No caminho do trabalho, Bastos Tigre consulta a razão e tem uma surpresa

Veredas da Língua: Bastos Tigre – Poemas | Poemas, Citações, PensamentosPaulo Peres
Poemas & Canções

O engenheiro, publicitário, bibliotecário, humorista, jornalista, compositor e poeta pernambucano Manoel Bastos Tigre (1882-1957), no poema “Voz Interior”, depois de tanto filosofar, encontra a resposta para o seu questionamento. Detalhe: Bastos Tigre era autor dos mais criativos anúncios afixados no interior dos bondes, principal meio de transporte de sua época, inclusive os versos que transformaram o xarope Rhum Creosotado num campeão de vendas: ”Veja, ilustre passageiro/ O belo tipo faceiro/ Que o senhor tem ao seu lado./ E, no entanto, acredite,/ Quase morreu de bronquite./ Salvou-o o Rhum Creosotado!“.

VOZ INTERIOR
Bastos Tigre

Quem sou eu? De onde venho e onde acaso me leva
O Destino fatal que os meus passos conduz?
Ora sigo, a tatear, mergulhado na treva,
Ou tateio, indeciso, ofuscado de luz. 
Grão, no campo da Vida, onde a morte se ceva?
Semente que apodrece e não se reproduz?
De onde vim? Da monera? Ou vim do beijo de Eva?
E aonde vou, gemendo, a sangrar os pés nus?
Nessa esfinge da Vida a verdade se esconde;
O espírito concentro e consulto a razão,
E uma voz interior, sincera, me responde:
– Quem és tu? Operário honesto da nação.
De onde é que vens? De casa. Onde é que estais? No bonde.
Para onde vais? Não vês? Para a repartição.

Lula desapontado, porque a Bolsa e o dólar indicam que o mercado confia em Haddad

Haddad anuncia novos indicados para diretorias do Banco Central; veja quem são | CNN Brasil

Haddad comemora essa reação positiva do mercado

Carlos Newton

Como dizia o Barão de Itararé, era só o que faltava… Justamente quando Lula da Silva intensifica sua campanha para enfraquecer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ele considera seu principal adversário na eleição de 2026, o mercado dá uma resposta inteiramente contrária. Um dia depois da decisão do Copom (Conselho de Política Monetária), que cortou a Selic, taxa básica de juros, de 12,25% para 11,75% ao ano, a Bolsa de Valores bateu recorde, fechando na quinta-feira em exatos 130.842 pontos, uma alta de 1,06%. e a moeda norte-americana recuou, sendo cotada a R$ 4,91. Na sexta-feira, a Bolsa teve pequena queda, mas ficou acima dos 130 mil pontos.

São notícias auspiciosas para a política econômica, fortalecendo Haddad, pois os três integrantes do Copom nomeados por ele votaram junto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que mais uma vez conseguiu uma decisão unânime.

ALEGRIA E TRISTEZA – Para o empresariado e o mercado financeiro, foi um presente de Natal antecipado, com inflação em baixa, de fazer inveja a muito país desenvolvido. Para o presidente Lula da Silva, porém, essas boas notícias têm um lado muito negativo.

O presidente repete o erro de Jair Bolsonaro e só pensa na reeleição, que depende de afastar os concorrentes que possam derrotá-lo. Já conseguiu se livrar de Flávio Dino, que ficará fora da política, aprisionado a uma cadeira no Supremo. Mas falta se livrar de Haddad, um político em nítida fase de ascensão.

Nesse sentido, a resposta do mercado é desanimadora,porque ninguém esquece a campanha que Lula vem fazendo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que não dá a menor confiança aos queixumes do petista.  

HADDAD EM ALTA – Ao mesmo tempo, o balão de Haddad está subindo, insuflado pelo sopro dos investidores e dos empresários, justamente quando Lula mandou o PT aumentar o fogo amigo contra o ministro, que não aceitar elevar a dívida pública para o governo fazer política eleitoral e distribuir recursos aos parlamentares aliados.

Sem saber o que significam teorema e equação, Lula tem de solucionar uma questão desafiadora e inquietante. Como prosseguir a campanha contra Haddad, se a economia estiver indo bem, como a Bolsa em alta, o dólar caindo e a inflação sob controle?

Se continua atiçando os cachorros petistas de Gleisi Hoffmann contra Haddad, LuLa pode acabar caindo no ridículo, porque Haddad decidiu enfrentá-lo, e dá sucessivas declarações a favor da austeridade fiscal, que o PT chamada de “austerícidio”, vejam o grau de irresponsabilidade e desfaçatez a que chegamos.

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P.S.
Quanto a Haddad, o tempo é seu aliado. O dólar em baixa reduz um pouco o lucro dos exportadores agrícolas, mas o mundo continua produzindo menos do que necessita para se alimentar, o que torna inevitável a alta dos preços lá fora, beneficiando o Brasil. E Lula, se continuar atacando Haddad, pode acabar sendo internado num hospital psiquiátrico que aceite cartão corporativo. (C.N.)

Derrota de Lula nas desonerações tributárias foi mesmo acachapante 

Diretor da CVM vota pela condenação de Dilma Rousseff, Guido Mantega e mais  15 da Petrobras - ZÉ DUDU

Criada por Dilma e Mantega, a desoneração quebrou o INSS

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

Estava escrito nas estrelas que o Congresso derrubaria o veto  do presidente Lula à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que empregam nove milhões de pessoas. O que não estava escrito era o completo isolamento do governo, que obteve apenas 13 votos no Senado, contra 60 a favor da derrubada, e 78 na Câmara, contra 378 deputados a favor da desoneração.

Com a promulgação, as empresas poderão substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e o serviço prestado.

HERANÇA DE DILMA – A desoneração da folha de pagamento é uma herança do governo Dilma Rousseff, que adotou essa medida na sua “nova matriz econômica”. Em vigor desde 2011, será prorrogada por mais quatro anos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, porém, que a questão será judicializada pelo governo, que considera a proposta inconstitucional.

Na prorrogação, mais um jabuti com objetivos eleitorais: o texto também reduz — de 20% para 8% — a contribuição previdenciária patronal paga por cerca de três mil pequenos municípios sobre o salário de funcionários. A regra valerá para as cidades com menos de 142.633 habitantes, que não recebem a cota reserva do Fundo de Participação dos Municípios.

O projeto fora aprovado por Câmara e Senado. Por sugestão de Haddad, o presidente vetou integralmente a desoneração, quando havia uma expectativa de que somente a inclusão dos municípios fosse vetada. A reação no Congresso foi imediata, bem como nos meios empresariais, que atuaram fortemente para derrubar o veto.

DERROTA COMPLETA – Serão beneficiados os setores industriais de couro, calçados, confecções, têxteis, proteína animal, máquinas e equipamentos; serviços, tecnologia de informação, comunicação e call center; transportes, rodoviário de cargas e passageiros e metroviários; e também construção civil e pesada.

A derrota do governo atinge em cheio o deficit zero como meta fiscal do próximo ano. Haddad tentava negociar uma alternativa à desoneração no bojo da Reforma Tributária, mas não contou com nenhum apoio nos meios empresariais nem receptividade no Congresso.

A lei fragiliza ainda mais a arrecadação prevista para o próximo ano e, em especial, a Reforma Tributária, que também já tem vários jabutis. De certa forma, porém, a decisão do Congresso servirá de justificativa para o governo responsabilizar o Legislativo, caso a meta de deficit zero não seja alcançada.

OUTRA PANCADA – O Congresso também decidiu derrubar o veto de Lula a um dispositivo do arcabouço fiscal que impede o governo de retirar despesas do cálculo para atingir a meta fiscal, o que fragilizaria as novas regras.

A derrota foi ainda mais acachapante: na Câmara, 410 votos pela derrubada e 38 pela manutenção; no Senado, 63 votos para derrubar o veto e um para mantê-lo.

O governo jogou a toalha e fez um acordo em torno da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Com o veto do dispositivo, o governo excluiria as despesas primárias da apuração do resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social. Agora, todos os gastos do governo devem entrar nessa conta. Ou seja, nenhuma despesa pode ser desconsiderada a fim de zerar o deficit. No mercado financeiro, a decisão foi comemorada, porque o veto era considerado uma “contabilidade criativa”.

ACORDO FINAL – Nos bastidores, entretanto, o governo fez acordo para que a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2024 excluísse da meta fiscal R$ 5 bilhões das estatais quando investirem em obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Executivo também aceitou abrir mão de outros eventuais descontos.

Em contrapartida, os parlamentares mantiveram o veto a um trecho que limitava as possibilidades de o governo contingenciar investimentos.

Na Câmara, foram 360 votos para manter o veto e 72 para derrubá-lo. Com isso, o veto nem precisou ser apreciado pelo Senado.

Ao premiar Dilma, Conselho de Economia faz um ultraje às “mulheres sapiens”

Milionária de Esquerda? - Dilma Viaja O Mundo de Primeira Classe - YouTube

Dilma na primeira classe; “Sou presidente de banco, querida…;”

Elena Landau
Gazeta do Povo

Existe uma lei no Brasil que regulamenta a profissão de economista. A data de sua promulgação já era um prenúncio dos perrengues futuros: naquele ano, 1951, o presidente era Getúlio Vargas, e o dia, 13 de agosto. Não poderia sair boa coisa. No artigo 6º vem o erro fatal. Ele cria o Conselho Federal de Economia (Cofecon) e os Conselhos Regionais de Economia (Corecon).

Na prática, esses conselhos funcionam como verdadeiros caça-níqueis, só para fazer política com nosso dinheiro. Exigem uma contribuição anual tanto para a pessoa física quanto para atuação como pessoa jurídica. Pagamos duas vezes por um único diploma.

BRAÇOS DO PT – A atuação dos conselhos é puramente panfletária. Por anos, vêm atuando como braço político dos governos PT e fazendo oposição a todo governo e a qualquer reforma que leve a uma maior racionalização da economia. Foi assim com a reforma da Previdência e a trabalhista. Seus jornaizinhos também são meio de divulgação da “Auditoria da Dívida Pública”, cujos autores não sabem sequer distinguir o principal do pagamento de juros.

Entre as suas atribuições estão: “contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica e promover estudos e campanhas em prol da racionalização econômica do País”.

Mas quem vai decidir o que é sadio e racional? Não vem dando muito certo isso.

DILMA PREMIADA – Esse ano, o Cofecon abusou. Escolheu como Economista do Ano ninguém menos que Dilma Rousseff. Um ato ofensivo às inúmeras “mulheres sapiens” (termo cunhado pela própria), às economistas de excelente formação deste País, e um tapa na cara dos brasileiros que sofreram as consequências de sua administração desastrosa.

Sua intervenção no setor elétrico gerou um tarifaço de 50% em dois anos; a política fiscal irresponsável legou inflação, juros elevados, dívida e recessão; em seu governo, a contratação de funcionários públicos bateu recorde; a desigualdade se agravou e o desmatamento cresceu.

São muitos os seus feitos. Uma década perdida em apenas dois anos não foi consequência da Lava Jato. O combate à corrupção em estatais é fundamental. Ajuda a atrair investimentos e não o contrário.

IMPEACHMENT – Fui contra seu impeachment. Para mim era importante que Dilma encerrasse seu ciclo desastroso, na esperança de que ideias tão ruins fossem para sempre abandonadas – mas principalmente, para que não aparecesse depois quem a eximisse de responsabilidade e atribuísse a herança maldita a fatores externos.

Tivemos a sorte de Michel Temer ter escolhido uma equipe excelente para ajustar a economia. Tinha uma mulher no comando da Secretaria do Tesouro, Ana Paula Vescovi. A ela falta um prêmio de reconhecimento pelo que fez pela economia brasileira.

A lista de mulheres economistas que pesquisam, publicam e contribuem com boas políticas públicas é longa, seja liberal ou desenvolvimentista. Dilma certamente não é uma delas. A indicação da ex-presidente segue somente a tradição do Cofecon de escolher mulheres economistas ligadas ao PT. Não há sequer uma votação online. Nossa contribuição não serve nem para isso.

ALTERNATIVAS – Faço parte de um grupo que já pensou em algumas alternativas para acabar com esses conselhos: o pagamento em juízo da contribuição; apoiar um Projeto de Lei que revogue o artigo 6º ou até mesmo montar uma chapa de oposição para assumir o conselho, mas isto seria reconhecer a legitimidade de algo inútil.

Não faz sentido um conselho quando a atividade não coloca em risco a vida humana. O pior que pode acontecer é um péssimo profissional gerar uma recessão histórica. Uma queda de 7,7% do PIB per capita em dois anos ou 3 milhões de desempregados a mais em uma gestão, tipo Dilma, são alguns exemplos.

Ano passado encerrei minhas décadas de contribuição a esses conselhos que, se fossem só inúteis, já seriam um avanço. Aposentei-me, mas continuo olhando com muito carinho e orgulho aquele diploma na parede.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGArtigo muito interessante, enviado por Mário Assis Causanilhas. A famosa economista  Elena Landau agora se apresenta como advogada, porque, se disser que continua a ser economista, o Corecon-RJ vem atrás cobrar a anuidade… (C.N.)

Caça ao senador Moro é implacável e ele está facilitando para os caçadores

Moro critica Lula por não indicar uma mulher ao STF, mas afaga Dino e  Botafogo vira anedota

Ser amigo de Flávio Dino é mais um problema para Moro

Mario Sabino
Metrópoles

A caça ao senador Sergio Moro segue implacável. Ter desbaratado, como juiz da Lava Jato, uma organização criminosa no topo da cadeia alimentar da política brasileira é pecado mortal. Ele vem sendo castigado também para dar exemplo: que ninguém ouse mais enfrentar a grande corrupção e o patrimonialismo.

Dito isso, Sergio Moro é um desastre como político, não pelas bandeiras que defende, mas por sua atuação em um meio que lhe é quase totalmente hostil. A sua maior culpa é a ingenuidade, e por vezes ingenuidade que se acha esperteza, o que o faz duplamente ingênuo. Isso facilita muito o trabalho dos caçadores.

CONTRADIÇÕES – Ele saiu do Ministério da Justiça atirando contra Jair Bolsonaro, mas entrou de cabeça na campanha do seu algoz, depois de protagonizar uma confusão ao mudar de partido, de estado e da candidatura presidencial para a senatorial.

A confusão poderia ter sido evitada se ele tivesse examinado melhor o quadro partidário e não houvesse confiado em gente inconfiável. Resultado: as sequelas do episódio estão na base do pedido de cassação do mandato de Sergio Moro.

O desastre como político também está nas companhias que escolheu, como a desse amigo advogado que recebeu dinheiro de campanha, embora não seja especializado em direito eleitoral.

PEDIDO DE CASSAÇÃO – Não dá para ter amigo advogado recebendo dinheiro de campanha, mesmo que ele reunisse todos os atributos que o tornassem o melhor profissional do país para assessorar qualquer candidato. Obviamente, o Ministério Público Eleitoral explora o personagem no seu pedido de cassação.

Outra companhia que cria um ambiente de suspeição: esse inefável Mestrão, que surgiu para a posteridade trocando mensagens com Sergio Moro durante a sabatina de Flávio Dino, É um sujeito complicado. Mestrão foi contratado para cuidar das redes sociais do senador, apesar de ter sido acusado de fazer rachadinha quando trabalhava no gabinete de um deputado estadual do Paraná.

É o mesmo estado de Sergio Moro, de onde se pode concluir que o histórico do rapaz já devia ser do conhecimento do senador e dos seus assessores. Mesmo assim, ele foi integrado à equipe. Como é que alguém que, além de ser honesto, precisa desesperadamente parecer honesto não antecipou que o sujeito era um problema?

ABRAÇO AFETUOSO – Sabatina. O abraço afetuoso em Flávio Dino, acompanhado de conversinha ao pé do ouvido e sorrisos quase amorosos: precisava? Concordo com Sergio Moro que a cordialidade é aspecto a ser preservado, mas aquilo foi demonstração que ultrapassou os limites toleráveis pelo eleitorado dele.

O senador e o agora ministro do STF jogavam juntos na arena corporativa, quando ambos eram juízes, de acordo com fonte confiável. Pode ser, então, que certa nostalgia amigável tenha tomado Sergio Moro ao ir cumprimentar Flávio Dino. Mas, por cálculo político, o passado de glórias não deveria sobrepor-se ao presente de antípodas.

Esse abraço afetuoso somado à brandura das perguntas afáveis na sabatina, ao voto que Sergio Moro mantém secreto, “para evitar retaliações”, e à mensagem de Mestrão captada pela lente de um fotojornalista (como é que o senador não imaginou que poderiam fotografar a conversa, diante de tantos precedentes?) — o conjunto leva a pensar que Sergio Moro foi a favor da nomeação de Flávio Dino para o STF, perdendo, assim, boa parte do seu eleitorado.

QUAL O MOTIVO? – Se tal é o caso, qual teria sido o motivo? Se o senador acha que, em retribuição, o agora ministro do Supremo moverá meia palha para salvá-lo da degola, ele está sendo ingênuo novamente. A retaliação está em andamento. O senador é o inimigo figadal, renal, cerebral e cardíaco de Lula. Tudo o que o atual presidente quer é ver quem o colocou na cadeia sendo cassado, sem direitos políticos por 8 anos, além de preso, se for possível.

Uma explicação possível para a atitude de Sergio Moro na sabatina é ele ter ouvido a sugestão de um ministro do STF para pegar leve com Flávio Dino e, em troca, quem sabe, receber uma facilidade na Justiça Eleitoral que impedisse a cassação do seu mandato.

É uma aposta arriscadíssima no resultado — e, se der certo, ela comporta um custo que certamente não se restringirá ao da sabatina. As faturas em Brasília são cobradas eternamente dos ingênuos.

Queiroz acusa a família Bolsonaro de ingratidão: “O castigo  vem a cavalo”

Fabrício Queiroz, ex-amigo de infância dos 'Bolsonaros',  processa a Light e ganha indenização

Queiroz com os olhos marejados, ao falar de Bolsonaro

Deu em O Globo

Ex-assessor parlamentar queixou-se do fato de não ter recebido o voto do ex-presidente da República na eleição do ano passado, quando concorreu ao cargo de deputado estadual no RJ

O ex-policial militar Fabrício Queiroz reclamou de ingratidão da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista para a revista Veja, publicada nesta sexta-feira, ele afirmou que não deveria ser abandonado, mesmo se “fosse bandido”. Queiroz ganhou notoriedade após ser acusado de controlar um esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual e agora senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

FOI ABANDONADO – Questionado se guarda mágoa em relação ao ex-presidente, Queiroz respondeu: “Bolsonaro foi presidente da República. Poderia arrumar algum lugar para eu trabalhar. Já hospedei em casa o Jair Renan, a filha da Michelle… Mesmo assim, nunca tive aceno deles. Até mesmo se eu fosse bandido, não deveriam me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo”.

Queiroz afirmou que não tem falado com membros da família do ex-presidente. Seu último contato foi com o senador Flávio Bolsonaro, no ano passado, quando ainda pretendia ser candidato a deputado estadual.

Na eleição de 2022, quando o ex- assessor disputou uma vaga de deputado estadual, a coluna de Ancelmo Gois mostrou que o boletim de urna onde Bolsonaro votou, na Vila Militar, não constava nenhum voto para o antigo amigo da família. Ao todo, Queiroz recebeu 6.701 votos. Ele era filiado ao PTB, antigo partido de Roberto Jefferson, que foi banido da legenda em novembro, após fusão com o Patriota.

CORTE DE RELAÇÕES – “Se o Jair acenasse para mim com alguma coisa, com certeza eu seria deputado estadual hoje. Agora, eles seguem a vida deles lá, estão numa fogueira danada. Pelo que conheço, acho que o Jair se arrepende de ter sido presidente. Só está tomando porrada, todos da família estão expostos. E o sistema voltou”, disse Queiroz à Veja.

Queiroz também lembrou que Jair Bolsonaro havia avisado que “iria cortar relações” devido ao escândalo das rachadinhas. Mas “muita gente me diz que eles foram ingratos comigo”, acrescentou.

Em seguida, comentou sobre possíveis segredos que guarda e poderiam comprometer a família do ex-presidente.”Não tenho nada para falar deles. Não tem segredo nenhum comigo. E, se tivesse…”

TODOS GANHAM BEM – A família dele não é melhor que a minha para ele sacrificar a minha família e a dele ficar bem. Porque a dele está bem. Na dele, todos são políticos, todos ganham bem. Vou segurar a viola deles para a minha se ferrar? Jamais”.

Queiroz descreveu a família Bolsonaro como pessoas “do tipo que valorizam aqueles que os traem”. No entanto, não especificou quem seriam os traidores.

Na sequência, usa afirmações que teria ouvido do próprio Jair Bolsonaro para alfinetar o ex-presidente: “Ele mesmo (Bolsonaro) sempre me falava isso: ‘No dia em que eu deixar de ser eleito é porque apareceu outro melhor’. Então Lula é melhor do que ele, porque foi eleito”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, Queiroz está avisando que pode contar tudo o que sabe sobre rachadinhas, apoio de milicianos e outras cositas más que a família Bolsonaro fez no verão passado. Na verdade, porém, não pode contar nada, para não se autoincriminar, a não ser que faça delação premiada. (C.N.)

Lula faz o possível e o impossível para atrapalhar o trabalho sério de Haddad

Lula completa 78 anos nesta sexta; como está a saúde do presidente?

Lula quer convencer Haddad a liberar verbas inexistentes

Ricardo Rangel
Veja

Vida dura é a do ministro Fernando Haddad. Como se não bastasse ser alvo de fogo cerrado do PT, ainda tem que aturar as bolas nas costas que toma do chefe. E não há jeito de o chefe entender. “Se for necessário fazer endividamento para este país crescer, qual o problema?”, perguntou Lula.

O problema, claro, não é o endividamento em si. É qual é o tamanho da dívida, quanto ela custa e se o país tem capacidade de pagar. A dívida é enorme, o país não consegue pagar sequer os gastos correntes, cria dívida nova constantemente.

LULA INSISTE – O resultado é que os credores exigem juros altíssimos, fazendo com que a dívida se torne cada vez mais impagável. Criar dívida nova de maneira deliberada é impensável.

“Quando é que a gente vai tomar decisão de salto de qualidade e aí que entra decisão política, não é decisão de mercado, não é decisão fiscal. A gente tem que discutir que país a gente quer para a próxima década”, disse.

Pelo jeito, o que Lula quer para a próxima década é o mesmo que tivemos na década passada. A política econômica expansionista criada por Lula no final de seu primeiro mandato e mantida em toda a era PT provocou oito trimestres seguidos de recessão, fez disparar a dívida, a inflação, os juros e o desemprego. Foi uma segunda década perdida.

O PT APLAUDE – “Não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do Banco Central, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, afirma o documento aprovado pelo PT.

Lula não entende o que são rentistas e o que são investidores e poupadores, e insiste que gastos irresponsáveis farão o país crescer. FHC foi responsável, e o país cresceu. Lula foi irresponsável, mas só a partir de 2006, de modo que a situação fiscal só saiu do controle mesmo com Dilma: com Lula, o país cresceu; com Dilma, o PIB caiu.

HADDAD ESTÁ CERTO – Como lembra o ministro Haddad, gasto não é garantia de crescimento: na última década, o país gastou 1,7 trilhão… e não cresceu. “A massa salarial de hoje é menor que de 2010. É um retrocesso.”, afirmou. Um retrocesso que tem PT, Lula e Dilma carimbado por todos os lados.

“Nós temos o caminho das pedras, temos de decidir agora se vamos retirar essas pedras ou não. Ou se a gente vai chegar à conclusão que olha, por um problema da Lei de Responsabilidade Fiscal, de superávit primário, de inflação, a gente não poder fazer.”

Não é que Lula não entenda a importância da responsabilidade fiscal, apenas. Pelo jeito, Lula não entende sequer o significado dos provérbios que cita. Presidente, se o senhor retirar as pedras do caminho das pedras, o senhor escorrega e cai.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O jornalista Elio Gaspari criou um personagem imbatível na ficção – Eremildo, o idiota. Ele só tem paralelo na vida real com Lula, o imbecil, que luta incansavelmente para transformar o Brasil numa gigantesca Argentina, sob aplausos entusiásticos do PT. (C.N.)

Qualquer maçaneta de porta em Brasília sabe que equilíbrio de Poderes não tem funcionado

Nani Humor: HARMONIA ENTRE OS PODERES

Charge do Nani (nanihumor.com)

William Waack
Estadão

É a politização do STF que estava em jogo no circo armado no Senado para apreciar a indicação de Flávio Dino como novo ministro da corte, além de Paulo Gonet para a PGR. O mérito do espetáculo residiu sobretudo em escancarar a realidade.

A politização do Supremo é tratada hoje nas esferas do Executivo, do Legislativo e no imenso universo da mídia profissional e redes sociais como um dado inconteste da política brasileira. Dino fez uma defesa pro forma da “autocontenção” do Poder Judiciário e também foi ouvido pro forma.

GONET ACOMPANHA – Esforço semelhante foi feito por Paulo Gonet. “Não acho que o Ministério Público faça política”, respondeu aos senadores. Não é o que pensa a totalidade da classe política, aqui apoiada em fatos históricos incontestes.

Senadores e indicados foram obrigados a abordar de maneira direta a questão do equilíbrio entre os poderes. A degradação na suposta “relação harmoniosa” entre eles vem de longe e desaguou na situação atual, na qual o Executivo queixa-se do Legislativo, que se queixa do Judiciário, que se queixa do Legislativo, e todos parecem ter razão.

Os indicados fizeram as observações que deles se esperava, com as devidas citações de textos clássicos e dispositivos da Constituição para admitir que uma coisa ou outra talvez tenha escapado da norma, mas que, no total, o equilíbrio entre os Poderes funciona. Qualquer maçaneta de porta de gabinete em Brasília sabe que não é bem assim.

DEVIDA REVERÊNCIA – Ambos, Gonet e Dino, prestaram a devida reverência aos parlamentares que os sabatinavam no Senado.

Em especial, Dino atribuiu sempre ao Legislativo, aos que têm voto, a responsabilidade principal na decisão das principais matérias — deixando para o STF apenas a “interpretação” da norma, sem ser legislador.

Na Brasília de hoje ninguém leva isso a sério, começando pelo Palácio do Planalto, que vê no STF um importante aliado em economia e política. E como eventual freio ao Legislativo.

Temas que suscitam ferozes batalhas na internet, como aborto ou drogas, foram abordados pelos indicados exatamente como se esperava, isto é, empenhados em não gerar manchetes.

ATIVISMO JUDICIAL – Dino enfileirou Montesquieu, Locke, Aristóteles e os textos federalistas que criaram a Constituição americana para dizer que ativismo judicial não pode ser um dogma filosófico — ou seja, depende do ativismo para que.

Gonet fez o afago final, comparando o Senado a uma grande Ágora ateniense na qual se exercita a democracia em nome de 220 milhões de brasileiros.

Não se sabe quantos dos senadores conhecem a antiguidade clássica de 2.500 anos atrás para apreciar a qualidade do afago. Mas todos sabem que, depois da sabatina, é ‘business as usual’.

Mercado em festa! Dólar cai e Bolsa tem alta e fecha na maior pontuação já alcançada

A Bolsa (B3) está com um novo horário hoje; entenda o motivo | 1 Bilhão | iG

Mercado reagiu bem à decisão do Copom e exibiu otimismo

José Carlos Werneck

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta nesta quinta-feira,acima dos 130 mil pontos e atingindo o maior patamar de fechamento da história. Foi um dia de recorde, Ibovespa de exatos 130.842 pontos, uma alta de 1,06%. e a moeda norte-americana recuando 0,07%, sendo cotada em  R$ 4,9144.

O resultado superou o recorde registrado em 7 de junho de 2021, quando encerrou o dia cotado a 130.776 pontos.

O clima de otimismo repercute as decisões de quarta-feira na política monetária daqui e lá de fora. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic, taxa básica de juros, em 0,5 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.

NA MATRIZ – Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve seus juros entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas com o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizando que os aumentos no país podem ter chegado ao fim.

Como se vê, o pessoal do mercado confia na política Econômica, capitaneada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o resto é pura bobagem!

Ministério Público pede cassação de Moro por abuso de poder econômico em 2022

Moro depõe no TRE do Paraná e se nega a responder perguntas do PT e do PL |  O TEMPO

Moro diz que está tranquilo e não será cassadi

Catarina Scortecci
Folha

O Ministério Público Federal defendeu nesta quinta-feira (14) que seja acolhida parcialmente a ação eleitoral contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) com a cassação do mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato por abuso de poder econômico durante a pré-campanha em 2022.

O parecer é assinado pelos procuradores da República Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, da Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná. Embora entendam que houve abuso de poder econômico, eles não observam utilização indevida dos meios de comunicação social.

JULGAMENTO – O relator do processo, juiz eleitoral Luciano Carrasco Falavinha Souza, deve divulgar seu voto no próximo mês. O caso pode ser levado para julgamento no plenário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já no final de janeiro.

Já a defesa de Moro alega não haver impacto dos gastos da pré-campanha no resultado eleitoral, e diz ver natureza política no processo.

A ação eleitoral foi proposta no final do ano passado pelo PL, de Jair Bolsonaro, e pela federação formada por PT, PV e PC do B, de Lula. As legendas acusam Moro de abuso de poder econômico e utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social durante o período de pré-campanha e querem a declaração de sua inelegibilidade e a realização de nova eleição para a vaga no Senado.

MAIS ACUSAÇÕES – Também foram apontados indícios de corrupção a partir da contratação do escritório do advogado Luís Felipe Cunha (União Brasil-PR), hoje primeiro suplente de Moro e também alvo de inelegibilidade na manifestação do Ministério Público.

“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável”, diz trecho da manifestação da Procuradoria.

Moro se filiou ao Podemos em 2021 de olho na disputa presidencial. Mas, perto do prazo final para trocas partidárias, em 2022, abandonou o Podemos, anunciando filiação à União Brasil e sua candidatura ao Senado.

GASTOS DEMASIADOS – Por isso, os partidos opositores apontam que os gastos de pré-campanha, voltados inicialmente para a disputa ao Palácio do Planalto, tornaram-se “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

“Ser conhecido não é carta branca para realizar gastos excessivos em pré-campanha ou para abusar da exposição pessoal em rede nacional”, afirma o PL, no processo representado pelos advogados Bruno Cristaldi e Guilherme Ruiz Neto.

A defesa de Moro argumenta que a eleição de Moro se deu diante de todo o capital político obtido pelo ex-juiz desde a Lava Jato, concluindo não haver impacto relevante dos gastos na pré-campanha no resultado eleitoral. Diz ainda que a ação de investigação tem natureza política.

DIZ A DEFESA – “A eleição não se deu pelos gastos em celular, coffee break ou seguranças, mas sim diante de todo o capital amealhado em decorrência do combate à corrupção alcançado pela Operação Lava Jato, sediada no Paraná e de conhecimento amplo dos paranaenses”, afirma o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa do senador no TRE.

Outro fator de complexidade para o desenrolar do processo é a série de divergências sobre o valor gasto na pré-campanha de Moro —acusação e defesa possuem cálculos diferentes, já que as despesas do então pré-candidato foram bancadas tanto pelo Podemos quanto pela União Brasil.

Enquanto a defesa de Moro fala em gastos módicos e calcula R$ 141.034,70 na pré-campanha, PT e PL apontam que as somas das despesas são superiores até mesmo ao teto de gasto permitido no período eleitoral para a campanha ao Senado pelo Paraná no ano passado, R$ 4.447.201,54.

TOTAIS ALEATÓRIOS – Para o PL, Podemos e União Brasil gastaram ao menos R$ 7,6 milhões com a pré-campanha de Moro. O PT aponta ao menos R$ 4,8 milhões.

A diferença nos valores acontece porque cada um seguiu um critério diferente sobre o que pode ou não ser considerado gasto com pré-campanha e o que era efetivamente despesa ligada ao ex-juiz ou ao conjunto de pré-candidatos.

Para o advogado de Moro, Gustavo Guedes, os autores da ação de investigação acabaram por “maximizar, inflar e até mesmo criar gastos estranhos ao processo, porque inexistentes, ou mesmo sem nenhuma conotação de pré-campanha/campanha”. Segundo Guedes, somente podem ser considerados os gastos realizados na circunscrição da disputa (no Paraná) e que tenham atraído algum benefício eleitoral (para a candidatura ao Senado).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
  – Cassar o senador Moro não significa fazer justiça. Trata-se apenas de satisfazer o sentimento de vingança que o presidente Lula da Silva alimenta contra ele. Moro é um político bem melhor do que a maioria dos parlamentares, sem a menor dúvida. Mas virou a bola da vez dos fanáticos adoradores do Deus Lula. (C.N.)

Grande novidade! O PT de Lula não gosta do governo de Lula do PT

Veja vídeo de Gleisi dizendo que o PT deseja "o Estado que gasta"

No encontro do PT, Gleisi esculhambou a gestão de Haddad

José Casado
Veja

Depois da Conferência Eleitoral do PT, no fim de semana em Brasília, um dirigente do partido telefonou a um amigo. Antes que conseguisse dizer qualquer coisa, escutou a provocação: “E aí, novidades?…”

“Claro que sim” — ele retrucou, salivando o habitual cinismo. — “No PT nunca falta novidade”.

“Tá, e qual é?”

“São duas. E das grandes…”

“Conte tudo”.

“A primeira é a questão interna. O PT de Lula não gosta do governo do PT de Lula”.

“Ah, mas isso é coisa antiga” — disse o outro, rindo. “Você sabe, é assim desde 2003, ou melhor, desde a campanha de 2002. Que mais?”

“Jair Bolsonaro”.

“Como?”

“É isso mesmo: Bol-so-na-ro” — repetiu com ênfase nas quatro sílabas. Até ensaiou a pronúncia do nome ao contrário (“Oranoslob”). Atropelou-se, desistiu e explicou: “Na maior parte do tempo só se falou dele. Quase nem sobra tempo pro PT de Lula falar mal do governo do PT de Lula. Quem salvou foi o Fernando Haddad”.

HADDAD LINCHADO – O ministro da Fazenda foi duramente criticado pela condução da política econômica, pelos acordos com o Centrão, por todos os pecados que, originalmente, seriam atribuíveis a Lula, que é reconhecido no PT como o verdadeiro ministro da Fazenda e o negociador das alianças com partidos do Centrão. Porém, Lula no PT tem fama de infalível, então… sobrou Haddad.

Desligado o telefone, o amigo do dirigente petista deu-se por satisfeito com as explicações sobre a primeira “novidade”, a do PT de Lula não gostar do governo do PT de Lula. Mas continuou intrigado sobre a segunda, “Oranoslob” na tentativa trôpega de pronúncia reversa.

Resolveu analisar duas peças relevantes da Conferência Eleitoral do PT: a proposta de resolução do grupo “Construindo um Novo Brasil”, hegemônico no partido, e o discurso da presidente Gleisi Hoffmann.

PRIMEIRA CONCLUSÃO – A fração que comanda o partido produziu um documento político concedendo a “Oranoslob” quase tanta atenção quanto atribuiu a Lula.

Num texto com pouco mais de 1.800 palavras destacou o adversário — que está inelegível — com nada menos que sete citações nominais, e outras dez  indiretas (“ultraliberal”, “extrema-direita”, “governo anterior”).

Lula comanda o grupo “Construindo um Novo Brasil” há décadas. Dele, mereceu dez referências nominais, acompanhadas dos habituais elogios em profusão por liderar tudo, todos e todas sempre “com muito êxito”;

SEGUNDA CONCLUSÃO – Gleisi Hoffmann, presidente do partido e integrante dessa fração petista, usou 1.400 palavras. Nomeou Bolsonaro oito vezes, sem contar as citações indiretas.

Reservou seis menções a Lula, sempre laudatórias à “sua capacidade de dirigir”.

Em resumo, depois de 17 meses de campanha eleitoral (contados desde a segunda-feira 8 de março de 2021, quando o STF tornou Lula elegível), e de 346 dias do terceiro governo, o PT fez uma opção preferencial: fixou “Oranoslob”, nascido Jair Messias Bolsonaro, no topo da lista das suas relações existenciais.

Para “queimar” Dino no Supremo, Lula elogia o ministro por ser “comunista”

Centrão vê “jogo casado“ de Lula com STF e pode endurecer negociação no  Congresso | CNN Brasil

Lula ficou feliz por ter se livrado da concorrência de Dino

Gabriela Boechat
Poder 360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou que “pela 1ª vez na história” o governo conseguiu colocar um “ministro comunista” no STF (Supremo Tribunal Federal). A declaração foi dada em referência ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, filiado ao PC do B (Partido Comunista do Brasil) por 15 anos.

O indicado por Lula foi aprovado no Senado na quarta-feira, dia 13). “Vocês não sabem como eu estou feliz hoje. Pela primeira vez na história desse país, conseguimos colocar na Suprema Corte um ministro comunista, um companheiro da qualidade de Dino”, disse em cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Juventude, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

CRÍTICAS À FILIAÇÃO – O rótulo de “comunista” foi usado pela oposição como forma de crítica à Dino desde sua indicação. No início de dezembro, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o novo ministro é apaixonado por Lenin e Stalin. Indicado por Lula para vaga no STF, Dino foi sabatinado nesta quarta-feira no Senado Federal. Obteve no plenário da Casa Alta 47 votos favoráveis e 31 contrários à sua indicação.

Durante a sabatina – que durou 10 horas e 2 minutos –, Dino evitou falar de processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e discorreu sobre temas como descriminalização do aborto, fake news, tensão entre Poderes e urnas eletrônicas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esta matéria, enviada pelo Armando Gama, explica tudo. Conforme já mostramos aqui na Tribuna, Lula indicou Flávio Dino ao Supremo para evitar a candidatura dele em 2026, quando o petista pretende se reeleger para um quarto mandato. Lula não parou por aí, é claro. Assim que o nome de Dino foi aprovado, fez esse “elogio” a ele, tachando de “comunista”. E que não se diga que foi um engano ou ato falho de Lula… Ele está cansado de saber que chamar alguém de “comunista” no Brasil é pior do que xingar a mãe. (C.N.)

Dando mais votos para Gonet do que para Dino, a oposição ficou satisfeita

Dino e Gonet foram sabatinados pela CCJ durante cerca de 10 horas

Pedro do Coutto

Ao conseguir uma votação maior para Paulo Gonet do que para Flávio Dino, a oposição marcou uma posição política que certamente incomodou o presidente Lula da Silva.  Além disso, deve também ter contrariado o presidente da República o abraço efusivo que Dino trocou com Sergio Moro.

Afinal, Moro, quando juiz, foi o responsável pela condenação de Lula, que posteriormente livrou-se da condenação e, com isso, conseguiu se candidatar ao pleito de 2022, alcançando a vitória. São coisas da política que se desenrolam em um  momento ainda difícil para o governo, que também encontra dificuldades junto ao Congresso.  

EQUÍVOCOS – O Planalto não está sendo bem assessorado e os equívocos se repetem sem que ocorra uma apreciação melhor e maior das matérias em pauta. Agora, um novo problema surge no horizonte que é a nomeação do titular ou da titular do Ministério da Justiça, pois Flávio Dino assumindo a cadeira no STF deixa a pasta sem comando.

Os interessados na nomeação se mobilizam. O governo necessita, o que não vem acontecendo, de maior rapidez na escolha dos nomes em suas decisões. O quadro partidário é complexo . As questões pendentes a partir de agora estabeleceram uma melhor visão panorâmica do quadro político no país.

CENÁRIO INTERNACIONAL –  No Oriente Médio os combates continuam, assim como na Ucrânia. Os esforços pela paz não têm atingido êxito. E, nos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de impeachment contra o presidente Joe Biden.

Dificilmente haverá êxito, pois no Senado a maioria é democrata. Mas existem problemas à vista. Devemos aguardar os próximos passos das forças atuantes em todos esses contextos.

Moro não entendeu nada e fez festa com o inimigo que deveria combater

Carlos Bolsonaro ironiza abraço de Moro e Dino em sabatina

Sérgio Moro alega que conhece Dino há mais de 20 anos

Paulo Polzonoff Jr.
Gazeta do Povo

Moro não entendeu nada. Não entendeu quando pôs os corruptos mais perigosos do Brasil na cadeia e, se achando invencível, se esqueceu de blindar o celular do ataque de hackers inescrupulosos. Não entendeu quando largou o cargo oficial de juiz federal (e o cargo simbólico de herói da nação) para se tornar ministro da Justiça no governo Bolsonaro.

Não entendeu quando saiu do governo do jeito que saiu. E agora, durante a sabatina de Flávio Dino, não entendeu o que está em jogo e por isso se deixou fotografar aos risos e abraços com o mais novo ministro do STF.

CLIMA DE FESTA – As imagens mostram Dino e o ex-juiz da Lava Jato e senador prestes a ser cassado num clima que vai além da cordialidade protocolar. Há ali um quê de cumplicidade, com direito a conversinha ao pé do ouvido e risadas, gostosas risadas neste momento que muitos veem como decisivo para a consolidação da ditadura do Judiciário.

De acordo com Bela Megale, do jornal “O Globo”, durante o mexerico Dino teria tentado “assuntar, em tom de brincadeira, o voto do senador”. Que manteve o mistério.

O mistério. Ah, o mistério. Aí está outra coisa que Moro ainda não entendeu: na política brasileira contemporânea não há espaço para mistérios desse tipo. Não há espaço para hesitações nem estratégias do tal xadrez 4D. Assim como não há espaço para conversas ao pé do ouvido, risadinhas e abraços num adversário que é visto, por metade da população e pela totalidade dos eleitores de Moro, como inimigo.

CORDIALIDADE E CIVILIDADE

Diante da repercussão negativa das imagens, Sergio Moro tentou se explicar. Falou em polarização – vê se pode uma coisa dessas! – e disse que é crítico ao atual governo (ô!), mas que isso não deveria ser empecilho para o que ele chamou primeiro de “cordialidade” e depois de “civilidade”.

“Acho que o país precisa disso [civilidade] para que nós possamos diminuir a polarização”, emendou, piorando consideravelmente o já sofrível soneto.

Mais uma vez: Moro não entendeu nada. Não entendeu que Flávio Dino no STF é o fim de qualquer cordialidade ou civilidade jurídica. Pelo contrário, Dino no STF é a consolidação de uma justiça-entre-milhões-de-aspas, que mal consegue disfarçar a truculência e o autoritarismo que a animam. Uma justiça ativista, militante e inquestionavelmente ideologizada. Uma justiça progressista, com indisfarçáveis influências comunistas.

VAI SE CASSADO – Moro não entendeu que vai ser cassado e, se calhar, preso. Moro não entendeu que não há civilidade alguma (muito menos cordialidade!) no desejo de vingança de Lula.

Moro não entendeu o impacto que essa imagem de sua cordialidade e civilidade inoportunas terá sobre milhões de brasileiros que num passado bem recente viram nele, Moro, uma esperança de moralização da política.

Moro não entendeu que o momento não é de criticar a tal da polarização, e sim de proteger um dos polos que está sendo massacrado pelo outro. Tem gente presa, Moro! Tem gente que já morreu na cadeia! Tem gente censurada, com as contas bloqueadas e o passaporte cancelado! Moro não entendeu que não, não vivemos “a mais absoluta normalidade democrática”, como disse cinicamente o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

O QUE ESPERÁVAMOS – Ah, Moro, Moro, Moro. O senador não entendeu que esperávamos dele (e alguns continuarão esperando) sangue nos olhos. Não arrogância, e sim aquela altivez de quem age por convicção e não respeita os adversários – que, por sinal, não o respeitam.

Moro não entendeu que queríamos vê-lo se articulando não só pela rejeição de Flávio Dino, mas também pelo impeachment de pelo menos uns três ministros do STF. Moro não entendeu que queríamos vibrar, torcer, nos empolgar com aquele juiz da marmitinha (lembra dele?) e que botou atrás das grades ninguém menos do que Lula.

Mas parece que não tem jeito. Porque Moro não entendeu que, em meio a tantas más notícias, e todos os dias, a imagem dele de tititi com Flávio Dino é repugnante e reforça a ideia de que há todo um Sistema a nos subjugar, a nos escravizar, a nos parasitar. Moro não entendeu que alguém que já foi considerado herói não tem o direito de confraternizar com os vilões. Moro não entendeu isso.

POR QUÊ, MORO? – Por que Moro é incapaz de entender o momento e a postura que exigimos dele não sei. Mas tenho algumas hipóteses. Talvez lhe falte um mínimo de cultura para além dos códigos processuais. O tal do imaginário de que o Escorsim tanto fala. Talvez lhe falte fé. Talvez o que lhe falta sejam convicções. Talvez, quero crer que não (quero?), lhe falte brio. Talvez lhe falte acertar as contas com um passado de trágicos erros estratégicos. Ou talvez o que lhe falte seja apenas talento para navegar no lodo da política. Talvez lhe falte um amigo.

Ou talvez Moro tenha sido apenas uma projeção inatingível das nossas expectativas mais exageradas. Seja lá qual for a explicação, uma coisa é certa: Sergio Fernando Moro, o homem e não o personagem, não entendeu nada. Infelizmente.

E infelizmente já não tenho a menor esperança de que um dia ele venha a entender a dimensão dos seus gestos, das suas omissões, da sua polidez descabida e da sua fraqueza. Infelizmente. Mil vezes infelizmente. Uma pena, Moro. Confesso que fiz força para acreditar em você.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Uma canção que faz um alerta para a necessidade de preservar o Pantanal

Cantor Paulo Simões leva nova turnê "Sonhos Guaranis" para três cidades de  MS - A Crítica de Campo Grande

Simões, grande compositor pantaneiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor carioca Paulo Simões mora em Campo Grande, MS, onde passou parte da adolescência descobrindo amigos e futuros parceiros, como os irmãos Geraldo e Celito Espíndola, Geraldo Roca e Almir Sater. Devido a isso, Paulo Simões consegue ter sentimentos iguais a quem nasce no Pantanal.

INTERIOR
Celito Espíndola e Paulo Simões

Coração de quem nasceu no interior
Sente paixão igual, seja peão, seja doutor
Solidão ninguém viveu superior
E nem foi tão real, quanto esse chão
Quanto essa dor

A fazer nossa pior ferida
Penas da própria vida
Alvo de um caçador

Pra render a violência vã
Foi minha mente sã
Que me fez um cantor

Coração de quem nasceu no interior
Sente paixão igual, seja peão, seja doutor
Solidão ninguém viveu superior
E nem foi tão real, quanto esse chão
Quando essa dor

De saber que o futuro vem
Trocar o que se tem
Por um outro valor

De temer que o progresso quer
Deixar em todo verde
Seu sinal detrator

Lula se livrou de Dino, forte concorrente à sucessão, agora falta descartar Haddad

100 dias de governo Lula: Dino e Haddad têm destaque entre | Política

Haddad e Dino são duas lideranças que Lula tenta conter

Carlos Newton

É impressionante. O terceiro governo Lula da Silva nem completou o primeiro ano e o presidente dedica-se quase exclusivamente à reeleição em 2026, cometendo o mesmo erro de seu antecessor Jair Bolsonaro. De início, anunciou que seria sua última eleição. Porém, quando o americano Joe Biden lhe disse que iria se candidatar novamente perto de completar 82 anos, Lula animou-se todo, descartou a promessa e agora parece a dona Bela e “só pensa naquilo”.

Ao invés de se preocupar com o governo, Lula dedica-se a percorrer o mundo, para tentar o velho sonho do Nobel da Paz, que jamais lhe será concedido, pois o Comitê tem mais o que fazer, já errou na escolha várias vezes, porém jamais premiou um ex-presidiário condenado unanimemente em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, que saiu da prisão e se candidatou de novo sabe-se lá como…

FURACÃO DINO – Não há dúvida de que Flávio Dino seria um fortíssimo candidato à eleição em 2026. Ele sabe fazer política como ninguém, em pouco tempo tornou-se famoso nacionalmente, tem o poder de atrair os jornalistas, é um verdadeiro furacão.

Lula é ignorante, mas não é burro. Muito belo contrário. Sentiu logo o golpe, percebendo que tinha um forte concorrente dentro de seu próprio quintal, bem mais jovem do que ele e com um apetite pelo poder que não deixa margem a dúvidas.

A vaga no Supremo foi providencial. Para todo operador do Direito, é um sonho irresistível, especialmente para Flávio Dino, que aos 32 anos já presidia a importantíssima Associação Nacional dos Juízes Federais. Ele caiu no conto da sereia petista, saiu fora do páreo, mas não abandonou a ideia de tentar a Presidência mais para a frente, ninguém deve brigar com o destino.

FALTA HADDAD – Dino já está descartado, agora falta Fernando Haddad. O presidente Lula não está gostando nada da aceitação de Haddad pelo mercado. O ministro da Fazenda está demonstrando um extraordinário equilíbrio e não mistura as coisas, a ponto de nomear para o Banco Central dois economistas que no Copom estão votando fechados com Roberto Campos Neto, presidente do BC.

A inflação está baixa, fazendo inveja a muitos países desenvolvidos, e o problema maior é conter a expansão da dívida pública, uma política que deixa Lula alucinado, mas Haddad e Campos Neto fingem não ouvir.

No desespero, Lula dá declarações criticando a política econômica e manda a serviçal Gleisi Hoffmann soltar os cachorros do PT em cima de Haddad, que está suportando o bombardeio, mas ninguém sabe até quando vai aguentar.

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P.S.
Bem, este é o panorama visto da ponte de Brasília, como diria o genial Arthur Miller, falando baixinho ao ouvido de Marilyn Monroe. A única certeza a extrair desse episódio de traições e de fogo amigo é que Fernando Haddad está se tornando um político admirável e seria um presidente muito melhor do que Lula da Silva, que torce para que seu ministro da Fazenda peça demissão o mais rápido possível. Acontece, porém, que Haddad aprendeu a jogar o xadrez político e não quer sair voluntariamente. Bem, existe um ditado capitalista que Lula não conhece e explica bem a situação – “Jamais contrate quem você não pode demitir”. O presidente sonha (?) que o ministro peça demissão, mas isso pode não acontecer tão cedo e haverá um enorme desgaste do governo petista. (C.N.)

Dino prometeu que no Supremo deixará de ser político, mas é só conversa fiada

Dino: leis não podem ser derrubadas por decisões monocráticas | Metrópoles

Dino criticou decisões monocráticas de ministros do STF

Vicente Limongi Netto

Inacreditável o interminável confete da mídia, em geral, para o novo eleito e futuro ministro do STF, Flávio Dino. Depois da rinha na sabatina no Senado, Dino voltou ao normal. Sorridente, falando sem freios na língua, abusando das ironias e dos sarcasmos e, claro, botando nas nuvens seu amo e santo, Luiz Inácio Lula da Silva.

Digna de aplausos a gratidão de Dino. O coração do neoministro sabe ser humilde, quando deve. Na Suprema Corte Flávio Dino será apenas mais um ministro cumpridor de ordens de Lula e do PT. Conversa fiada foi jurar de pés juntos, como fez na sabatina, que na Suprema Corte deixará de ser político.

ELEGÂNCIA DE SARNEY – Na sabatina, o senador ex-deputado e ex-governador Eduardo Braga (MDB -AM)  não fez perguntas aos dois candidatos. Preferiu revelar que, cedo, recebeu ligação do ex-presidente Sarney, segundo Braga, figura respeitadíssima no partido, pedindo que os senadores do MDB votassem pela aprovação do nome de Flávio Dino.

Gesto elegante e grandioso de Sarney, sabidamente, até pouco tempo, ferrenho adversário político de Dino, no Maranhão.

Recorde-se, também, nessa linha, que antes de anunciar Flávio Dino como ministro da Justiça, lula foi pessoalmente consultar Sarney. Política boa não se faz com o fígado, mas com o cérebro.

ZONA FRANCA – Eduardo Braga salientou a Dino que a zona franca de Manaus permanece altiva e gerando milhares de empregos diretos, graças ao constante apoio do Judiciário. Sobretudo do Supremo, ponto final e porto seguro dos assuntos ligados ao pólo industrial de Manaus.

Braga lamentou que alguns setores permaneçam ultrajando e tentando prejudicar a zona franca. Para o senador, a zona franca é o maior programa do Brasil em defesa do meio ambiente e da preservação da floresta.

Por fim, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta aumento de 1,8% do varejo em 2023 e 1,5% em 2024. Segundo a entidade, a maio alta do ano foi no segmento de combustíveis, enquanto a maior queda foi nas vendas de artigos de uso pessoal e doméstico.

Piada do Ano! Até ministro de Lula votou para derrubar o veto ao marco temporal

Ministro da Agricultura Carlos Fávaro

Ministro Carlos Fávaro foi coerente e votou contra Lula

Dimitrius Dantas
O Globo

A derrota do governo Lula na votação realizada nesta quinta-feira pelo Congresso Nacional para derrubar o veto do presidente ao marco temporal contou com a participação da maioria dos deputados e senadores da base. Até mesmo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT) votou contra o veto do presidente. Ele e outros ministros voltaram provisoriamente ao Senado para a aprovação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal.

Segundo o levantamento feito pelo Globo, na Câmara, os partidos de Centrão e do centro com cargos na Esplanada dos Ministérios deram apenas 24 votos para o governo e 183 votos contrários. Essa conta leva em conta o União, o Republicanos, o PSD, o PP e o MDB. Em outras palavras, apenas 11% dos deputados dessas duas siglas defenderam o voto de Lula.

SENADORES SE DIVIDEM – Já no Senado, União, Republicanos e PP foram unânimes na derrubada do veto. MDB e PSD, entretanto, se dividiram. Na primeira sigla, 4 votaram para derrubar o veto e 3 votaram contra. No PSD, foram 8 votos contra o veto e cinco a favor. Entre os votos do PSD pela derrubada do veto está o do ministro Carlos Fávaro, que voltou provisoriamente ao Senado. O ministro Renan Filho votou pela manutenção do veto.

A situação do governo no Senado, entretanto, costuma ser mais delicada nesses partidos: as negociações para as entradas de PP e Republicanos no governo, por meio das indicações de André Fufuca e Silvio Costa Filho para o ministério, se deu muito mais com as bancadas da Câmara.

No caso do Senado, os integrantes desses dois partidos estão mais alinhados ao bolsonarismo, como os ex-ministros Ciro Nogueira e Tereza Cristina, e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. Cansamos de avisar aqui na Tribuna que o veto seria derrubado e o ministro Fávaro votaria assim. O Congresso é o poder que legisla. Não pode ficar de cócoras para o Supremo e para o Governo, especialmente quando os dois enxeridos poderes se metem no trabalho parlamentar. É bom que os dois poderes parem de dar pitaco, porque o Congresso não vai recuar, conforme estamos cansados de avisar aqui na TI. Para haver democracia, o equilíbrio dos poderes tem de ser respeitado. (C.N.)

Ciência deu um show! Covid criou avanços médicos em ritmo jamais antes alcançado

Financiamento de pesquisas na luta contra a Covid-19

Lula contra a Covid causou um grande avanço científico

Hélio Schwartsman
Folha

Na pandemia, a ciência deu um show. A doença surgiu na China no finalzinho de 2019. Em poucas semanas, o vírus Sars-CoV-2 já havia sido identificado. Em março de 2020, vieram os primeiros kits para a detecção de anticorpos, possibilitando a testagem. Em dezembro, já havia países vacinando suas populações. Nunca tantos imunizantes foram desenvolvidos tão rapidamente. E funcionaram.

As coisas deram certo porque cientistas, laboratórios e governos centraram esforços em atingir objetivos bem definidos, sem poupar recursos.

NÃO É NORMAL – Essa, porém, não é ordem natural das coisas. No arroz com feijão da medicina, a ciência não se sai tão bem. E isso é um eufemismo. O estatuto epistemológico de grande parte das intervenções médicas que realizamos é precário.

No ano passado, Jeremy Howick e colaboradores publicaram um artigo que deveria nos assustar. Eles avaliaram a qualidade dos dados utilizados nas revisões sistemáticas Cochrane, que são consideradas o que de melhor existe para orientar profissionais em busca da medicina baseada em evidências, e chegaram a uma conclusão sombria. Nove de cada dez intervenções médicas estudadas pela Cochrane não têm apoio em evidências de alta qualidade e, para piorar, malefícios que elas causam tendem a ser subnotificados.

Isso, acredito, tem muito a ver com a cultura do “publish or perish” (publique ou pereça) que tomou conta da academia.

PARINDO RATOS – O objetivo primário de cada pesquisador é publicar o artigo que fará sua carreira avançar, não se preocupa em produzir boa ciência.

Nosso sistema, em vez de concentrar esforços para resolver dúvidas pertinentes com evidências sólidas, os dispersa num grande número de pesquisas sem tanta importância. São montanhas de pesquisadores parindo pequenos ratos.

Precisaríamos encontrar uma forma de conciliar os interesses de pesquisadores que precisam mostrar produção com a necessidade de tornar mais sólidos nossos conhecimentos médicos.

“Biografia do abismo” exibe malefícios que a polarização provoca na política

Thomas Traumann e Felipe Nunes no lançamento de 'Biografia do abismo'

Nunes e Traumnann mostram a radicalização negativa

Deu em O Globo

O cientista Felipe Nunes e o jornalista Thomas Traumann lançaram nesta segunda-feira, no Rio, o livro “Biografia do Abismo — como a polarização divide famílias, desafia empresas e ameaça o futuro do Brasil” (HarperCollins Brasil). A sessão de autógrafos ocorreu na Livraria Janela, no Shopping da Gávea.

A obra retrata como a divisão entre apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva — eleito com a margem mais apertada desde 1989 — e do ex-presidente Jair Bolsonaro se consolidou e transbordou para o cotidiano. “Está em jogo não a decisão sobre a economia, mas como quero criar filhos”, dizem os pesquisadores sobre os problemas gerados pela polarização;

INTOLERÂNCIA – A partir da análise de 99 mil entrevistas domiciliares entre 2021 e 2023, Nunes e Traumann tentam traçar por que a tolerância com a opinião divergente ficou tão curta e o acirramento nos grupos de WhatsApp não se encerrou mesmo depois do pleito.

Na eleição de 2022, o país viveu a consolidação de um processo de polarização extrema que transbordou dos palanques políticos para o dia a dia, com boicotes a marcas, longas amizades desfeitas, relações familiares rompidas, cancelamentos de artistas, atletas e influenciadores.

“Você deixa de falar com seu irmão, de conviver com pessoas que você ama. As pessoas estão se privando da presença. Eu só quero o que é igual a mim. É um termômetro de como a situação é doentia, da intolerância — afirmou Traumann, em entrevista recente ao Globo.

Entre os presentes na noite de lançamento estavam os economistas Fábio Gismbiagi e José Márcio Camargo, os cientistas políticos Jairo Nicolau e Sérgio Abranches e os jornalistas Fátima Bernardes, Andréia Sadi, André Rizek, Octávio Guedes e as colunistas do Globo, Míriam Leitão e Malu Gaspar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Talvez o maior problema brasileiro seja hoje a intolerância causada pela polarização. A meu ver, o país precisa se livrar da polarização com urgência máxima. Tanto Lula quanto Bolsonaro representam um atraso de vida, como se dizia antigamente. (C.N.)