
Charge do Cazo (blogdoaftm.com.br)
Pedro do Coutto
O cancelamento da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, não foi apenas um contratempo de agenda, mas um gesto político calculado que expõe de forma clara a deterioração do diálogo entre Brasil e Estados Unidos.
Marcado para discutir o chamado “tarifaço” — medida que elevou em 50% as tarifas sobre diversos produtos brasileiros — o encontro foi abruptamente suspenso, enviando um sinal inequívoco de que Washington, sob a gestão de Donald Trump, não demonstra disposição para negociar de forma construtiva. Trata-se de uma atitude que, na prática, fecha as portas para uma solução rápida e aumenta a tensão entre as duas maiores economias do continente.
PROTECIONISMO – Para o governo brasileiro, a decisão americana reflete não apenas uma postura econômica protecionista, mas também um recado político direto: o diálogo só será retomado se o Planalto demonstrar flexibilidade em pautas sensíveis, como a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, tema que, para muitos analistas, o governo americano parece usar como instrumento de pressão diplomática.
Essa tensão ganha contornos simbólicos quando se recorda da conversa que nunca aconteceu entre Lula e Trump. O presidente americano disse que Lula poderia ligar “quando quisesse”, mas a percepção geral é que essa abertura era apenas retórica, e que, caso a ligação ocorresse, seria prontamente encerrada. O gesto, carregado de ironia política, revela um distanciamento calculado e um desinteresse real em construir pontes no momento em que elas são mais necessárias.
Assim como Lula, Haddad foi colocado em uma posição delicada no cenário internacional, sem margem para manobras rápidas e impedido de buscar alternativas imediatas para atenuar os prejuízos aos setores exportadores brasileiros. O impacto do tarifaço já se faz sentir sobre cadeias produtivas estratégicas, atingindo o agronegócio, a indústria de sucos, carnes e até o setor aeroespacial.
INSEGURANÇA – A falta de diálogo amplia a insegurança no mercado e afasta investidores que veem no impasse mais uma demonstração da fragilidade da relação bilateral. Internamente, o governo busca reagir com um pacote de medidas emergenciais para proteger os setores mais afetados. Entre elas estão o fortalecimento do Fundo de Garantia às Exportações, incentivos à compra pública e linhas de crédito subsidiadas, além da aceleração de negociações com outros mercados, especialmente na Ásia e com a União Europeia via Mercosul.
Essa estratégia, embora necessária, é vista como paliativa, já que dificilmente compensará no curto prazo a perda do mercado americano, um dos principais destinos de produtos brasileiros. No entanto, há um dilema latente que exige atenção: manter o discurso de soberania irrestrita, reforçando a imagem de firmeza perante a opinião pública, ou adotar um pragmatismo estratégico que preserve os canais de negociação e evite que a crise comercial se transforme em um bloqueio diplomático irreversível.
Em relações internacionais, diálogo não é sinônimo de fraqueza; ao contrário, é um instrumento de inteligência política e econômica. Quanto mais o Brasil e os Estados Unidos postergarem a retomada das conversas, maior será o custo não apenas para a economia, mas também para o peso geopolítico brasileiro em um cenário global cada vez mais competitivo e instável.
A miragem da ‘autossuficiência do Sul Global’
Ao eleger a motivação política como critério de sua guerra tarifária contra o mundo, Trump segue se arriscando a ver países próximos dos EUA se afastarem para a esfera chinesa na disputa geopolítica.
Mesmo rivais de Pequim têm sido punidos. Trump subiu de 25% para 50% a sobretaxa das importações indianas devido ao fato de que Nova Déli é a segunda maior compradora do petróleo da Rússia, com 38% do mercado final do produto.
Trump mirava Vladimir Putin, a quem havia dado um ultimato para aderir a uma trégua na Guerra da Ucrânia. Com a usual balança torta de suas decisões, escolheu punir a Índia pelo financiamento do conflito, quando a China é o maior patrono da pressionada economia russa.
Depois que o autocrata do Kremlin aceitou uma reunião de cúpula com o americano, os chineses foram poupados de uma sobretaxa para quem negocia com a Rússia. A medida afetaria o Brasil, que traz 60% do diesel que consome dos domínios de Putin.
Nesta terça (12), mais uma peça se moveu. Em uma conversa realizada a pedido de Barba, o líder chinês, Xi Jinping, expressou solidariedade ante o brutal ataque à soberania brasileira promovido por Trump.
O americano impôs 50% de sobretaxas a importações do Brasil a pretexto do que chama de perseguição ao aliado ex-mito, ora em prisão domiciliar esperando seu julgamento.
Xi mediu palavras, concentrando-se na relação econômica com Brasília, que tem em Pequim sua maior parceira econômica. Falou em “autossuficiência do Sul Global”, valendo-se da retórica em voga para designar os países já chamados de emergentes.
É um movimento de aproximação óbvio —e que satisfaz em especial o entorno ideológico do petista, dado a acreditar em fábulas de autonomia.
Note-se que Xi só conversou com Barba após ter assegurado para si mais 90 dias de trégua nas negociações comerciais com Trump. A China é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA, só atrás de México e Canadá.
Dessa forma, deve-se relativizar a altivez de ocasião dos Brics, grupo que une países tão díspares quanto China, Brasil, Rússia, África do Sul e Índia, para ficar nos fundadores, mais seis agregados ainda mais diversos.
É incontornável para Xi que sua questão maior é com os EUA, com os quais seu país teve US$ 581,9 bilhões em bens trocados —e as vendas chinesas foram o triplo das do parceiro.
Em comparação, a corrente de comércio entre americanos e brasileiros somou US$ 91,4 bilhões, com ligeiro superávit para os primeiros.
Com o Brasil, a China trocou US$ 188,2 bilhões no ano passado, dos quais US$ 116 bilhões vendidos pelos chineses.
Isso deveria estar na contabilidade de Barba, para quem a disputa aberta com Trump não trouxe até agora os ganhos políticos domésticos esperados.
Fonte: Folha de S. Paulo, Opinião, 12.ago.2025 às 22h00 Por Editorial
Esse negócio de sul global é uma piada, é mais uma estratégia chinesa para dominar aqueles que se vendem por pouco
Com um troglodita, um brucutu na presidência estamos fadados ao fracasso. Esse analfabeto ainda esta nos perturbando graças a um stf aparelhado e que defende mais os corruptos e bandidos. Li que o stf vai recorrer contra a aplicação da lei Magnistky aqui. Acho estranho pois o cabeção faz o mesmo com aqueles que pensam diferente dele e agora a turma quer fugir do que aplicam aqui no sul global
Paulo Figueiredo: ação nos EUA destoa de avô na ditadura – 11/08/2025 – Poder – Folha https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/08/acao-do-bolsonarista-paulo-figueiredo-nos-eua-destoa-de-postura-do-avo-na-ditadura.shtml
Há “dendos”, em:
https://www.facebook.com/share/r/1BKqeJCVhz/
PS. Quem tem o mafioso controle do mundo, já fez sucumbir, USA, Russia, Alemanha, Brasil, Venezuela, Colombia, Argentina, Nicaragua, Chile, Polonia, Ucrania, China e etc….., pelo vício da pornografia, do ópio, maconha, heroina, cocaina, Crak e agora repete emaranhando-a nos “fios e teias” de seu Agente Khazariano “O Barba”!
Adendos, em: https://www.facebook.com/share/v/1BkWYAEwSm/
O que se depreende das sanções aplicadas contra o Brasil, pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é que se pretende uma rendição do governo. Trump quer intervenção do Executivo no Poder Judiciário, fim do processo em curso pela tentativa de Golpe de Estado e ANISTIA para Jair Bolsonaro. Essa é a questão crucial, posta na mesa pelo alaranjado Donald Trump.
Os prejuízos causados ao país, pelo tarifaço ( sanções) de 50 por cento das exportações brasileiras são incalculáveis.
O governo acaba de anunciar, um pacotão de ajuda aos exportadores, objetivando a manutenção dos empregos, principalmente na área do Agro. O valor chega aos 30 bilhões de reais, que pode ser colocado na conta de Jair Bolsonaro e seu filho deputado, Eduardo Bolsonaro, os dois que atuaram junto aos assessores da Casa Branca , argumentando que o processo do Golpe de Estado é uma perseguição ao ex- presidente e um atentado aos Direitos Humanos.
Ora, nada mais pérfido, na verdade uma canalhice, típica de gângster dos piores tempos da Máfia, pois se tem um país hoje, que apoia externa e externamente, todo tipo de violação dos Direitos Humanos, esse país se chama: Estados Unidos da América, sob o governo Trump.
É nos EUA, que os imigrantes sofrem todo tipo de desrespeito aos Direitos Humanos. É nos EUA, que as Universidades, principalmente Harvard, está sendo motivo de corte de verbas públicas e impedimento de estudantes de frequentar os cursos e alguns banidos , tais como os árabes e chineses.
Quem crítica o governo dos EUA, sendo imigrantes ou não, são perseguidos e presos e nem se fala na quinta emenda e na propalada e não cumprida, Liberdade de Expressão.
Juízes, que decidem contra os interesses de Donald Trump ou são afastados de suas funções jurídicas ou ameaçados de prisão, sob as mais variadas justificativas estapafúrdias e ilógicas.
Trata-se de um filme de terror, clássico do período das Trevas Medievais, o cipoal de ações de Trump contra os Direitos Humanos.
Quando ocorre violação dos Direitos Humanos, por exemplo em El Salvador e Israel, Donald Trump ironicamente trata os desrespeitos como política de Estado.
O atual Estado de loucura insana, protagonizada por Donald Trump, não tem paralelo na história das relações entre duas nações amigas, EUA e Brasil, que já dura 200 anos.
Mas, tudo passa nessa vida e Trump vai para casa no final do mandato, pondo fim ao atual confronto entre as nações por conta do absurdo e generalizado tarifaço aplicado contra as exportações para os Estados Unidos, afinal, todos vão perder, inclusive o país tarifador.
Como pode um simples deputado federal ter mais força de o Itamaraty ou do ao presidente da República.