Conflito de Israel e Irã reacende temores geopolíticos e pressiona mercados globais

Irã contra Iraque: a guerra de mártires que levou 2 países à devastação - Patria Latina

O primeiro efeito é sempre o aumento do petróleo bruto

Celso Ming
Estadão

O acirramento das hostilidades entre Israel e Irã impõe desdobramentos não apenas sobre a geopolítica local, mas, também, sobre a economia global.

As questões geopolíticas ainda dependem de como o conflito evoluirá e isso, por sua vez, dependerá do tempo e de como os objetivos militares e políticos das partes direta e indiretamente envolvidas forem atingidos.

QUESTÃO NUCLEAR – O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, ou seja, está sujeito a inspeções da Organização das Nações Unidas, que o governo iraniano vem sabotando por negar transparência em seus programas de desenvolvimento nuclear.

Uma das leituras do que começou a acontecer é a de que Israel dedica-se, agora, a prestar novo serviço aos Estados Unidos, que é o de forçar o Irã a assinar o acordo nuclear proposto pelo presidente Trump.

Essa prestação de serviço por Israel pode ter outra contrapartida: a de garantir a continuidade dos ataques em Gaza e, dessa maneira, a manutenção do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no poder – apesar do aumento da oposição a ele no Knesset, o parlamento de Israel, e na sociedade civil.

TRUMP PRESSIONADO – Cisões na base de apoio de Trump o pressionam contra envolvimento em conflito no Oriente Médio. Israel destruiu parte das principais centrais nucleares do Irã, mas programa atômico segue de pé. Por que Israel atacou o Irã — e o que pode acontecer agora?

O maior risco geopolítico é o de que esse novo foco de conflagração acabe por envolver diretamente os demais países do Oriente Médio e, assim, estender as hostilidades para o campo regional, com amplo impacto internacional.

O desdobramento econômico imediato pode ater-se à área de energia, uma vez que o Oriente Médio continua sendo um dos mais importantes centros de produção e de exportação de petróleo e de gás. Na última sexta-feira, o barril (156 litros) do petróleo tipo Brent, negociado para agosto, fechou com alta de 7%, a US$ 74,23. No acumulado do mês, o preço do Brent disparou 18,9%.

ESTOQUES BAIXOS – O bombardeio do Irã por Israel pegou o mercado global de petróleo com estoques relativamente baixos, dado o aparentemente bom andamento das conversações comerciais entre Estados Unidos e China.

A evolução futura das cotações dependerá da disposição do cartel da Opep de continuar a aumentar a produção e as vendas. Não está claro quanto esse aumento do custo dos combustíveis e da energia elétrica acabará por aumentar a inflação no mundo e no Brasil.

De todo modo, os grandes bancos centrais terão de levar esse fator em conta na definição das suas políticas de juros.

INDÚSTRIA BÉLICA – Outro desdobramento está na indústria e comércio de armas e equipamentos militares. A Europa e o Japão já vinham sendo empurrados pelos Estados Unidos ao aumento dos seus orçamentos para a Defesa.

A Guerra na Ucrânia atiçou o desenvolvimento de novas armas, como os drones, que agora vêm sendo mais amplamente testados e passaram a exigir novas tecnologias de detecção e destruição pelas potências atacadas.

Se já eram muitas, agora as incertezas na economia global ganham novo impulso, especialmente no curto prazo, quando não se conhecem a extensão e a duração desse novo conflito.

2 thoughts on “Conflito de Israel e Irã reacende temores geopolíticos e pressiona mercados globais

  1. O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, já Israel não. Porém esse tratado foi por terra quando as inspeções da AIEA passaram a atuar como serviço de espionagem e usaram as informações para criar um plano de ataque para destruir a indústria nuclear do Irã.

    Um detalhe que Obama tinha um acordo nuclear com o Irã e Trump no seu primeiro mandato rasgou esse acordo e agora ele quer que o Irã assine um novo acordo. Dificilmente o Irá vai negociar com EUA e Israel novamente pois o Irã acreditava que Israel não fosse atacar por eles estarem negociando um acordo. O acordo na verdade era uma fachada para implementar um plano de ataque ao Irã.

    Esse ataque ao Irã já produziu os seus frutos. A Fatwa foi derrubada quando Israel atacou no dia 13, era uma lei impedia do Irã desenvolver a bomba nuclear. Não só o Irã como todos os outros países Irã correr para ter a sua bomba nuclear. O Bazar (oposição iraniana) se união aos aiatolás para lutarem contra Israel. O Irã conhece a guerra, passou por todo tipo de ataque contra o Iraque que chegou a usar armas químicas inclusive. Já Israel não está acostumada com isso, ver seu país sendo bombardeado por mísseis e algo incomum.

    O Hamas vai voltar ao circuito pois Israel vaio dar prioridade a guerra com o Irã e se os EUA não entrarem na guerra, Israel será duramente penalizado. O maior problema é Israel travar batalhar contra o Libano, Palestina, Iêmen, Síria e agora contra o Irã.

    O mundo joga um xadrez complexo que começa com a derrubada do poder na Síria. Se o Irá cair, o próximo da lista será a Rússia chegando até a China. O imperialismo precisa conter a ameaça dos BRICs e o avanço chines. A derrubada dos aiatolás no Irã e uma jogada que muda o poder no mundo. A terceira guerra mundial já começou.

  2. Grupo Globo já canta vitória de Israel e desinforma que a guerra já foi ganha por Israel.

    Davi?

    É um Davi e Golias invertido.

    “Davi era mais leve, veloz e utilizou o elemento surpresa. Davi rejeitou a armadura cedida pelo perturbado Saul porque era safo e não queria morrer. Golias não tinha mesmo como vencer”

    Israel dos séculos XX e XXI é um protetorado imperialista dos Estados Unidos e das potências coloniais europeias?

    Vencerão elas o Czar Putin ou tudo não passa de encenação macabra e homicida pró indústria armamentista?

    Irã está sentindo na pele e serve de lição para quem não tem armas nucleares?

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