Ligação do PCC com Banco Master vai criar uma nova Lava Jato

A imagem mostra uma casa moderna iluminada à noite, com uma piscina em primeiro plano. A estrutura da casa é de dois andares, com grandes janelas que refletem a luz interna. Há uma área externa com mesas e cadeiras, além de plantas ao redor. O céu está escuro, indicando que é noite.

Mansão onde mora o banqueiro na verdade pertence ao PCC

Guilherme Seto e Lucas Marchesini
Folha

Mais da metade dos fundos do Banco Master, comandado por Daniel Vorcaro e que está em processo de venda para o BRB (Banco de Brasília), são administrados por Trustee DTVM e Reag Investimentos, empresas que foram alvos de operações nesta quinta-feira (28) contra a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) e de outras facções na cadeia produtiva de combustíveis e no setor financeiro.

Na avaliação de profissionais do mercado ouvidos pela reportagem, a operação mostra um possível ponto de fragilidade do Master no momento em que o Banco Central analisa a negociação com o BRB.

MAIORES PARCEIRAS –  Levantamento da Folha identificou que 18 dos 34 fundos declarados pelo Master em seu balanço são administrados por Trustee e Reag. Juntas, elas são as duas principais parceiras do banco.

Em nota, a assessoria de imprensa da instituição financeira de Vorcaro afirmou que “a Reag é uma prestadora de serviços do Banco Master, e tem como atividades a gestão e a administração de fundos. É uma entre outras entidades financeiras que prestam serviços nesta atividade. O Master é apenas um entre centenas de clientes da Reag.”

MANSÃO NO LAGO – Vorcaro tem relação próxima com as duas empresas. A casa em que ele mora e na qual faz reuniões de relacionamento político, em Brasília, tem ligações com a Reag, que administra cinco fundos operados pelo Master.

Reportagem da Folha mostrou que o imóvel de R$ 36 milhões foi adquirido por uma empresa que tem ligações com Vorcaro, a Super Empreendimentos, em 3 de junho de 2024. À época, seu cunhado, o advogado Fabiano Zettel, era um dos diretores da firma. A Super pertence a um fundo que é administrado pela Reag.

O Will Bank, que tem forte atuação no Nordeste e é parte central da operação de venda do Master para o BRB, foi comprado pelo Master em operação conjunta com a Reag, em 2024. O Will Bank é visto pelo BRB como aposta para entrar no mercado de serviços digitais e para ampliar a base de clientes nas classes C e D.

ALVO DA OPERAÇÃO – Listada na B3, a Reag confirmou ter sido alvo da operação e disse que está colaborando com a investigação. As ações da empresa caíam mais de 12% no Ibovespa nesta quinta em virtude da operação.

A Trustee DTVM, por sua vez, pertence a Maurício Quadrado, que foi sócio do Master, anunciou a venda de sua fatia no ano passado e hoje comanda o BlueBank. A Trustee administra 13 fundos ligados ao banco.

A gestora apareceu em polêmica recente envolvendo o Master, o empresário Nelson Tanure (próximo de Vorcaro) e Tércio Borlenghi Júnior, controlador da empresa de gestão ambiental Ambipar.

TROCA DE FAVORES – Segundo a área técnica da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a compra de ações da Ambipar por parte de fundos da Trustee no ano passado, que levou à valorização dos papéis em mais de 800%, teria sido uma “troca de favores” que fez com que a empresa aumentasse seu valor de mercado e o Master elevasse seu patrimônio.

Além disso, Tanure teria conseguido garantias necessárias para arrematar a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) m leilão.

O colegiado da CVM, no entanto, acolheu recurso dos envolvidos e decidiu contra o parecer da equipe técnica.

Em nota, a Trustee disse ter renunciado à administração de fundos antes mesmo da ação desta quinta-feira por decisão da área de compliance “por desconformidade da atualização cadastral identificada há alguns meses”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A operação Carbono Oculto, maior ação desse tipo na história, segundo a Receita Federal, mobilizou 1.400 agentes em oito estados e busca desarticular a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e em instituições financeiras utilizadas como suporte dessa cadeia, envolvendo diretamente a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). É a segunda Lava Jato, que vai dar muito o que falar. O mercado financeiro está em polvorosa e os escritórios de advocacia explodem champagne. (C.N.)

7 thoughts on “Ligação do PCC com Banco Master vai criar uma nova Lava Jato

  1. isso não é nada, não tem uma ONG que recebeu uma verba do governo e é ligada ao pcc. não teve uma mulher que foi recebida mo ministério da injustiça e com passagem e diárias pagas pelo governo e é ligada ao cv. Esse governo tem afinidade com as facções criminosas

    • Sr. Newton.

      a mega giga ultra Blaster operação da polícia federal contra a organização criminosa só prendeu seis bagres pequenos.?

      e isso mesmo ou estou enganado?

      aquele abraço .

      👍

    • “Combate ao crime organizado” no Brasil é engodo.

      Não é à toa que essas facções fatiaram o Brasil do século XXI em capitanias hereditárias, controlando Estados da Federação.

      Não é incompetência estatal.

      É um pacto.

      O governo brasileiro e o PCC-CV são quase uma mesma entidade.

      Indissociáveis.

      A começar pelos políticos togados e vitalícios e intocáveis membros do Judiciário.

  2. A Receita Federal e a Polícia Federal só entraram no caso porque a Terra Nova Trading, responsável pela importação de nafta com impostos reduzidos, tem, entre seus advogados, o senhor Enrique de Abreu, filho do ministro da justiça. Este, por sua vez, é o chefe da PF. Vocês realmente acreditam que este “apoio” da RF e da PF ao MP-SP foi uma ação bem “coordenada” pelo governo federal ? Mordam aqui para ver se sai sangue ! Se duvidar, o sujeito entra como ministro do barroso, se este for mesmo para uma embaixada na Europa.

    A seguir (coming up), narrativas.

Deixe um comentário para Jorge Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *