Alto Comissariado e servidores da ONU comprovam genocídio em Gaza

Israel retoma fornecimento de tendas de campanha para Gaza — DNOTICIAS.PT

Refugiados ficam em tendas ao longo da Faixa de Gaza

Jamil Chade
do UOL

Em uma espécie de rebelião interna, centenas de funcionários das Nações Unidas escreveram uma carta para a direção da entidade fazendo um apelo para que a situação de Gaza seja oficialmente classificada como um genocídio por parte de Israel contra os palestinos. Quase dois anos após o início da crise e com 63 mil palestinos mortos, a ONU ainda não tomou uma posição oficial para como qualificar o que está ocorrendo em Gaza.

No documento, o grupo de mais de 500 funcionários pede que o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, mude de postura e alerta que o silêncio pode ser considerado como cumplicidade. A iniciativa ocorre num momento em que a ONU declarou oficialmente o estabelecimento da fome em Gaza e quando o número oficial de mortes chega a 63 mil palestinos.

ATO INÉDITO – A postura dos funcionários da ONU é inédita, ainda que, nos primeiros meses da ofensiva de Israel contra Gaza, um dos diretores da entidade tenha publicado uma carta no dia de sua aposentadoria alertando para o fracasso da instituição em qualificar a situação dos palestinos como um genocídio.

Na carta desta semana, os funcionários apontaram como os critérios legais para definir gaza como genocídio tinham sido preenchidos.

Em um dos trechos, os especialistas “expressam profunda frustração com a escala, o alcance e a natureza das violações relatadas e seu impacto sobre os civis, especialmente mulheres e crianças, e muitos estão preocupados com o fato de que a abordagem do Escritório da ONU corre o risco de minar a credibilidade da entidade como autoridade líder em direitos humanos para todos em todos os lugares”.

BASE EM RELATÓRIOS – Os funcionários consideram –com base em relatórios extensos dos mecanismos da ONU e de especialistas independentes — que a situação em Gaza “atende aos elementos da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio e acreditam que o Escritório da ONU deveria refletir essa avaliação de forma mais explícita em suas comunicações públicas”.

Segundo a carta, os relatórios humanitários da ONU continuam a documentar as baixas civis em massa diárias, a destruição generalizada e as interrupções na assistência humanitária, resultando em fome forçada, morte e deslocamento.

2Os funcionários enfatizam que, com base nas evidências disponíveis e nas avaliações autorizadas dos especialistas nomeados pela ONU, bem como de profissionais jurídicos, o limiar jurídico previsto na Convenção sobre Genocídio foi atingido. Portanto, instam o Escritório da ONU a avaliar essas conclusões e a declarar publicamente a caracterização jurídica.

ATRASO – Reconhecimento do atraso. A equipe solicita que o Escritório da ONU reconheça as preocupações com o atraso em assumir uma posição clara e pública sobre a situação em Gaza e seu impacto na confiança na liderança da instituição.

Os funcionários solicitam que a ONU pressione publicamente os estados e outras entidades a suspenderem a venda e transferência de armas, bem como o apoio logístico ou financeiro relacionado às autoridades israelenses, o que constitui uma clara violação do direito internacional.

Segundo eles, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos tem uma “forte responsabilidade legal e moral de denunciar atos de genocídio”. “A ONU foi fundada após a Segunda Guerra Mundial, incluindo o Holocausto, com o objetivo de impedir que tais atrocidades se repetissem”, alertam. “Deixar de denunciar um genocídio em andamento compromete a credibilidade da ONU e do próprio sistema de direitos humanos”, disseram.

FALHAS DA ONU – “Notavelmente, o silêncio durante o genocídio de Ruanda é frequentemente citado como uma das maiores falhas morais da ONU”, alertam.

A carta vem depois que relatores da ONU e entidades como a Anistia Internacional já optaram por chamar Gaza de genocídio. A ONU, porém, vem optando por apenas citar crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

A posição oficial da entidade é que apenas um tribunal pode chegar a essa constatação, já que a definição do genocídio envolve uma investigação para determinar que existe a motivação da morte de um grupo étnico.

DAR O ALARME – Em nota, o escritório de Direitos Humanos da ONU afirma que tem trabalhado “em circunstâncias muito difíceis — e enfrentando difamações e acusações de parcialidade, cumplicidade, antissemitismo, duplo padrão e muito mais — para tentar documentar os fatos no terreno e dar o alarme”.

O órgão garante que “tem havido e continuará a haver discussões internas sobre como avançar”.

“Sobre a questão da qualificação dos crimes, o Alto Comissário tem alertado –desde o início do conflito– para o risco elevado e crescente de que estejam a ser cometidos crimes atrozes no Território Palestino Ocupado, incluindo ao Conselho de Segurança da ONU”, afirma.

CRIMES DE ISRAEL – “Os crimes atrozes incluem crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio”, insiste.

De acordo com a nota, Turk também apontou repetidamente para as ordens da Corte Internacional de Justiça sobre os riscos de violações da Convenção sobre Genocídio e a necessidade urgente de cumprimento integral dessas ordens vinculativas e das obrigações da Convenção. “Ele tem chamado a atenção para a necessidade de prevenir o genocídio”, destaca.

Para eles, Gaza tem sido uma “mancha na consciência coletiva da humanidade”. “A comunidade internacional precisa se unir para pôr fim a esse horror insuportável”, completam.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Negar o genocídio em Gaza significa a mesma coisa que negar o Holocausto na Segunda Guerra. O governo de Israel precisa parar as atrocidades, que já foram longe demais. (C.N.)

10 thoughts on “Alto Comissariado e servidores da ONU comprovam genocídio em Gaza

  1. Por aqui, Maduro é ídolo dos ídolos dos idiotas.

    Ele é ídolo tanto de Lula quanto de Bolsonaro.

    E há chance de transformarem a Venezuela numa Líbia americana.

    Que sirva de mau exemplo tanto para um quanto para outro.

  2. O que a ONU pode fazer a respeito dos terroristas do Hamas que sequestram a ajuda humanitária?
    Só botar a culpa em Israel como sempre tem feito?
    O que a ONU pode fazer em favor dos reféns?
    O que a ONU pode fazer com os que financiam os terroristas do Hamas?

  3. Senhor Carlos Newton , o ” genocídio e holocausto ” do povo Palestino escravizado por mais de 50 anos , por Israel é real e atual , sendo que o tal Holocausto de judeus na Segunda Guerra , é uma inquestionável farsa que esta sendo repetida vezes anos a fio , até tornar-se verdade , além de impô-los aos povos mundo afora como se fosse sacrilégio contesta-lo .

  4. Basta o Hamas entregar os reféns e se render, pronto.

    E esse papo de genocídio simplesmente não se sustenta em pé, que genocídio é esse que a população só aumenta?

  5. Senhor Carlos Pereira , o ex-presidente Ucraniano Viktor Yanukovych era tão odiado por parcela da sociedade Ucraniana , que resolveram derruba-lo na metade de seu mandato em 2014 , com apoio financeiro e bélico da Inglaterra , e colocaram em seu lugar , o aventureiro e golpista Volodymyr Zelensky e seus comparsas , resultando nessa atual tragédia Ucraniana , onde os verdadeiros responsáveis pela destruição da Ucrânia , já tiraram seus familiares do país , inclusive partes desses familiares que fugiram e encontram-se no Brasil , onde encontraram guarida no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro , ou seja , gostemos ou não do atual Presidente do Brasil Luís Inácio da Silva , é muito mais saudável permitir que ele conclua seu atual mandato presidencial , que se aliar a governos estrangeiros para derruba-lo , como muitos parlamentares , empresários , militares , e parte da sociedade etc… Brasileiros estão fazendo , sendo que com toda certeza a Ucrânia, não mais será a mesma e seu povo terminará escravizado pelos países (Inglaterra e França) que ” provocaram e iniciaram ” a guerra da Ucrânia contra a Rússia , e não o contrário como fazem o povo Ucraniano e demais países acreditarem , com o agravante de que a Alemanha se deixou arrastar e se envolver nesse crime contra a Ucrânia pela (Inglaterra e França) , mesmo tendo construído um complexo tubular de ” oleodutos e gasodutos ” em consorcio com a Rússia , onde todos estão perdendo , inclusive os países-membros da OTAN que provocaram e iniciaram essa guerra , sendo que agora terão que comprar mais caros além mar , os mesmos produtos que eram ofertados na porta de casa .

  6. Senhor Walsh , lembre-se que o agora intitulado ” Grupo terrorista Hamas ” , é cria puro sangue Israelense , a sua imagem e semelhança das autoridades políticas , segurança , religiosas e militares Israelenses , que fora criado como ” quinta coluna ” no seio do povo Palestino , para cindir a então ” Organização para a Libertação da Palestina – OLP ” , como de fato ocorreu , resultando em diversos conflitos ” fraticidas ” internos e possibilitando o surgimento de diversos grupos antagônicos aos reais interesses do povo Palestino escravizados a mais de 50 anos por Israel e seus comparsas Ocidentais , como é público e notório .

Deixe um comentário para Jorge Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *