Bolsonaro envergonhou a pátria e a democracia, por isso merece ser preso

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Charge do Latuff (Brasil de Fato)

Vicente Limongi Netto

Bolsonaro deslustrou a chefia da nação. Envergonhou a pátria e a democracia. Não engana mais ninguém. Caiu a máscara. Oficiais graduados das Forças Armadas repeliram e denunciaram, com fatos, à Polícia Federal, insistentes propostas golpistas do medonho e destrambelhado ex-presidente da República.

Um dos bravos militares chegou a ameaçar prender Bolsonaro, caso insistisse com a indecorosa e ultrajante postura golpista.  O próprio presidente do PL, partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, endossou as denúncias e as atitudes firmes e patrióticas dos comandantes militares.

As investigações prosseguem. Isentas e transparentes.  Tudo leva a crer que o Messias de barro, Bolsonaro, possa ser preso. Merecidamente.

ADEUS, PESTANA – Ana Dubeux recorda, com carinho, emoção e saudade, os traços marcantes do cativante Paulo Pestana, “Você não faz ideia, Paulinho.”(Correio-Braziliense- 17/03).

Rubens Braga, Raquel de Queirós, Helio Fernandes, Carlos Chagas, Millor Fernandes, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Joel Silveira, Ronaldo Junqueira, Dad  Squarisi, Ari Cunha, Wilson Ibiapina,  Cassiano Nunes, Ana Ramalho, Lêdo Ivo, Ricardo Boechat Oliveira Bastos, Clarice Lispector, craques da literatura e do jornalismo, abriram as portas celestiais da confraria do afago e do amor para o magistral Pestana.

Dubeux destaca o prazer de conviver com Paulinho, de editar seus textos saborosos, mordazes, lúcidos e iluminados de ternura, cultura e amor à vida. Pestana permanece “cheio de eternidade”, parodiando o admirável acadêmico, Marcos Vilaça, recordando a partida do filho, Marcantônio.

Leiam, agora, a última crônica publicada por Paulo Pestana no Correio Braziliense.

Ilustração de Caio Gomez (Correio Braziliense)

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A PRESSA E O TEMPO
Paulo Pestana

Há poucos lugares mais opressivos que sala de espera de médico. Com essas clínicas coletivas, em que pacientes de vários doutores esperam o chamado num cômodo único, a coisa piorou muito; é um jugo coletivo e nada solidário. Ninguém ali quer saber da angústia do vizinho de cadeira, talvez como fuga para suportar melhor a própria agonia.

Como não sou habitué e não gosto desses programas matinais – embora estivesse sendo exibido sem som, o que melhora muito – tentei entabular uma conversinha com a mocinha ao lado, mais na base do desabafo pela demora do atendimento do que de outra coisa. Não deu muito certo, porque ela estava acompanhada. De um telefone.

A mocinha até respondia, mas não tirava os olhos e os polegares do telefone, digitando sem parar, alternando entre o whatsapp, X e Facebook com destreza de malabarista do Cirque du Soleil. Em certo momento, como se estivesse mesmo no picadeiro, ela tirou outro telefone da bolsa e atendeu a uma chamada sem parar de digitar.

Não prestei atenção na conversa porque não sou (muito) enxerido, mas é impossível não lembrar de um tempo em que não havia nada disso e a sala de espera era menor e recheada de revistas velhas. Eu mesmo estava ali com uma geringonça, com os jornais do dia à minha disposição, tentando me distrair antes de ouvir o vaticínio do doutor, mas desconcentrado como um bode solto, por causa de uma repentina anosmia, embora o lugar estivesse cheio de gente com seus odores.

O passado me salvou: lembrei de um tempo em que era possível se esconder do mundo nem que fosse por alguns minutos para recarregar as baterias, de quando era possível ter longas férias, de quando se preenchia uma folha de cheque sem levar susto porque já estamos nas vésperas mais um ano. Olhei de novo para a mocinha e não gostei da cara do mundo novo que fizemos.

A mocinha continuava a teclar seus diálogos, provavelmente com mais de uma pessoa, tal a velocidade das frases. Não interessa o assunto, para ela era a coisa mais importante do mundo porque ninguém hoje sabe parar um minuto. E me lembrei de uma amiga muito querida que em alguns finais de tarde largava tudo para ir à Nicolândia e subir na roda gigante, só para apreciar o espetáculo que o pôr do sol oferece.

E recorri a minha tabuleta eletrônica para buscar por uma velha poesia do Drummond. Estava lá, como tudo, ao alcance de um dedo: “Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,/ a que se deu o nome de ano,/ foi um indivíduo genial. / Industrializou a esperança/ fazendo-a funcionar no limite da exaustão. / Doze meses dão para qualquer ser humano/ se cansar e entregar os pontos./ Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez/ com outro número e outra vontade de acreditar/ que daqui pra adiante vai ser diferente…”

A leitura ficou por aí. O número da senha apareceu no visor. Era minha vez.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –  O texto “(Cortar) O Tempo”, não é de Drummond, e sim de Roberto Pompeu de Toledo. A internet tem dessas coisas… (Baptista Filho)

 

27 thoughts on “Bolsonaro envergonhou a pátria e a democracia, por isso merece ser preso

  1. Hahaha…

    Como não tem provas de nada, nem mesmo crime para culpar, o cara cria o crime de vergonha…

    Enquanto isso o condenado pela justiça sentado na cadeira presidencial distribui corrupção e aparelha o Estado.

  2. Nessa hora surgem os falsos justiceiros. Quem merecia estar definhando numa masmorra sem janelas, é o maior corrupto que essa nação já produziu. Nem o Ademar de Barros é o Quercia chegaram aos pés dessa figura nefasta

  3. STF ajudou a enterrar a Lava Jato, diz Marco Aurélio Mello

    O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou que o Supremo ajudou a enterrar a operação Lava Jato. Um dos últimos julgamentos em que participou antes de sua aposentadoria, em 2021, foi o que analisou se o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi parcial no caso do tríplex do Guarujá, que mirou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marco Aurélio votou contra a suspeição de Moro, mas foi vencido. …

    “Quando se concluiu, por exemplo, que o juízo da 13ª Vara Criminal do Paraná não seria competente, se esmoreceu o combate à corrupção. Aí talvez a colocação daquele senador da República [Romero Jucá], que disse que ‘precisamos estancar essa sangria’, acaba se mostrando procedente”, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada neste domingo (17.mar.2024).

    “O grande problema é que nós passamos a ter, não pronunciamentos de órgão único, que seria o Supremo reunido em plenário, mas a visão individual de cada qual [dos ministros da Corte]. Hoje a insegurança grassa, o que é péssimo. E mais do que isso: grassa o descrédito da instituição na qual eu estive durante 31 anos. Para mim, é uma tristeza enorme perceber isso”, disse. “Eu só ouço críticas quanto ao Supremo. Eu indago: hoje qualquer dos integrantes sai à rua? Eu sempre saí à rua e nunca fui hostilizado”, acrescentou. …

    Quem será macho o suficiente para obrigar o ministro Marco Aurélio a se retratar 2m, 24, 72, 96 horas ?

  4. “Se fala em conluio entre a magistratura e o Ministério Público, julgador e acusador. Que conluio? O diálogo é saudável, o diálogo sempre existiu. O juiz sempre esteve aberto a ouvir o Ministério Público, fazendo a ponderação cabível”, disse Marco Aurélio. “Colocar cada qual em uma redoma, em um isolamento de não poderem conversar é um passo demasiadamente largo e não é democrático”, acrescentou.

  5. Salve, salve Paulo Pestana e sua belíssima Crônica!

    [Obs. O texto “(Cortar) O Tempo”, não é de Drummond, e sim de Roberto Pompeu de Toledo.]

  6. Parabéns, Vicente Limongi, por lembrar os nossos mestres saudosos e pelo derradeiro artigo de Paulo Pestana, simplesmente sensacional. Para que tanta pressa? O tempo continua o mesmo e vai levando a gente implacavelmente.

  7. Moraes pede que Latam confirme se Filipe Martins foi para Curitiba

    Latam confirma que Filipe Martins foi para Curitiba, e não para os EUA

    A seguir:
    Governo credencia a companhia Azul para transporte de seus servidores. STF segue o governo.

  8. idéia-iniciativa de recordar derradeira crônica de Pestana foi do nosso vigilante editor, Carlos Newton., valorizando meu texto. boa semana, roberto.

  9. O artigo de Sérgio Augusto, no Estadão deste domingo, 17/03/2024, título: Noitada Inesquecível, vem a propósito dos comentários, que li, aqui.
    Trata-se de um jantar na casa de veraneio, do romancista americano, Willian Sytron, na ilha Martha’s Vineyard ( Massachusetts, com Gabriel Garcia Marques, o escritor mexicano Carlos Fuentes e o presidente Bill Clinton.

    Carlos Fuentes, inteligentíssimo, perguntou a Clinton, se ele tinha inimigos. Bill respondeu:
    “meu único inimigo é o fundamentalismo religioso de direita” . O encontro dos escritores com o presidente, completou 25 anos.

    Análise:
    O perigo do fundamentalismo religioso de direita aumentou, tanto nos Estados Unidos usado por Trump, como no Brasil, base do Bolsonarismo que se aproximou desse nicho eleitoral, capturando os evangélicos para seus objetivos autoritários e golpistas, com um componente mais trágico: mudou da direita para extrema direita.

  10. Roberto, reitero, mais uma vez, com prazer e certa ansiedade; Sérgio Augusto há muito tempo já merecia entrar, ser eleito, para a Academia Brasileira de Letras(ABL). O que falta, Merval, para o grande dia-acontecimento?

  11. Isso mesmo Vicente. Compartilho do mesmo sentimento.
    Leio Sérgio Augusto desde quando tinha um artigo no Caderno de Cultura da Tribuna da Imprensa.

  12. Para você Limongi, uma palhinha do futuro imortal da ABL, o escritor Sérgio Augusto, que contou essa história de Gabo, enquanto lia o romance póstumo do colombiano:
    Em Agosto nos vemos.

    SÉRGIO AUGUSTO – ESTADÃO 17/03/24.

    Por falar em Buenos Aires, um modesto acréscimo ao rol de fobias e fricotes de Gabo: o mal-estar que ele sentia ao viajar à Argentina. “É lá que o mundo acaba”, dizia, como se depois de Ushuaia houvesse um apavorante abismo.

    Agora, a minha historinha. Que não é minha, mas de Gabo, do romancista norte-americano William Styron, de seu confrade mexicano Carlos Fuentes e do presidente Bill Clinton, tal como a relatou o colombiano em sua revista Cambio, em janeiro de 1999. Quatro anos antes, Clinton, em seu primeiro mandato, aceitou jantar com os três escritores na casa de veraneio de Styron, na ilha de Martha’s Vineyard (Massachusetts). Noitada inesquecível, inimaginável com a participação da grossa maioria dos líderes políticos passados e presentes.

    A primeira coisa que impressionou Gabo, 1m65, foi a altura de Clinton, 1m87. A segunda: seu poder de sedução. A terceira: “O fulgor de sua inteligência, que lhe permite falar sobre qualquer assunto, por mais espinhoso que seja”. Trocaram ideias sobre o problema das drogas, a miséria na América Latina, as nefastas consequências do bloqueio a Cuba. Para amenizar um pouco a conversa, fincaram pé no cinema e na literatura.

    Clinton, que em sua primeira campanha presidencial revelara ter Cem Anos de Solidão como seu romance favorito, deu provas de conhecer bem Dom Quixote e as Meditações de Marco Aurélio, seu livro de cabeceira. Gabo escolheu Dumas (O Conde de Monte Cristo), Styron cravou Mark Twain (Huckleberry Finn) e Fuentes fechou com Faulkner (Absalão, Absalão!).

    Ao recitar de memória o monólogo de Benji em O Som e a Fúria, Clinton ampliou na tertúlia a presença de Faulkner, fulcro, aliás, de uma estimulante divagação sobre as afinidades históricas e culturais entre escritores da bacia do Mississippi, do Caribe e do Nordeste brasileiro.

    Fuentes provocou o presidente a respeito de seus inimigos, se os tinha e quais eram. ‘Meu único inimigo”, respondeu Clinton, “é o fundamentalismo religioso de direita”. Não creio que tenha mudado de opinião nesses últimos 25 anos.

  13. Limongi, submeto o texto abaixo para sua análise, do que está ocorrendo no Estado do Amazonas.

    José Carlos, 18 de março de 2024 at 13:22
    Senhor Roberto Nascimento , a censura a imprensa esta comendo e correndo salta aqui no Estado do Amazonas , por parte do poder judiciário local , sob a desculpa de estarem protegendo as instituições do Amazonas e do país , pior que nos idos do regime militar que censuravam assumidamente para silenciar e intimidar seus críticos políticos e ideológicos , enquanto que hoje no Brasil e Amazonas , censuram para protegerem agentes públicos ” bandidos , corruptos e criminosos ” , nas três esferas de governos e do Estado , judiciário , legislativo e executivo , inclusive com risco real de uma emissora de rádio & Tv ter suspensa sua concessão pública , além de protegerem empresários criminosos .

    responder
    Roberto Nascimento 18 de março de 2024 at 14:59
    Prezado José Carlos, seu depoimento é preocupante.
    A OAB do Amazonas deve atuar no caso. Os advogados das emissoras e dos jornalistas deveriam requerer HC ao STF. Denunciar a censura ao ministro Roberto Barroso.
    Precisam fazer alguma coisa, se mexer, gritar, não podem ficar calados deixando esses obscurantista crescerem no Estado.
    Protocolem denúncias contra o mal juiz só CNJ presidido pelo Corregedor Luiz Salomão. Peçam ajuda ao valente senador, Omar Aziz.

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