Jair Bolsonaro pode ser culpado, mas o Supremo também não é inocente

Uma charge apropriada para o momento. A Constituição (que exprime a vontade  popular) é muito clara sobre o HC, mas a cegueira do STF é grande. Apoie o  trabalho do Jota Camelo (

Charge do Jota Camelo (Facebook)

Mario Sabino
Metrópoles

O fato de o Supremo ter se tornado tribunal político revela o grau de inadimplência da democracia brasileira com as obrigações do seu contrato. Vamos colocar deste modo: se imparcialidade fosse critério de banco para classificar clientes, o STF não teria cheque especial.

Que a instância máxima do Judiciário tenha se tornado tribunal político, isso revela o grau de inadimplência da democracia brasileira com as obrigações do seu contrato, a Constituição Federal.

Direito é forma, rito, fase. É, assim, processo, daí o seu nome. É por esse devido processo legal, previsto no contrato, que se tenta depurar, ao máximo, o fato em julgamento e a parcialidade dos julgadores.

ARBITRARIEDADE – Formas, ritos e fases foram simplesmente ignorados nos sucessivos inquéritos abertos de ofício pelo STF. Cancelaram-se processos. O que há é a parcialidade em estado bruto de juízes sumários. O que há é arbitrariedade.

Ignorar o devido processo legal, julgando e condenando sumariamente Jair Bolsonaro, sem possibilidade de apelação, assim como sentenciar uma cabeleireira a 14 anos de prisão por ter pichado uma escultura com batom, é encarado pelos ministros do Supremo como um mal menor a ser praticado em nome da defesa de um bem maior, a democracia.

É uma falácia macaqueada por uma imprensa que perdeu o respeito por si própria e, por isso, perdeu o respeito dos cidadãos.

BRUTALIDADE DOS JUÍZES – A parcialidade em estado bruto, sem a depuração intrínseca ao devido processo legal, é uma brutalidade de juízes que, na hipótese mais benigna, escolheram fazer um mal menor esquecendo-se rapidamente de que escolheram fazer o mal mesmo assim, para usar a frase da filósofa Hannah Arendt.

É um atentado com consequências bem mais graves ao Estado Democrático de Direito do que a depredação terrorista das sedes dos poderes ou a descoberta de uma minuta de golpe não executado.

As sedes dos poderes foram restauradas, a minuta de golpe foi para a lata de lixo da história, mas a arbitrariedade do STF não se esgotará em si mesma.

FORA DO DIREITO – Abriu-se o caminho para que aquilo que nasceu como exceção seja admitido como norma, sempre que juízes se derem o direito fora do direito — direito político e arbitrário, portanto — de achar que ferir o pilar básico da democracia, a sua justiça, é a melhor forma de salvá-la. É o suposto mal menor transformado em úlcera.

Jair Bolsonaro pode ser culpado, mas o Supremo Tribunal Federal não pode ser considerado inocente.

3 thoughts on “Jair Bolsonaro pode ser culpado, mas o Supremo também não é inocente

  1. Multilaterais colaboracionistas, provocaram eventos de Falsas Bandeiras, plenos, gerais e irrestritos, para quem banca, locupleta e lucra!
    PS. Sigam o dinheiro e encontrarão os sabotadores e subversivos!

  2. “A gravação mostrou, por exemplo, os acampamentos montados em frente a quartéis do Exército e atos radicais no dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Moraes, “não há dúvida” da materialidade dos delitos, narrados em sequência pela PGR”

    “Tão logo as imagens foram exibidas na sessão da Primeira Turma, os advogados presentes no plenário se movimentaram para a contestação, já que o vídeo não constaria nos autos do processo.

    Em mensagem enviada ao UOL, as defesas disseram que “tudo que for exibido no tribunal precisa estar nos autos”.

    De acordo com a assessoria do STF, o vídeo “foi preparado pelo gabinete do ministro, com base em fatos notórios e imagens já usadas nos julgamentos sobre os executores do dia 8”.

    O careca p(h)ode tudo !!! Pode até condenar uma cabeleireira somente porque ele é careca.

    Fonte: https://pleno.news/brasil/politica-nacional/advogados-video-do-8-1-exibido-por-moraes-nao-esta-nos-autos.html

    “Não terei pena quando milhões de jumentos perderem seus celulares para outros tantos milhões de ladrões protegidos pela simpatia do ladrão-mor. Nem se perderem outra coisa”
    Wildson Villar

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