Metanol: o veneno que revela a falência do Estado brasileiro

A adulteração de bebidas é um atentado contra a sociedade

Pedro do Coutto

O Brasil atravessa mais um momento de perplexidade. A sucessão de denúncias de corrupção ganhou contornos ainda mais dramáticos com a descoberta de bebidas adulteradas com metanol, um álcool industrial extremamente tóxico, capaz de causar cegueira irreversível e morte.

Em São Paulo já há registros confirmados de cinco óbitos, enquanto no Nordeste surgem novas suspeitas de envenenamento. Autoridades sanitárias, Polícia Federal, Ministério da Saúde e Procons correm contra o tempo para interditar lotes, identificar a origem das falsificações e evitar que o veneno continue circulando.

FISCALIZAÇÃO – O metanol, usado para turbinar o lucro de falsificadores, revela mais do que a irresponsabilidade criminosa de alguns: expõe um sistema falho de fiscalização, permissivo à adulteração e à conivência de intermediários. Não se trata de acidente isolado, mas de sintoma de um ambiente de descaso, em que a vida do consumidor vale menos do que o ganho ilícito de organizações criminosas.

Esse drama sanitário, que deveria mobilizar todas as energias do Estado, contrasta de forma chocante com as prioridades políticas em Brasília. Em meio às mortes e à insegurança dos consumidores, o Congresso aprovou um Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões para 2026, valor quase três vezes superior ao da última eleição.

O contraste não poderia ser mais evidente: falta de recursos para ampliar a vigilância sanitária, para equipar laboratórios, para treinar agentes, mas sobra dinheiro para financiar campanhas políticas em um sistema que já garante propaganda gratuita e dedução de despesas eleitorais no imposto de renda. É a demonstração crua de como a política brasileira insiste em se distanciar das urgências reais da população.

CORRUPÇÃO – O veneno do metanol não está apenas nas garrafas falsificadas; ele simboliza o veneno mais profundo da corrupção, que corrói instituições, fragiliza a confiança pública e coloca em risco até o direito mais elementar, o da vida. Não é por acaso que a indignação cresce: a cada denúncia, percebe-se que a corrupção deixou de ser exceção para se tornar regra, explorando brechas legais, alimentada pela impunidade e pela omissão. O Estado que falha em proteger seus cidadãos acaba se tornando cúmplice indireto das tragédias que deveriam ter sido evitadas.

É preciso agir de maneira firme. Investigações ampliadas em todos os estados, punição exemplar aos responsáveis, rastreabilidade obrigatória de bebidas, campanhas de esclarecimento à população e, sobretudo, transparência no uso dos recursos públicos.

O Brasil não pode normalizar o absurdo. A adulteração de bebidas com metanol não é apenas um crime de mercado, mas um atentado contra a sociedade. Se for tratada como mais um escândalo passageiro, a mensagem será devastadora.

15 thoughts on “Metanol: o veneno que revela a falência do Estado brasileiro

        • Hábito de bebericar do presidente vira preocupação nacional

          O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua inclinação por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor ainda, um copinho de cachaça, o potente destilado brasileiro feito de cana-de-açúcar. Mas alguns de seus conterrâneos começam a se perguntar se sua preferência por bebidas fortes não está afetando suu performance no cargo.
          Nos últimos meses, o governo esquerdista de Da Silva tem sido assaltado por uma crise depois da outra, de escândalos de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais.
          O presidente tem ficado longe do alcance público nesses casos e tem deixado seus assessores encarregarem-se da maior parte do levantamento de peso. Essa atitude tem levantado especulação sobre se o seu aparente desengajamento e passividade podem de alguma forma estar relacionados a seu apetite por álcool. Seus apoiadores, entretanto, negam as acusações de excesso de bebida.
          Apesar de líderes políticos e jornalistas falarem cada vez mais entre si sobre o consumo de bebidas de Da Silva, poucos estão dispostos a expressarem suas suspeitas em público ou oficialmente. Uma exceção é Leonel Brizola, líder do esquerdista PDT, que foi companheiro de Lula na eleição de 1998, mas agora está preocupado que o presidente esteja “destruindo os neurônios de seu cérebro”.
          “Quando eu fui candidato a vice-presidente de Lula, ele bebia muito”, disse Brizola, agora um crítico do governo, em um discurso recente. “Eu o avisei que bebidas destiladas são perigosas. Mas ele não me escutou e, de acordo com que estão dizendo, continua a beber.”

          https://feeds.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0905200405.htm

          • 1) Qual é a marca na cachaça que o Lula bebe?

            Narcola bebe da pura, que não esteja “misturada” com metanol…

    • O Sr. Pedro esqueceu de citar quem incentiva mais o crime neste Páis…

      Ele é fanzoca dos criminosos

      Dica.:

      Tem nove dedos, bebe muito, conta muita mentiras, e passa a perna dos jumentos amestrados….

  1. Esse negócio de metanol é bem complexo. Em tese, qualquer importação desse produto deve ser registrado, mas sabe-se que tal produto é usado em falsificação de combustíveis, porque é mais barato que o etanol.

    Nas bebidas alcoolicas falsificadas e em vários países, especialmente nas destiladas, ele é adicionado para aumentar o teor alccolico e evitar o congelamento da mesma. Em pequenas quantidades não é prejudicial, mas a partir de um limite, causa serios danos às pessoas.

    Acabar com a falsificação é algo muito difícil, até porque há compradores que visam essencialmente o lucro fácil. Uma bebida falsificada custa bem menos que uma bebida fabricada de forma oficial.

    E quando a fiscalização (Anvisa) preventivamente atua multando ou fechando estabelecimentos que não estão de acordo com as normas sanitárias, há uma gritaria contra. Mas quando acontecem essas tragédias, há críticas, porque faltou prevenção.

  2. Falta de fiscalização no descarte de garrafa facilita falsificação de bebidas
    Criminosos compram embalagens de catadores e até em bares, dizem especialistas

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