Atacado eletronicamente no Líbano, Hezbollah ameaça Israel

Milhares de aparelhos foram detonados em todo o Líbano

Pedro do Coutto

O clima no Oriente Médio voltou a ficar tenso com os ataques do Hezbollah ao norte de Israel nesta quarta-feira na primeira retaliação à explosão de pagers do grupo extremista no dia anterior. Os ataques, feitos com lançamento de foguetes, atingiram posições de artilharia israelenses.

O Hezbollah e o governo do Líbano acusaram Israel de estar por trás dos ataques aos dispositivos de mensagem utilizados pelo grupo extremista e que explodiram de forma quase simultânea, matando 12 pessoas, entre elas uma menina de 9 anos, e ferindo mais de 2.700. Os aparelhos eram usados pelos integrantes do Hezbollah como forma de comunicação para evitar rastreamento por Israel, já que, ao contrário de celulares, os pagers não têm GPS.

EXPLOSIVOS – O governo do Líbano e o Hezbollah acusaram Israel de ter implantado explosivos dentro dos pagers, antes mesmo de que os aparelhos fossem comprados pelo grupo extremista. Na terça-feira, os Estados Unidos negaram terem tido qualquer participação no ataque. A imprensa norte-americana afirmou, com base em fontes de diferentes governos, que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, foi quem planejou e executou o ataque.

Os pagers foram detonados quando membros do Hezbollah estavam em locais públicos, como lojas e mercados. Ainda de acordo com a imprensa americana, a operação ocorreu antes do planejado pelo Mossad porque o Hezbollah descobriu o plano. Os pagers que explodiram emitiram um alerta antes da explosão, imitando o barulho que fazem ao receber uma mensagem real. Na sequência, foram detonados.

Segundo o jornal “The New York Times”, a suspeita é que Israel implantou os explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. A publicação afirmou que uma carga explosiva com menos de 50 gramas foi colocada próxima à bateria, junto a uma espécie de interruptor. Isso possibilitaria que os pagers fossem detonados remotamente. Por volta das 15h30, pelo horário local, os equipamentos receberam uma mensagem que parecia ter vindo da liderança do Hezbollah. A mensagem “falsa”, no entanto, ativou os explosivos.

VÍTIMAS – Várias pessoas sofreram ferimentos na cabeça, nas mãos ou na região da cintura. O fato de o pager ter tocado antes da explosão pode ter induzido os usuários a se aproximarem ou manusearem os equipamentos. Ainda segundo o The New York Times, o Hezbollah havia encomendado mais de três mil pagers. Os equipamentos foram distribuídos para membros do grupo extremista no Líbano, além de aliados no Irã e na Síria.

O governo de Israel anunciou que começou a mover tropas para o norte do país, na fronteira com o Líbano, nesta quarta-feira. O Ministério da Defesa afirmou que está iniciando uma “nova fase da guerra”, dando indícios de que partirá para o combate contra o grupo extremista Hezbollah. A região voltou a se configurar como um temido cenário de confrontos, não havendo perspectiva para pausa ou para um cessar fogo diante dos atentados ocorridos e desfechados por ações paramilitares. Desta forma, a paz no Oriente Médio está longe de ser alcançada.

“A vida não tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas”

O que vale na vida não é o ponto de... Cora Coralina - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A poeta Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1880-1985), nasceu em Goiás Velho. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano, conforme o belo poema “Saber Viver”, no qual a sabedoria de Cora Coralina ensina que a vida não tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas

SABER VIVER
Cora Coralina

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto durar

Tarcísio e Zema abrem conversas sobre formar uma chapa contra Lula em 2026

Tarcísio é o nome mais forte da direita em 2026, diz Zema

Tarcísio é o nome mais forte da direita em 2026, diz Zema

Thiago Prado
O Globo

Na semana passada, quando ainda não havia a cadeirada histórica de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), os jornalistas Octavio Guedes e Fabio Zanini atribuíram a três “Ts” o avanço de Ricardo Nunes (MDB) nas pesquisas. Ambos falaram em TV e Tarcísio de Freitas, mas definiram a terceira letra de forma diferente. Na GloboNews, Guedes destacou a tropa de Nunes, ou seja, a máquina de vereadores e obras ligada à prefeitura de São Paulo. Na Folha, Zanini falou sobre o conceito “Tchau, Bolsonaro” e os benefícios para o emedebista de não aparecer na campanha eleitoral tão vinculado ao ex-presidente.

Hoje vamos falar sobre o primeiro T, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que entrou de cabeça na campanha pela reeleição do prefeito da capital de olho na disputa de 2026. Por mais que negue a intenção de ser candidato a presidente contra Lula daqui a dois anos, todos os seus movimentos miram a possibilidade de lançar-se ao Planalto. Em julho, ouvi os donos dos seis dos maiores institutos de pesquisa sobre o projeto Tarcísio presidente e eles divergiram sobre a hipótese de ele abandonar a reeleição.

TARCÍSIO-GEMA – No início do mês, o presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, esteve no Rio acompanhado de Romeu Zema, em mais uma etapa das viagens que ambos estão fazendo pelo Brasil para nacionalizar a imagem do governador de Minas Gerais. Em um restaurante peruano ao lado do Copacabana Palace, Ribeiro me confirmou a informação publicada pelo jornalista Robson Bonin, da coluna Radar, de que há uma articulação pela chapa Tarcísio-Zema no grupo de governadores de Sul e Sudeste, que se reuniu pela última vez na casa do senador Ciro Nogueira.

Nascido em Santa Catarina, estado-símbolo da direita brasileira atualmente, o presidente do Novo admite que não liga mais para a relação que fazem do partido com o bolsonarismo. “Parei de me incomodar com isso”, admite Ribeiro, lembrando que essa agenda era de João Amoêdo, que o antecedeu no comando da sigla.

E como convencer o bolsonarismo de que a chapa “café com leite” (referência ao protagonismo político de lideranças de São Paulo e Minas Gerais entre 1898 e 1930 na República Velha) é uma boa ideia? O presidente do Novo lembra os números de 2022: Bolsonaro ficou a 2,13 milhões de votos de diferença de Lula no país, sendo que nas 853 cidades mineiras a margem da vitória do petista foi de apenas 40.650 eleitores. “Fazer a virada em Minas com o apoio de Zema é garantir a vitória da direita”, afirma Ribeiro.

JÁ EM CURSO – Pela construção da chapa, apurei depois que o Novo está disposto a retirar a pré-candidatura ao governo do professor Matheus Simões, vice de Zema, para apoiar o senador bolsonarista Cleitinho Azevedo, do Republicanos. A relação com a família do parlamentar já existe. Desde o ano passado, o prefeito da cidade de Divinópolis, Gleidson Azevedo, irmão de Cleitinho, é filiado ao Novo.

Na última sexta-feira, a desorganização da esquerda na estratégica Minas Gerais foi tema do podcast A Hora, dos jornalistas José Roberto de Toledo e Thais Bilenky. É justamente por isso que a direita está animada para virar o jogo no estado tão relevante para as vitórias presidenciais do PT no século. “Rodrigo Pacheco, colocado como candidato a governador pelo Lula, não tem mostrado muito apetite para essa disputa”, disse Bilenky. “Dá para entender. Ele foi eleito como senador anti-Dilma, ou seja, com voto antipetista. É uma contradição”, completou Toledo.

Terminei a conversa com o presidente do Novo pedindo informações sobre Bernardinho, o candidato-fetiche da Zona Sul do Rio, cuja candidatura pelo partido é sempre especulada, entra ano, sai ano. “Falei para ele que 2026 é a última chance”, concluiu.

E BARBOSA? – A propósito, sobre candidatos-fetiche, a Veja de 6 de setembro publicou uma matéria sobre o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, mirando a Presidência da República em 2026.

“O roteiro prevê que as conversas com as legendas sejam intensificadas desde já”, diz a reportagem.

A conferir se tantas novidades estarão disponíveis como opção nas urnas daqui a dois anos.

Casa Branca se une a deputados contra a “censura prévia” implantada no Brasil

Karine Jean Pierre | News, Videos & More | BET

Porta-voz do governo Biden foi bem clara na afirmação

Carlos Newton

A mídia, que torce desesperadamente a favor do ministro Alexandre de Moraes, aprovando com louvor a implantação da censura prévia nas redes sociais, em processos sigilosos, que excluem devido processo legal, direito de defesa e possibilidade de recurso, noticiou timidamente a posição da Presidência dos Estados Unidos, expressada publicamente na noite desta terça-feira, dia 17.

Em coletiva de imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, defendeu que os brasileiros “devem ter acesso” à rede social X (antigo Twitter), hoje suspensa no Brasil. A Casa Branca afirmou que todos devem ter direito a se manifestar nas redes sociais e que isso é uma forma de “liberdade de expressão”.

PERGUNTA GLOBAL – A porta-voz do governo dos EUA, Karine Jean-Pierre, deu a declaração em resposta a uma pergunta da jornalista da TV Globo em Washington, Raquel Krahenbuhl, a respeito da posição dos norte-americanos sobre o bloqueio do X no Brasil.

A repórter global Raquel Krahenbul comentou que o X está suspenso no Brasil há cerca de 20 dias (a plataforma começou a sair do ar em 31 de agosto de 2024) e perguntou qual é a visão da Casa Branca. Eis o que respondeu a porta-voz: “Acho que quando se trata de redes sociais, sempre fomos muito claros de que todos devem ter acesso às redes, é uma forma de liberdade, de liberdade de expressão”.

A porta-voz do governo da matriz USA fez esse reparo direto ao governo da filial Brazil, mas não comentou a decisão de dois deputados norte-americanos que apresentaram esta semana um projeto para proibir que ingresse em território americano qualquer autoridade estrangeira que submeta cidadãos americanos à situação de censura prévia, como no caso do X.

EFEITO MORAES – Se aprovada, a proposta pode barrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de entrar no país ou até mesmo deportá-lo, caso a legislação entre em vigor quando o magistrado esteja em solo americano.

De autoria da deputada María Elvira Salazar, da Flórida, e de Darrell Issa, da Califórnia, ambos apoiadores do ex-presidente Donald Trump, o projeto torna “inadmissíveis” e sujeitos à deportação “agentes estrangeiros” que venham a infringir o direito de liberdade de expressão por meio de censura a cidadãos dos EUA em solo americano, uma violação ao direito previsto de forma irrestrita pela primeira emenda da Constituição americana.

Enquanto isso, a TikTok chinesa luta para se manter nos Estados Unidos. Em abril deste ano, o Congresso americano aprovou uma lei que ordena o TikTok a vender sua operação no país ou deixá-lo. A empresa chinesa Bytedance, controladora do app, entrou com recurso e teve seus representantes ouvidos nesta terça-feira, dia 17. Eles reiteraram que não pretendem se desfazer da operação americana do TikTok, e por isso dependem de um resultado positivo na Justiça para se manter no país.

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P.S. –
Conforme previmos aqui na Tribuna, a bagaça da censura prévia nas redes sociais só dá certo em ditadura. Essa grande ideia do ministro Alexandre de Moraes faz com que a filial Brazil esteja costeando o alambrado da democracia, como dizia Leonel Brizola, que preferiu morar em Nova York quando foi perseguido pelos militares. (C.N.)

Crise climática chega a grandes cidades, mas continua a ser ignorada na eleição

Sem ação no nível local, esforços globais contra crise climática podem  fracassar - Combate Racismo Ambiental

As cidades serão as primeiras vítimas da crise climática

Bernardo Mello Franco
O Globo

Está difícil respirar nas maiores cidades do país. Em pleno inverno, o Rio registrou três dias seguidos de temperaturas acima dos 40°C. Em São Paulo, o calor se somou à poluição. A capital paulista teve a pior qualidade do ar entre 120 metrópoles monitoradas em todo o mundo.

A canícula fora de época testa a resistência dos cariocas. No início da semana, a cidade já havia se espantado ao ver o sol alaranjado. O fenômeno foi causado pela mistura de calor extremo, falta de chuvas e fumaça causada por queimadas.

CUIDADOS – Os paulistanos, que adoram listas, passaram a encabeçar o ranking internacional de poluição divulgado pelo site suíço IQAir. Médicos pediram para a população evitar a exposição ao sol e o esforço físico ao ar livre. No interior do estado, cidades anunciaram racionamento de água.

A crise climática que ameaça a Amazônia e o Pantanal chegou de vez aos grandes centros urbanos. Apesar do sufoco, o assunto parece inexistir nas eleições municipais. A maioria dos candidatos trata a emergência como um assunto menor, a ser tangenciado em debates e peças de propaganda.

No Rio, o tema pouco aparece no horário eleitoral. O prefeito Eduardo Paes dedica a maior parte do tempo a exaltar feitos e siglas de sua gestão. O delegado Alexandre Ramagem investe numa campanha sensacionalista sobre segurança pública, atribuição do governo estadual.

DESPREZO TOTAL – Em São Paulo, Pablo Marçal trata os alertas da ciência como “militância com o clima”. O prefeito Ricardo Nunes não verbaliza o mesmo discurso negacionista, mas sua administração já protagonizou um vexame público na área.

Em junho de 2023, a prefeitura escalou o secretário executivo de Mudanças Climáticas para um debate na OAB. Diante de uma plateia incrédula, Antonio Fernando Pinheiro Pedro declarou que “o planeta não será salvo por nós”. “Ninguém salva o planeta Terra. Geralmente ele se salva sozinho”, disse, para constrangimento geral.

A fala viralizou na internet, e Nunes demitiu o secretário no mês seguinte. Mas o episódio serviu para ilustrar o desdém com que a emergência é tratada nos municípios — a começar pelo mais populoso da América Latina.

CHORO DE DATENA – José Luiz Datena foi às lágrimas na sexta-feira, em entrevista à Folha de S.Paulo e ao portal UOL. “Para mim acabou a política”, lamuriou-se. “Eu tentei ajudar as pessoas a votar em mim. Até agora não consegui, o que eu posso fazer?”.

O choro antecipou o fim de uma campanha que não começou. Lançado pelo PSDB, o apresentador penou para convencer aliados e adversários de que seria candidato para valer. Depois viu o histriônico Pablo Marçal roubar o papel de outsider na disputa pela prefeitura.

O fiasco de Datena deve sepultar um velho mito das eleições paulistanas: a ideia de que ele seria um candidato imbatível a qualquer cargo público. Em queda livre no Datafolha, o neotucano agora aparece em quinto lugar, com míseros 6%.

Brasil suplica que a Europa não aplique agora sua lei que pune desmatamento

Desmatamento na Floresta amazônica

Protecionismo faz Europa restringir suas importações

Janio de Freitas
Poder360

Com São Paulo como a grande cidade mais poluída do mundo, e a Amazônia como maior emitente de gases poluidores no mundo, o governo não teria momento mais impróprio para seu apelo dramático ao conselho dirigente da União Europeia: não aplique a aprovada lei contra produtos de desmatamentos. O “pelo amor de Deus” ficou subentendido.

Em carta à UE na quarta-feira (11.set.2024), os ministros do Exterior e da Agricultura, Mauro Vieira e Carlos Fávaro, estimam que mais de um terço das exportações brasileiras para lá estariam sujeitas à exclusão. Perda grande do Brasil. Com base em cifras de 2023, seria em torno de US$ 15 bilhões.

DIZ A CIÊNCIA – Os argumentos brasileiros são, nas circunstâncias, o que se poderia esperar. Nem sempre coincidentes, os números do desmatamento são favoráveis ao governo, com redução expressiva. Mas o que continua, e o provável é ir longe, dá razão à UE. É assustadora a ideia de que a floresta amazônica não mais existirá já na década de 2070, para isso bastando que a atual elevação da temperatura chegue a 2,5 graus.

Não é opinião de diletantes, “é uma conclusão da ciência”, adverte Carlos Nobre, climatologista de alto conceito internacional. Para o Pantanal, o futuro é ainda mais hostil: sem defesas urgentes, como disse há pouco a ministra Marina Silva, estará extinto daqui a uns 25 anos – o mesmo tempo por nós vivido de 2000 a hoje. Logo, quem queira pensar no futuro do Brasil deve considerar, para além dos seus desejos, também um território dilapidado pela incúria e pelo fogo criminoso.

Com regiões de secura marcadas pelos veios de passados rios. Mundos de aridez, de história esquecida. Assim são os desertos. O processo de desertificação está ativo no Brasil. O cerrado, lá no miolo do país, sofre um ataque sem reversão, do homem e da caatinga. Já ambiente desértico, a caatinga avança em todos os rumos à sua volta. E, ressalta Carlos Nobre, já um pedaço da Bahia, a oeste, desertifica-se sem resistência.

INCÊNDIO CRIMINOSO – A devastação, pode-se dizer, está institucionalizada. O incêndio criminoso é um dos seus modos de dominar. O custo de um combate vitorioso sobre essa realidade jamais seria admitido pela mentalidade dominante. A devastação se desenvolve exatamente por outros traços desta mentalidade. Mas o meio ambiente e, sobretudo, a Amazônia têm importância decisiva para a vitalidade do Ocidente, em especial, e do mundo.

A opinião de que os europeus apenas defendem o seu agronegócio, ao vetar importações, barateia demais o problema. Tudo nele é grave e merece reconhecimento. A Europa se defende, sim, porém não só ao seu agronegócio. Nem está desprovida de razões. O governo diz que o corte de importações “é punitivo”. Também pode ser visto como colaboração involuntária.

O Brasil precisa salvar-se do cerco que lhe fazem os mandantes de incêndios e desmatamentos criminosos. Atingi-los nos cofres pode suprir a insuficiência dos meios governamentais e a inação social. Seria medida em favor da integridade ambiental brasileira. Enquanto há tempo, tão pouco…

Alexandre de Moraes deve aguardar relatório oficial para decidir sobre X

Twitter voltou? Usuários relatam que app do X está funcionandoCarolina Brígido
do UOL

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deve aguardar um relatório da Anatel (Agência Brasileira de Telecomunicações) antes de tomar uma decisão sobre a queda do bloqueio do X no Brasil sem autorização judicial. Até o início da noite desta quarta-feira, dia 18, a Anatel não comunicou o fato oficialmente a Moraes.

Segundo integrantes do órgão, deve ser enviado um relatório ao STF para informar a situação. O ministro não deve tomar providências até isso acontecer.

ALGUMAS OPÇÕES – Ao analisar o caso, Moraes tem algumas opções – como, por exemplo, expedir uma nova ordem de bloqueio do X e multar os responsáveis por burlar a decisão tomada por ele de suspender o funcionamento da rede no país.

O X foi bloqueado em 30 de agosto porque a empresa de Elon Musk feriu a legislação brasileira ao não indicar um representante no país. A rede social também se recusou a cumprir ordem de Moraes para retirar do ar perfis disseminadores de fake news e de discurso de ódio.

X está de volta? Usuários fazem memes com possível retorno de rede social###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O relatório da Anatel é importante para que se saiba o que realmente aconteceu, pois os serviços do X/Twitter não voltaram irrestritamente. Pelo contrário, apenas em algumas áreas. Para aumentar a confusão, não retornaram como X, mas como Twitter, que é a denominação original, antes de Elon Musk assumir a plataforma. Fica claro que não houve intenção de o X voltar. Por isso, é bom Moraes ouvir o ditador Maduro e tomar um chá de camomila. Se sair punindo adoidado aqui na filial Brazil, como é seu estilo, pode instigar ainda mais o pessoal da matriz USA, que já está com ele por aqui, como dizia “Seu Peru”, naquela época em que havia humor na TV. Agora, só resta “A Praça é Nossa”, do Carlos Alberto da Nóbrega, que já está com 85 anos e entrou na reta final, digamos assim. Em breve o humor também será proibido… (C.N.)

Provas de golpe orquestrado podem minar o projeto de anistia e barrar impunidade

Charge Clayton | Charges | OPOVO+

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Carlos Pereira
Estadão

A defesa da anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro não passa de uma estratégia política para livrar Jair Bolsonaro, tanto pela decisão do TSE de declarar sua inelegibilidade por oito anos, como por eventuais condenações do ex-presidente pelo STF do seu envolvimento direto em uma suposta trama golpista.

Mas, como destacado em artigo de Pablo Ortellado, o grande receio é o de que a reprovação dos eleitores aos atos de 8 de janeiro esvaneça com o passar do tempo. O PL da anistia dos condenados ganharia assim maior viabilidade política no Legislativo, o que aumentaria as chances de perdão dos crimes cometidos pelos envolvidos.

O PLANO – Ortellado argumenta que seria fundamental que a justiça comprovasse que havia um propósito golpista na invasão dos três poderes. Bem como que tais ações, em conjunto com os bloqueios de rodovia e de acessos às refinarias e a derrubada das linhas de transmissão de energia foram coordenadas pelos líderes do movimento golpista, incluindo o ex-presidente. Algo, que, segundo Ortellado, não foi plenamente comprovado e/ou detalhadamente divulgado para a sociedade até o momento.

Entretanto, como mostrado em artigo “In court we trust? Political affinity and citizen’s atitudes toward court’s decisions”, escrito em parceria com André Klevenhusen e Lúcia Barros, a confiança dos eleitores brasileiros no Supremo não é livre de viés afetivo com o líder político que amam ou que odeiam.

O estudo revela que os eleitores de Lula, por exemplo, passam a confiar mais no STF quando condena Bolsonaro e/ou absolve Lula. O inverso também é verdadeiro em relação aos eleitores de Bolsonaro. A percepção de que o STF é politicamente motivado também obedece à mesma lógica. Além disso, a pesquisa indica que eleitores de Lula e de Bolsonaro acreditam na integridade dos seus líderes, mesmo quando ele é condenado pelo STF.

SEM SOLUÇÃO? – Portanto, é possível inferir que por mais que o Supremo forneça evidências de coordenação entre os eventos golpistas, a percepção do eleitor conectado afetivamente com Lula ou Bolsonaro sobre o STF provavelmente não mudará e a agenda da anistia dos condenados não necessariamente se enfraquecerá.

Entretanto, os eleitores que não votam em Lula nem em Bolsonaro, que representam um montante expressivo do eleitorado, não têm a sua confiança no STF alterada em função da sua decisão de condenação e absolvição de um ou de outro.

Portanto, a oferta de maiores evidências de coordenação da trama golpista pode fortalecer a decisão do Supremo e diminuir a viabilidade política do projeto de anistia que tramita no Poder Legislativo.

Piada do Ano! Queimadas são movimento contra o governo Lula, alegam os petistas

Esse fogo é criminoso”, diz Lula sobre incêndios pelo país | CNN BrasilPedro Venceslau
CNN Brasil

“Querem atribuir culpa dos incêndios aos produtores rurais”, disse o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Pedro Lupion (PP-PR). À equipe da CNN, ele afirmou que, ao contrário, o setor foi o mais prejudicado pelos incêndios. Ele garantiu que o agronegócio é alvo de ofensiva de ambientalistas, após os incêndios simultâneos que afetam várias regiões do Brasil.

“Há uma tentativa de atribuir culpa ao agro pelos incêndios, mas os mais prejudicados somos nós. Tem muita narrativa equivocada sendo difundida”, disse o parlamentar.

Ainda segundo o líder da Frente Parlamentar, as críticas que relacionam o setor aos incêndios partem sobretudo dos ambientalistas inconsequentes, que não se interessam pela” verdadeiras causas do problema. “Os ambientalistas não aceitam nosso protagonismo no Congresso”, disse Lupion. Entidades do setor, como a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), lançaram campanhas esclarecedoras nas redes sociais em defesa dos produtores.

TEORIA CONSPIRATÓRIA – Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levantam a suspeita, em conversas privadas, de que a intensificação das queimadas possa ser resultado de um movimento orquestrado contra o governo.

Segundo fontes do Palácio do Planalto, há uma possibilidade de que os incêndios tenham sido provocados intencionalmente e idealizados por um pequeno grupo de pessoas.

A desconfiança do governo é que os incêndios têm sido iniciados por mandantes, que ordenam, à distância, onde os focos de queimada devem começar. A suspeita é que pessoas espalhadas por diferentes estados estejam envolvidas na execução dessas ações a mando desse grupo, mas as investigações ainda estão em andamento para identificar os responsáveis e as verdadeiras motivações por trás das queimadas.

CLIMA SECO – Os incêndios florestais se intensificaram em agosto, devido ao clima seco, contabilizando 10.328 focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O instituto também registrou, no mês passado, o maior em número de ocorrências de incêndios na base histórica do Inpe, que iniciou as medições em 1998.

No Planalto, a preocupação é muito grande, em função da crise nacional e também por que o fogo já consumiu mais de 700 hectares do Parque Nacional de Brasília , afetando o clima na capital, que é muito seco.

E Lula diz que os incêndios são criminosos, de que quer destruir o governo e o país.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É importante que todos possam falar, mas Lupion não pode desconhecer que muitos produtores rurais tocam fogo no pasto para renová-lo. Quanto à suspeita do governo, que aventa a hipótese de ser um movimento orquestrado contra Lula e o PT, é só mais uma Piada do Ano. (C.N.)

Depois de “vítima” de cadeirada, Marçal volta a fazer papel de valentão…

Foto mostra Pablo Marçal, homem branco de cabelo preto, barba por fazer e camisa escura, gesticula com o dedo em riste. Sua mão e antebraço estão enfaixados.

Com a mão enfaixada, Marçal investe contra Nunes

Bruno Boghossian
Folha

Durou pouco a ilusão de que seria possível trazer a eleição de São Paulo de volta ao mundo real. No primeiro debate após a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal, alguns candidatos acreditaram que o trauma abriria caminho para fazer da campanha uma discussão sobre preparo e equilíbrio. O devaneio evaporou ainda no primeiro bloco.

A permanência da disputa no reino da grosseria é um oferecimento do próprio ex-coach. Marçal provou que tem talento para se manter como protagonista e tentou ditar o tom deste momento pós-cadeirada. Dobrou a aposta no conflito e nas ofensas aos adversários. Quase todos os outros candidatos caíram no golpe.

PICADEIRO – O debate RedeTV!/UOL sugere que pouca coisa é capaz de romper a lógica da campanha paulistana. Guilherme Boulos e Ricardo Nunes ensaiaram uma fala pacificadora para tentar evidenciar a fábrica de perturbação instalada no comitê de Marçal. Tabata Amaral teve ainda mais habilidade para tirar proveito do contraste com o ex-coach. Nada disso, no entanto, foi capaz de isolar de vez o candidato do PRTB ou impedir que o circo fosse reinstalado. Em pouco tempo, todos estavam de volta ao picadeiro.

Marçal decidiu insistir no jogo baixo depois de perceber que a tática da vitimização talvez não tivesse o efeito que ele esperava. Em vez de transmitir a imagem de um candidato corajoso, que chega a ser agredido por falar coisas inconvenientes, o ex-coach corria o risco de passar uma imagem de fragilidade.

Na mudança de rota, Marçal teve que operar uma transformação constrangedora: em pouco mais de 24 horas, passou do paciente agonizante dentro de uma ambulância ao valentão que jura não se intimidar e ainda repete acusações contra seu agressor.

NÃO PODIA MUDAR – O ex-coach não tinha muitas alternativas. O repertório de Marçal é limitado ao barulho que ele é capaz de produzir. Firmar um pacto de civilidade e agir como um candidato a prefeito normal deixaria sua campanha numa desvantagem considerável.

Isso não significa que a corrida ficará exatamente onde estava antes da cadeirada. O vexame da agressão e a reação de Marçal vão forçar o eleitor a decidir se o tumulto já foi longe demais.

Deputados americanos apresentam projeto que barra ida de Moraes aos EUA

A Conversation with Rep. Darrell Issa on US–South Asia Relations | Hudson Institute

Darrel Issa diz que EUA não aceitam a censura prévia

Igor Gadelha e Gustavo Zucchi
Metrópoles

Bolsonaristas estão comemorando, nos bastidores, um projeto de lei protocolado nesta segunda-feira (16/9) por dois congressistas dos Estados Unidos. A proposta teria como um dos alvos o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O projeto foi apresentado pelos deputados republicanos Maria Elvira Salazar e Darrell Issa e prevê que qualquer autoridade estrangeira que promova censura contra cidadãos americanos não seja aceita nos Estados Unidos.

Segundo os congressistas, um dos motivos do projeto seria o fato de Alexandre de Moraes ter determinado a suspensão do X no Brasil. Para eles, a decisão do magistrado seria uma violação dos direitos do bilionário Elon Musk.

ATAQUE INTERNACIONAL – “O ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes é a vanguarda de um ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos como Elon Musk”, disse Salazar em seu site oficial.

Dono do X em todo o mundo e de outras empresas, como a Starlink e a SpaceX, Musk nasceu em junho de 1971 na África do Sul, mas se tornou cidadão canadense na juventude e hoje tem cidadania americana.

De acordo com a deputada, “os agentes da censura não são bem-vindos na terra da liberdade, os Estados Unidos”. Para ela, o projeto serviria como um “aviso” para autoridades estrangeiras que tomarem decisões contra americanos.

“Todos nós estamos cientes do abuso de poder por parte do Supremo Tribunal Federal no Brasil, que está atacando Elon Musk e bloqueando o acesso ao X, uma empresa americana de capital fechado. Mas os direitos de liberdade de expressão dos americanos também estão sob ataque em todo o mundo, e em muitos países que talvez não esperássemos”, declarou Darrell Issa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O deputado republicano, ao mencionar outros países, referia-se Austrália, que está propensa a adotar um tipo de censura prévia, como já fez o Brasil, tendo Alexandre de Moraes como responsável pela censura. Como dizia Delcio Lima, essa bagaça não vai acabar bem. (C.N.)

O “conforto” de Lula é a “miséria” da República, no protagonismo de Dino

Tragédia humana: Flávio Dino arrastou 400 mil maranhenses para a miséria em  5 anos - Daniel Matos

Reprodução do Arquivo Google

Deu no Estadão

O ministro novato Flávio Dino claramente não entendeu que o assento no Supremo Tribunal Federal (STF) não lhe confere poder ilimitado para agir sob qualquer pretexto – poder este do qual nenhuma autoridade dispõe na República. Dino não pode acordar num belo dia, por exemplo, e, ao tomar conhecimento de que mais da metade do País está coberta por uma espessa nuvem de fumaça, determinar o que o governo federal deve fazer para combater as queimadas na Amazônia e no Pantanal.

Nem muito menos cabe a ele dizer de onde hão de vir os recursos para custear as ações, como Dino fez no dia 15 passado, ao “autorizar” a abertura de créditos extraordinários para essa finalidade.

MAU EXEMPLO – Outra hipótese, não menos problemática, é que Dino possa pensar, talvez se mirando no mau exemplo de alguns de seus colegas veteranos na Corte, que está normalizado o fato de um ministro do STF imiscuir-se em temas que não lhe são afeitos, como é o caso da definição e implementação de políticas públicas para lidar com a tormenta climática.

Seja como for, a decisão monocrática do sr. Dino indica que essa bagunça institucional instalada no Brasil dificilmente será arrumada até que a vaidade, as opiniões pessoais e as agendas políticas de indivíduos investidos do múnus público sejam postas de lado diante da premente necessidade de recobrar o decoro e a institucionalidade no País.

Como o Estadão antecipou que o ministro o faria, Dino deu aval à abertura de créditos extraordinários, “a critério do Poder Executivo”, a fim de bancar os gastos do governo com o combate às queimadas. Ou seja, com uma canetada, Dino permitiu a criação de mais uma exceção às regras do maltratado arcabouço fiscal, autorizando a criação de dinheiro mágico, ou seja, inexistente no planejamento oficial, com o evidente propósito de evitar que o presidente Lula da Silva incorra em crime de responsabilidade.

CHEIRO DE QUEIMADO – Quando sentiu o cheiro de queimado e acordou para o problema, entendendo que talvez fosse melhor agir como um presidente da República, Lula se deu conta de que não dispunha de recursos orçamentários para combater os incêndios sem cortar outras despesas do Orçamento da União, o que o petista, como é notório, reluta em fazer por cacoete ideológico, em muitos casos, ou por interesses político-eleitorais, em outros.

Nesse sentido, a decisão de Dino soa como música para os ouvidos de um presidente tíbio na defesa do meio ambiente, a ponto de Lula ter feito chegar ao público a informação de que estaria “confortável” com o protagonismo de seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública na definição de medidas a serem adotadas para debelar os focos de incêndio País afora. Evidente que está, pois o vácuo de governança deixado pelo Executivo orna com a vaidade e o voluntarismo de um juiz que jamais deixou de ser político – e que foi indicado ao STF por Lula exatamente por isso. Logo, o “conforto” de Lula, que nada fez para evitar o pior e agora terceiriza responsabilidades para quem não as tem, é a miséria da República.

POPULISMO – Cheio de brios, disposto a apagar com tinta de caneta as queimadas que consomem a Amazônia e o Pantanal, Dino, por sua vez, não tem perdido uma oportunidade de chamuscar a Constituição com um populismo que seria apenas compreensível fosse ele um político stricto sensu, mas é inconstitucional e antirrepublicano sendo ele quem é. Para justificar o injustificável, Dino chegou a comparar os incêndios – criminosos em sua maioria – às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, como se o governo Lula da Silva não tivesse recebido inúmeros alertas ao longo deste ano sobre o descontrole das queimadas e os riscos trazidos pelo clima seco, enquanto as chuvas que caíram sobre os gaúchos eram absolutamente imprevisíveis naquele volume.

Para coroar a desordem, as decisões de Dino têm sido proferidas após audiências de “conciliação”, como se o STF fosse mero mediador ou órgão consultivo, no âmbito de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que, pasme o leitor, já foi julgada pelo plenário da Corte em março deste ano, mas que Dino, sabe-se lá por que, ainda mantém sob seu poder – e sem ser contestado.

X já voltou a funcionar, mas será que Moraes vai multar os usuários?

Famosos voltam ao X — Foto: Reprodução

Sabrina Sato conseguiu entrar de manhã e comemorou

Deu no Globo

Parte dos usuários do X relata que a rede social voltou a funcionar nesta quarta-feira. A plataforma está bloqueada no Brasil desde o dia 30 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, o magistrado impôs multa diária de R$ 50 mil por descumprimento, inclusive pelo uso de redes privadas, como ferramentas de VPN.

A volta do X é o assunto mais comentado na rede social. “O Twitter voltou”, com o nome antigo da plataforma, e ocupa o primeiro lugar nos trending topics. Em segundo lugar está Bluesky, a rede social que mais ganhou usuários no país durante o bloqueio determinado pelo STF.

“Meu twitter está vivo”, comemorou uma usuária na manhã desta quarta-feira. “O Twitter voltou”, comemorou um perfil de torcedores de futebol.

BLOQUEADO NO BRASIL? – A atriz, apresentadora e ex-BBB Sabrina Sato também comemorou a volta do X: “Voltamossss! Bom diaaaa”, escreveu.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão total da rede social X no Brasil após a plataforma descumprir a ordem dada em 28 de agosto para indicar um representante legal no país no prazo de 24 horas.

Moraes determinou a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da rede social até que todas as ordens judiciais dadas por ele sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional. Em 31 de agosto, a plataforma ficou totalmente fora do ar no país.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Espera aí. Não tem uma multa de R$ 50 mil para quem descumprir, como a Sabrina Sato acaba de fazer. Isso significa que o Brasil conseguiu esculhambar o X/Twitter? Ou o ministro Alexandre Marques vai cobrar multa da apresentadora global? Há-há-há! (C.N.)

Brasil de Lula não tem plano para floresta, petróleo, eletricidade ou fim do mundo…

A imagem mostra um homem de cabelo grisalho e barba, vestindo um terno escuro, com uma expressão séria. Ao fundo, há uma pessoa com um cocar indígena, que observa atentamente. O fundo é colorido, com tons de vermelho e amarelo, sugerindo um ambiente de evento.

De repente, Lula percebe que não existe nenhum plano

Vinicius Torres Freire
Folha

Luiz Inácio Lula da Silva prometeu reconstruir a BR-319, estrada que liga Manaus a Porto Velho (Rondônia), como se sabe. Fez a promessa no Amazonas, no auge do ruído midiático sobre o incêndio do Brasil. Convém voltar ao assunto. O caso é uma caricatura de dilemas brasileiros e do governo Lula. É um exemplo da falta de planos do que fazer quanto a energia, investimento, ambiente e até das contas públicas. Vai dar besteira.

O que fazer de petróleo e de sua renda enorme e crescente? De rodovias e ferrovias na floresta? Como gerar mais eletricidade em horário de pico sem mais dano ambiental?

NINGUÉM LIGA – Fora da Amazônia e dos círculos de ambientalistas e cientistas, pouca bola se deu para a BR-319. Manaus não tem conexão rodoviária com o restante do país, entre outros isolamentos dessa região metropolitana com 2,6 milhões de habitantes. A reconstrução da BR-319 está emperrada desde 2005 por embates judiciais e administrativos.

Seus defensores dizem que será obra com sistemas de segurança ambiental inédita, além de ser estrada cercada, com travessias aéreas e subterrâneas para animais e controle de quem e do que vai passar por lá. Etc. Para críticos, a rodovia vai facilitar a destruição. Por onde passam, estradas de fato reduzem o custo de empreendimentos (legais ou ilegais).

O dilema é piorado pela expansão dos crimes organizados, pela dificuldade estatal de combater a destruição da floresta e a conexão amazônica de negócios legais e ilegais, pelo fato do plano de desenvolvimento local (Zona Franca) ser erro econômico enorme quase incorrigível.

E O PETRÓLEO? – É apenas um dilema. A exploração do petróleo no mar do Amapá, mesmo que não derrame gota de óleo, criará incentivos para a ocupação desordenada e destruição ambiental do estado (a história da urbanização brasileira).

Quão essencial é o petróleo? Em 2014, o país produzia 2,3 milhões de barris por dia. Em 2024, deve produzir 3,5 milhões. Em uma conta de guardanapo, pelo preço atual do barril, a renda petroleira passou de US$ 58,8 bilhões por ano para US$ 91,4 bilhões, sem contar efeitos indiretos.

A renda nacional aumentou com isso, assim como a receita do governo. Nesses anos, a taxa de investimento produtivo do país não aumentou. O setor público tem déficit. Estamos queimando receita petrolífera finita em gasto corrente. Segundo a Empresa de Planejamento Energético (estatal), a produção para de crescer em 2030, em 5,3 milhões de barris por dia. O que fazer? Explorar mais? Menos? Há alternativas?

MAIS ENERGIA – No caso da eletricidade, vamos precisar de mais térmicas a gás (da exploração petrolífera) para atender ao consumo do horário de pico, para a qual a solar não dá conta? De Angra 3 ou Nuclear “x”? Como revolucionar produção e consumo de energia? Secas mortíferas, cada vez mais prováveis, podem parar as hidrelétricas.

Precisamos da Ferrogrão (ferrovia que vai da soja do Mato Grosso a porto no Pará, mais rasgo na Amazônia)? No caso de restrições ou alternativas ao consumo mundial de grãos e carnes, como o país vai pagar as contas externas? De onde vai sair o dinheiro para proteger a Amazônia (polícia, servidores ambientais, investimento produtivo) e para zerar desmatamentos? Do petróleo? Mas já não estamos gastando todo o dinheiro petrolífero em outra coisa?

Não temos plano, até aqui. Sobrou para Lula fazer

Na desesperada “Canção do Bêbado”, a dor de viver, segundo Cruz e Souza

Cruz e SousaPaulo Peres
Poemas & Canções

O poeta João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Desterro, atual Florianópolis, tornou-se conhecido como o “Cisne Negro” de nosso Simbolismo, seu “arcanjo rebelde”, seu “esteta sofredor”, seu “divino mestre”. Procurou na arte a transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros problemas decorrentes da discriminação racial e social.

No poema “Canção do Bêbado”, Cruz e Souza relata a degradação de um homem em decorrência do alcoolismo, do pessimismo, da tragédia afetiva, da opção pela vida fantasiosa, da depressão associada a bebida e da dúvida que, consequentemente, o levará à morte.

A imagem sugerida pela pontuação é sem dúvida alguma a de um homem embriagado caminhando para casa. Sua marcha é irregular, alternando movimento, oscilação, dúvida (interrogação) e pausa, regularidade, certeza (exclamação).

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CANÇÃO DO BÊBADO
Cruz e Souza

Na lama e na noite triste
aquele bêbado vil
Tu’alma velha onde existe?
Quem se recorda de ti?

Por onde andam teus gemidos,
os teus noctâmbulos ais?
Entre os bêbados perdidos
quem sabe do teu – jamais?

Por que é que ficas à lua
Contemplativo, a vagar?
Onde a tua noiva nua
foi tão cedo depressa enterrar?

Que flores de graça doente
tua fronte vem florir
que ficas amargamente
bêbado, bêbado a vir?

Que vês tu nessas jornadas?
Onde está o teu jardim
e o teu palácio de fadas
meu sonâmbulo arlequim?

De onde trazes essa bruma
toda essa névoa glacial
de flor de lânguida espuma
regada de óleo mortal

Que soluço extravagante
que negro, soturno fel
põe no teu doudejante
a confusão da Babel?

Ah! das lágrimas insanas
que ao vinho misturas bem
que de visões sobre-humanas
tua alma e teus olhos têm!

Boca abismada de vinho
Olhos de pranto a correr
bendito seja o carinho
que já te faça morrer!

Sim! Bendita a cova estreita
mais larga que o mundo vão
que possa conter direta
a noite do teu caixão!

No Ministério, até hoje tentam esconder as provas da fraude de Roberto Marinho

Nome de Roberto Marinho foi ocultado por tarjas

Carlos Newton

Concluo, hoje, a série de artigos sobre a transferência, ou melhor, a usurpação da Rádio Televisão Paulista S/A, canal 5 de São Paulo, durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, pelo jornalista e empresário Roberto Marinho, criador do Grupo Globo de Comunicação, um dos maiores do planeta.

As fraudes por ele cometidas são inquestionáveis, estão todas mais do que comprovadas desde 2003. Há 20 anos, portanto, ao analisar relatos, fatos e documentos referentes à aprovação dessa falsa “aquisição” feita por Marinho, a Procuradoria-Geral da República e o renomado Instituto Del Picchia de Documentoscopia expressaram convicção idêntica:

O QUE FOI APURADO – “Tal como se deu, esteado em documentação falsificada, o ato de concessão estaria eivado de nulidade absoluta”. (…) “Houve irregularidade na falta de fiscalização do CONTEL (Conselho Nacional de Telecomunicações), pois este deveria ter tomado providências, não permitindo que a emissora ficasse mais de doze anos sem regularizar, junto ao órgão público federal, matéria afeta ao aumento do capital social da emissora”. para não perder a concessão,

Passado esse longo período na ilegalidade e não tendo como regularizar o quadro societário da emissora (com mais de 600 acionistas) para manter a concessão, Roberto Marinho teve de cometer outras ilegalidades.

Com a conivência e a omissão do governo militar, via Departamento Nacional de Telecomunicações – DENTEL, o empresário carioca protocolou centenas de Termos de Transferência de Ações, abrangendo a quase totalidade das ações dos sócios fundadores da emissora.

ASSINATURAS FALSAS – Foram cerca de 600 assinaturas falsas numa mesma ocasião, talvez um recorde mundial, em nome dos verdadeiros acionistas da TV Paulista, que “cediam” suas ações a Marinho por CR$ 1,00. Todos eles eram representados por um só procurador, que era funcionário da TV Globo e se dispensou de apresentar as procurações, em Assembleia Geral Extraordinária presidida pelo próprio Roberto Marinho.

A negligência estatal-militar chegou a tal ponto que, em 11 de fevereiro de 1977, as cautelas subscritas com falsidades irreversíveis ainda estavam em nome da Rádio Televisão Paulista S/A, embora desde 1973 sua denominação já era TV Globo de São Paulo.

As herdeiras dos antigos acionistas controladores da Rádio Televisão Paulista S/A (com 52% do capital), que processam o espólio de Roberto Marinho e a TV Globo há 20 anos, requereram recentemente vista desses documentos originais e, surpreendentemente, tiveram acesso a eles.

TARJAS PRETAS – O mais incrível é que até hoje o Contel e o Dentel ainda tentam ocultar as fraudes cometidas por Roberto Marinho. Ferindo a Lei de Acesso à Informação e preceitos constitucionais (incisos XXXIII e LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal), os termos de transferência de ações foram cuidadosamente cobertos por uma tarja escura em todas as linhas que trazem o nome de Roberto Marinho e o valor real da ação, que era de Cr$ 1.000,00 e não apenas de Cr$ 1,00.

Assim, é fundamental rever a injustificável edição das Portarias 163/65 e 430/77 dos governos militares em favor de um dos mais importantes e questionados empresários brasileiros, visto por alguns até como “entidade sobrenatural”.

Conceituados juristas brasileiros entendem que a má-fé e as ações ilícitas praticadas por particulares para se beneficiarem de atos administrativos da competência de entes públicos, sem dúvida, comprometem sua validade e eficácia, a qualquer tempo, o que agora justifica a decretação de sua nulidade, em nome da legalidade e da moralidade.

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P.S.As nulidades administrativas devem ser contidas e revistas, sempre que forem constatadas. Isso, sim, é Justiça. (C.N.)

Queimadas brasileiras comprometem exportações para União Europeia

Queimadas combinadas com a seca severa atingem diversas regiões

Pedro do Coutto

As queimadas que atingiram vários estados este ano têm implicações econômicas profundas, afetando não apenas a agricultura, mas também a imagem do Brasil no cenário global. O país, líder mundial na exportação de produtos como soja, milho, café, açúcar, suco de laranja e carnes, enfrenta uma crise que vai além das perdas diretas causadas pelo fogo. Integrantes do governo e representantes do setor privado expressam preocupação com a possibilidade de que esses incêndios possam ser utilizados para desqualificar a produção agrícola brasileira.

A crise das queimadas, combinada com a seca severa que atinge diversas regiões, configura uma ameaça econômica significativa. O governo brasileiro tem trabalhado para mitigar os impactos externos, apresentando a situação como resultado de condições climáticas extremas e possíveis ações criminosas, além de destacar que outros países também enfrentam problemas semelhantes com incêndios florestais.

NOVA LEGISLAÇÃO – O desafio para o governo é ainda mais urgente com a iminência da nova legislação da União Europeia, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025. Esta regra proíbe a comercialização de produtos originários de áreas desmatadas, o que representa uma ameaça direta para as exportações brasileiras.

Com a previsão de que o Brasil possa perder mais de um terço de suas exportações para o bloco europeu, o equivalente a cerca de US$ 15 bilhões anuais, o governo busca uma prorrogação para adaptar-se às novas exigências e está em negociações para garantir um período de adaptação mais amplo.

MENSAGEM –  O governo tem levado ao exterior a mensagem de que os incêndios ocorrem em meio a uma forte seca, de que há suspeita de ações criminosas e que outros países também sofrem com o fogo. Além disso, afirma que o Brasil está atuando para conter os problemas. Por isso, argumenta o governo Lula, não haveria motivos para punir as exportações brasileiras.

As queimadas deste ano não apenas representam uma crise ambiental e econômica imediata, mas também uma oportunidade para o Brasil reavaliar suas estratégias de exportação e comunicação internacional. O governo e o setor privado enfrentam um desafio complexo, que exige ações decisivas e uma colaboração internacional robusta para proteger a sustentabilidade da produção agrícola e a reputação global do país.

O Brasil tem que combater o fogo, como está fazendo no cerrado, por exemplo, prender os criminosos, levá-los à Justiça, deixar evidente o comprometimento do governo tanto com o combate aos incêndios quanto a destruição da floresta amazônica. Não é possível assistir ações irresponsáveis de forma passiva e que comprometem a economia e a imagem do país.

Confirmado! Silvio Almeida será julgado pelo Supremo no caso do assédio sexual

O agora ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante entrevista em outubro de 2023

Silvio Almeida já contratou seus advogados de defesa

Sarah Teófilo e Thiago Bronzatto
O Globo

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a abrir inquérito para investigar Silvio Almeida, ex-ministro de Direitos Humanos, acusado de assédio sexual. A decisão ocorreu após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concordou com o início da investigação. Após ser demitido pelo presidente Lula, Silvio Almeida reforçou que irá provar a sua inocência.

Na semana passada, a PF enviou ao STF um relatório sobre o caso e questionou se as investigações deveriam tramitar na Corte ou se o caso deveria ser remetido à primeira instância do judiciário. Investigadores ouviram a professora da Fundação Santo André Isabel Rodrigues, que publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que foi vítima de Almeida durante um almoço há cinco anos. Procurada, a defesa de Silvio Almeida afirmou que não iria comentar por não ter conhecimento dos fatos narrados.

AS DENÚNCIAS – O caso veio à tona após o site Metrópoles revelar que Silvio Almeida foi alvo de denúncias de assédio sexual e que dentre as vítimas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Após a publicação da reportagem, o Me Too Brasil, organização que presta apoio a vítimas de violência sexual, divulgou uma nota confirmando as acusações.

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, informou o Me Too.

Conforme mostrou O GLOBO, Anielle Franco confirmou em reunião com outros ministros no Palácio do Planalto que foi assediada por Silvio Almeida, que nega as acusações.

COISA ANTIGA – Relatos sobre um suposto caso de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida já circularam no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula desde o ano passado. Em meados de 2023, o titular do Direitos Humanos era citado como um dos nomes que poderiam disputar a indicação do presidente para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria, em setembro, da ministra Rosa Weber.

Mas os relatos informais de um suposto caso de assédio sexual envolvendo o ministro chegaram ao gabinete de Lula e foram usados, de acordo com integrantes do primeiro escalão do governo, como argumento para descartar a possibilidade de Almeida ser escolhido para a Corte. Após ouvir Anielle e Almeida sobre o caso, Lula decidiu demitir o então titular dos Direitos Humanos. Em nota, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República apontou que o caso envolvia “graves denúncias” e que “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo, considerando a natureza das acusações de assédio sexual”

Após ser demitido, Silvio Almeida disse que pediu ao presidente para ser demitido “a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência”. O ex-ministro destacou que a investigação “será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo na novela. Apenas uma etapa na burocracia da tramitação. Ainda vai rolar muito drama nesse enredo. Comprem mais pipocas. (C.N.)  

Episódio da cadeirada joga a política como entretenimento em um impasse

José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) durante um debate com os candidatos à Prefeitura de Sao Paulo, neste domingo

Após esta cena, o que mais falta acontecer na campanha?

Fabiano Lana
Estadão

Um prefeito de uma cidade é uma espécie de zelador geral do município. Precisa ser eficiente em questões como creches, asfaltamento, recolhimento do lixo, procedimentos simples de saúde da população, moradias, limpeza das ruas e praças, além da mobilidade urbana. Em um mundo ideal seriam temas como esses que deveriam ser tratados pelos candidatos em uma disputa eleitoral. Mas os novos tempos de redes e memes ofuscaram o que deveria ser o essencial.

Vieram à tona questões como engajamento, número de seguidores, quantidade de curtidas, figurinhas, grupos de Telegram, cliques nas reportagens, correntes de WhatsApp, cortes na rede. E a culpa não é apenas dos famigerados algoritmos, mas de qualquer pessoa ou profissional que está no processo. Sem a demanda não haveria a oferta. O candidato que navega melhor nesse meio passou a se sobressair em determinado momento – não só em São Paulo, mas em diversos municípios do Brasil.

DESDOBRAMENTO – Nesse sentido, de ter se tornado um entretenimento virtual a ser observado por meio dos celulares, que a cadeirada do ex-apresentador de TV, agora tucano, José Luiz Datena, no autodenominado ex-coach e agora chief visionary officcer (CVF), Pablo Marçal, passou a ser um desdobramento quase natural de uma situação que já estava se revelando despropositada em relação aos interesses reais de uma cidade: o entretenimento pelo entretenimento. As cenas são fantásticas, irão rodar o mundo, nós brasileiros agora alcançamos o estado de excelência da política como divertimento – mesmo com alguma tintura dramática.

Política que sempre foi espaço de jogos, de festas, de celebração. Em milhares de cidades brasileiras se acompanha a contenda entre os candidatos como se fosse uma novela, porém que cada um tem o direito de participar no voto. Torna-se paixão, com bandeiradas, carreatas, caminhadas, militantes pagos e espontâneos, suspeitas de compra de voto. Há também as acusações, as defesas, os debates, os choros em público. Disputa-se uma máquina governamental que gera empregos, benefícios, privilégios, poder, status local.

Logo, política sempre terá algo de performance, intrinsecamente. O episódio que ocorreu em São Paulo, entretanto, é como se a disputa tivesse se tornado apenas espetáculo. Como se zombar um dos outros fosse o grande interesse da maior cidade do continente.

TIPO BIG BROTHER – Nesse ambiente, por consequência, se destacou, pelo menos por um momento, a encenação executada por Pablo Marçal. O “chief visionary oficcer”, com suas promessas mirabolantes, muitas vezes parece ser um holograma incapaz de ter uma vida fora das câmeras e dos cortes. Ele existe mesmo de carne e osso, sem o filtro de uma tela de celular?

Até mesmo a agressão que sofreu, após uma sequência de provocações, Marçal tenta transformar em um episódio de Big Brother. Agora tentará capitalizar o papel de herói e vítima. Se vai dar certo, ainda iremos saber (e se der, podem esperar que episódios semelhantes podem ocorrer pelo Brasil afora nos próximos anos).

Mas muitas vezes tudo aparenta ser apenas uma farsa, uma ficção distópica, sem qualquer base real. Alguém pode averiguar se são atores num palco que seguiram um script? Ou perderam o controle e em Datena aflorou uma pessoal real em fúria?

DIVERSÃO GENUÍNA – Mas qual seria o próximo passo dessa escalada da busca por holofotes? Um tiro? Um assassinato, pancadaria generalizada? O que precisa ocorrer para que os memes, vídeos, sticks e tantos outros produtos cibernéticos que de fato garantem a nossa diversão genuína possam continuar a espalhar dopamina por nosso corpo?

A questão é que existe um dia seguinte para cuidar, além da necessidade de se fazer campanha com a lógica inescapável das redes sociais. Os engarrafamentos, as filas nas unidades básicas de saúde, os buracos nas ruas, a necessidade de formação das crianças, tudo continua.

A exigência de trabalho para conseguir lidar com essas questões é monumental. São desafios que ainda não sabemos como resolver apenas por danças de TikTok ou cortes na internet.

Pagers usados pelo Hezbollah explodem fazendo 9 mortos e mais de 2 mil feridos

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

As baterias de lítio foram explodidas por via remota

Deu no Estadão

Um grande número de pagers que pertencem a membros da milícia xiita radical libanesa Hezbollah explodiram simultaneamente em diversas partes do Líbano nesta terça-feira, 17, segundo o ministério da Saúde do país. O ministro da pasta, Firas al Abyad, disse em uma entrevista coletiva que nove pessoas morreram em decorrência das explosões e pelo menos 2.800 ficaram feridas, incluindo 200 em estado grave.

O Hezbollah confirmou que as explosões aconteceram e havia comunicado a morte de três pessoas, incluindo uma criança. A milícia xiita libanesa culpou Israel pelas explosões. Precursor do celular, o pager é um dispositivo eletrônico usado para contactar pessoas através de uma rede de telecomunicações. Era muito popular durante os anos 1980 e 1990, utilizando transmissões de rádio para interligar um centro de controle de chamadas e o destinatário. O Hezbollah usava para enviar comunicados aos membros.

DIZ ISRAEL – Os incidentes ocorreram após Israel afirmar que cogita realizar uma operação militar dentro do Líbano para fazer com que o Hezbollah pare de lançar foguetes contra o território israelense. Após um contato do jornal The New York Times, o governo de Israel recusou comentar sobre as explosões no país vizinho.

Um oficial do Hezbollah afirmou à Associated Press (AP) que integrantes da milícia xiita radical também ficaram feridos na Síria e que ele acreditava que Israel tinha sido o autor do ataque.

“O inimigo (Israel) está por trás deste incidente de segurança”, disse o oficial, sem dar mais detalhes. Ele acrescentou que os pagers que os membros do Hezbollah estavam carregando tinham baterias de lítio que aparentemente explodiram. Baterias de lítio, quando superaquecidas, podem soltar fumaça, derreter e até pegar fogo.

Pager

Pager é usado pelo Hezbollah para enviar ordens

COMUNICADO – O ministério da Saúde do Líbano aconselhou que os cidadãos fiquem longe de dispositivos semelhantes até que fique claro o que causou as explosões. A Cruz Vermelha Libanesa apontou em um comunicado que 80 ambulâncias estavam respondendo a “várias explosões” no sul e leste do Líbano, bem como na capital do país, Beirute.

A agência de notícias iraniana Fars, apontou em seu canal da rede social Telegram que Mojtaba Amani, embaixador do Irã no Líbano, ficou ferido após a explosão de um pager e está em observação no hospital. O Hezbollah afirmou que o chefe da milícia xiita libanesa, Hassan Nasrallah, não foi ferido pelas explosões.

O Exército de Israel afirmou nesta terça-feira, 17, que interromper os ataques da milícia xiita radical libanesa Hezbollah no norte do país para permitir que os moradores retornem para suas casas é agora uma meta oficial de guerra. O gabinete do primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, considera a possibilidade de uma operação militar no Líbano. Mais de 100 mil pessoas de ambos os lados da fronteira Israel-Líbano foram deslocadas desde outubro por conta de ataques retaliatórios entre Israel e o Hezbollah.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com isso, a guerra se desloca da Faixa de Gaza para o Sul do Líbano e o premier Benjamin Netanyahu ganha mais tempo à frente do poder em Israel, o que elimina qualquer possibilidade de paz. É lamentável. (C.N.)