz a Europa seguir rumo a uma política “semifascista”

Crise migratória" na Europa passou a ser "crise de | Internacional

Problema dos imigrantes fortaleceu a extrema-direita

Carlos Newton

O jornalista Nelson de Sá, que analisa diariamente na Folha o noticiário da imprensa mundial, publicou esta semana um artigo importante, explicando como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni está sendo “legitimada” pelo governo dos Estados Unidos, circunstância que a fortalece politicamente para defender a adoção de um nacionalismo tipo “semifascista” na Europa.

Nelson de Sá assinala um artigo publicado com destaque pelo New York Times, que adverte: “O que está acontecendo na Itália é assustador e está se espalhando” para a Alemanha e outros países.

AGORA, É DE CENTRO? – No mesmo NYT, uma reportagem sobre a recepção da Casa Branca à primeira-ministra Giorgia Meloni saudou sua suposta “mudança para o centro”. Antes, a líder italiana era tratada pelo presidente Joe Biden como “semifascista”, mas agora, como está apoiando a Ucrânia e não se alinha com a Rússia e a China, passou a ser considerada de “centro”.

O jornalão novaiorquino registra que “sua admiração por Mussolini, a retórica extrema, tudo foi perdoado” após ela se mostrar “parceira confiável do Ocidente no G7 e na Otan”, embora seu governo tenha trazido “consequências práticas terríveis aos imigrantes” e busca agora até “enfraquecer a legislação antitortura”.

Bem, quando se fala em “semifascismo”, na verdade pode-se emplacar “seminazismo”, porque são tendências que se confundem quando o assunto é o maior problema da Europa, cuja tendência é se agravar — a imigração de africanos, asiáticos e latino-americanos.

EXTREMISMO AVANÇA – Aliados de Giorgia Meloni estão no poder na Polônia, na Hungria, na Suécia e na Finlândia, fortalecendo-se também em muitos outros países, como a Alemanha, segundo o analista Nelson de Sá, que registra: “Eles rejeitavam a União Europeia e hoje buscam transformá-la por dentro. Ameaçam se tornar o futuro da Europa”.

Os conservadores britânicos ecoam a obsessão da premier italiana com “nascimentos, não imigrantes”, mas é uma solução marqueteira e fictícia, porque os nascimentos demoram, e as populações europeias há décadas estão declinantes, favorecendo a chegada de imigrantes, que se reproduzem rapidamente.

Por fim, o Wall Street Journal destaca que “os europeus ficam mais pobres à medida que os americanos se tornam mais ricos”, o que piora ainda mais a situação.

E O BRASIL? – Aqui, debaixo do Equador, a situação começa a ficar preocupante devido à queda da população, revelada pelo Censo. Para manter a população estável, cada mulher precisa ter, em média, 2,1 filhos. Mas esse índice já caiu para 1,65

Esse dado indica queda progressiva no número de habitantes, caso não continuem entrando imigrantes descontroladamente, vindos de países latino-americanos, africanos e asiáticos, que não são mais aceitos na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e em nações em desenvolvimento, como Nova Zelândia e Austrália, que só acolhem estrangeiros qualificados.

O Brasil é o país mais miscigenado do mundo, o que é uma honra para nós. Porém, precisa se precaver contra a crescente imigração. Se mantiver fronteiras abertas, a esculhambação pode atingir um ponto de inviabilidade total.

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P.S. –
Há mais de 40 anos, desde que Reis Veloso deixou o Ministério do Planejamento, não existe um plano nacional de desenvolvimento. Quando o PT chegou ao poder, em 2003, vencera a eleição sem ter um programa de governo, exatamente como voltou a acontecer agora, em 2022. Reina a esculhambação. Mas quem se interessa? (C.N.)

5 thoughts on “Reação contra os imigrantes faz a Europa seguir rumo a uma política “semifascista”

  1. Ou seja, basta ser uma cachorrinha submissa aos EUA e todos seus crimes serão varridos para baixo do tapete. Não tem muito tempo que a arábia saudita, ditadura sanguinária e aliada de longa data dos mocinhos do norte se aproximou da China. Não levou muito tempo pro discurso dos EUA mudar, demonstrando “enorme preocupação” com a violação de direitos humanos por lá. Não será surpresa se ainda esse ano os árabes receberem alguns Tomahawks da democracia e liberdade na cabeça pra ficarem espertos.

    Sobre o Brasil, grande parte da população em idade economicamente ativa já não encontra emprego ou vira empreendedor de Uber, nosso problema prioritário não é a taxa de natalidade.

  2. Os países europeus, sempre exploraram e escravizaram os países africanos e americanos. Na América do Norte, explorada principalmente por franceses e ingleses e na América Latina principalmente por espanhóis e portugueses. Dizimaram várias tribos indígenas.
    Esses países tem a obrigação moral de receber os imigrantes.

    Em 1492, os nativos descobriram que eram índios, descobriram que viviam na América, descobriram que viviam nus e descobriram que deviam obediência à um rei e rainha de outro mundo e um Deus de outro céu, e que esse Deus havia inventado a culpa, o pecado e o vestido e que havia mandado que fossem queimados vivos quem adorasse o Sol, Lula, Terra e a chuva que molha essa Terra. ( De – Eduardo Galeano).

    As religiões dos nativos africanos e americanos, são mais puras e aproximam-se mais da vida espiritual do que as religiões criadas pelos homens do mundo chamado de civilizado.

  3. As taxas baixas de natalidade são uma ameaça ao capitalismo atual que exige, para se manter, um consumo crescente.
    Mas a diminuição da população mundial seria desejável para que o meio ambiente melhore.

    E por que os países desenvolvidos têm resistência aos imigrantes?

    “O que eles não dizem (do livro 23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo)

    A defasagem salarial entre os países ricos e pobres não existe principalmente por causa de diferenças na produtividade individual e sim devido ao controle da imigração. Se a imigração fosse livre, a maioria dos trabalhadores nos países ricos poderia ser, e efetivamente seria, substituída por trabalhadores dos países pobres. Em outras palavras, os salários são determinados politicamente. O outro lado da moeda é que os países pobres não são pobres por causa das pessoas pobres, muitas das quais são capazes de superar competitivamente os seus equivalentes nos países ricos, mas sim por causa das pessoas ricas, cuja maioria não pode fazer o mesmo. No entanto, isso não significa que os ricos nos países ricos possam parabenizar a si mesmos pela sua genialidade
    individual. Essa elevada produtividade só é possível por causa das instituições historicamente herdadas nas quais eles se apoiam. Para que possamos construir uma sociedade verdadeiramente justa, precisamos rejeitar o mito de que todos somos pagos de acordo com o nosso valor individual”.

  4. O uso do termo “fascista”, como crítica a adversários políticos, é sinal de ignorância ou desonestidade intelectual.

    O princípio básico do fascismo (e TAMBÉM do socialismo) é “TUDO no Estado”. Qualquer observador honesto do cenário político percebe que os Estados, a cada dia que passa, concentra mais e mais poder, ou seja tornam-se mais fascistas, e o Brasil não foge a esta tendência.

    Já as questões nacionalistas, desde a sua origem, foram exploradas por políticos de vários matizes como Napoleão, os reis europeus por ele atacados, Mussolini, Hitler, Lenin, Stalin, Mao Tse Tung, Chiang Kai Sheck, etc.

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