Roberto Nascimento
Não se trata de um fenômeno brasileiro. Há uma tendência mundial para disputa entre os três Poderes, com o Legislativo colocando nas cordas o Executivo e o Judiciário. É interesse notar que o fenômeno independe de ideologia, pois ocorre nos governos de direita e de esquerda.
Nos Estados Unidos, o Partido Republicano obteve maioria na Câmara e vem impondo derrotas em série ao governo Biden, do Partido Democrata. Em Israel, o primeiro Ministro Benjamim Netanyahu, com o apoio do Legislativo, tramita uma PEC para submeter as decisões do Judiciário ao crivo de deputados e senadores.
QUADRO CONFUSO – O fato concreto é que a confusão nas democracias mundo afora vem se tornando preocupante. No Brasil, que copia tudo de ruim no exterior, o Senado acaba de aprovar a PEC impondo um garrote ao STF, dificultando as decisões monocráticas, em assunto de interesse de suas excelências.
O maior perigo são as demais mudanças que os parlamentares pretendem aprovar. Querem impor limite de idade para ingressar no Supremo. Hoje é de 35 anos, pretendem mudar para 50 anos. E mais, está quase certa a aprovação de mandatos para os ministros. Ainda não bateram o martelo se serão 10, 15 ou 20 anos.
Esse ataque sem precedentes ao Supremo vem sendo lançado pela direita radical, incomodada com a não reeleição de Bolsonaro, que é atribuída ao empenho do STF contra a tentativa de golpe de Estado, em defesa do governo democrático e do respeito às urnas.
REFÉNS DO LEGISLATIVO – Insta salientar, em complemento, que os presidentes Lula e Joe Biden se tornaram reféns do Legislativo. Não adianta conversar, conversar, como Lula sempre faz. Eles vêm com a pauta pronta, se não levam também não votam, no toma lá, dá cá.
Nesse contexto, o voto do petista Jaques Wagner, líder do governo Lula, no Senado, favorável à PEC contra o Supremo, foi uma vergonha. Tudo combinado com Lula. Não adianta agir nos bastidores, a gente acaba sabendo.
O cenário golpista agora será tentado na Argentina. Os sinais são claríssimos e cito a declaração da deputada Victoria Villarruel, eleita vice-presidente na chapa de Milei: ”Só uma tirania será capaz de salvar a Argentina”. Será?
A mandante “Máfia Khazariana”, domina triângulos, quadrados e funis!
1) Licença… na campanha ele falou poucas e boas contra o Brasil e o Presidente Lula e o Mercosul…
2) Eleito, está mudando o discurso e a prática…
3) Faz o L de miLei e os Ls da vice-presidente futura empossada na Argentina.
4) Se o presidente brasiliano atender ao convite do hermano mandatário será elogiado por uns e criticado por outros; se não comparecer idem…
A embaixadora da Argentina trousse uma carta de Milei convidando o Lula para ir a sua posse. Lula não deve ir, depois de ser ofendido desnecessariamente vai chegar lá com cara de sem vergonha e de sem brio.
Javier Milei, segundo o jornal Clarin viajou para os EUA. No momento está em Nova Yorque.
Levou junto o economista Luis Caputo, provável ministro da Economia. Caputo conversará com a presidente do FMI e estará na Casa Branca
Milei visitará a tumba do Rabino Schneerson. Depois rumara para Washington aonde manterá reuniões de trabalho no Departamento de Estado, no FMI, com os representantes do Tesouro Americano. Na pauta, a Reforma do Estado, a Dívida Externa e a Dolarização da Economia.
Pelo andar da carruagem, os argentinos voltaram a cantar o tango: Não chores por mim Argentina. As lágrimas cairão no Rio da Plata, mirando ao lado da Ponte da Mulher, a duas quadras da Casa Rosada.
Os argentinos não podem reviver o drama das Mães da Praça de Maio, rodando a estátua de San Martin, a procura dos filhos capturados pela ditadura Argentina,um degrau a menos do que a feroz ditadura chilena de Pinochet.
Estamos cá, torcendo pelos argentinos, que eles continuem a celebrar os 50 anos do fim da Ditadura dos generais e Tortura nunca mais .
Na verdade a disputa é de todos contra todos nesse mundo “do cada um por si” generalizado. Como diz o norte americano “It’s just ME, MYSELF and I”! Exatamente o contrário do que deveria ser.
O personalismo hoje foi elevado a potência dez mil! Todos querem ser protagonistas mesmo tendo sido eleito ou indicado para fazer outra coisa. O poder corrompe.
Como sempre, bom artigo de Roberto Nascimento.
É o Congresso que cria e aprova leis que regem o país e a vida do povo, se for um Congresso formado por maioria de parlamentares da direita e extrema direita, não se pode esperar nada de bom para o desenvolvimento do país, não acompanham a evolução da sociedade, querem manter o povo no atraso dos velhos costumes. e pior, são os vendilhões da pátria e cinicamente se dizem patriotas.
Exceente análise, Nelio Jacob.
A direita do passado, tinha preocupação social, vivíamos os tempos da guerra fria e o medo do comunismo soviético, obrigou os empresários a ceder direitos sociais.
Com o fim do Império da URSS, pouco a pouco, os direitos concedidos foram sendo suprimidos.
O que restou, está sendo detonado. Por exemplo, os aposentados vem perdendo tudo, até o Plano Médico das empresas públicas e estatais.
Em relação aos futuros aposentados do INSS, Paulo Guedes, tentou por fim, a aposentadoria pública, criando o famigerado e horroroso Plano de Capitalização da Presidência.
Assistindo ontem, a entrevista de Javier Milei, pude constatar, que o novo presidente argentino, também quer criar o terrível, Plano de Capitalização da Presidência.
O espírito de Margareth Tatcher, a musa das Privatizações, incorporou na Nova Direita, principalmente esse Javier Milei, o imbrochável Bolsonaro e o ogro golpista, Donald Trump. Que trinca do barulho, todos contra o seu próprio povo, principalmente a classe trabalhadora, que será colocada no olho da rua, com as Privatizações.
Eles pensam, que privatizar tudo, vai virar a chave da casinha da Economia e a partir daí, virá um mundo virtuoso de bonança, de paz, de riquezas para todos, de glória. Só se for glória suja de sangue, suor e lágrimas.
Margareth Tatcher, a primeira ministra da Inglaterra privatizou tudo, na década de 90 e hoje, os reflexos estão aí. A maior crise e econômica da história do Reino Unido. Vários serviços públicos foram reestatizados na Inglaterra, por absoluta inoperância do gestor privado. É o que acontece hoje, no Rio de Janeiro: trens, barcas, distribuição de energia elétrica, aeroporto do Galeão, enfrentando dívidas monstruosas e prestando serviços de péssima qualidade.
E a vida seguindo seu rumo, como se vivêssemos as mil maravilhas. Ninguém está esquentando com nada.
Que tempos difíceis!
Eu viajei durante algum tempo de trem, a passagem representava 1/3 da passagem do ônibus. Com a privatização o preço da passagem do trem está bem mais cara, do que a dos ônibus.
Trem é transporte de massa, é de utilidade pública não deveria ser para enriquecer empresários a custa do suor do trabalhador.
Privatizar tudo é a meta da direita, O povo que se dane.
Observo que como característica da época que vivemos em que de uma maneira geral todos poderes querem chamar atenção e se destacando para a opinião pública de forma confusa ou positiva, o que importa é ser notícia e ficar na mídia . Claro que com interesses diversos
Estamos atentos e de olho no protagonismo do Legislativo. Não servem ao povo. Deixam de elaborar e votar Leis em benefício do povo, ao contrário, legislam em causa própria e dos seus financiadores, de lambuja, pressionam o Executivo em busca de cargos na máquina pública, em troca da aprovação de matérias de interesse do governo. Chantagem explícita e escancarada.