Roberta Ribeiro
Gazeta do Povo
Senadores e deputados da oposição ao governo criticaram a participação da mulher de um traficante do Comando Vermelho no Amazonas em duas reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública neste ano. Entre as manifestações, eles mencionaram que vão apresentar ao Ministério Público Federal (MPF) uma denúncia contra o chefe da pasta, Flávio Dino (PSB), além de prometer uma nova convocação dele à Câmara dos Deputados e mais um pedido de impeachment.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou a atuação do governo Lula (PT) no X, antigo Twitter. “A pauta identitária que caracteriza governo atual, fracasso no enfrentamento à violência, aumento da insegurança, territórios inacessíveis ao estado, invasão de propriedades, tratar criminosos como vítimas da sociedade. Padrão PT”.
DIZ SÉRGIO MORO – O senador Sergio Moro (União-PR), que foi ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), também se manifestou em suas redes sociais, dizendo que é “muito estranho que pessoas ligadas a organizações criminosas se sintam tão confortáveis em visitar o atual Ministério da Justiça e Segurança Pública”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, afirmou que abrirá representação no Ministério Público Federal contra Dino.
“Você não leu errado. Mulher de líder do Comando Vermelho, conhecida como ‘dama do tráfico amazonense’, foi recebida no ministério de Flávio Dino. Será que foi ela quem intermediou a ida da Flávio Dino ao Complexo da Maré, dominado pelo Comando Vermelho, sem aparato policial? E depois as pessoas se perguntam o porquê do Brasil estar assim. O País foi sequestrado por uma facção. Vou representar no MPF contra Flávio Dino para que investigue possível associação ao Comando Vermelho”, disse o senador.
PRESTAR ESCLARECIMENTOS – O delegado de polícia e deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) disse que quer convocar Dino para prestar esclarecimentos sobre o “recebimento de integrante da Organização Criminosa Comando Vermelho (CV) nas dependências do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por duas vezes, no ano de 2023”.
Em nota publicada em seu site, o parlamentar adiantou também que estuda medidas criminais contra os servidores que receberam Luciane Barbosa Farias e que pedirá a investigação de Flávio Dino. “É um crime o que tem sido feito com a Segurança Pública no governo Lula. Colocam um político que entende nada do setor para cuidar da pasta e o resultado está aí, crise atrás de crise”, concluiu Bilynskyj.
INVESTIGAÇÃO – O deputado ainda enviou um pedido de investigação para a Procuradora-Geral da República, Elizeta de Paiva Ramos, a fim de apurar a conduta de Flávio Dino. O pedido também se estende a Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério, que se reuniu com Luciane em 19 de março, e Rafael Velasco Brandani, secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), que a recebeu no Ministério no dia 2 de maio.
No pedido de investigação, além de citar as condenações de Luciane e de seu marido, o traficante Clemilson dos Santos Farias, vulgo “Tio Patinhas”, o deputado afirma que, em março deste ano, Flávio Dino visitou a favela da Maré no Rio de Janeiro, que ele diz ser “sabidamente controlada pela organização criminosa Comando Vermelho”.
Na ocasião, Dino estava “desacompanhado de escolta, abrindo espaço para questionamentos acerca da visita”, afirma o documento.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enviada por Mário Assis Causanilhas, a matéria mostra a reação contra essa promiscuidade que caracteriza o governo Lula, que está na berlinda desde o passeio tranquilo do ministro Dino pelo Complexo da Maré, e na ocasião ele nem pediu reforço de segurança ao governo estadual. (C.N.)