Moraes relata que no aeroporto foi xingado de “comunista”, “bandido” e “comprado”

Mais de 100 delegados aposentados da PF denunciam Moraes por abuso de  autoridade

Moraes afirmou que Mantovani deu um tapa em seu filho

César Tralli
TV Globo — São Paulo

Os cinco depoimentos prestados por Alexandre de Moraes e familiares à Polícia Federal afirmam que as ofensas e agressões sofridas pela família no Aeroporto Internacional de Roma, há duas semanas, tiveram motivação política. Nos depoimentos, Moraes, a mulher e os três filhos dizem que os agressores tinham a intenção de “constranger” o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com Moraes e família, a mulher identificada como Andréa Munarão abordou o ministro enquanto ele se credenciava para acessar uma sala VIP no aeroporto em Roma e começou a chamá-lo de “comunista”, “bandido” e “comprado”.

FRAUDADO AS URNAS – Já dentro da sala, Andréa passou a gravar Moraes com o celular e a gritar para seus filhos que o ministro havia “fraudado as urnas e roubado as eleições”.

Ainda de acordo com os depoimentos, Andréa foi alertada pelos filhos de Moraes que, se prosseguisse com as ofensas, seria gravada e processada. Neste momento, ela teria chamado o marido, Roberto Mantovani, que estava a poucos metros de distância.

Roberto, então, teria começado também a agredir a família de Moraes. Os depoimentos dizem que o homem avançou na direção do filho do ministro, chamando-o de “filho de bandido, comunista, ladrão”.

TAPA NO ROSTO – Parado à porta da sala VIP, um dos filhos de Moraes tentou pegar o celular para gravar as agressões. Foi neste momento que, segundo os depoimentos, Roberto Mantovani deu um tapa no rosto do filho de Moraes e derrubou seus óculos.

O empresário foi contido por um estrangeiro e chegou a ir embora mas, momentos depois, retornou à sala e continuou a gravar a família de Moraes a proferir ofensas.

Neste momento, de acordo com os depoimentos à PF, Moraes foi em direção aos agressores e disse que aquela era a segunda vez que ofendiam e agrediam sua família – e que tiraria fotos para identificá-los e processá-los no Brasil.

As ofensas, no entanto, continuaram por parte de Roberto Mantovani, Andréa Munarão e do genro do casal, Alex Zanatta. O ministro tirou as fotos e, em seguida, se retirou com a família. Nos cinco depoimentos, Moraes, mulher e filhos dizem ainda que as imagens dos circuitos de segurança do Aeroporto Internacional de Roma comprovarão essa dinâmica.

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O QUE DIZEM OS INVESTIGADOS

O casal Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão negou, em depoimento à Polícia Federal, ter agredido o filho de Alexandre de Moraes.

Segundo a defesa, Roberto admite ter “afastado com o braço” o filho do ministro para defender a esposa. Ele relata que Andreia e Roberto foram vítimas de ofensas por parte do filho de Moraes.

Eles afirmam que, na verdade, foram vítimas de ofensas por parte do filho de Moraes, segundo o advogado de defesa Ralph Tórtima Stettinger.

SALA VIP… – Andréia admite que comentou que Moraes teria recebido privilégio ao entrar em uma sala VIP do aeroporto que eles não conseguiram acessar – mas que falou isso quando o ministro já não estava no local.

Roberto Mantovani afirmou à PF, ainda, que não sabia que a discussão era com o filho de um ministro do STF.

“Somente quando desembarcaram e foram abordados pela Polícia Federal no aeroporto é que tomaram conhecimento que se tratava de um filho do ministro”, diz.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Ninguém morreu, não houve feridos, os óculos caíram, mas nem quebraram. Em tradução simultânea, uma tempestade e copo d´água ou muita espuma e pouco chope, como dizem os cariocas. Mas os protagonistas viraram animais extremistas que precisam ser extirpados, na visão serena, moderada e apaziguadora de Lula da Silva. (C.N.)

Governo define os ministérios “intocáveis” na reforma para fazer negócio bem rápido

Charge de Caio Gomez (Correio Braziliense)

Denise Rothenburg
Correio Braziliense

Em meio às especulações sobre a reforma ministerial, o governo fez chegar aos partidos a lista das pastas que estão fora da lista de possíveis substituições. Primeiramente, os ministros palacianos — Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência e Relações Institucionais. Depois, os três da área econômica: Fazenda, Planejamento e Gestão.

Em seguida, vêm os da Defesa e da Saúde, no qual o governo coloca como ponto de honra manter uma gestão técnica. Os demais, ainda que o presidente tenha dito aqui e ali que um ou outro não será substituído, o aviso recebido pelos partidos que devem entrar no governo deixa tudo em aberto.

NESTA SEMANA – A ideia é afunilar essa decisão, para que o governo possa se reunir com os partidos, ainda nesta semana, com um desenho fechado.

Em tempo: as especulações sobre a reforma ministerial irritaram o presidente Lula da Silva. Ele não quer gerar mágoas que possam comprometer o todo. O trabalho paralelo será arrumar serviço para quem deixará o primeiro escalão.

Afinal, se arrumar o Centrão e comprometer todo o trabalho de juntar a esquerda que Lula começou, lá na pré-campanha, a soma é zero para o presidente e o PT.

FACILITA A VIDA – Quem não tem mandato parlamentar, é ministro e está na lista de quem pode ser substituído, tem a perspectiva de ocupar estatais e autarquias. Algo que os detentores de mandato eletivo não têm. Isso será levado em conta na hora de decidir a reforma ministerial. Por isso, a lista inclui Portos e Aeroportos, Ciência e Tecnologia e por aí vai.

Na reforma em curso, o PT não mexerá com os ministérios do MDB. O partido já deu muito trabalho no passado, quando ficou insatisfeito e deflagrou o impeachment de Dilma Rousseff. Lula quer paz com os emedebistas.

E a reunião que deveria ocorrer na quinta-feira entre Lula e o deputado Arthur Lira (PP-AL, foto) não aconteceu por um único motivo: ninguém no Planalto ligou com antecedência para o presidente da Câmara a fim de combinar o encontro.

SEM WHATSAPP – Entre os aliados de Lira, o comentário é que não se convida chefe de outro Poder para uma reunião via jornais nem por rede social. Não precisa ser um convite bordado a ouro, mas uma consulta para verificar a agenda do presidente da Câmara seria de bom tom. Lira estava em São Paulo, fazendo exames.

E Lula já tem nova viagem internacional agendada. Em agosto, estará na África do Sul, para reunião do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Vladmir Putin avisou que não irá. A guerra é a prioridade do presidente russo.

Por fim, integrantes do PL calcularam mal a disposição do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, de se manter distante do PT e apostar nos votos do bolsonarismo. A expulsão do deputado Yuri do Paredão (CE), em menos de uma semana, é uma demonstração de que o PL não abandonará o ativo que conquistou em 2022 — ou seja, os votos de Jair Bolsonaro e de seus aliados.

Lula relata dores diárias, justifica mau humor e confirma cirurgia em outubro

Durante a conversa com o jornalista Marcos Uchôa, Lula disse ter encontrado cerca de 14 mil obras paradas quando assumiu o governo em janeiro de 2023.

Lula revela que a operação só deve durar duas horas e meia

Matheus Teixeira
Folha

O presidente Lula (PT) anunciou nesta terça-feira (25) que pretende fazer uma cirurgia em outubro para reduzir as dores causadas por uma artrose no fêmur direito. O mandatário afirmou que sente dor diariamente e que isso tem afetado, inclusive, seu bom humor para trabalhar.

“Eu quero fazer a cirurgia porque eu não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro. Então, eu sinto que às vezes estou com mau humor com meus companheiros, eu chego de manhã para trabalhar, quando eu coloco o pé no chão dói”, disse durante live nas redes sociais.

PESSOA CHATA – O presidente disse que, às vezes, quer falar “bom dia sorrindo” e não consegue. “Às vezes fica visível no meu rosto que eu estou irritado, incômodo, e aí você vai ficando uma pessoa chata. Ninguém quer falar bom dia com medo de tomar um esporro”, declarou.

Ele afirmou que escolheu outubro porque é uma janela possível para ficar afastado, uma vez que tem compromissos em agosto e setembro e também em novembro.

O petista disse que é “uma cirurgia razoavelmente rápida, de 2 horas e meia”: “O médico me disse que dependendo do estado físico, 3 horas depois já posso dar passinho com andador e depois [a recuperação] vai depender da minha disciplina”.

ENTRAR NA PISCINA – E prosseguiu com as queixas: “Não é mole acordar com dor sábado, domingo, não poder entrar na piscina porque se faz movimento com o pé dói. Sou um cara de bom humor, se ficar mau humorado não vai ser legal. Começa a brigar até com as cachorrinhas”.

Lula disse que está como um jogador de futebol que “não quer dizer para o técnico que está sentindo uma dor para não ir para o banco, quer continuar jogando, então ele finge que não está doendo”.

A artrose no quadril ou osteoartrose ocorre quando há o desgaste nas cartilagens que revestem a cabeça do fêmur e o acetábulo (parte da bacia que se liga ao fêmur). Esse desgaste normalmente está relacionado à idade ou ao esforço.

INJEÇÕES DIÁRIAS – No mês passado, o presidente afirmou que toma injeções diárias, mas que elas já não resolvem as fortes dores na região da perna e do quadril.

Na operação, a articulação danificada é substituída por uma prótese de metal que adere ao osso e é recoberta por estruturas especiais de cerâmica ou polietileno.

A cirurgia já vinha sendo recomendada pela equipe médica que cuida do presidente Lula. Também havia sido indicado que ele reduzisse o ritmo de viagens e eventos públicos.

MANTÉM A AGENDA – Lula, no entanto, vem mantendo a sua agenda e até intensificado os compromissos no exterior.

No mês passado, ele realizou uma longa viagem ao Japão, como um dos convidados para a reunião do G7, fórum que reúne algumas das principais economias do mundo.

Além da França, o mandatário ainda deve viajar nos próximos meses para a África do Sul, para a reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Delator revela como matador de Marielle subiu de vida, com lancha, carrão, casa…

Acusado de matar Marielle, Ronnie Lessa é condenado por tráfico de armas | VEJA

A dúvida: por que a morte de Marielle valia tanto dinheiro?

Pepita Ortega e Daniel Haidar
Estadão

Tendo participado como motorista no assassinato da vereadora Marielle Franco, o ex-PM Élcio Queiroz ressaltou em sua delação premiada o ‘acréscimo patrimonial muito grande’ de Ronnie Lessa – autor dos disparos no dia 14 de março de 2018 – após o crime. Ele comprou uma Dodge Ram blindada, uma lancha, queria fazer uma casa de praia em Angra dos Reis.

Para os investigadores, as revelações do delator sobre as aquisições de bens de Ronnie Lessa podem reforçar a suspeita de que ele foi financiado por mandantes. Esta é a próxima etapa da apuração. Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça indicou o avanço do inquérito nessa direção.       

“NENHUM CENTAVO” – Em sua delação, Elcio Queiroz relatou que Ronnie Lessa jurava que ‘não levou nenhum centavo’ do assassinato. A Polícia Federal questionou se o delator acreditava nessa versão. Ele respondeu que não.

“Por que depois do fato, vi um acréscimo muito grande… como se diz…no patrimônio; tinha a Evoque; comprou uma DODGE RAM blindada; uma lancha, uma nova; que a dele tinha virado no quebra mar, que ele refez e quase deu perda total, mandou reformar, vendeu e pegou uma zero; e depois disso viajou com o meu filho”, frisou.

Queiroz também comentou sobre a situação de uma terreno de Lessa em Angra dos Reis. Segundo o ex-PM, ele queria fazer a ‘casa dele ali, do jeito dele’, ‘uma casa e mais umas outras casinhas lá’.

QUEIXAS DA MULHER – “E a esposa reclamando que ele estava vivendo de aluguel, pagando na verdade duas casas, a 566 que ele morava; dois condomínios; que ele estava gastando, dando dinheiro pros outros e tal; podendo estar na nossa casa, não faz nossa casa”, indicou.

“Falei com ele: ‘pô cara, ao invés de fazer sua casa, você tá gastando dinheiro com casa de praia, podendo fazer sua casa, o seu pessoal tá chateado’; aí ele falou: ‘cara, eu tenho dinheiro pra fazer essa casa e fazer a da Barra, dinheiro eu tenho para as duas’”, completou o delator.

A delação de Queiroz, fechada após a Polícia Federal angariar novas provas sobre o caso Marielle/Anderson, foi o que abasteceu o inquérito sobre o crime cometido em março de 2018.

DEUSA DA ESPERANÇA – Com base nos relatos do ex-PM delator, corroborados pelos investigadores, a PF abriu na manhã desta segunda-feira, dia 24, a Operação Élpis, anunciando a conclusão da apuração sobre a mecânica do crime.

Agora, a apuração deve usar as provas colhidas nas diligências realizadas hoje para seguir na investigação sobre os mandantes e financiadores do assassinato de Marielle e Anderson. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, o nome da operação faz referência à ‘esperança’ de responder à pergunta ‘quem mandou matar Marielle e Anderson’. Élpis é o nome da deusa que seria a personificação da esperança.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Para achar o mandante, é preciso encontrar o elo perdido da investigação. Afinal, o que Marielle estava fazendo de tão importante, a ponto de sua morte ter tanto valor financeiro? Reformulando: a quem Marielle estava incomodando tanto, a ponto de Lessa passar meses em sua campana e ganhar tanto dinheiro com a execução? (C.N.)

Presença de Nísia Trindade na Saúde é vital para o povo e para a ética no governo

Nísia Trindade é a esperança da humanização de um sistema essencial

Pedro do Coutto

Setores do Centrão, sempre em busca de espaço cada vez maior na administração, voltaram as suas lentes para o Ministério da Saúde muito mais em função das verbas da pasta, do que pela capacidade de atendimento à população através do SUS. Por isso, a permanência da médica Nísia Trindade à frente do ministério torna-se um fator fundamental no sentido tanto da eficiência do atendimento quanto em face de um comportamento ético que tem que marcar a sua presença no governo, sobretudo na Saúde, da qual dependem diariamente centenas de milhares de homens e mulheres que não contam com recursos para recorrer aos hospitais e clínicas particulares.

Reportagem de Karolini Bandeira, O Globo desta segunda-feira, focaliza o tema de altíssima sensibilidade, porque, além da vida, relaciona-se diretamente com o bem estar humano e suas condições de trabalhar e produzir. É inaceitável os que tentam substituir a essência humana da missão por interesses presentes nos fornecimentos de remédios e materiais indispensáveis ao socorro diário destinado aos que ficam expostos às doenças e acidentes. Há também a importância essencial das vacinações que bloqueiam que o índice de moléstias aumente para situações fora de controle.

VÍTIMAS – Cada desvio de recursos na área em que atua Nísia Trindade significa, na verdade, condenar à morte milhares de pessoas que são vítimas da insuficiência de condições dignas ao longo de suas vidas. Basta ver os rios poluídos de esgotos que margeiam os becos sombrios que separam casas nas favelas do Rio de Janeiro em imagens diariamente mostradas pelo jornal da manhã da TV Globo.

Políticos, quando reivindicam o Ministério da Saúde, na verdade, não desejam fazer evoluir o setor, mas aumentar a sua participação nas compras de remédios e equipamentos, sendo que em inúmeras situações a conivência faz com que o tempo criminosamente inviabilize a utilização de medicamentos. É incrível a emoção sempre gelada dos atores da corrupção que só visam lucros imorais e ilegítimos e que se encontram sempre distantes de qualquer compromisso com a vida humana e para a dignidade com que devem ser tratadas as camadas de menor renda da população.

São essas camadas que recorrem às redes públicas de Saúde enfrentando longas filas e o desespero de não terem certeza se serão atendidas. Em inúmeros casos, têm que enfrentar a dor física à espera de que apareça um profissional para retirá-la da situação opressiva e sufocante. É indispensável, mas também pouco possível, que uma expressiva parte de políticos considere a falta de atendimento dos postos de Saúde como uma calamidade que amplia o sofrimento.

BLINDAGEM  – Essa facção só está preocupada em participar dos efeitos de compras desvinculadas do interesse público, mas vinculadas ao enriquecimento dos ladrões, verdadeiros vampiros de vidas humanas. O presidente Lula da Silva age bem em blindar Nísia Trindade. Ela é a esperança da humanização de um sistema essencial para os que sofrem e não têm certeza de que poderão ser socorridos.

É possível que Nísia Trindade não possua habilidades para lidar com reivindicações e propostas sinuosas que se repetem em sua área. Mas isso ela aprenderá em mais alguns poucos meses. Vale a pena esperar. A sociedade brasileira agradece.

CHATGPT – Reportagem de Bruno Romani, o Estado de S. Paulo de domingo, destaca reações surgidas na área da Inteligência Artificial que se voltam contra a forma usada pelo ChatGPT para acumular dados de outras plataformas em sua própria base, que colocou em prática um degrau à frente da comunicação entre os seres humanos e as máquinas que não têm nervos ou emoções.

A matéria vale a pena ser lida e analisada em suas diversas dimensões. Uma delas é levantada pelo professor Luca Delli, coordenador do Centro de Tecnologia da Fundação Getúlio Vargas. Ele questiona sobre o uso de dados por grandes modelos  da Inteligência Artificial.

Delli alega que a plataforma invadiu o seu arquivo pessoal sem autorização para isso. Creio que o tema conduza a um outro, este sim, muito mais grave: o de atribuir a alguém opiniões que não emitiu sobre diversos assuntos controversos, por exemplo. Esta hipótese, de fato, é um perigo. Fica no ar aguardando uma resposta.

Entenda por que é preciso punir com rigor quem planejou, financiou ou atuou no golpe

Intérprete a charge política (foto) - brainly.com.br

Charge do Luscar (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Recebi um TikTok, com a fala de um idoso comparando o ladrão de rua ao político ladrão. Os dois são deploráveis, uns furtando nossos bens e os políticos roubando a esperança no futuro. Só que tem um problema: os candidatos que se apresentam para o povo votar, indicados pelos partidos, são quase todos corruptos, sejam da esquerda ou da direita.

Além disso, os candidatos representam algum segmento profissional ou social, tipo sindicatos, indústria, bancos, comércio, instituições religiosas, agronegócio e até o setor de armamentos…

MUDAR É PRECISO – Apesar desses defeitos congênitos, a verdade é que na democracia, a cada eleição, o cidadão tem a oportunidade de mudar tudo. Porém, numa ditadura civil ou militar o povo fica ainda mais perdido, pois quem coloca o governador, o senador biônico e o prefeito nas administrações, é o ditador de plantão. E ninguém pode reclamar, criticar ou espernear, se quiser continuar vivendo.

Resumindo: uma intervenção militar/civil é sempre ruim para a sociedade, pois não existe ditadura boa, seja de esquerda ou de direita.

GOLPE A BRASILEIRA – No caso do recente surto golpista, que sucedeu a Covid-19 aqui no Brasil, a ilegalidade estava no planejamento e na execução fracassada da tentativa de derrubar um governo eleito. Será que os golpistas estavam preparando rosas ou cravos para o povo nas ruas, ou viriam mesmo com tanques, porradas e bomba?

É por isso que, na investigação e no julgamento dos organizadores e participantes, não se pode passar pano para uns e para outros, não.

Se não houver rigor na punição de quem financiou, quem planejou, quem colocou bomba no aeroporto de Brasília e quem participou da derradeira tentativa, quebrando tudo no dia oito de janeiro, esse grupo “revolucionário” pode se julgar representativo a ponto de fazer nova tentativa. Aí, meus caros, quem nos livrará da prisão e da censura ampla, geral e irrestrita? Pense nisso.

Foi instaurado processo disciplinar contra o “juiz petista” que combatia a Lava-Jato

Homem de terno e gravata sentado em frente a computador em sala de trabalho

Appio assinava suas decisões judiciais usando a sigla “LUL22”

Nicolas Iory
O Globo

A Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu nesta segunda-feira, por unanimidade, instaurar um processo administrativo disciplinar contra o juiz Eduardo Appio, que está desde maio afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos criminais da Operação Lava-Jato.

A Corte também definiu, desta vez por maioria (com dois votos vencidos), manter afastado de suas funções o magistrado, que durante a campanha eleitoral assinava suas decisões judiciais com a sigla LUL22.

AMEAÇA A MAGISTRADO – Appio é suspeito de ter feito ligação por meio de um número bloqueado para ameaçar o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, antigo relator dos recursos da Lava-Jato no TRF-4. Appio também teria vazado dados pessoais de João Eduardo a partir de consultas ao sistema interno da Justiça Federal.

O tempo regulamentar para duração do processo administrativo é de 140 dias, prazo que é prorrogável. A 13ª Vara Federal de Curitiba está desde o mês passado sob o comando do juiz Fábio Nunes de Martino, que substituiu Gabriela Hardt após a magistrada ingressar para a 3ª Turma Recursal do Paraná.

Appio deixou suas funções em 22 de maio, quando também foi proibido de acessar o prédio da 13ª Vara de Curitiba e precisou devolver seu celular e computador funcionais. O afastamento teve o objetivo justamente para a produção de provas que pudessem embasar a abertura de processo administrativo.

INIMIGO DE MORO – No relatório apresentado pelo corregedor regional Cândido Alfredo Silva Leal Júnior à Corte Especial do TRF-4, é reportada uma ligação feita para o advogado João Eduardo Barreto às 12h14 de 13 de abril a partir de um número sem identificação.

Esse telefonema ocorreu minutos após Appio ter acessado um processo no qual o advogado representa Rosângela Moro, mulher do senador Sérgio Moro (União-PR). João Eduardo é sócio do casal em um escritório de Curitiba.

Na conversa, transcrita pelo corregedor do TRF-4, o interlocutor de João Eduardo se apresenta como Fernando Gonçalves Pinheiro, servidor da área de saúde da Justiça Federal. O TRF-4 depois verificou que não há servidor com esse nome no órgão.

PERÍCIA CONFIRMA – Uma perícia da Polícia Federal indicou que a comparação entre as vozes da pessoa que falou com João Eduardo e a de Appio “corrobora fortemente a hipótese” de que era o juiz quem estava do outro lado da linha. Os peritos classificaram a compatibilidade das vozes com nível +3, em uma escala que vai de -4 (“o resultado contradiz muito fortemente a hipótese”) a +4 (“o resultado corrobora muito fortemente a hipótese”).

No diálogo, o suposto servidor da Justiça Federal menciona a existência de um valor residual do Imposto de Renda disponível para o desembargador Marcelo Malucelli, pai de João Eduardo:

— Eu só preciso eh… que o senhor passe eh… o telefone ou passe o contato pro doutor Marcelo Malucelli em relação aos extratos aqui do Imposto de Renda referente aos filhos, é uma coisa do passado, é um resíduo do passado, que ele tem um crédito que pode abater no Imposto de Renda, pode computar em favor — diz o homem.

LIGAÇÃO SUSPEITA – João Eduardo suspeita da ligação e recomenda que o suposto servidor ligue diretamente para o seu pai. Ao fim, o homem pergunta ao advogado:

— E o senhor tem certeza que não tem aprontado nada?

Para o corregedor da Justiça Federal na 4ª Região, a suspeita de que Appio tenha se passado por outra pessoa “para intimidar, constranger ou ameaçar” outra pessoa é grave. “Não parece aceitável que um magistrado venha a utilizar-se dessa espécie de artifício. A conduta é contrária à dignidade, à honra e ao decoro das funções da magistratura”, escreveu em seu relatório.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bem, pode-se dizer que ainda há juízes no Paraná. Aliás, é bom relembrar que Eduardo Appio é aquele magistrado  autodeclarado petista que vinha tentando desesperadamente atingir Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, para liquidar o que resta da Lava Jato. Foi ele que ressuscitou o doleiro Tacla Duran e o empresário corrupto Tony Garcia para dar depoimentos, mas agora tudo acabou, pois Duran espertamente já sumiu do mapa e Tony Garcia também está tirando o time de campo. (C.N.)

Aras desiste do listão e quer saber se presos no 08/01 são seguidores de Bolsonaro

Augusto Aras vive seus últimos dias à frente da PGR

Críticas abalam Aras, que teve de reformular seu pedido

Por g1 — Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (24) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que solicite às redes sociais esclarecimentos sobre os vínculos entre 244 denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro e perfis do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas plataformas. O pedido foi apresentado em um dos inquéritos abertos pelo STF para apurar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

No ofício enviado a Moraes, a PGR pede que as plataformas informem se os denunciados: 1) eram ou são seguidores de Bolsonaro; data na qual ex-seguidores deixaram de seguir perfil; se repostaram publicações do ex-presidente a respeito de supostas fraudes no sistema eleitoral e relacionadas à intervenção militar

CERTO TOTAL – A medida é um desdobramento de uma solicitação feita pela PGR na última semana. Na ocasião, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos — indicado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para representar a PGR nos casos relacionados aos ataques — havia pedido a Moraes que as redes sociais identificassem seguidores de Bolsonaro.

O Ministério Público Federal argumentou que a medida não se tratava de investigação dos seguidores, mas de um mapeamento sobre o alcance de postagens do ex-presidente com informações falsas sobre as eleições e as urnas eletrônicas.

Nesta segunda-feira (24), a PGR voltou a defender a medida solicitada junto ao ministro do STF, mas reformulou o pedido.

VOLUME DE DADOS – Segundo Carlos Frederico Santos, é “pertinente considerar o expressivo volume de dados decorrente do número de seguidores em redes sociais” de Jair Bolsonaro.

“A demandar tempo e esforços, o que, neste momento, poderá comprometer a capacidade operacional de levantamento, de forma célere, dos dados solicitados, além do risco de comprometer o fluxo seguro para a transmissão das informações”, escreveu.

“Assim, visando o interesse público e a paz social, considerando, ainda, a imprescindibilidade de garantir a eficiência e celeridade no andamento das investigações e diante do que se mostra mais necessário no atual momento das investigações, o Ministério Público Federal requer que seja desconsiderado o pedido”, acrescentou.

Agora, a Procuradoria-Geral da República defende uma delimitação do alcance da medida. Segundo o ofício, a identificação deverá ser focada em uma lista de réus anexadas ao pedido. A assessoria de imprensa da PGR informou que constam da lista 244 denunciados.

RÉUS NO STF – Após seis meses dos atos golpistas, o STF já tornou réus 1.290 acusados de participação nos atos. Cerca de 250 pessoas ainda continuam presas por conta das ações. O relator dos casos, ministro Alexandre de Moraes, já demonstrou desejo de levar a julgamento — ainda neste segundo semestre — as primeiras ações relacionadas aos atos.

A Corte ainda tem em tramitação ao menos sete inquéritos solicitados pela Procuradoria-Geral da República para investigar autores intelectuais, instigadores, executores e autoridades com foro privilegiado por envolvimento no vandalismo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de uma destas investigações, pela publicação, em uma rede social, de um vídeo em que questionava o sistema eleitoral. Em depoimento no caso, em abril, o ex-presidente afirmou aos investigadores que compartilhou o material sem querer.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGAs críticas foram tão fortes que o serviçal Aras teve de cancelar o pedido da relação de todos os milhões de seguidores de Bolsonaro. Agora, se contenta em saber apenas o óbvio e pergunta ao Supremo se os presos no 08 de janeiro são seguidores de Bolsonaro, como se houvesse alguma dúvida a respeito. (C.N.)

Ser poeta, buscando atingir o núcleo da ideia essencial, na visão de Efigênia Coutinho

Efigênia Coutinho | Oceano de Letras

Efigênia Coutinho, poesia em Petrópolis

Paulo Peres
Poemas & Canções

A artista plástica e poeta Efigênia Coutinho, nascida em Petrópolis (RJ),  criou sua definição de “Ser Poeta”. A seu ver, a poesia será sempre um meio de comunicação de sentimentos na escrita. “Tenho um ritmo pessoal, operando desvios de ângulos, mas sem perder de vista a tradição, procurando atingir o núcleo da ideia essencial, a imagem mais direta possível, abolindo as passagens intermediárias”, revela.

SER POETA
Efigênia Coutinho

A noite sempre cálida me espera,
Tenho em versos a recente emoção
Da inquietude que abraça a quimera,
Enquanto no meu peito pulsa a oração.

A noite ouve o acalanto, esta voz
Que brada a rima solta, e então viajo;
E busco o sopro terno do ninar em nós,
Onde se farta o frêmito voraz, que trajo.

Lá, ao vento espalhado, e envolto,
Meu verso solto, que diz: mortal, eu sou
Na arte que te fecunda e faz devoto…

Porque ser poeta é ser alguém que embelezou
A prosa e o lado vil do caso vário,
E deu-se a Deus que equilibra este rosário.

Bem atrasadinho, Moraes só agora depõe sobre hostilidades em aeroporto de Roma

Gravação mostra tapa de bolsonarista em filho de Alexandre de Moraes, diz PF

Moraes, no aeroporto de Roma, depois das hostilidades

José Marques e Fabio Serapião
Folha

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prestou depoimento à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (24) na investigação a sobre conduta de brasileiros que o hostilizaram no aeroporto internacional de Roma, no último dia 14. Além do ministro, também depuseram à PF sua esposa e os três filhos. Eles foram ouvidos na sede da Superintendência da corporação em São Paulo.

Moraes acionou a PF após a hostilidade contra ele e sua família na Itália. O órgão instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da abordagem e também de uma possível agressão ao filho do ministro.

INVESTIGADOS – A polícia investiga o casal Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão, que estava com Alex Zanata Bignotto, seu genro, e com Giovanni Mantovani, seu filho.

Na ocasião, o ministro do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relatou ter sido chamado de “bandido”, “comunista” e “comprado”, segundo informações colhidas pelos investigadores.

Os defensores dos envolvidos no episódio têm dito que não partiu deles a hostilidade contra o ministro. As afirmações devem ser confrontadas com as imagens das câmeras de segurança, solicitadas pela PF. A defesa da família investigada sob suspeita de hostilidade a Moraes também avalia pedir às autoridades judiciais italianas as imagens do aeroporto de Roma.

ENTREVERO – A família Mantovani admite ter havido o que chama de “entrevero”, mas nega ter hostilizado Moraes e afirma ter apenas reagido a ofensas recebidas. Tórtima disse inicialmente que Mantovani “afastou” o filho do magistrado com o braço, mas, em entrevista ao UOL, declarou não haver clareza se pode ter sido “um empurrão ou um tapa”.

No último dia 18, Mantovani e Andreia foram alvos de ação de busca e apreensão ordenada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber.

Especialistas ouvidos pela Folha consideram que a ação deveria ser conduzida na primeira instância, não no Supremo, porque o empresário suspeito e demais envolvidos não têm foro especial. E a defesa afirma que houve desproporcionalidade no tratamento dado aos suspeitos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Interessante notar que nenhuma reportagem registra que tudo começou porque a família Mantovani (três adultos e uma criança) foi impedida de entrar numa sala VIP por excesso de lotação. Quando iam saindo, chegou a família Moraes (cinco adultos) e teve ingresso na mesma sala VIP. A confusão começou assim, com os protestos da família que foi indevidamente barrada para que os Moraes fossem alojados. Diz a Constituição que todos os brasileiros são iguais. A família Mantovani acreditou nisso e quebrou a cara. Viram extremistas e animais a serem extirpados, na visão do presidente da República. Ah, Brasil… (C.N.)

“Democracia brasileira não é frágil”, alega historiadora, que fará debate em São Paulo

TRIBUNA DA INTERNET | É impressionante como a fé e o conservadorismo ainda  sejam usados por autocratas

Charge do Duke (Dom Total)

Naief Haddad
Folha

Nos últimos cinco anos, livros como “O Povo contra a Democracia”, de Yascha Mounk, e “Como as Democracias Morrem”, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, têm inspirado um número sem fim de debates e artigos. Em parceria com a equipe do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP, a historiadora Heloisa Starling propõe uma discussão sob ângulo oposto: como renasce a democracia?

Assim foi batizado o seminário que acontece na terça (25) e quarta (26) no teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo, com entrada gratuita. Participam da programação nomes como a ministra do Supremo Cármen Lúcia, a secretária de Ciência e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro, Tatiana Roque, o jornalista e professor da USP Eugênio Bucci e o cientista político Miguel Lago.

NÃO HÁ FRAGILIDADE – “Costumamos ver a democracia no Brasil como uma coisa fraca, mas, na hora em que a gente olha para a história, percebe que não é bem assim. Ela tem uma história longa no país. A ideia moderna de democracia começou a ser trabalhada por aqui no século 18, na conjuração do Rio de Janeiro. Essa noção de fragilidade da democracia no Brasil começou a me incomodar”, afirma Starling, professora titular do departamento de história da UFMG.

A reflexão dela se juntou a outras para dar origem ao fio condutor do seminário. “Na França, há uma pilha de livros sobre a história da democracia no país. Nos Estados Unidos, também. Aqui, no Brasil, não temos nenhum”, diz a historiadora, responsável pela curadoria do evento no Sesc Pompeia.

“Como vamos pensar a democracia nesses últimos quatro anos? Como vamos reconstruí-la? No meio desses pensamentos, eu me lembrei de um livro de 1985 editado pelo Caio Graco [fora de catálogo], um livro que fez minha cabeça quando eu estava no movimento estudantil, cujo título era ‘Como Renascem as Democracias’”, conta Starling. “Nós sabemos como o Estado democrático morre, sabemos fazer essa crítica, mas como ele renasce?”

OUTRO CONTEXTO – É evidente, ela chama a atenção ao citar o livro, que o contexto era outro. Em meados dos anos 1980, quando saiu a obra organizada por Alain Rouquié, Bolívar Lamounier e Jorge Schvarzer, o país vivia a transição da ditadura militar para a chamada Nova República. Hoje, enfrenta a ressaca dos anos Bolsonaro, período marcado por sucessivas ameaças golpistas.

Tema em geral circunscrito a análises de cientistas políticos, filósofos e historiadores, a democracia se abre para novos pontos de vista no evento do Sesc. Um exemplo é a mesa inaugural, na terça, com duas autoras indígenas, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba.

“Se vamos discutir como a democracia renasce, é preciso criar um diálogo público, com pessoas de diferentes áreas”, diz Starling. “Por isso, a ideia de debater o conceito de democracia nas comunidades indígenas. A democracia também tem que ser o sonho do outro.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Concordo com a opinião da renomada historiadora mineira Heloísa Starling. Se a democracia brasileira fosse frágil, não estaríamos agora discutindo o assunto. Enquanto o Alto-Comando do Exército for legalista, a democracia brasileira continuará a ser uma das mais robustas da Terra, apesar dessas infantilidades dos atuais ministros do Supremo, que precisam se mancar, como se dizia antigamente, para não serem lembrados no futuro apenas por aspectos negativos de suas “decisões políticas”, conforme temos criticado aqui na Tribuna. (C.N.) 

Candidato da direita venceu na Espanha, mas ainda é incerto se vai governar

Alberto Núñez Feijóo

Feijóo, de direita, venceu, mas não consegue obter maioria

Deu na BBC

A Espanha votou neste domingo (23/7) nas eleições antecipadas que renderam resultados mais apertados do que as pesquisas indicavam. Com mais de 95% dos votos apurados, o conservador Partido Popular (PP) liderado por Alberto Núñez Feijóo, tem vantagem sobre o Partido Socialista (PSOE) do atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez. Apesar de vencer, é muito difícil para Feijóo se tornar presidente. Se não houver acordos, também é possível que sejam convocadas novas eleições dentro de alguns meses.

A partir desta segunda-feira começaram as negociações para os pactos de posse e talvez Sánchez possa continuar como presidente de governo (premiê) com o apoio da coalizão esquerdista Sumar e de forças menores que são independentes.

FAZENDO CÁLCULOS – Depois da intensa recontagem de votos, que deixa um resultado mais apertado do que o esperado, começam os cálculos para ver quem poderá formar um governo. As urnas previam uma vitória contundente do PP, mas sem maioria absoluta, o que o obrigou a recorrer ao partido Vox em busca de apoio para governar.

Mas o PP e o Vox não alcançam maioria suficiente para formar uma coalizão. Então, os socialistas terão a oportunidade de formar outro governo porque têm mais opções para criar alianças com outros partidos.

“Sete anos depois voltamos a ganhar as eleições”, disse Feijoó, líder do conservador PP, que passou de 89 para 136 cadeiras, algo que, no entanto, pode não servir para liderar a Espanha.

DUAS VERSÕES  – “Os espanhóis deram confiança ao PP e nos disseram para conversar, e como líder do partido mais votado, devo liderar o diálogo e tentar governar com vitória eleitoral”, disse o político conservador, que defende que o partido que vence as eleições deve liderar o governo.

Sánchez, apesar do segundo lugar, comemorou que melhorou os resultados de quatro anos atrás e que o bloco de direita não alcançou a maioria necessária para governar.

“Temos mais votos e mais assentos do que há quatro anos”, disse Sánchez a seus partidários. Mas o partido mais votado pode não conseguir governar.

FALTA DE APOIO – “Há uma série de forças políticas teimosas para entender que este país mudou e saiu do bipartidarismo que viveu por cerca de 30 anos e agora tem que se adaptar a um parlamento mais variado, com partidos terceiros e forças periféricas. E Núñez Feijóo não consegue chegar a acordos neste novo contexto”, disse o escritor e analista político Daniel Bernabé à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Feijoó exigiu que o PSOE não “bloqueie” o governo da Espanha, ou seja, exigiu a abstenção dos socialistas nas investidas sobre um novo governo, algo que não parece provável.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, antecipou as eleições após os resultados das regionais de maio.

ELEIÇÃO INCOMUM – Apesar do caráter inusitado da convocação em meados de julho, a participação superou os 70%, patamar ligeiramente superior ao das eleições gerais de novembro de 2019.

A Espanha nunca havia realizado eleições no auge do verão. Em partes do sul as temperaturas chegaram perto dos 40ºC. Muitos cidadãos votaram antes para evitar o calor escaldante. Muitos outros eram a favor do voto pelo correio. Nos locais de voto, ventiladores elétricos foram ligados para manter as pessoas frescas.

“Fazer a votação nesta época do ano é terrível… deveria ser proibido”, disse Maria Suner, de 80 anos, à AFP em um posto de votação em Madri.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O resultado foi bom para a Espanha. Continuará a ser governada pela centro-esquerda ou passará à centro-direita. Ou seja, um governo sem radicalização nem desesperos ideológicos. Democracia é isso aí. (C.N.)

Como Lula continua a falar demais, é bom que não faça novos discursos de improviso

Lula e o presidente de Cabo Verde

Agradecer aos 350 anos de escravidão foi um pouco demais…

Merval Pereira
O Globo

A frase de agradecimento à Africa por tudo o que foi produzido em 350 anos de escravidão, dita por Lula em Cabo Verde, deveria estar escrita no discurso dele, e merece críticas ao redator. Mas se foi improviso do presidente, é incontrolável. Ele tem a mania de falar coisas que passam por sua cabeça e muitas vezes comete gafes.

Tudo bem melhorar a equipe de redatores, mas é preciso convencê-lo de que não pode improvisar, pelo menos em algumas solenidades mais formais – ou gafes vão continuar acontecendo uma atrás da oura, porque ele é muito falante.

Mas é interessante saber que a equipe de redatores do presidente deverá ser reforçada por alguém da equipe da primeira-dama. Não conheço nada que justifique uma melhoria na equipe de discursos devido à atuação de Janja da Silva. Não sei avaliar se a equipe dela é melhor do que a dele, mas parece uma falta de critério total, se for verdade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nosso amigo Merval Pereira levantou uma lebre muito importante. A influência da primeira-dama Janja da Silva no governo é cada vez maior. Ela montou acampamento no terceiro andar do Planalto, ao lado do gabinete do marido, e se dedica a se intrometer em tudo, como se tivesse mandato para tal. Chega a ponto de esculhambar funcionários da Presidência que não atendem imediatamente às suas ordens. Janja parece se julgar mais importante do que o presidente da República, esquecida de que Lula foi eleito diretamente pelo povo e ela chegou ao Planalto por outras circunstâncias. Portanto, deveria se mancar e deixar o marido trabalhar sossegado. (C.N.)

Presidente do PL se equilibra entre punição a ‘lulistas’ e veto a bolsonaristas para 2024

Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Costa Neto tem de se virar para segurar a onda no PL.

Bernardo Mello e Luísa Marzullo
O Globo

Equilibrando-se entre o discurso de oposição liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e um grupo de correligionários cada vez mais disposto a se aproximar do governo Lula, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tem mediado conflitos internos do partido, enquanto articula candidaturas para as eleições municipais do ano que vem.

Em acenos à base bolsonarista, ele anunciou na quinta-feira que expulsará da sigla o deputado federal Yury do Paredão (PL-CE), fotografado fazendo um gesto de apoio ao atual titular do Palácio do Planalto, e aplicou sanções a parlamentares alinhados ao petista. Os movimentos ocorreram dias após o PL desautorizar parlamentares próximos a Bolsonaro que buscam concorrer a prefeituras de capitais.

SUSPENSÃO – Em ofício ao qual O Globo teve acesso, o PL comunicou a suspensão de oito deputados de Norte e Nordeste de comissões na Câmara, por três meses, como punição por terem descumprido orientação partidária para votar contra a medida provisória (MP) que reorganizou ministérios.

Dois deles, Junior Mano e Matheus Noronha, são do Ceará. É o mesmo estado de Yury do Paredão, que além de votar a favor da MP, posou com ministros de Lula fazendo o sinal de “L”, mote da campanha do petista no ano passado. Completam a lista quatro deputados do Maranhão, Detinha, Josimar Maranhãozinho, Junior Lourenço e Pastor Gil, além de João Carlos Bacelar (BA) e Vinicius Gurgel (AP).

As reprimendas, contudo, têm impacto limitado. Maranhãozinho não integra nenhuma comissão. Já seus colegas faltaram, em junho, a pelo menos um terço das reuniões dos colegiados.

YURI ESCOLHE PARTIDO – A expulsão de Yury, por sua vez, abre caminho para que ele se filie a outro partido sem risco de perda de mandato. Interlocutores do PT avaliam que o deputado busca apoio do governo Lula para disputar em 2024 a prefeitura de Juazeiro do Norte, principal município da região do Cariri, reduto eleitoral do ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT).

Valdemar divulgou em suas redes sociais, nesta quinta-feira, um encontro com Yury, em tom amistoso, e disse ter comunicado o parlamentar de sua expulsão “por não comungar dos ideais” do partido.

Interlocutores da cúpula do PL avaliam que Valdemar reforça seu alinhamento a Bolsonaro ao consultar o ex-presidente sobre as principais ações da sigla, mas também busca demarcar seu estilo.

HAVERÁ SANÇÕES – Braço-direito de Valdemar, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirma que haverá sanções sempre que a orientação do partido não for respeitada, mas que não há intransigência:

— Internamente já foi discutido que em votações normais aceitamos, dentro de um limite, que alguns deputados apoiem o governo por terem outra realidade.

A movimentação do presidente do PL se intensificou após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixar Bolsonaro inelegível. O partido trabalha para ter o ex-presidente como cabo eleitoral e, ao mesmo tempo, busca opções competitivas nas urnas.

LIBEROU GERAL – Após a votação da Reforma Tributária, por exemplo, que sofreu oposição de Bolsonaro, Valdemar divulgou nota frisando que cada parlamentar “precisa votar no que for melhor” para seu reduto eleitoral, inclusive buscando emendas e obras do governo.

A posição do PL de liberar os deputados e exigir respeito a posições divergentes, ensejou um pedido de abertura de processo disciplinar contra um aliado de Bolsonaro, o coronel Alfredo Menezes, que chamou de “judas” o deputado federal Alberto Neto (PL-AM) por divergir de seu voto.

Menezes, que já recebeu sinalizações de apoio de Bolsonaro para concorrer à prefeitura de Manaus em 2024, trava uma queda de braço com Alfredo Nascimento (PL), ex-ministro do governo Dilma Rousseff.

ABRIU PROCESSO – Aliado de longa data de Valdemar, Nascimento ensaia lançar Neto na capital do Amazonas. Em ofício assinado por Valdemar na semana passada, o PL orientou o diretório de Manaus, presidido por Neto, a “imediata instauração” de processo contra Menezes para apurar “excessos que atinjam a honra de outro filiado”.

Valdemar também divergiu do bolsonarismo na construção de candidaturas em outras capitais. Em João Pessoa, privilegiou a articulação de outro aliado, o deputado Wellington Roberto (PL-PB), que deseja lançar o ex-ministro Marcelo Queiroga à prefeitura.

Já a base bolsonarista, encabeçada pelo também deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), se rebelou e tenta convencer Bolsonaro de que há nomes mais competitivos. Com aval de Valdemar, a mulher do ex-ministro, Simone Queiroga, assumiu no último sábado a divisão feminina do PL na Paraíba, acirrando o racha local. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que compareceu ao evento como líder nacional do PL Mulher, marcou uma agenda à parte com o grupo de Cabo Gilberto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Há problemas graves em muitos outros Estados, porque o PL na verdade não é um partido político. Trata-se apenas de um ajuntamento de candidatos, que apoiavam Bolsonaro na eleição passada, visando a se beneficiar com a transferência de votos em 2022, o que realmente aconteceu. Essa acomodação já era esperada, depois de Bolsonaro perder o segundo turno. Nada de novo no front ocidental. (C.N.)

Suspeito de agredir Moraes também quer requisitar imagens do aeroporto de Roma

Suspeitos de hostilizarem Alexandre de Moraes entregam vídeo da confusão -  O Liberal

Advogado explica que a defesa precisa ter acesso às provas

Deu no Correio Braziliense

 O advogado da família investigada por hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia também pedir à Justiça da Itália o acesso às imagens do aeroporto de Roma para checagem do que ocorreu na confusão.

Segundo a defesa, representada pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, o material precisa estar em mãos das duas partes no processo. “É justo que ambas as partes recebam o material, em igual tempo, podendo analisá-lo na sua plenitude”, diz Tórtima, por meio de nota.

SEM RECEBER – A própria Polícia Federal (PF) brasileira ainda não recebeu os vídeos do sistema de câmeras do aeroporto italiano para avaliar a conduta de todos os envolvidos no caso. O conteúdo só pode ser encaminhado ao Brasil após liberação da Justiça Italiana.

A Polícia Federal tem em mãos apenas o vídeo gravado do celular de um dos suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma, Itália.

Fontes da corporação afirmaram ao Correio que o material apresentado pela defesa do empresário Alex Zanatta passou por edição, como corte ou interrupção, e que, por isso, os investigadores solicitaram a íntegra da gravação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É uma chatice. Enquanto as autoridades italianas não enviarem as gravações das câmeras do aeroporto, vai continuar esse ramerrame, que não leva a nada. O pior é que, se realmente tiverem sido praticados crimes, são tão insignificantes que nem vale a pena gastar recursos públicos na tramitação judicial. Mesmo se for culpado e condenado, Roberto Mantovani Filho não passará um só dia na prisão. O empresário está gastando dinheiro com advogado, mas fica barato em relação à fama que está desfrutando e que pode levá-lo a ser prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, como o homem que enfrentou o Xandão. (C.N.)

Ao governo, cabe atenuar a atitude belicosa; ao Supremo, encerrar os inquéritos sem fim

charge laerte p – Bem Blogado

Charge do Laerte (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

O país vive uma espécie de estresse pós-traumático, comum em pessoas (e instituições) e caracterizado pela dificuldade de voltar ao normal depois de passar por uma situação extremamente dolorosa. O que nos aconteceu durante o governo Bolsonaro, culminando com a tentativa de golpe de 8 de janeiro, continua guiando nosso sistema político-partidário sem dar descanso, fazendo com que vivamos em constante disputa ideológica que exaure a sociedade.

A agressão sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua família no aeroporto de Roma é exemplar desse estado de espírito coletivo. Não é possível convivermos eternamente com esses sobressaltos que impedem que o país se desenvolva socialmente.

ALVO PREFERENCIAL – O ministro Alexandre de Moraes tem se destacado nos últimos anos como o ponta de lança do sistema judiciário no combate às fake news e aos ataques à democracia, e nesse papel, fundamental para barrar os ímpetos golpistas do bolsonarismo, virou alvo preferencial de agressores de todo o tipo. Não é aceitável o que aconteceu em Roma, e merece punição severa o que descreveu em sua denúncia.

Mas talvez seja esse o momento para darmos uma virada de chave, e voltar ao modo normalidade. Já superamos momentos críticos na vida nacional recente, quando o impeachment da então presidente Dilma e a prisão do hoje presidente Lula levaram a que petistas radicalizassem a luta política, atacando os que consideravam inimigos em qualquer lugar em que estivessem.

A SOCIEDADE REAGE – O STF e seus ministros sempre foram o alvo preferencial desses ataques, como quando o prédio onde a ministra Carmem Lúcia tem um apartamento em Belo Horizonte foi atacado por membros do MST depois que um habeas corpus para Lula fora negado pelo plenário do Supremo. Os ministros do Supremo, muito antes do bolsonarismo surgir como força política, não podiam andar de avião de carreira em seus deslocamentos, tendo que usar aviões da FAB.

Esse estado de coisas levou a que uma parte ponderável da sociedade visse em Bolsonaro a solução para combater o petismo, já que o PSDB, que durante esses anos todos da redemocratização representou a saída do centro democrático, se perdeu pelo caminho.

As redes sociais fizeram o serviço completo, ajudando a radicalizar as posições e separando a sociedade em tribos que não se falam entre si, mas somente com seus iguais.

ATUAÇÃO GOLPISTA – A violência retórica e a explícita arquitetura de um autogolpe já falado até mesmo na campanha eleitoral fizeram com que o Supremo tivesse atuação fundamental na contenção de ações autocráticas do governo anterior. De fato, em última instância, salvaram o país de aventuras golpistas. Mas não estaria na hora de baixarmos as armas, as políticas e as reais, para que o país tenha condições de se levantar?

Lula foi eleito sob a égide da união nacional e de um governo de centro democrático. Não corresponde ao anseio de boa parcela dos que nele votaram a permanente polarização, na retórica e, sobretudo, nas ações.

A Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito não pode ser usada de maneira ampliada para impedir movimentos pacíficos de oposição ao governo, e nem as ações da Procuradoria-Geral da República (PGR) podem ser absurdas como a que pede a identificação de seguidores de Bolsonaro nas redes sociais, simplesmente uma tentativa de coação.

JUSTIFICATIVA TOLA – Segundo a PGR, a ideia não é investigar os seguidores, mas mapear o alcance de postagens de Bolsonaro com informações falsas sobre as eleições e as urnas eletrônicas. Ora, há diversas empresas e instituições que fazem essa medição, sem necessidade de invadir a privacidade do cidadão.

A contenção das armas nas mãos dos cidadãos é uma medida necessária, justamente para esse desarmamento também dos espíritos.

Cabe ao governo, que se pretende o catalisador do pensamento majoritário do país a favor da democracia, atenuar a atitude belicosa de alguns de seus ministros, sobretudo o da Justiça Flávio Dino, e ao STF, resguardo dos cidadãos, encerrar os inquéritos que estão ativos há anos, punir os responsáveis, e voltar a uma autocontenção que será benéfica à sociedade.

Temer percebe que pagou mico e apaga a postagem com referência ao filme da Barbie

Perfil em rede social do ex-presidenteTemer adere a terno rosa e brinca com filme da Barbie

Michel Temer só faltou colocar uma melancia na cabeça

Deu em O Globo

Após 2,9 milhões de visualizações, a publicação do ex-presidente Michel Temer (MDB) a lá “Barbie” foi apagada das redes sociais, neste domingo. A postagem ficou no ar, no Twitter e no Instagram, por menos de 24 horas.

Na montagem, o emedebista aparecia de paletó rosa e era chamado de “Ken Temer”, em uma comparação com o boneco interpretado por Ryan Gosling no filme lançado esta semana e protagonizado pela atriz Margot Robbie.

“BARBIE-ME-EI” – A postagem também lançava mão da expressão “Barbie-me-ei”. Durante seu governo, entre 2016 e 2018, Temer ficou conhecido pelos discursos com uso da mesóclise.

A publicação movimentou as redes sociais na noite deste sábado. Além dos comentários descontraídos, o conteúdo foi alvo de críticas e piadas. Parte dos internautas ironizou a montagem como “Barbie golpista”.

Barbie bateu recorde de arrecadação no Brasil, como mostrou o colunista Lauro Jardim. Somente nesta quinta-feira, a comédia arrecadou cerca de R$ 22,9 milhões e foi assistida por 1,18 milhão de pessoas, segundo dados inéditos da Comscore. O longa teve a segunda maior estreia dos cinemas brasileiros da série histórica, desde 2002.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É constrangedor ver um ex-presidente da República fazer papel gaiato na internet, em busca de mais 15 minutos de fama. No Brasil os homens públicos querem aparecer a todo custo, não importa se a situação é positiva ou negativa. Esse lance do Temer foi deprimente, ele mostra que não tem o menor senso do ridículo. Seu filho Michelzinho deve estar envergonhado. (C.N.)  

Ex-bombeiro é preso em nova operação que investiga morte de Marielle Franco

 

Ex-bombeiro envolvido no caso Marielle tem pena aumentada | Enfoco - O seu  site de notícias

Ex-bombeiro é miliciano e cumpria pena em regime aberto

Camila Zarur e Fabio Serapião
Folha

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa foi preso, nesta segunda-feira (24), em uma nova operação da Polícia Federal do Ministério Público do Rio de Janeiro que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na capital e na região metropolitana.

Conhecido como Suel, o ex-bombeiro já havia sido preso sob suspeita de envolvimento no crime e obstrução das investigações. Ele cumpria a pena em regime aberto. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Maxwell na manhã desta segunda.

DUPLO HOMICÍDIO – Marielle e Anderson foram assassinados a tiros no dia 14 de março de 2018. Eles voltavam de um evento na Lapa, e seu carro foi alvejado enquanto passavam pelo Estácio, também na região central do Rio.

Um ano após a morte, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos. O primeiro, acusado de ter sido o autor doS disparos, e o segundo, de ter dirigido o carro usado no crime.

Maxwell, por sua vez, também é suspeito de ter emprestado o carro utilizado para guardar o arsenal de Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.A primeira prisão do ex-bombeiro foi em junho de 2020. Recentemente, em março deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena de Maxwell pela condenação por obstrução das investigações sobre o assassinato. A sentença aumentou de quatro para seis anos e nove meses, que ele cumpria em regime aberto.

DEUSA DA ESPERANÇA – A operação desta segunda-feira recebeu o nome de Élpis, que na mitologia grega representa a deusa da esperança.

A prisão de hoje acontece na primeira fase da operação, que investiga ainda sobre o crime em si.

Cinco anos após o assassinato de Marielle, ainda não foi esclarecido quem foram os mandantes do crime e quais as motivação para matar a vereadora.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGAqui no Rio, ex-bombeiro é sinônimo de miliciano. As mortes de Marielle e Anderson foram cometidos por milicianos de luxo, que moravam no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro. Cinco anos depois, é impressionante que a Polícia ainda não tenha chegado aos mandantes. (C.N)

Sérgio Cabral promoveu almoço no Vasco para comemorar sua volta ao carnaval

Carnaval 2024: Escolas de samba do Rio valorizam a cultura brasileira

Cabral e amigos, vestindo a camisa da escola de samba

Paulo Peres

Para quem acha que já viu tudo em matéria de política, é bom conferir essa pequena reportagem publicada no Twitter News Almirante, relatando que o ex-governador Sérgio Cabral reuniu amigos e admiradores para uma feijoada na sede do Vasco no Calabouço, para comemorar a escolha de seu nome como enredo da Escola de Samba União Cruzmaltina.

Além de aturar o desempenho do Vasco da Gama neste Brasileirão, os torcedores ainda têm de suportar a volta de Sérgio Cabral ao clube carioca, depois de condenado a 245 anos e 20 dias de cadeia. É demais.

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CABRAL FESTEJA COM AMIGOS E ADMIRADORES
News Almirante

O ex-governador Sérgio Cabral continua transitando com desenvoltura no Rio de Janeiro, cumprindo intensa agenda social. Neste domingo, os convidados especiais o aguardam, na sede do Vasco Calabouço, no centro da Cidade, à beira de uma paisagem paradisíaca.

Ao fundo, a baía de Guanabara, o Pão de Açúcar, a Marina da Glória e a Igreja do Outeiro da Glória, abençoando o domingo iluminado.

De acordo com fontes do SRzd que já estão no local, o almoço bem carioca será servido para 200 pessoas. Sérgio Cabral chegou às 14h30 da tarde, com semblante leve e despreocupado. O que se comenta no local é que o feijão amigo teria sido financiado pelo próprio ex-governador.

ENREDO DA ESCOLA – A sua única orientação teria sido não distribuir convites abertamente, antes deste domingo (23), para não atrair a visita de indesejáveis.

Eufórico com a escolha do seu nome como enredo da Escola de Samba da Avenida Intendente Magalhães, Cabral se sentiu na necessidade de agradecer aos amigos unindo o que mais ama: futebol, Vasco, Carnaval, feijoada e política.

Alegria dos convivas é pela boca livre e poder curtir a festança regada a cerveja e muita caipirinha. Só entrou quem recebeu o convite pelo celular.

Centrão é um pêndulo fisiológico entre o poder de ontem e o poder de hoje

Charge do Gilmar Fraga (https://gauchazh.clicrbs.com.br)

Pedro do Coutto

Numa entrevista a Sérgio Roxo, O Globo deste domingo, o ministro Flávio Dino afirma que é importante o apoio do Centrão ao governo Lula da Silva na medida em que funciona para ampliar a base parlamentar do Planalto principalmente em seu projeto de reformas estruturais que sustentam o programa de recuperação da economia e desenvolvimento social.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, a meu ver, não deixa de ter razão, sobretudo porque, no fundo, o Centrão não pode ser considerado um bloco parlamentar conservador, pois na verdade representa uma corrente voltada para a ação fisiológica cujo conteúdo nem sempre diverge da ideia política do atual governo.

MAIOR ESPAÇO – O Centrão busca sempre maior espaço e presença nas decisões administrativas que resultem em votos e também na defesa dos interesses econômicos de várias colorações decorrentes dos impulsos da máquina pública. Até hoje, na verdade, como se constata facilmente,  o presidente Lula não perdeu nenhuma votação no Congresso Nacional.

Todos os seus projetos foram aprovados, inclusive os de reforma constitucional que exige um quórum especial de maioria de três quintos, tanto na Câmara quanto no Senado Federal. O último exemplo está na reforma tributária, com o apoio de Arthur Lira, presidente da Casa, que alcançou 380 no total de 513 votos. O governo assim navega em águas mansas do quadro político e, portanto, não tem razões para se preocupar.

Há uma lógica no posicionamento do Centrão que lembra o antigo PSD de Ernane do Amaral Peixoto e Benedito Valadares. Uma vocação irresistível para o poder, mas cujo apoio no Poder Legislativo assegurava equilíbrio no panorama nacional. O PSD era um partido de sólida base rural e um fator de equilíbrio com o avanço no PTB nas áreas urbanas do país, reflexo da industrialização desencadeada em larga escala pelo governo Juscelino Kubitschek que modernizou o Brasil, alterando seu perfil econômico.

MAIORIA – Para governar, princípio sempre defendido por Amaral Peixoto, é preciso alcançar-se maioria parlamentar. Ela faltou a Getúlio Vargas na crise de 1954 e o resultado foi a tragédia de 24 de agosto. Mas ela não faltou ao homologar de bate pronto na renúncia de Jânio Quadros. Renúncia é um ato de vontade pessoal, não pode estar sujeita à apreciação partidária. Mas isso pertence ao passado.

No momento, a realidade política é diferente da realidade dos tempos em que a política era debatida em outros níveis. Hoje, como deixa claro Flávio Dino, a política é de resultados nas superfícies e não em sua maior profundidade. Há conservadores, como é o caso de Arthur Lira, mas o conservadorismo que tem sua base em redutos eleitorais, não impede que seus representantes votem a favor de matérias reformistas. O Centrão, portanto, desempenha um papel essencial no panorama político, inclusive porque  com a sua oscilação pendular, ele termina conduzindo o conservadorismo para áreas restritas ocupadas pelos extremistas.

Exemplo máximo de tal situação, encontra-se no 8 de janeiro de 2023. Uma investida subversiva para desfechar um golpe contra o governo Lula e a democracia brasileira. Tal colocação diretamente funciona para permitir que integrantes de correntes moderadas da oposição terminem se aliando à situação. O argumento ajusta-se ao pleno equilíbrio institucional, sobretudo porque com uma ditadura o Centrão perderia a sua razão de existir.

8 DE JANEIRO –  Gabriel Saboia e Eduardo Gonçalves, O Globo deste domingo, publicam reportagem importante destacando que pelo menos oito órgãos do governo foram alertados às vésperas do drama do 8 de janeiro através de informação da Agência Brasileira de Inteligência que havia recebido bases concretas sobre o que se encontrava em curso. A revelação deixa muito mal os titulares de setores do sistema de Segurança, levantando a hipótese de omissão e conivência.

De fato, penso, não é possível que um movimento que se baseou no transporte de milhares de pessoas para Brasília, a convergência de ônibus à capital do país, e na violência transmitida aos passageiros das rebeldias e das inconsequências pudessem ter sido ignorados de sua origem até a concretização do vandalismo.

A reportagem, sem dúvida, ilumina as sombras que poderiam estar ocultando as lideranças do imundo episódio voltado para a destruição através da violência física, buscando criar um falso clima que pudesse ser capaz de fazer o governo desmoronar. O desmoronamento, ao contrário, atingiu os seus idealizadores e executores.