Sérgio Perez
Com Davi Alcolumbre (União-AP) voltando à presidência do Congresso, o Centrão realmente coloca a faca no pescoço do governo. Pagou, levou; não pagou, está perdido. E não adiantará nada o esforço do ministro Flávio Dino tentando barrar o escárnio via Supremo. O Congresso dará sempre um jeito e cada votação terá um preço.
Na verdade, a administração federal virou balcão de negócios. A Codevasf, estatal que cuidava do desenvolvimento da região do vale do São Francisco, conseguiu ampliar ardilosamente a geografia, até fazer o Velho Chico chegar ao Amapá, vejam a que ponto chega a desfaçatez dessa gente.
PETROBRAS NA MIRA – Só no escândalo do parente do drputado baiano Elmar Nascimento (União) a mutreta da Codevasf envolveu mais de um bilhão. com b de bola. Isso mesmo.
Com Alcolumbre na presidência do Congresso, a Petrobras entra na mira para obter licença de pesquisa e extração de petróleo no litoral do Amapá. O governo será pressionado para autorizar logo a operação.
O Brasil precisa desesperadamente de novos campos de petróleo, mas a exploração da margem equatorial poderia começar pelo Rio Grande do Norte, mas o preferido é o Amapá de Alcolumbre.
TUDO DOMINADO – Na situação a que chegou a política brasileira, o Sul e o Sudeste estão dominados no Parlamento. Como resolver essas distorções?
Uma das medidas deveria ser a reforma do sistema representativo, com a adoção do modelo “um homem, um voto”, com os cidadãos tendo o mesmo poder de voto, sem o atual privilégio dos Estados com menos habitantes.
Nesse esquema, devemos defender o voto distrital puro, com “recall” para substituir o parlamentar que não esteja cumprindo suas promessas de campanha. Do jeito que está, o parlamentar não representa ninguém além dele mesmo, pois não há instrumentos de cobrança.
Para quem estava acostumado a lidar como o Legislativo via mensalões e petrolões, fica um tanto ou quanto perdido mesmo.
E, o pior, as descondenações não têm o condão de modificar carateres.
Voltando ao assunto fenômeno lulobolsonarista.
Vejam que fanfarronice infantilista, burlesca:
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/02/03/congresso-vira-palco-de-guerra-de-bones-entre-governistas-e-oposicao.htm
Isto é atitude de gente que se dispõe a governar um país?
O Brasil tem 81 Senadores, sendo 48 deles do Norte e Nordeste
Norte e Nordeste (16 Estados) têm, juntos, 48 senadores, ou seja, mais da metade do Senado, que dominam politicamente, e cuja representação não têm, obviamente, nenhum interesse em mudar (diminuir).
E os demais Estados (11), com 33 senadores ao todo, mesmo que quisessem alterar essa representatividade, não teriam força suficiente para fazê-lo.
O atual presidente do Senado (Davi Alcolumbre), por exemplo, é do Estado do Amapá, um ex-território que tem apenas 802.837 habitantes.
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O Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal, totalizando 27 unidades federativas.
§ 1º – Cada Estado (inclusive o DF) elege três Senadores, com mandato de oito anos. § 2º – A representação de cada Estado renovar-se-á de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e por dois terços.
O Nordeste tem 9 Estados; o Norte, 7; o Centro-Oeste, 4 (incluindo o DF); o Sudeste, 4; e o Sul, 3 Estados.
O Senado Federal é composto, portanto, de 81 senadores, sendo: 27 senadores do Nordeste; 21 do Norte, 12 do Centro-Oeste; 12 do Sudeste e 9 do Sul.
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Os territórios federais do Brasil foram elevados à categoria de estados em 1988, com a promulgação da Constituição Federal.
Os territórios que se tornaram estados foram:
– Amapá e Roraima tornaram-se estados da Federação;
– Tocantins: Foi desmembrado do estado de Goiás.
Além disso, o Território Federal de Fernando de Noronha foi transformado em distrito estadual do estado de Pernambuco.
Outros territórios que foram elevados à categoria de estado foram: Acre, em 1962; Rondônia, em 1981; Mato Grosso do Sul, em 1977.
Sempre com o objetivo de aumentar, sobretudo, a força e o poder político dessas regiões.
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E dessa forma, um Senador do Estado de Roraima, com 716.793 habitantes, tem o mesmo poder político que um Senador do Estado de São Paulo, com 45.973.190 habitantes.
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Nesse contexto politicamente esdrúxulo, é que frases como “O Brasil não é para principiantes (amadores)”, de Tom Jobim, e “No Brasil até o passado é incerto”, atribuída a Pedro Malan, fazem até sentido.
Observação:
https://veja.abril.com.br/coluna/augusto-nunes/o-psiquiatra-ednei-freitas-analisa-a-cabeca-de-lula-esse-tipo-de-psicopata-e-dificil-de-curar-e-o-paciente-nao-melhora-na-cadeia
Pra não agradar algum lado da bagaça:
https://www.google.com/search?client=ms-android-samsung-ss&sca_esv=4a2d3e398eea1394&sxsrf=AHTn8zoVvdd1bElu1IkT5q2ygxX2XXeCig:1738673084317&q=bolsonaro+psicopata+guido+palomba&udm=7&fbs=ABzOT_BYhiZpMrUAF0c9tORwPGlsjfkTCQbVbkeDjnTQtijddBji9NlWFbRgtIhh9CBGrAVzUZc0eTWzR8kW0igoP9VcyJqNVja6wdM2K6vqtyfskZeGdxpxI9K3HhH5ljZg4bKoStLR4aUkNwXNRxhYxEqYT3dOAWwqhxb0I1foRbosIsyKROic5xzpTREKcWZ39U-ZU-aU129Bto-pmUIT6qaNM2hVhQEuCUQ0ccBLyDI65ZdvuQo&sa=X&ved=2ahUKEwjp0sj8haqLAxV2KrkGHXbNFCMQtKgLegQIERAB&biw=240&bih=448&dpr=3#fpstate=ive&vld=cid:8fcf9c51,vid:GnYYCELPNsY,st:0
Até que enfim, um artigo constructive com algumas ideias, sem a ladainhas burra das críticas já batidas, e comentários mais lúcidos e apropriados ao tema.
Que a tendência continue
“Alcoollumbre” e 51= incêndio e explosão!
Essa matéria indica uma parte da solução dos nossos problemas, as outras partes são, acabar com a reeleição para os cargos executivos (presidente, governador e prefeito), os ministros do Supremo deverão exercer o cargo por onze anos, ou até serem jubilados por limite de idade. É importante um adendo com relação a representação no congresso para um ajuste na clausula de barreira para acabar com a proliferação de partidos. É necessário haver obrigatoriamente uma oxigenação nas direções dos partidos, sobretudo no momento de escolhas dos candidatos para os cargos em disputa, pois da forma atual o que existe é um feudo exercido por famílias ou grupos, onde só se candidatam os escolhidos pela executiva dos partidos.
Concordo com seu comentário, Sr Guilherme mas suas oportunas sugestões só atingiriam a espuma do sistema, seis meses depois tudo teria voltado ao descalabro atual.
As mudanças têm que ser mais profundas e abrangentes, têm que mexer com as estruturas constitucionais para fechar as frestas legais de manipulação e impunidade.