No “Rancho de Ano Novo”, não há nada que nos faça demorar

O genial protesto de Capinam e Edu Lobo | Jornal Ação Popular

Capinam, Marília Medalha e Edu Lobo

Paulo Peres
Poemas & Canções

O médico, publicitário, poeta e letrista baiano José Carlos Capinan, na letra de “Rancho de Ano Novo”, em parceria com Edu Lobo, fala da tristeza da separação de um grande amor com a despedida na chegada do novo ano. A música faz parte do LP Gracinha Leporace, lançado em 1968 pela Philips.

RANCHO DE ANO NOVO
Edu Lobo e Capinan

Meu amor abriu em prantos
debaixo de uma palmeira
Ano Novo vi entrando
vi o rancho na ladeira
Mestre João vinha na frente
levando a sua gente
numa estrada, a madrugada
que demora a vida inteira

No sopro do seu clarim
vinha vindo a madrugada
a pastora Mariana
dava voltas de ciranda
lá vem dona Juliana
carregada de jasmim
de Joana são as tranças
e o amor que levou fim

Lancha nova está no porto, ô.ô
meu amor abriu em prantos, ô.ô
na entrada do Ano-Novo
vou voltar pra te buscar
lá se foi a lancha nova
que do céu caiu no mar

Joana não é nada
Juliana eu vou e juro
não há nada nesse mundo
que me faça demorar
lá se foi a lancha nova
que do céu caiu no mundo
faz um ano, Mariana
que eu não paro de chorar          

2 thoughts on “No “Rancho de Ano Novo”, não há nada que nos faça demorar

  1. 1) Licença, já que falei no Memorialista/Escritor/Médico Pedro Nava, eis uma bela poesia de Vinícius de Moraes:

    Balada de Pedro Nava

    (O anjo e o túmulo)

    Meu amigo Pedro Nava
    Em que navio embarcou:
    A bordo do Westphalia
    Ou a bordo do Lidador?

    Em que antárticas espumas
    Navega o navegador

    Em que brahmas, em que brumas
    Pedro Nava se afogou?

    Juro que estava comigo
    Há coisa de não faz muito
    Enchendo bem a caveira
    Ao seu eterno defunto.

    Ou não era Pedro Nava
    Quem me falava aqui junto
    Não era o Nava de fato
    Nem era o Nava defunto?…

    Se o tivesse aqui comigo
    Tudo se solucionava
    Diria ao garçom: Escanção!
    Uma pedra a Pedro Nava!

    Uma pedra a Pedro Nava
    Nessa pedra uma inscrição:
    “- deste que muito te amava
    teu amigo, teu irmão…”

    Mas oh, não! que ele não morra
    Sem escutar meu segredo
    Estou nas garras da Cachorra
    Vou ficar louco de medo

    Preciso muito falar-lhe
    Antes que chegue amanhã:
    Pedro Nava, meu amigo
    DESCEU O LEVIATÃ!

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