Edson Fachin enfrenta Moraes e vota  contra responsabilização de big techs

Fachin diverge de maioria em julgamento sobre responsabilização de redes e  defende ordem judicial para remoção de posts

Fachin cai na real e desiste de apoiar os excessos de Moraes

Carlos Newton

Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, ao assumir as arbitrariedades do ministro Alexandre de Moraes, caiu na armadilha que todo corporativismo monta diante de qualquer pretensão verdadeiramente descabida. Moraes é ocriador de estranhas novidades, como o inquérito do fim do mundo, aquele que não acaba nunca, no dizer do ministro aposentado Marco Aurélio Mello.

Moraes comete erros primários, afronta as leis, porém os demais ministros nada fazem, para não criar mais problemas externos e internos, pois Moraes, por si só, já significa um problemaço.

DISSIDENTES – De vez em quando, um dos ministros resolve colocar ordem na verdadeira zona em que se transformou a Suprema Corte, mas acaba desistindo, como já aconteceu nos casos de Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques, sempre esmagados pela maioria, que prefere não contrariar Alexandre de Moraes em suas psicodélicas viagens jurídicas, que seguem rotas e normas de alta criatividade e que pouco têm a ver com os rigorosos princípios que preservam a Ciência do Direito.

No importantíssimo processo das fake news, que tem implicações internas e externas, o primeiro a enfrentar Moraes foi novamente André Mendonça, cujo voto tornar-se-á uma bela aula de Direito.

E agora é o ministro Edson Fachin, que acompanha Mendonça e também votou para manter a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, no julgamento da possibilidade de responsabilizar as big techs por conteúdos de terceiros.

DISSE FACHIN – “Vejo a necessidade de termos uma certa cautela ao arrostarmos a concentração de poder, que é inequívoca das plataformas e suas empresas”, ressaltou o ministro.

“Não creio que esse tema necessariamente será enfrentado, ou solvido, ou esgotado, com a remoção das plataformas. Por isso, a minha divergência em relação ao remédio que está sendo empregado”, disse Fachin.

O ministro ainda acrescentou que acredita que “há uma necessidade de uma regulação estruturada e sistêmica, e preferentemente não via Poder Judiciário”.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – André Mendonça e Edson Fachin, em tradução simultânea, estão tentando uma saída honrosa para Alexandre de Moraes e também para o próprio Supremo. Mas o ministro-relator e seus seguidores mostram-se irredutíveis.

Insistem em pretender que o governo, o Congresso e a Justiça dos Estados Unidos joguem no lixo a fabulosa Primeira Emenda, destinada a garantir a inviolabilidade da democracia, antes que algum aventureiro lance mão, como disse Dom João VI, ao deixar o Brasil, sugerindo ao filho Pedro que colocasse a coroa sobre sua cabeça.

O Supremo pode fazer o que o sinistro Moraes bem entender. Mas  seus membros podem estar certos de que não conseguirão mudar a Primeira Emenda nem instituir a censura prévia em países que amem a democracia. É uma iniciativa vexaminosa. Alguém precisa parar Moraes.

6 thoughts on “Edson Fachin enfrenta Moraes e vota  contra responsabilização de big techs

  1. E o Bananinha? Não ia trazer a cavalaria?

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    Bananinha é uma fraude também à distância?

    Rodeio, Disney e nada de resultado: como está o ‘autoexílio’ turístico de Bananinha nos EUA

    O filho do ex-mito diz que busca sanções contra ministro do STF, mas aliados criticam a falta de ‘resultados concretos’

    Há mais de três meses nos States, o Bananinha mantém a narrativa de “exílio político” e diz que articula sanções contra o ministro do STF Moraes.

    A turismo de Bananinha tem recebido críticas de parlamentares do próprio entorno que reclamam da falta de “resultados concretos” e reprovam o compartilhamento de viagens e eventos por sua esposa, nas redes sociais, que inclui participação em rodeio e até uma viagem à Disney.

    Bananinha e família estariam nos EUA desde fevereiro, mas a localização exata onde residem não foi informada (e ninguém também parece se interessar em saber).

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Política, 20/06/2025 | 17h00 Por Adriana Victorino

    E uma legião de bolsotários aguardam sua volta ‘triunfal’ para votar nele. Fazer o quê? Tem gosto para tudo.

  2. A aula de Fachin ao STF sobre liberdade nas redes

    https://www.youtube.com/watch?v=JzrKbgKfdYw

    Os Eleitores, Ceguidores , Babas-Eggs do Pai da Pátria do Século XXI não vão gostar disso….

    Vão dizer que o Sinistro virou um Ultra-Mega-Giga-Super-Blaster Extremista de Direita Ultra-Conservador….

    Afinal, o Pai da Pátria do Século XXI, Redentor e Fiador da Demogracinha “Salvou o Brasil do òdio da Extrema-Direita….

  3. O Fachin agiu como muitos outros agem, jogando para a plateia. Ou seja, sabe que é voto vencido mas quer o seu minuto de glória. Quem sustenta o Moraes são as FFAA e ele faz o que o generalato quer. Normalmente este tipo de de acordo não tem vida longa e acaba quando menos é esperado. Muitas vezes acaba em tragédia, e esse é o medo que atormenta o Moraes.

  4. Esse papo de “responsabilizar as big techs” é uma pegadinha da orcrim PT/STF. O real desejo dos ladrões que nos governa é impor a censura ampla na internet.

    Fala-se em “big techs” por serem as mais atingidas, mas na prática qualquer site pode ser penalizado. Por exemplo, um comentário ácido contra uma autoridade, feito por um leitor da Tribuna da Internet, pode se transformar numa dor de cabeça para o responsável pela página.

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