Pedro do Coutto
O Comitê de Política Monetária anunciou nesta quarta-feira a redução de meio ponto percentual na taxa Selic que rege a remuneração de títulos do Tesouro para administrar a dívida interna do país. Como essa dívida é de R$ 6 trilhões, meio ponto percentual corresponde a cerca de R$ 30 bilhões.
Em decisão unânime, o colegiado também alterou o trecho do comunicado que sinaliza os próximos passos da autoridade monetária —aguardado com grande expectativa pelo mercado. Nesse ponto, o texto passou a sinalizar um corte da mesma intensidade apenas na próxima reunião.
PREVISÃO – Isso significa que o comitê prevê uma nova redução de 0,5 ponto somente no encontro agendado para maio, abandonando o plural usado nos comunicados anteriores ao deixar de se comprometer com um corte dessa magnitude “nas próximas reuniões”. Dessa forma, o Copom ganha mais liberdade para mudar o ritmo à frente. Na avaliação do comitê, essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista, que busca conter o processo inflacionário.
O governo tem como meta o crescimento econômico e a redução da taxa Selic. Entretanto, esse processo não está se fazendo sentir no desenvolvimento social do país. Os problemas continuam se acumulando e o governo está tendo dificuldade em anunciar medidas concretas nessa área. De qualquer forma, foi um avanço que se soma a outros que vêm sendo caracterizados pela redução gradativa na taxa Selic.
HOSPITAIS – No plano interno há uma pressão muito grande, desta vez pela ministra Nísia Trindade, sobre a equipe do seu ministério.O problema grave ocorre nos hospitais federais no Rio de Janeiro, conforme mostrou a reportagem exibida no último domingo no Fantástico, na TV Globo, sobre a situação de calamidade em que se encontram as unidades, revelando a necessidade de uma revisão permanente na situação das unidades de Saúde, pois o que foi demonstrado é inacreditável, consequência da irresponsabilidade e da omissão de setores responsáveis pela manutenção de equipamentos que salvam vidas humanas.
O principal foco político levou as coisas ao ponto em que todos nós tomamos conhecimento. É realmente um absurdo e agora é preciso ser consertado, mas levando-se em conta que isso deveria ser resultado de uma inspeção permanente. Acontece agora após o escândalo vir à tona e mostrar a omissão criminosa sobre as questões de Saúde. De qualquer forma, deslocou a atenção do governo para a grave questão.