
Devagar, Trump quer afastar Lula da influência chinesa
José Perez
O presidente Lula da Silva ganhou um presente de Donald Trump e está aproveitando exaustivamente, para usar no marketing político e fortalecer sua campanha eleitoral pelo quarto desmerecido mandato.
Com sua visão limitada, o petista não consegue perceber que Trump e os EUA não estão nem aí para a família Bolsonaro nem para qualquer retaliação sobre a questão das tarifas, mas estão de olhos bem abertos para outros assuntos.
O QUE INTERESSA – A principal questão é que Trump não aceita o crescente alinhamento do Brasil aos BRICS, enfraquecendo ainda mais seu domínio geopolítico no Terceiro Mundo ou Sul Global como repete Lula.
O presidente norte-americano também fica particularmente furioso quando vê Lula defender o fim do dólar como moeda-padrão no comércio global.
É claro que os Estados Unidos jamais aceitarão a subserviência do Brasil à China, que é o principal concorrente ao domínio norte americano em todas as áreas, sobretudo em desenvolvimento tecnológico e setores industriais de ponta, incluindo produção de armas estratégicas.
USAR COMO EXEMPLO – As negociações com o governo norte-americano são delicadas e precisam ser tocadas com o máximo de cuidado, porque existe a possibilidade de os Estados Unidos usarem o Brasil como exemplo.
Trump tem tempo e pode ir empurrando a negociação lentamente. Sabe que no ano que vem haverá a eleição no Brasil e os Estados Unidos podem ajudar o Centrão a fechar a torneira e emplacar Tarcísio de Freitas num grande acordão.
Com Tarcísio no poder, fica mais fácil o Brasil se reaproximar dos Estados Unidos. Está é a questão principal. Quanto ao problema com o Supremo, Trump não vai recuar enquanto não liquidar o ministro Alexandre de Moraes, que acaba de ser desmascarado pelos Estados Unidos na “invenção” de provas contra Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, um erro jurídico desmoralizante.