É preciso entender a gravidade da retaliação de Trump contra o STF

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Pedro do Coutto

A decisão do governo Donald Trump de revogar os vistos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, entre eles Alexandre de Moraes, é um dos gestos diplomáticos mais agressivos e infundados dos últimos tempos — e revela mais sobre a política externa do presidente norte-americano do que sobre o Brasil.

Trata-se de uma retaliação puramente política, que expõe o esforço deliberado de Trump em se alinhar a Jair Bolsonaro e pressionar o Judiciário brasileiro, que, por dever constitucional, declarou o ex-presidente inelegível. Não há qualquer justificativa jurídica ou diplomática concreta para impedir a entrada de magistrados em solo norte-americano — apenas uma tentativa de intimidar e constranger quem cumpre a lei.

SANÇÕES – O recado é claro e perigoso: para Trump, decisões judiciais que desagradam seus aliados merecem sanções internacionais. Ao suspender os vistos dos ministros e ameaçar ampliar o veto, o presidente dos Estados Unidos adota uma postura digna de um imperador autocrático, não de um chefe de Estado que respeita o princípio da separação de Poderes — tanto no seu país quanto no exterior.

Ao misturar preferências políticas pessoais com a diplomacia internacional, ele compromete a seriedade das relações entre as nações e abre um precedente inaceitável de interferência estrangeira em assuntos internos do Brasil. O Judiciário brasileiro, alvo direto da medida, não responde ao Executivo, tampouco deve satisfações a interesses estrangeiros. Atua, como manda a Constituição, com base nas leis e nas provas.

A reação brasileira foi imediata e firme. O procurador-geral da República classificou a medida como “arbitrária e ofensiva à soberania nacional”. O Itamaraty, embora cauteloso, manifestou preocupação com os rumos da política externa norte-americana. Ministros do Supremo também se pronunciaram, reafirmando que não se curvarão a pressões externas.

DIÁLOGO – A percepção geral é de que a medida enfraquece o diálogo institucional entre os dois países e atinge diretamente o coração de um dos pilares democráticos: a independência judicial. A imprensa internacional também reagiu com perplexidade. Jornais como The New York Times, El País e Le Monde destacaram o caráter inédito da decisão e alertaram para os perigos que ela representa à democracia.

Negar vistos a magistrados de uma nação soberana, sem apresentar provas de má conduta, é um gesto extremo e antidemocrático. É como se Trump quisesse exportar sua política de intimidação institucional — a mesma que o levou a confrontar seu próprio sistema judiciário nos EUA — para além das fronteiras americanas, utilizando o peso geopolítico de seu país como ferramenta de pressão ideológica.

Mais do que um gesto contra os ministros do Supremo, a revogação dos vistos é uma tentativa de deslegitimar o sistema de Justiça brasileiro e enfraquecer a autonomia de suas instituições. Se for aceita sem contestação, abre-se um precedente perigoso para que outros países passem a interferir em processos internos do Brasil, com base em afinidades políticas ou conveniências geoestratégicas.

PRESSÃO EXTERNA – O que está em jogo, portanto, não é apenas o direito de magistrados brasileiros de viajarem aos EUA, mas a própria ideia de que a Justiça deve ser livre de pressões externas, soberana e intransigente na defesa da legalidade. Ao se utilizar do aparato diplomático para proteger Bolsonaro e atacar ministros que apenas cumprem sua função, Trump mais uma vez demonstra que vê a política internacional como uma extensão de suas disputas pessoais e eleitorais.

Mas o Brasil não pode aceitar esse jogo. A resposta precisa ser institucional, firme e à altura do ataque. Afinal, um país soberano se reconhece também pela sua capacidade de proteger seus juízes quando estes são atacados por fazerem justiça. E justiça, neste caso, é não ceder ao autoritarismo travestido de diplomacia.

15 thoughts on “É preciso entender a gravidade da retaliação de Trump contra o STF

  1. “Para Trump, o Brasil (hoje praticamente uma colônia da China) não é mais parte do mundo livre” aberto à exploração americana.

    Acorda, Brasil!

  2. É uma idiotice esse papo furado de “soberania”. Ela é corolária da própria existência de um país. seria como reinvidicar que o sol nasça e se ponha todo dia. Ponto.

    O que não temos é autonomia, pois temos governantes — notadamente o Lula — que dependem da miséria para se manter no poder, ser eleito e reeleito.

    O pilantra, em vez de buscar transferência de tecnologia, quer é taxar as big techs.

    Que sujeitinho inútil, atrasado, extemporâneo, neoludita, farsante, falsário e engalobador!

    As sanções do Trump não interferem na soberania do nosso Judiciário (que parece louco para funcionar como o da Venezuela), tanto que continuam e continuarão a fazer merda.

    Já autonomia é algo absolutamente diferente: deriva da autodeterminação econômica do país. E isso nunca será alcançado por governos da chamada “esquerda progressista”, cuja seiva vital provém da miséria, da exclusão e do atraso — uma situação propícia para dar vazão à sua irreversível putrefação moral, civilizacional e temporal.

    Entendamos o que é autonomia:

    https://www.youtube.com/watch?v=VNpdCCH-IF8

  3. Entendo que quem viveu uma vida toda acreditando que o Lula era um democrata, um líder internacional, candidato ao Prêmio Nobel e hoje mostra sua realidade: um anão diplomático, aliada das ditaduras mais medievais, insignificante internacionalmente, office-boy do eixo das ditaduras, cujo objetivo era tornar o Brasil mera plataforma da China.

    Entendo que é duro pros culturadores de personalidade farsante, como o Lua, constatrem que seu herói é de pés-de-barro.

    Aceita, que dói menos.

  4. A patralhada está em luto, mas não se incomonde, a fase de aceitação chegará.

    As 5 Fases do Luto segundo Kübler-Ross (ChtGpt)

    – Negação

    “Isso não pode estar acontecendo.”
    A pessoa nega a realidade da perda como um mecanismo de defesa. É uma forma de amortecer o choque inicial.

    – Raiva

    “Por que isso aconteceu comigo?”
    Sentimentos de injustiça, revolta e frustração surgem. A raiva pode ser direcionada a si mesmo, a outros, a Deus, ao destino etc.

    – Negociação (ou barganha)

    “E se eu tivesse feito diferente?”
    A pessoa tenta negociar com a vida, com Deus ou consigo mesma para reverter ou suavizar a dor da perda. Pode haver muita culpa.

    – Depressão

    “Não suporto viver sem isso.”
    A tristeza profunda, sensação de vazio e desânimo predominam. É o reconhecimento da perda em sua totalidade.

    – Aceitação

    “A vida continua, apesar da dor.”
    A pessoa não esquece ou “supera” a perda, mas aprende a conviver com ela. Encontra formas de seguir em frente.

    https://www.youtube.com/watch?v=qesjau6cNUk

    Aceita, que dói menos!

    • Comprodo, a vida de Trump está um inferno. Ele é muito burro, gerência um país como se fosse uma lanchonete. Irã estava bem, ele rasgou o acordo nuclear. Vai ser convidado a se retirar na bala

  5. Opinião dos Ministros do STF sobre a besteira dos vistos:

    Valor Econômico

    “Sempre teremos Paris”

    Lisboa para nossas farras de tráfico de influência e financeiras, o mundo inteiro para torrar o que pilhamos fácil do otário contribuinte bitributado jurisdicionado isso sem falar nos paraîsos fiscais em que estão nossos milhöes…

    Juiz no Brasil ê magnata multimilionário.

    Trump não consegue fazer cócegas…

    • Prezado Carlos Newton….

      Fui o primeiro a deixar um comentário sobre o artigo do Sr. Pedro do Couto…

      E vejo que meu comentário foi excluído…
      Creio que por palavras OFENSIVAS …Ao Sr..PC…

      Mas em momento algum eu EXPUS NO MEU TEXTO…palavras de Ofensas e Xingamentos…PROTESTO VEEMENTE por essa exclusão…E sempre que escrevo contra o Sr. PC…meu comentários são CENSURADOS…

      Tenho participação neste blog desde de sua gênese…e fico triste em ser censurado …
      O Sr. PC..Fez sua opção política em defender este atual sistema de poder… PORTANTO ele fica a mercê de receber comentários sobre sua opção política…E Eu no meu comentário Não usei de palavras OFENSIVAS…Fiz ironias sim ..xingamentos jamais…
      Se tudo que se escrever sobre o Sr.Pc..Ele se sentir Ofendido…aí vai ficar difícil…pois FAZ parte dos comentários fazer ironias e comparações…
      E desde já me COMPROMETO a não MAIS se quer ler QUAISQUER …Palavras escritas deste Sr…OUTRORA uma lenda .. ATUALMENTE uma lástima de opção Jornalística.

      Ao mais…minhas sinceras desculpas se meu comentário ofendeu…o Sr. PC.

      Saúde e Paz a Todos…

      YAH O ALTÍSSIMO SEJA LOUVADO… SEMPRE…

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