Não há saída, e o governo Lula terá problemas com permanência do ditador Maduro

MADURO NO BRASIL - Jônatas Charges - Política Dinâmica

Charge do Jônatas (Política Dinâmica)

Marcos Augusto Gonçalves
Folha

Atrapalhada por ruídos causados pela vergonhosae nota do PT e pelas declarações estapafúrdias de Lula sobre a normalidade do que se passou na eleição venezuelana, a estratégia inicial do Itamaraty mostrou-se adequada como reação às suspeitas que pesaram e pesam contra a vitória cantada e assumida por Maduro.

O pedido de mais transparência, com a divulgação das atas eleitorais que poderiam comprovar a veracidade do resultado, foi cauteloso mas sugestivo na desconfiança. A diplomacia brasileira manteve seu conhecido padrão de intermediação e diálogo. Deu um passo a mais ao se reunir aos governos do México e da Colômbia para formar um grupo que tem atuado ativamente nos bastidores com vistas a um desenlace satisfatório para a crise.

EMBARAÇOS – O tempo, porém, pode criar muitos embaraços. As atas, ao que tudo indica, não serão apresentadas. Caso entregues, serão falseadas e facilmente denunciáveis. Aquelas que a oposição divulgou e alega serem verdadeiras parecem de fato ser. Estão, aliás, à disposição do governo brasileiro.

É cada vez mais plausível que Edmundo González tenha vencido o pleito –como declarou, aliás, o governo dos EUA, de resto quase sempre envolto em justificada suspeita.

O problema é que a verdade das urnas, mesmo documentada, não será suficiente para alterar uma situação na qual Maduro controla instituições e encontra apoio no Exército para prosseguir com sua ditadura. Será um grande feito se Brasil, México e Colômbia conseguirem uma transição democrática. Nada indica, contudo, que isso possa ocorrer. Quais serão os próximos passos?

NOVAS SANÇÕES – Dos EUA esperam-se sanções, com apoio de aliados ricos e remediados. A Venezuela, se isso é possível, verá agravar-se sua situação de pária no mundo ocidental. Como disse Celso Amorim, aumentará o cansaço. Maduro não se preocupa tanto com isso. Tem apoio de China e Rússia e poderá sobreviver, se não for atingido por um golpe ou levante popular.

Ao Brasil, de modo mais ou menos leniente, interessará manter relações comerciais com a Venezuela. Posições mais veementes não terão lugar, ainda que em nome da democracia e dos direitos humanos. Nem o Itamaraty, muito menos o PT e o governo aceitariam condenações enfáticas.

O fato é que Lula sempre foi frouxo com a ditadura de Maduro. Isso não se deve apenas à necessidade de manter relações com o vizinho. Trata-se de uma empatia ideológica envelhecida e atrasada. Apesar do acerto do Itamaraty, uma palavra de apreensão ou crítica poderia ter sido pronunciada.

FICARÁ MUDO? – Com a sonegação das atas, o que dirá o Brasil? Ficará mudo? Em tese, pelos próprios termos da nota, alguma manifestação ou retórica mais incisiva deveria vir.

Não se trata de romper relações e criar obstáculos intransponíveis. Na realidade, a defesa da democracia não serve como principal critério para decisões mais drásticas de política externa. Este foi, aliás, um erro que o presidente dos EUA, Joe Biden, cometeu em seu mandato. Alardeou uma atuação internacional baseada em defesa da democracia e direitos humanos e acabou caindo em sua própria armadilha.

Bastariam as relações com a China ou a visita à Arábia Saudita para jogar por água abaixo essa premissa. Política externa deve levar em conta as vantagens comerciais ou eventualmente geopolíticas que os demais países oferecem. Se são ou não democracias, não é o que importa, embora defendê-las mesmo que retoricamente não faça mal.

4 thoughts on “Não há saída, e o governo Lula terá problemas com permanência do ditador Maduro

  1. Rapaz eu já deixei essa coisa de politicamente correto. Eu não sou não sou. Ai eu sei que vão me censurar eu tenho certeza. Eu sou judeu judeu judeu eu só o povo escolhido escolhido escolhido por Deus. Então é o seguinte vocês bando de vagabundos bando de petrallhas de corruptos de ladroes. Ah pais vagabundo.

  2. Conversa entre produtores e intermediários exportadores, importadores e distribuidores, tão somente, só pra ver como é que ficará “a coisa”!

  3. Muito barulho por nada. Só blá, blá, blá.

    Pelo retrospecto histórico do golpismo na América Latina, a caótica situação venezuelana só mudaria com um golpe de estado contra o Maduro que, eleito ou não, ocupa efetivamente a presidência do país.

    E abomináveis golpes latino-americanos são dados geralmente por forças armadas com intervenção dos Estados Unidos, a exemplo do Brasil em 1964, do Chile em 1973 e da Argentina em 1976.

    O resto é blá, blá, blá.

    Dilema venezuelano. O ditador Maduro é uma aberração, mas seus opositores também não seriam lá essas coisas.

    Patético, da mesma forma que González se arvora agora, Quaidó também se autoproclamou presidente em 2019, tentando já naquela época destituir Maduro da presidência, sem jamais conseguir.

  4. Ditador comunista só larga o poder na marra.
    No bla bla bla ele fica.
    Sanções americanas contra a Venezuela só vao prejudicar ainda mais aquele povo. Maduro tem a mesa posta.

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