Trump ganha tempo com a reunião, e segue embromando Lula

A cautela de Lula com Trump diante da Venezuela

Muita espuma e pouco chope na reunião da Malásia

Hugo Henud
Estadão

A reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, neste domingo, 26, na Malásia, repercutiu entre a oposição e aliados da base governista. Enquanto integrantes do governo comemoraram o encontro como sinal de retomada do diálogo com os Estados Unidos, políticos do PL exploraram o fato de o presidente americano ter mencionado o ex-presidente Jair Bolsonaro antes da conversa bilateral.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou o encontro nas redes sociais. Ele compartilhou um vídeo em que Trump diz que “sempre gostou” do ex-presidente.

BOLSONARO – “Lula encontra Trump e, na mesa, um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO. Imagine o que foi tratado a portas fechadas?”, escreveu Eduardo no X.

A publicação foi compartilhada pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), reforçando o tom de provocação da ala bolsonarista diante da aproximação entre os dois presidentes.

Do lado do governo, ministros e aliados celebraram o gesto diplomático. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que “o Brasil retoma o diálogo com o mundo sob a liderança de um verdadeiro estadista”. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, escreveu: “Lula, gigante pela própria natureza!!!”.

CONCILIADOR – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também comentou o encontro e adotou um tom conciliador. Ele elogiou a iniciativa de Lula e Trump, afirmando que o diálogo e a diplomacia “voltaram a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”.

Lula diz ter tido ‘ótima reunião’ com Trump e que negociações sobre tarifas começam ‘imediatamente’. Ele acrescentou que “quando líderes escolhem conversar, a História agradece”.

Motta disse ainda que a Câmara está “à disposição da diplomacia brasileira, votando temas importantes e comprometida em servir ao País”.

PL DA ANISTIA – A manifestação ocorre num momento em que o presidente da Casa tenta se equilibrar entre o grupo bolsonarista, sob pressão pela votação do PL da Anistia, e as siglas da base governista, que foram decisivas para sua eleição ao comando da Câmara.

O encontro entre Lula e Trump começou às 15h30 (horário local), no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC).

Entre os temas tratados, estiveram o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os EUA e as sanções aplicadas contra autoridades brasileiras. Trump indicou que poderá rever as medidas, a depender do avanço das negociações entre os dois países.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reunião parece ter sido mais um “embromation act”, porque as tarifas não foram revogadas. Aliás, ninguém sabe o que realmente foi tratado na ocasião. Sabe-se apenas que Trump botou Lula no corner, ao perguntar quanto tempo o presidente ficou preso. dizer que tinha sido “perseguição” e depois elogiar Bolsonaro. Quanto às sanções já aplicadas, é fácil rever o bloqueio de vistos, mas muito difícil anular incriminação na Lei Magnitsky, que até agora só pegou Alexandre de Moraes e sua esposa advogada. (C.N.)

7 thoughts on “Trump ganha tempo com a reunião, e segue embromando Lula

  1. @LulaOficial

    Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras.

    6:17 AM – 26 de out de 2025.

    CONCLUSÃO: NÃO FICOU RESOLVIDO COISA ALGUMA.

  2. Pela linguagem corporal, Lula está seguro e a vontade, enquanto Trump está tenso sentado na beira da cadeira. O Brasil é o menor dor problemas do Trump e Bolsonaro é uma página virada nessa discussão Brasil X EUA. O Brasil quer resolver o problema e só depende dos EUA que tem fortes interesses continuar controlando a mídia no Brasil para usar os brasileiros como massa de manobra para os seus interesses econômicos. O problema agora é a China que consome milhares de barris de petróleo por dia e dificilmente vai deixar de comprar o petróleo russo.

    Ingenuidade achar que um único encontro dessa magnitude iria resolver todos os pontos, isso foi um pontapé inicial, o Brasil vai ter muitas rodadas de negociação com os EUA. Para aqueles que falam o contrário, a inflação dos EUA está subindo e a taxação de produtos aumenta muito essa conta.

  3. Barba, que já havia se encontrado com Trump na ONU e falado com ele depois por telefone, se reuniu oficialmente com o presidente americano hoje na Malásia.

    Ruíram, então, as fake News dos bolsonaros que propagavam que só eles tinham o monopólio de acesso a Trump.

    Para frustração de Bananinha e bolsotários em geral.

  4. Trump tentou durante décadas construir uma Trump Tower em Moscou

    A Trump Tower não foi construída em Moscou, apesar das tentativas de Donald Trump ao longo de décadas para concretizar o projeto.

    Vários planos para construir um arranha-céu em Moscou foram discutidos, inclusive durante a campanha presidencial de Trump em 2016, mas todos acabaram fracassando.

    • Ideia antiga: A ideia de construir uma torre em Moscou remonta a 1987, quando Trump a mencionou em seu livro “A Arte de Fechar”.

    • Interesse contínuo: Trump expressou interesse em investimentos na Rússia e em Moscou repetidamente, tuitando em 2013 que “TORRE TRUMP-MOSCOU é a próxima”.

    • Disputas durante a campanha: A empresa de Trump retomou as discussões sobre o projeto em 2015 e 2016, mas isso ocorreu durante a campanha presidencial de Trump e gerou investigações sobre potenciais vínculos com a Rússia.

    • Planos frustrados: As negociações com contatos russos e a Organização Trump não resultaram em um projeto concluído, e os planos para a construção nunca foram realizados.

Deixe um comentário para Panorama Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *