General G. Dias, amigo e ministro de Lula, fica no centro dos erros cometidos no 8 de janeiro

CPMI do 8 de Janeiro aprova convocação de G. Dias, ex-GSI de Lula

G. Dias, o amigo de Lula, comportou-se irresponsavelmente

Marcella Mattos
Veja

Durante a transição do governo Lula, o general Marco Edson Gonçalves Dias costumava repetir que era apenas um “pitaqueiro” nas decisões do presidente em temas relativos à área militar. Na prática, porém, os pitacos do general eram seguidos à risca. Ex-chefe da segurança presidencial do petista nos mandatos anteriores, G. Dias, como é conhecido, foi fiador de importantes decisões no novo governo, como as escolhas de José Múcio para o Ministério da Defesa e do general Júlio César de Arruda para o Comando do Exército.

Em dezembro, ele foi indicado para assumir o Gabinete de Segurança Institucional (GS I), responsável pela segurança do presidente. No entorno de Lula, era comum ser ressaltada a confiança do petista no seu braço-direito.

INVASÃO DO PLANALTO – Após os atentados do 8 de janeiro, no entanto, a relação de Lula com G. Dias teve de mudar de status. O presidente evitava fazer críticas públicas ao companheiro, mas atacava a atuação dos militares do GSI, que, em baixa quantidade, não agiram para impedir a invasão do Planalto.

Desde então, surgiram uma sequência de erros e omissões que colocaram o general – direta ou indiretamente – no centro das falhas. A primeira delas, revelada por VEJA, mostra a íntegra das mensagens enviadas pelo GSI que liberaram os militares na véspera das manifestações.

No dia, cerca de uma hora antes, o gabinete recuou da decisão, mas pediu apenas um pelotão, composto de 30 homens, para atuar na proteção do Palácio do Planalto. O contingente, claro, acabou engolido pelos vândalos.

ERRO APONTADO – O Exército foi o primeiro a questionar a atuação de G. Dias. Um inquérito policial militar concluiu que não houve planejamento adequado para o 8 de janeiro e apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, vinculada ao GSI. O material foi revelado pela Folha de S. Paulo e confirmado por Veja.

A sustentação dessa tese ganhou força na última semana. Em depoimento à CPMI do 8 de janeiro, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, disse que encaminhou diretamente a G. Dias os alertas que antecipavam o risco de as manifestações daquele domingo descambarem para atos de violência.

 O então ministro, além de não ter solicitado um reforço na segurança, determinou ao diretor que excluísse o nome dele de um relatório que indicava as autoridades que haviam recebido os alertas. Ao fazer o pedido, que foi acatado, G. Dias argumentou que não era o destinatário final daquelas mensagens.

SABIA DE TUDO – Além disso, Saulo contou que tratou com G. Dias sobre o 8 de janeiro ainda na manhã daquele domingo, avisando que mais de 100 ônibus com manifestantes haviam chegado à capital. “Acho que vamos ter problemas”, respondeu o então ministro do GSI.

Apesar do alerta, chamou atenção o fato de o Plano Escudo não ter sido acionado antes das manifestações. O plano é desenvolvido pelos militares e serve como um protocolo de segurança em situações de risco. Cabe ao gabinete de segurança colocá-lo em prática – o que também não aconteceu.

“Eu percebo uma coisa muito clara: botaram o general Gonçalves Dias como boi de piranha, já o entregaram às piranhas, não é? Aqui não se ouve nenhuma palavra em defesa dele, ele já está plenamente identificado como alguém que se omitiu, tem responsabilidade por omissão pelo que aconteceu”, disse o deputado Aluísio Mendes (Republicanos-MA), durante a sessão da CPMI na última terça-feira, (1º).

NINGUÉM DEFENDE – Em maior tamanho na comissão de inquérito, nem a base governista saiu em defesa do ex-ministro. “Está claro de onde partiu a omissão, na minha opinião, e quero aqui dizer o general G. Dias já foi exonerado. É importante só lembrar que ele foi exonerado pelo presidente Lula”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ).

O general foi demitido em abril, após a CNN divulgar imagens internas do Planalto que mostravam G. Dias no local durante a invasão.

Em depoimento à Polícia Federal, G. Dias afirmou que não teve conhecimento de ações radicais que ocorreriam naquele 8 de janeiro e que não recebeu qualquer relatório de inteligência sobre os atos. O famoso braço-direito de Lula, de fato, saiu do governo menor do que entrou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Parodiando o senador Romário, podemos dizer que o general Gonçalves Dias é um poeta quando está calado. Quando tem de falar, é um mentiroso vulgar, um chefe militar irresponsável que transformou o governo de seu amigo Lula em suspeito de se omitir para que acontecesse o vandalismo e Bolsonaro fosse acusado. É este o principal resultado da omissão do trêfego general. Aliás, esse G. Dias é do tipo “general da banda”, imortalizado pelo cantor Blecaute. (C.N.)

12 thoughts on “General G. Dias, amigo e ministro de Lula, fica no centro dos erros cometidos no 8 de janeiro

  1. Sr. Newton

    Encontrei um erro do Jornazismo Bandidolátra que temos hoje em dia.

    Deve ter sido uma gande falha do “estagiario” que certamente será castigado pela Orcrim Jornazista ao escrever “ladrões” ao invés de “vitimas da sociedade.”…

    Roubos e furtos em SP: veja os carros preferidos dos ladrões no 1º semestre…

    https://www.uol.com.br/carros/listas/roubos-e-furtos-de-carros-em-sp-tem-alta-em-sp-confira-os-mais-visados.htm?cmpid=copiaecola

  2. “Tadinho” do BROXAnaro: mais um “complô” para acusá-lo do que ele realmente é – um criminoso covarde e boçal acobertado há décadas por uma elite carioca identificada com o milicianismo.

    “Tadinho” do BROXAnaro: mais um “complô” para acusá-lo do que ele realmente é – um integrante do Escritório do Crime que “deu certo”, um golpista que “deu errado.

  3. Caro Carlos Newton, cabe a pergunta: Se essa trama idealizada por ‘governadébeismentais” foi toda filmada expondo seus autores, resta saber quem teve essa “idéia” do registrado flagrante eà quem interessa o final dessa história e a repetida sequencia de desmoralização das “forças armadas”, via esses componentes de um lado e de outro e mesmo do agora surrado GDias, deixado à Bangú, parecendo Lula saindo de fininho naquela gravação com Zé Dirceu.
    Resta deslindar o que vem pela frente e que rebate: Lula é confiável e tem amigos?

  4. Fico imaginando se o “presidente miliciano” visitasse o Complexo do Alemão e saísse aclamado, ocorrendo o mesmo com seu ministro da “justiça” no Complexo da Maré … Seria um prato a ser servido diuturnamente pelos filhos de rapariga, oriundos do quinteto leftpata.

    Há quem prudentemente evita visitar a sede do PCC no Guarujá. Pegaria muito mal.

    Depois da soltura de tanto traficante, vem aí uma lei definindo a quantidade. Mas não me surpreenderei se algum traficante for solto porque a CF, em seu art. 5º, determina “XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

  5. A narrativa, quer culpar GDias pela invasão dos prédios da Praça do Três Poderes, só não o culpam dos atentados dos dias 12 e 24 de dezembro e os acampamentos nas portas dos quarteis porque o presidente era o Bolsonaro.

    Todos os avisos de que havia riscos, foram em cima do hora, um dia antes ou no mesmo dia.
    Flávio Dino ao receber o aviso, enviou ofícios ao governador do DF, para tomar providências, haja vista que a PM de Brasília é uma das melhores do Brasil e, só ela, poderia conter aquela multidão enfurecida de chegar o prédios.
    Dia 2 de janeiro. Anderson Torres, foi nomeado Secretário de Segurança Pública do DF. Dia 6 de janeiro, esteve na Secretaria. Fica a pergunta: que ordem deixou ao seus comandados, antes de viajar para os EUA, para gozar as férias?

    Até o dia 8 de janeiro todos os órgãos de segurança estavam nas mãos dos bolsonaristas. GDias com 7 dias no cargo, era um estranho no ninho e foi facilmente usado para levar a culpa das invasões.

    A CPMI do dia 8 de janeiro, foi o nome dado pela oposição para limitarem a tentativa do golpe, apenas na invasão do dia 8 de janeiro, como se a armação para tentativa de golpe não viesse antes de Bolsonaro perder às eleições.
    O correto seria: CPMI da tentativa do golpe, isto porque invasão do dia 8 de janeiro foi muito bem articulado com antecedência, era parte do projeto bolsonarista para dar o golpe.
    Dia 8, foi a derradeira tentativa de dar o golpe.
    Até o mês de março, Lula estava demitindo bolsonaristas do GSI e ABIN.

    • Delirantes e cultuadores de criminosos (milicomilicianos, no presente caso) sempre tentarão constranger / intimidar quem se opõe aos seus delírios ou transtornos de personalidade / identidade, como mui bem relatados por Freud e Jung.

      Forte, fraterno e solidário abraço, Nélio Jacob.

  6. É nítido que o governo atual faz uma gestão razoavelmente boa quando o grosso das noticias aqui veiculadas tratam de uma suposta culpa do PT por um golpe contra seu próprio governo (????) ou de uma suposta perseguição do STF contra “senhorinhas” entediadas extravasando seu ócio.

    O bolsonarismo me fez esquecer como era bom ter um governo minimamente viável que não gasta seu tempo com palhaçadas pro seu cercadinho ou com cornociatas e jetskiatas.

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