Bolsonaro e os outros se tornam réus, mas Fux vai rever pena no caso Débora

Fux indica que vai rever pena defendida por Alexandre de Moraes para  pichadora de estátua

Fux quer consertar os erros, mas pode ser tarde demais

Deu na Folha

Na sessão que acolheu a denúncia da Procuradoria-Geral da República e tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete indiciados, o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quarta-feira (26) estar preocupado com a questão da dosimetria das penas impostas pela corte aos réus no caso dos ataques do 8 de janeiro de 2023 às sedes dos três Poderes, ou seja, quanto tempo cada acusado pode enfrentar caso seja condenado.

“Eu tenho que fazer uma revisão dessa dosimetria, porque se a dosimetria é inaugurada pelo legislador, a fixação da pena é do magistrado”, disse em relação à iniciativa de suspender, por intermédio de um pedido de vista (mais tempo para estudar o caso), o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”.

CAPACIDADE DE REFLETIR – “Debaixo da toga bate o coração de um homem, então é preciso que nós também tenhamos essa capacidade de refletir.”

Após essa intervenção, Fux acompanhou o entendimento do ministro Alexandre de Moraes (relator) na análise da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista e votou para tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados.

Na segunda-feira (24), na véspera da análise do recebimento da acusação, dois casos envolvendo bolsonaristas foram suspensos. Além de Fux, Kassio Nunes Marques pediu vista —mais tempo para análise — do julgamento da ação penal contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP).

90 DIAS – Depois de pedidos de vista, os ministros têm até 90 dias para devolver o caso para ser novamente incluído em pauta.

Segundo assessores próximos a Fux, a medida dele foi uma forma de tentar baixar a tensão em torno da corte, que vem sofrendo críticas pelo caso de Débora.

Na sessão desta manhã, Fux mencionou o tema e relacionou com a denúncia em análise. “É verdade que as penas são tratadas na lei, e pela iminência dos termos jurídicos protegidos — democracia, Estado democrático —, tudo isso leva o legislador a ter uma grande preocupação para que não tenhamos a mesma indiferença em relação ao nosso período passado”, afirmou o ministro no início do voto.

“E o ministro Alexandre, em seu trabalho, explicitou a conduta de cada uma das pessoas. E eu confesso que em determinadas ocasiões eu me deparo com uma pena exacerbada. E foi por essa razão, dando satisfação à vossa excelência, que eu pedi vista desse caso. Eu quero analisar o contexto em que essa senhora se encontrava”, disse.

PENA DE 14 ANOS – Débora Santos está sendo julgada por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada, e Moraes estipulou uma pena de 14 anos de prisão.

Após a fala de Fux, o relator rebateu os argumentos do colega. “Houve toda uma manifestação anterior de aderir a uma tentativa de golpe de Estado”, disse Moraes, pedindo para o colega se ater ao factual. O relator do caso disse ainda que a dose das penas pode ser debatida e que o ministro Cristiano Zanin normalmente diverge dele, mas não dos fatos.

Sobre o caso da mulher que pichou ‘perdeu, mané’, quando Fux pediu vista —mais tempo para analisar o processo—, o placar era pela condenação de Débora a 14 anos de prisão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGFux tem razão, mas está agindo tarde demais. Moraes já fez a lambança e agora é Bolsonaro que está no banco dos réus, junto com os cúmplices, e o país está mais dividido dos que as correntes da Psicanálise. (C.N.)

11 thoughts on “Bolsonaro e os outros se tornam réus, mas Fux vai rever pena no caso Débora

  1. Mais um ato da peça macabra escrita e encenada pelos tiranetes supremos. O Fuck Topete percebeu a indignação popular diante da pena da cabeleireira e tenta dar uma de bonzinho. Esse canalha é parte do consórcio montado para fraudar a eleição de 2022 e transformar o país numa ditadura cruel que censura, prende e mata os opositores. Mesmo expondo algumas das incoerências da narrativa do traficante Xandão do PCC, no final ele agachou-se para o psicopata.

    Alguém notou que, durante o seu voto, o advogado do PCC tentou comprovar a materialidade do “golpe” com uma “montagem” de vídeos do 8/01? O sujeito perdeu o prumo, nem hospício dá jeito.

  2. Um dos lados dessa destrambelhada história, o principal foi escrito com tinta invisivel e um monte de abobados finge nada saber sobre quem são tanto os protagonistas como os escritores, bem como quem está lucrando com a edição!

  3. A Dosimetria das penas aplicadas a pouco mais de 400 réus, será revista pelo Colegiado
    Insta salientar, que quase quinhentos vândalos, que embarcaram na canoa do Bolsonaro, dentre os mais de 1500 , assinaram um acordo com a autoridade judicial e estão livres, cumprindo penas alternativas e multas. Eles marcharam do acampamento em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, rumando para a destruição dos prédios dos Três Poderes, com o objetivo de forçar as Forças Armadas a desferir um Golpe de Estado e entronizar Bolsonaro como o Ditador de Plantão. Eles estavam lá, pelo presidente Bolsonaro.

    A cabeleireira que pintou a estátua da Justiça, virou a vítima do bolsonarismo. Já andam narrando, que ela estava num restaurante e viu as pessoas como manadas para quebrar tudo que viam pela frente e entrou no clima. Nada mais ilógico e patético.

    O ministro Luiz Fux discordou da dosimetria aplicada a cabeleireira, pediu vistas para estudar melhor o caso em tela, mas elogiou o belo trabalho do Relator Alexandre de Morais. Nesse particular, concordo plenamente com o ministro Luiz Fux, um magistrado catedrático do Código Civil e do Processo Civil.

    Mas, em matéria Penal, o ministro Alexandre de Morais, é o mestre dos mestres. Ouvindo seu pronunciamento no julgamento de ontem e hoje, pude constatar o encadeamento simples e lógico de maneira técnica e didática nas tipificações das condutas individuais dos oito réus. Os quatro ministros aprovaram por unanimidade a condição de Réus dos acusados.
    Agora, inicia-se a fase da Ação Penal, na qual as Defesas tentarão a absolvição de seus clientes e a PGR atuará na produção de provas.

    Sei que não vão concordar, mas, o trabalho hercúleo do Ministro Alexandre de Morais, merece uma estátua do ministro em Praça Pública.

    Ditadura mata e como! Igual a Ulysses, tenho nojo de Ditaduras, tanto De Direita como de Esquerda.

      • Muito bom, José Luiz.
        Um retrato em branco e preto de Eduardo Bolsonaro.

        Espectro, já estou acostumado com os tribunarios bolsonaristas.
        Eles falam em Liberdade de Expressão para a turma deles, nós os outros, somos execrados, quando expressamos opiniões que os desagradam.

        Não é melhor, exercer o contraditório, educadamente?

        Mas, a vida não funciona como imaginamos, ela é como é na tragédia e na comédia.

        • Concordo com o Sr. Mas as agressões dos bolsogadinhos, não tem nada de comédia, é trágico mesmo.
          Pior que a gente nem dá bola, mas eles vem pra cima da gente.
          Estão loucos!

          Vão sossegar com o enxofrado na jaula.

          Se bem que o covarde vai se pirulitar.

          Um abração
          José Luis

    • Como sempre, analise oportuna, racional e, sobre tudo, realística, claro, como diz José Luís, os ataques dos contrariados serão automáticos e grosseiros, a razão e realidade não são precisamente a praia dessa turma.
      Meus parabéns, Senhor Roberto, suas opiniões e considerações são uma parte importante da qualidade que sobrou nesta Tribuna.

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