Entenda como Musk está inovando a arquitetura da guerra pós-moderna

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Musk conduz as pesquisas militares de última geração

Allan do Santos
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A fronteira entre o setor privado e a segurança nacional vem sendo erodida com rapidez alarmante. No centro dessa transformação está Elon Musk, figura que transcende o papel de empreendedor para ocupar, na prática, o de estrategista informal da nova arquitetura militar global.

Muito já se discutiu sobre seus feitos no campo da mobilidade elétrica ou da corrida espacial civil, mas é no tecido invisível da defesa — na infraestrutura crítica, nas redes de comunicação autônoma, na robótica e na inteligência preditiva — que Musk firma sua posição como ator-chave do poder bélico contemporâneo.

SISTEMA INOVADOR – A constelação de satélites Starshield, derivada do projeto Starlink, não é mais uma hipótese: ela já opera a serviço do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Capaz de oferecer comunicações criptografadas, sensoriamento remoto e suporte logístico orbital, o sistema transforma a própria geografia da guerra.

A supremacia aérea, durante décadas o eixo do domínio estratégico, está dando lugar à supremacia algorítmica e orbital, onde vencer significa antecipar, mapear, cortar o canal de comunicação do inimigo — sem lançar um único míssil.

Na retaguarda desses satélites, um supercomputador como o Dojo processa volumes colossais de dados para treinar redes neurais capazes de interpretar imagens, prever movimentos e propor soluções táticas em tempo real.

ANTECIPAÇÃO E COMANDO – Trata-se de uma infraestrutura de antecipação e comando, não de destruição direta. Mas sua eficácia pode ser mais devastadora do que qualquer bomba: ela reorganiza o tempo de guerra.

Ao lado disso, a Tesla desenvolve um robô humanoide chamado Optimus, ainda limitado, mas funcional. Inicialmente projetado para tarefas industriais, não é improvável que seja testado futuramente em ambientes de apoio militar — transporte de munições, patrulha de perímetro, reconhecimento em ambientes contaminados.

A guerra do futuro será disputada por sensores, não apenas por soldados.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Por fim, a fundação da X-AI completa o triângulo. Em um mundo onde a guerra da informação é tão decisiva quanto a física, controlar modelos de linguagem e algoritmos de narrativa é ter poder sobre a realidade.

Modelos de IA generativa serão capazes, em breve, de criar campanhas de influência direcionadas, alterar percepções em tempo real, interferir em eleições e acelerar guerras civis com algumas linhas de texto estrategicamente calculadas.

A pergunta essencial não é mais “se” essas ferramentas serão usadas militarmente, mas “quando” e “em que escala”.

PRAGMATISMO MILITAR – A questão moral sobre armamentos autônomos e guerra algorítmica se dissolve no pragmatismo das potências globais que disputam território, influência e narrativas.

Elon Musk não fabrica mísseis. Ele fabrica o meio pelo qual a guerra será vencida antes mesmo de começar. E o faz sob o manto do progresso civil, com contratos bilionários e apoio entusiástico de instituições públicas que, em tempos passados, teriam erguido barreiras diante de tamanha concentração de poder.

Esse cenário exige uma reflexão urgente — não apenas sobre a ética do uso de IA em conflitos armados, mas sobre o novo modelo de soberania que está sendo criado: tecnocracias privadas que negociam com Estados, influenciam exércitos e definem os termos da guerra. Elon Musk pode não ser um general, mas seus algoritmos já estão no campo de batalha.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quando Mario Assis Causanilhas nos mandou um artigo de Allan dos Santos, foi uma surpresa. Trata-se de um jornalista de primeira, com um texto admirável e de profundidade. Agora, Causanilhas nos manda mais um artigo da melhor qualidade. E assim dá para entender por que os EUA consideram Allan dos Santos um exilado político, que nada tem de criador de fake news, e se recusam a extraditá-lo para satisfazer a sanha de Moraes.  (C.N.)

4 thoughts on “Entenda como Musk está inovando a arquitetura da guerra pós-moderna

  1. Os traficantes do STF moveram uma caça implacável contra o Allan dos Santos. Destruíram a sua empresa, impuseram censura e bloqueio total das contas bancárias. Na iminência de ser preso, o jornalista fugiu para os EUA, onde pouco a pouco está refazendo a sua vida. Está de parabéns a Tribuna da Internet por publicar matéria da sua lavra.

    A sanha persecutória do marginal Xandão do PCC contra o Allan afetou até mesmo o bem estar da filha do jornalista, uma criança com necessidades especiais. Não é à toa que eu chamo o criminoso togado de Elias Maluco do STF.

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