Elite intelectual é míope com a extrema direita, porque sente nojo do povo comum

Charge do Duke (Charge Online)

Luiz Felipe Pondé
Folha

Quem tem medo da extrema direita? O século 20 nos legou razões de sobra para termos medo da extrema direita. Mas algo me diz que esse fato histórico não justifica pura e simplesmente o pânico que a expressão causa na bolha da inteligência pública. E por quê?

Ora, o século 20 também nos legou razão suficiente para temermos a esquerda —União Soviética, China e afins— e, no entanto, a palavra “esquerda”, na mesma bolha que teme a extrema direita, não causa pânico nem xixi na cama, mas sim orgasmos múltiplos.

INCOERÊNCIA? – Dirá o leitor: “mas que incoerência!”. Dirá o escriba: “tolinho, onde você achou que havia coerência na bolha dos cultos?”.

O uso da expressão “extrema direita” pela inteligência pública tem lá suas imprecisões. Por exemplo, dizer que “Bibi” Netanyahu, ou seu partido, Likud, é de extrema direita, é coisa de iniciante, ignorante ou pura e simples má-fé.

Sua última coalizão para governar é sim de extrema direita religiosa. Puro oportunismo de fato. Péssimo para Israel. Fato. Mas sua trajetória está longe de ser de extrema direita, mas sim, simplesmente, centro direita. Pessoalmente, acho que esse “espectro” — palavra da moda, não? — político direita versus esquerda é pouco preciso.

ISRAEL E ITÁLIA – O Likud então, partido de Menahem Begin, primeiro-ministro de Israel que ganhou o Nobel da Paz junto com Anwar Sadat, presidente do Egito, no acordo de Camp David, nunca foi de extrema direita, mas você pode, com facilidade, ler na imprensa profissional, “especialistas” que fazem essa afirmação tranquilamente.

O caso da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni também salta aos olhos. Grande parte dos eleitores que a escolheram recusam absolutamente a denominação de extrema direita para ela. Você, inteligentinho, convidaria, desavisadamente, eleitoras e eleitores dela para jantar na sua casa, sem que seu estúpido preconceito, que em você opera como princípio metodológico, entrasse em ação.

A quase totalidade da inteligência pública pensa a chamada extrema direita como uma degeneração que só merece olhares de uma certa psicopatologia política. A extrema direita é mesmo péssima e deveria ser evitada. Mas a esquerda também me parece ter sintomas de degeneração psicopatológica, no caso, sintomas claros de degeneração moral.

GANGUE DO PT – Quer ver? No Brasil, qualquer um sabe que o PT é uma gangue com ramificações profundas na inteligência pública, que vendeu a alma ao Diabo desde de que se lançou à tarefa de “transformar o mundo” e não tentar conhecê-lo.

Alguns jornalistas só faltam babar em frente das câmeras, ou nas páginas de grandes jornais, quando falam, escrevem ou ouvem a palavra “Lula”. Uma humilhação para a classe. Onde já se viu um jornalista decente “torcer” para um governo, seja ele qual for? O fim da picada. Lixo moral puro.

Isso tem consequências mais graves e de longo alcance. Mas, antes, olhemos para a causa por detrás dessa miopia da imprensa e da mídia —da inteligência pública em geral— diante do fenômeno do crescimento da chamada extrema direita.

A CAUSA É – A elite intelectual tem nojo do povo comum que “cheira a ônibus e trem suburbano”. Mas não pode confessar abertamente, então fica nessa de “discutir” a extrema direita sem poder dizer frases como “esse povo idiota e ignorante só atrapalha votando em gente horrorosa”. Essa é a frase que povoa as mentes dos profissionais do pensamento público. Como não podem confessar que desprezam o povo comum, ficam correndo atrás do próprio rabo.

Uma consequência de fundo é que essa incapacidade cognitiva impede que os profissionais do pensamento público sejam capazes de reconhecer que o povo comum possa considerar a elite intelectual de esquerda — quase uma redundância —, incluindo aí o todo poderoso Poder Judiciário, como uma classe opressora que enfia goela abaixo deles taras ideológicas e puro mau caratismo político e jurídico como se fora a santidade de senhoras católicas.

O resultado é que a inteligência pública, na sua quase totalidade, não serve para nada se quisermos entender o estado da política hoje.

9 thoughts on “Elite intelectual é míope com a extrema direita, porque sente nojo do povo comum

  1. Alguns.??

    Alguns jornalistas só faltam babar em frente das câmeras, ou nas páginas de grandes jornais, quando falam, escrevem ou ouvem a palavra “Lula”. Uma humilhação para a classe. Onde já se viu um jornalista decente “torcer” para um governo, seja ele qual for? O fim da picada. Lixo moral puro.

  2. As “cifras” produzem o mesmo efeito de uma “Injeção varejeira”, vejam a facilidade com que fizeram participar e engolir o DESTRAMBELHADO e MULTILATERAL “Evento de Falsa Bandeira”, incentivada cópia da professoral matriz!

  3. O que é extrema direita e extrema esquerda? Para mim, são ideologias péssimas que tendem aos regimes totalitários.

    E essas ideologias nascem da situação econômica ruim que vive determinada população. Políticos exploram essa situação, exaltando o nacionalismo e criticando a globalização, insuflando o xenofobismo, direcionando o ultraconservadorismo nos costumes e muitas vezes, indo contra a ciência, como no caso do aquecimento global..

    Trump nos EUA, radicaliza esse discurso, mas diferentemente de outros dessa ideologia, foca bastante no nacionalismo da economia e isso agrada aos trabalhadores que perderam bastante com a globalização. Se assemelha, nesse aspecto, ao fascismo e suas variantes, como no caso do nazismo.

    O autor não aborda essas questões, que são provas que nossa evolução até agora é falha, o que é uma pena.

  4. Existem diferenças da direita dos países desenvolvidos e a direitinha subdesenvolvida sulamericana, principalmente no campo econômico.
    Ao contrario da nossa direitinha entreguista, a direita nos países do Norte desenvolvidos tendem a ser nacionalistas. Trump por exemplo é America first, defende a classe média americana e o resgate das indústrias que migraram para a Ásia.
    De certo modo a direitinha entreguista tupiniquim também é nacionalista, mas não do brasil, vide o mito que bate continência para a bandeira dos EUA.

  5. A ideologia dominante é a extrema roubalheira.

    A extrema pouca vergonha.

    Os extremos privilégios.

    Este Brasil é claramente o país dos extremos.

    Estrume direita…

    Estrume esquerda…

    Bandicamaleão

    Bando de Eduardo Paes

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