O Globo acompanha a Tribuna da Internet e também pede que STF liberte Mauro Cid

CPMI do 8 de janeiro e Exército vão investigar visitas a Mauro Cid na prisão  - Metro 1

Mauro Cid errou, mas tem direito a responder em liberdade

Carlos Newton

Na selva da política nacional, a Tribuna da Internet é um minúsculo elefante que incomoda muita gente. Operando sob o signo da liberdade, o Blog se comporta como o menino no célebre conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, ao dizer que o rei está nu quando muitos ainda pensam (?) que ele está de roupa nova.

A TI tem sofrido insistentes ataques de hackers, porque não se curva aos supostos poderosos e aponta desrespeitos às leis democráticas. Agora, com enorme satisfação, vemos que o Globo também passa a defender a libertação do tenente-coronel Mauro Cid, que é um direito que as leis democráticas lhe garantem.

É sempre bom saber que ainda há vida inteligente nos escombros da imprensa, como dizia Helio Fernandes. E vamos em frente, enquanto deixarem.

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É HORA DE DEFESA DA NORMALIDADE INSTITUCIONAL
Deu em O Globo

Após quase sete meses de governo Lula, pode-se afirmar sem medo que a democracia brasileira não corre mais risco. As descobertas sobre tramas golpistas em Brasília, envolvendo até mesmo autoridades públicas, são estarrecedoras. Contudo, as instituições democráticas do país cumpriram seu papel constitucional, garantindo a realização das eleições em clima de total normalidade, com a proclamação da vitória do candidato que obteve maior votação, como manda a lei.

O eleito tomou posse e governa o país, também na mais absoluta normalidade. Nesse processo, coube ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral grande protagonismo na defesa da legalidade.

RIGOR JURÍDICO – Quando demandados, os tribunais agiram com energia contra extremistas que apoiavam o presidente derrotado, acampados em frente a quartéis, obstruindo vias públicas ou simplesmente disseminando teorias conspiratórias nas redes sociais e em aplicativos de mensagens. Essa resposta firme em defesa da democracia era mesmo o que se esperava das instituições. E elas não decepcionaram.

Passada a tempestade institucional, o Brasil tem de voltar sua atenção para os graves problemas sociais que nos separam das nações mais desenvolvidas. Ao Congresso cabe se dedicar às importantes reformas de que o país precisa para voltar a crescer; também é essencial regular as plataformas digitais, que tanto contribuíram para a instabilidade democrática no governo que findou.

O Executivo precisa dar resposta aos desafios monumentais da nossa sociedade, como o aprimoramento do nosso ensino público, a instalação de saneamento básico nos milhões de residências brasileiras que ainda convivem com esgoto a céu aberto e a defesa da Floresta Amazônica.

NA FORMA DA LEI – Do Poder Judiciário espera-se que cumpra a Constituição, com independência e coragem, mas também com discrição e autocontenção. Já não existe motivo nem demanda social por medidas voluntaristas: inquéritos com objetos vagos, que nunca se encerram, e prisões sem firme base legal não fazem bem à nossa democracia.

Os envolvidos em tramas golpistas devem ser investigados e punidos, se ficar assentada sua culpa, mas tudo dentro dos preceitos legais, com amplo direito à defesa e aos recursos a ela inerentes. Qualquer outro caminho, além de desnecessário, engrossa o coro dos que continuam trabalhando contra a democracia.

É exemplar o caso do tenente-coronel Mauro Cid, preso há mais de dois meses. As evidências apontam para o envolvimento do militar em atividades ilícitas, como a falsificação do certificado de vacina de Jair Bolsonaro e tramas golpistas. Se de fato for assim, ele deve ser julgado e condenado.

PRISÃO DESNECESSÁRIA – A extensa privação da liberdade, sem que tenha havido sequer o oferecimento de denúncia contra ele, pode dar margem à suspeita de perseguição. Prisões preventivas precisam seguir requisitos legais bem definidos — e eles devem estar explicitados de forma convincente, o que não ocorreu nesse caso. Sem isso, o estranhamento se instala com toda sorte de ruídos.

A Constituição de 1988 foi produzida nos estertores do período ditatorial. Talvez por isso prestigie de forma tão exacerbada a democracia e o Estado de Direito. Vivemos recentemente anos soturnos, durante os quais a democracia foi constantemente ameaçada por um governo obscurantista.

A Constituição deve ser o guia das instituições nessa transição para tempos de luz. O momento é de defesa da normalidade institucional. O golpismo foi derrotado. É hora de viver plenamente a democracia.

Economia recua em maio e Haddad responsabiliza os juros de 13,75% fixados pelo BC

Juros altos de 13,75% ao ano são a causa da retração, afirma Haddad

Pedro do Coutto

A economia brasileira, no mês de maio, ao contrário do que vinha ocorrendo nos primeiros meses do ano, recuou 2% com base em cálculo feito pelo próprio Banco Central, cujos juros altos de 13,75% ao ano, na opinião do ministro Fernando Haddad, são a causa da retração, pois desviaram recursos para investimentos na economia transferindo-os para aplicações financeiras de efeito imediato.

Com isso, os juros cobrados pelos bancos, de modo geral, também se mantiveram elevados e em consequência verificou-se uma retração do crédito para investimentos produtivos que influem, inclusive, no mercado de emprego. As aplicações financeiras, como todos sabem, não contribuem para ampliar o mercado de trabalho que são de efeito de curtíssimo prazo e um instrumento decisivo para uma maior concentração de renda no país. Renan Monteiro e Carolina Nalin, O Globo desta terça-feira, destacam o tema.

RENDA PER CAPITA – A queda da produção econômica influi para comprimir a renda per capita que é o resultado da divisão do Produto Interno Bruto pelo número de habitantes do país. Nos primeiros quatro meses do ano em comparação com o mesmo período do ano de 2022 houve um aumento de 3,6%. Mas em maio ocorreu a queda de dois pontos, fazendo com que a previsão para os 12 meses deste ano fique em 2,2%.

O desempenho do agronegócio, sobretudo da soja importada pela China, assegurou o resultado positivo de janeiro a abril. A questão, entretanto, possui pontos a serem iluminados e esclarecidos. O PIB brasileiro oscila em cerca de R$ 6,5 trilhões por ano. O crescimento do primeiro quadrimestre de 3,6% incidiu sobre o resultado do igual período do ano passado. Mas os 2% de recuou em maio incidiram sobre qual montante? A percentagem anterior ou o número absoluto resultante da soma da produção de todo o exercício de 2022? São pontos de estatísticas que precisam ser esclarecidos.

DESENROLA  – Ampla reportagem de Letícia Lopes, Vitória Abel, Vinicius Nader, Carolina Nunes e Letycia Cardoso, O Globo, focaliza o início e o sistema da operação “Desenrola” que tem como objetivo renegociar as dívidas de pessoas físicas junto aos bancos e, com isso, reabilitá-las para o mercado de crédito. Há descontos previstos de até 96%, o que representa praticamente a totalidade de débitos num prazo máximo de 10 anos. Os valores acima serão divididos através do tempo.

Os juros dessa divisão ficam por conta do próprio governo de forma indireta, que numa primeira etapa liberou R$ 50 bilhões para quitar dívidas que levaram os clientes à inadimplência. Está previsto um surpreendente leilão entre os bancos a respeito de propostas de refinanciamento. A proposta mais avançada obterá garantia do Tesouro Nacional. E essa garantia será repassada aos bancos por meio de um fundo garantidor de operações que será movimentado para cobrir eventuais calotes, novamente.

REPASSE – O estímulo destinado aos bancos – aí entra o Tesouro de novo – será repassado com compensação em tributos fiscais.  Como se constata, o governo irá creditar os bancos pelo reflexo da renegociação. Ou seja, no final da ópera, os bancos como sempre saem ganhando.  O Itaú promete descontos de até 60% nos juros. O Bradesco não se pronunciou sobre a taxa, mas o prazo pode ser de cinco anos. A operação “Desenrola” ,que começou nesta semana, vai se intensificar, como era esperado e natural.

O governo marca pontos políticos e esses pontos terminam representando também um lucro para os bancos, pois permitirá que eles repassem ao Tesouro os efeitos de uma inadimplência que com os juros seria eternizada.  

ISENÇÕES –  A bancada evangélica na Câmara dos Deputados – reportagem de Eduardo Gonçalves e Vitória Abel, O Globo – está lutando para ampliar as isenções tributárias, já garantidas para os templos e para as obras sociais vinculadas à mesma. A isenção tributária estender-se-ia às organizações sociais e beneficentes.

A bancada evangélica tenta incluir essa extensão num projeto de reforma tributária aprovado pela Câmara e que se encontra neste momento no Senado. A isenção reivindicada abrange também obras que vierem a ser realizadas nesses espaços.

MORAES –  O governo italiano deverá enviar, até o final desta semana, os filmes existentes no aeroporto de Roma focalizando as agressões verbais ao ministro Alexandre de Moraes e suas famílias, e também a agressão física cometida contra o seu filho. A família acusada tanto do desacato quanto da agressão, nega o fato.

Mas os filmes serão decisivos para esclarecê-los totalmente. Inclusive porque as hostilidades ocorreram em dois cenários, o saguão de entrada do aeroporto e na sala vip.

Imposto sindical obrigatório está sendo recriado sob o disfarce de “taxa negocial”

TRIBUNA DA INTERNET

Guilherme Seto (Folha)      

Em meio a tratativas com empresários para construir uma proposta unificada de reforma sindical, líderes das centrais sindicais dizem que o avanço das pautas de política econômica, como o arcabouço fiscal e a Reforma Tributária, criou clima favorável para as negociações.

Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, temas espinhosos, como a taxa negocial (que substituiria o extinto imposto sindical), têm sido tratados sem dificuldades.

TUDO CERTO – “A aprovação da Reforma Trabalhista mostra que o Congresso está buscando entendimento. E para trabalhadores e empresários, que já estão acostumados a negociar, acho que ficamos mais próximos do êxito. Os enfrentamentos bolsonaristas já são coisa do passado”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Como revelou o Painel, o projeto de reforma sindical prevê mandato de quatro anos para dirigentes sindicais, direito de oposição, transparência e exigência de que os sindicatos comprovem densidade para que possam funcionar.

O projeto também propõe a taxa negocial, definida em assembleia e paga aos sindicatos por todos os trabalhadores abrangidos por acordos coletivos, descontada em folha de pagamento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Os jornalistas amestrados apoiam incondicionalmente a recriação do Imposto Sindical Obrigatório, uma excrescência que só existe no Brasil e garante ao país um vergonhoso recorde mundial, com 16,7 mil sindicatos, enquanto o segundo colocado, os Estados Unidos, tem apenas 191. Vejam se é possível haver tamanha desproporção. No resto do mundo, há apenas 1,6 mil sindicatos. Mas quem se interessa? (C.N.)

Lula aceitará entregar a área social, maior prioridade do seu governo, para o Centrão?

Charge reproduzida do Arquivo Google

Eliane Cantanhêde
Estadão

Com dois ministérios, um para o PP, outro para o Republicanos, uma estatal daqui outra dali e R$ 7 bilhões em emendas de uma tacada só, o presidente Lula conseguiu a aprovação folgada da reforma tributária e da mudança no Carf e obteve a sua maior vitória desde a posse: isolou o PL na Câmara, dividiu a extrema direita e ajudou a empurrar Bolsonaro de volta à insignificância.

Por uma barbeiragem do Planalto, a votação da reforma ficou por um fio na quinta-feira. O ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, entendeu errado a reunião de Lula com a (ainda…) ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e soltou nota dizendo que ela continuava no cargo. Para quê? O União Brasil (UB) da Câmara pegou em armas, ameaçando votar contra a reforma, o Carf e a âncora fiscal.

Alexandre Padilha, da articulação política, teve de soltar uma segunda nota para desmentir Pimenta e avisar que Daniela está fora e o deputado Celso Sabino, dentro do Turismo. Após um mês na frigideira, a ministra foi demitida por uma nota. O UB reduziu a retaliação a um pedido de adiamento da votação, que foi derrubado, e votou a favor da reforma e do Carf.

VOTO DE QUALIDADE – A reforma tributária e a âncora fiscal são importantes para o País e tiveram forte sopro de fora para dentro do Congresso, com pressão de entidades, empresas, economistas e mídia. Logo, não são vitórias do interesse exclusivo do governo. Mas a do Carf é. Com o “voto de qualidade”, o governo recupera o poder de desempate no Carf, que arbitra conflitos entre Fisco e empresas, e pode lucrar R$ 50 bilhões em 2024.

Daí, Lula ligou para Lira na sexta-feira, com um pedido e uma oferta: a votação do Carf no mesmo dia, antes do recesso branco, em troca dos dois ministérios para o Centrão. O Carf foi aprovado e o acordo, selado na mesma tarde no Alvorada. A guerra, porém, continua na Câmara, com a âncora fiscal, e no Senado, com a reforma e o Carf.

CABEÇA A PRÊMIO – O Centrão já viu que a Saúde não dá e, como antecipado aqui, desviou o olho gordo para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), além de Caixa Econômica, Correios, Embratur… Lula dá limites. Os outros ministros estão com a cabeça a prêmio, mas, nos da área social, ninguém mexe.

Enquanto Lula se acertava com o Centrão, seu maior (ex) crítico no PP, senador Ciro Nogueira, dava uma cambalhota e dizia que “nenhuma oposição pode ser contra o Brasil”. Do outro lado, Janja visitava o MDS, blindava o ministro Wellington Dias, do PT, e postava que a população pobre é “a prioridade desse governo”. Lula não vai entregar a prioridade do seu governo para o Centrão, ou vai?

Para processar Moro e Dallagnol, presidente do TCU pede ao STF diálogos ‘hackeados’

Bruno Dantas já vai condenando Moro antes do julgamento…

Carlos Newton

Reportagem de Henrique Lessa no Correio Braziliense mostra que o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, está engrossando o rol de inimigos da Lava Jato que tentam destruir o que ainda resta da operação e cassar o senador Sérgio Moro (União-PR). Neste domingo, o repórter revela que o presidente do TCU pedirá ao Supremo cópias dos diálogos em que Deltan Dallagnol, como procurador federal, combinava organizar ataques contra ele.

A articulação teria acontecido há cinco anos, quando Bruno Dantas reclamou, em uma entrevista, que o então juiz da Lava-Jato, o hoje senador Sérgio Moro, estaria restringindo o acesso do TCU às provas de delatores que fecharam acordo com a operação.

INCESTO NA LAVA JATO – “Pedirei ao STF cópia de todos os diálogos para avaliar providências legais. Se forem verdadeiros, comprovam o incesto havido na Lava-Jato e revelam um bando de pistoleiros de aluguel recebendo uma encomenda de assassinato de reputação”, disse Dantas.

As mensagens da Operação Spoofing, divulgadas sábado (8/7) pelo jornalista Luis Nassif em seu site, mostram o acerto entre uma pessoa de nome “Paulo” e o ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, para fazer declarações criticando Dantas duramente.

Em uma das mensagens, “Paulo” diz para Dallagnol: “Bata no Bruno Dantas, mas lembre que tem ministros que concordam conosco”. O ex-procurador responde: “Essa é a ideia”.

DANTAS É SUSPEITO – Sinceramente, o presidente do TCU não deveria condenar Dallagnol antecipadamente e com tamanha disposição. Aliás. Bruno Dantas não deveria sequer se meter nesse assunto, porque sua suspeição é mais do que clara.

O ódio que o ministro devota à Laja Jato tem motivos pessoais. Junto com Vital do Rêgo e Raimundo Carreiro, outros dois ministros do Tribunal de Contas da União, o atual presidente Bruno Dantas foi citado por Sérgio Cabral em uma delação premiada homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo.

Os três são acusados pelo ex-governador na Lava Jato de receberem R$ 100 mil mensais durante um ano através de contrato simulado entre a Fecomércio-RJ e um escritório de advocacia.

ACUSAÇÕES A MINISTROS – Detalhe curioso: Dantas, Vital do Rêgo e Carreiro entraram no TCU com as bênçãos do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Senado Federal, também investigado na Lava Jato, por integrar o chamado “Quadrilhão” do MDB.

Essas interligações mostram a suspeição do próprio TCU, que teve outros três ministros investigados na Lava Jato: Augusto Nardes, Antonio Anastasia e Aroldo Cedraz, todos citados em delações premiadas.

No caso de Bruno Dantas, há outros episódios. Em 2016, com o ministro Vital do Rego e esposa, passou  um fim de semana numa ilha paradisíaca à custa da JBS — a empresa que eles investigavam. Além disso, usou o jatinho do grupo J&F em uma viagem entre o Recife e Brasília, quando o empresário Joesley Batista já era alvo da Lava Jato.

NOMEAÇÃO DO IRMÃO – Em 2018, dias antes de julgar o polêmico decreto do programa de portos do então presidente Michel Temer, seu irmão Hugo Dantas, que trabalha na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), virou adido  em Buenos Aires.

Na ocasião, o assunto tornou-se notícia porque o tempo de carreira do irmão de Dantas não era, em comparação com outros casos, suficiente para justificar a indicação.

Nesse clima, não causa surpresa o fato de Dallagnol e o procurador-geral Rodrigo Janot terem sido condenados no TCU no chamado caso das diárias, um processo em que a própria auditoria do tribunal não encontrou irregularidades e pediu arquivamento. Mesmo assim, o TCU foi em frente e condenou os dois procuradores.

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P.S. – Bem, uma coisa é fazer Justiça; outra coisa, bem diferente, é se vingar. Por isso, nenhum juiz deve se considerar apto a julgar seus desafetos. Antigamente era assim; agora, sabemos que não. (C.N.)

É decepcionante ver a AGU defendendo o presidente, pois essa não é a função dela

Bolsonaro agora é réu no STFJorge Béja

Gostaria muito de ler esta petição recursal que a Advocacia-Geral da União (AGU) fez (ou está fazendo) para desobrigar o presidente Jair Bolsonaro do uso de máscara para evitar contaminação. Alegar o quê? Defender o quê?. Dizer que é em defesa da “harmonia entre os poderes” é justificativa bizarra, barata, sem mínimo lastro jurídico. A obrigatoriedade do uso da máscara no trânsito das pessoas nas vias públicas decorreu do legítimo Poder de Polícia Sanitária que o administrador da cidade — no caso, Brasília, DF —- detém.

Nem se pode alegar exorbitância deste Poder, visto que a pandemia flagela o mundo inteiro, está em toda parte, adoecendo e matando as pessoas.

AGU FORA DA FUNÇÃO – Se a AGU ingressar com este recurso, a instituição está desvirtuada de sua função, que é defender a União. E a União é pessoa jurídica de Direito Público. Para uns, Direito Público Interno. Para outros, Público Interno e Externo.

Diz o artigo 131 da Constituição Federal que a AGU é a instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente. Tem ainda a finalidade de “consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo”. Onde está escrito que compete à AGU defender na Justiça, ou fora dela, a pessoa do presidente da República? No processo de impeachment, quem defendeu a presidente Dilma foi José Eduardo Cardozo. Não foi a AGU!

Não se presta a AGU a defender a pessoa de quem está no cargo e no exercício da presidência da República. Eu não saberia redigir esta petição. Até teria vergonha.

Aliás, o próprio Jair Bolsonaro deveria se envergonhar duplamente – por não dar exemplo a todos cidadãos sobre a importância de evitar a contaminação, assim como por usar indevidamente a AGU para se defender, quando deveria contratar um advogado particular, às suas expensas.

PERDA DE OPORTUNIDADES – Desde que assumiu, em janeiro de 2019, o presidente da República tem perdido excelentes oportunidades que a vida lhe apresenta para marcar sua passagem pelo governo como um grande estadista.

Fica claro que ele não é nada inteligente. Lembro que o desembargador aposentado e grande jurista Walter Maierovitch disse que Bolsonaro “tem a cabeça pouco mobiliada”. Ah! se ele se dedicasse ao combate da pandemia e à defesa da saúde e da vida dos brasileiros… Ah! se ele respeitasse a determinação da Justiça Federal da 1ª Região e declarasse, a respeito da ordem que recebeu para usar máscara em lugar público,  que “decisão judicial se cumpre”… Ah! se ele deixasse de lado o confronto com governadores (Rio e São Paulo, principalmente), que ambicionam disputar a eleição de 2022 e, junto com todos eles, unisse esforços e tudo fizesse em defesa no combate científico ao flagelo desta pandemia!

Todas as muitas outras oportunidades que o cargo lhe confere ele as perde. Joga fora. Agride. Bom, não vou falar mais e fico por aqui.

Desculpas de Pazuello para não ser punido pelo Exército foram patéticas e ridículas

Governo decide efetivar Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde - Congresso em Foco

Pazuello chegou até a participar de lives com Bolsonaro

Vicente Limongi Netto

Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello (PL), voltou a pegar botinadas na virilha. Para amigos do peito, Pazuello fez candente e notável mea culpa, ao dizer que não foi informado que haveria carro de som e discursos na motociata da qual participou junto com o então presidente Bolsonaro, e não poderia fazê-lo por ser general da ativa.

A justificativa de Pazuello é pífia e até ridícula, ao dizer que não teve a intenção de subir no carro de som, mas foi “chamado” pelo presidente. Só faltou repetir que “uns mandam e outros obedecem…”

FALTA VERGONHA – Pazuello deveria ter vergonha de sair na rua, porque os militares que se prezam jamais cumprem ordens equivocadas e flagrantemente estúpidas. Mas no comando do Ministério da Saúde ele agiu assim, como um bajulador irresponsável, apoiando decisões ridículas do então chefe do governo, que desprezava as recomendações científicas.

O mais impressionante de tudo isso é que Pazuello se candidatou e foi eleito por bolsonaristas fanáticos, que apoiam o ex-presidente até mesmo quando toma decisões flagrantemente negativas.

Militares bajuladores e eleitores destrambelhados existem aos montões. Foram eles que conduziram ao Congresso um personagem desprezível como o general Pazuello.

BERNARDO CABRAL – Em respeito ao advogado Roberto Nascimento, que escreve brilhantes artigo na Tribuna da Internet, é preciso repudiar as farpas ao ex-deputado e ex-senador Bernardo Cabral.

E repasso um depoimento do lúcido e patriota general Agenor Francisco Homem de Carvalho, ex-chefe do gabinete militar do governo Collor, em que ele destaca a isenção de Bernardo Cabral na Constituinte:

“Bernardo Cabral foi o grande nome de nossa Constituição de 1988. Apesar de ter sido cassado anteriormente no regime militar, como relator não permitiu que houvesse os tão desejados revanchismos de ocasião. Assim, merece ser reconhecido e homenageado por todos nós. Parabéns pela sua fidelidade ao nosso amigo comum.”

Piada do Ano! Novo juiz da Lava Jato acha que Tacla Duran incriminará Moro e Dallagnol

Juiz consulta Lewandowski sobre abertura de inquérito contra Moro e Deltan | VEJA

Juiz Appio pensa (?) que Tacla Duran é testemunha confiável

Carlos Newton

A magistratura, infelizmente, não é uma profissão imune a desvios e distorções, muito pelo contrário. Para ser juiz, basta estudar as leis e passar no concurso público. Assim, os magistrados são como marceneiros, bancários, jornalistas, pedreiros, padres, advogados, pedreiros, pastores etc., porque há juízes de todos os tipos e qualificações.

Nesse início de 2023 o grande destaque do noticiário é o novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, que se assumiu como petista juramentado e durante a campanha eleitoral firmava seus despachos e decisões com a assinatura “LUL22”, vejam a que ponto chegamos.

Essa volúpia político-partidária petista já seria suficiente para recomendar que Eduardo Appio não fosse nomeado para a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, na qual dois juízes anteriores (Sérgio Moro e Gabriela Hardt) condenaram à prisão o ídolo dele. Mesmo assim, Appio foi nomeado para a função, num ato administrativo que agora mostra ter sido uma tremenda imprudência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

SEM LIMITES – A verdade é que o juiz Appio está ultrapassando todos os limites, no afã de perseguir e incriminar o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que colocaram Lula da Silva atrás das grades, em sentenças confirmadas por unanimidade em outras duas instâncias — no próprio TRF-4 e depois no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Realmente, é inacreditável o comportamento do juiz Eduardo Appio. Ao invés de ler os vários processos contra Tacla Duran, ele preferiu se basear no noticiário da ala petista da imprensa, que apresenta o doleiro como “advogado da Odebrecht”, perseguido pela Lava Jato e vítima de extorsão por Moro e Dallagnol.

Se tivesse se dado ao trabalho de conhecer qualquer um dos processos contra o doleiro, o juiz saberia que Duran prestou depoimento perante a Justiça espanhola e confessou ter criado duas empresas de fachada para lavar dinheiro sujo de empreiteiras, como a Odebrecht e a UTC, tendo declarado também que emitia notas frias para movimentar os recursos e depositar dólares e euros nas contas das empreiteiras em paraísos fiscais.

SEM INTERESSE – Nos autos dos quatro  processos a que Duran responde, está incluído esse depoimento prestado na Espanha, que o incrimina como “réu confesso”. Mas o juiz não teve o menor interesse em folhear os processos e tratou de colher novo depoimento de Duran, à distância, por videoconferência.

O doleiro então disse possuir provas materiais de extorsão, exibiu as fotos de mensagens que teria gravado no celular em diálogo com um advogado amigo de Moro e Dallagnol, e mostrou uma perícia espanhola que comprovaria a veracidade dessas provas.

E o que fez o ilustre magistrado que se assinava LUL-22? Bem, ao invés de pedir o envio das provas para serem periciadas, determinou de imediato a abertura “urgente” de inquérito contra Moro e Dallagnol, transformou o réu confesso em “testemunha protegida”, autorizou sua volta ao Brasil e determinou que a Polícia Federal lhe dê proteção quando o doleiro chegar a São Paulo na próxima sexta-feira, sob a justificativa dos supostos riscos que estaria correndo por denunciar Moro e Dallagnol, vejam só que piada.

IMATURIDADE – Assim, o juiz Appio tem demonstrado uma imaturidade constrangedora. Não leva em consideração o fato de que a Lava Jato teve mais de 1.000 investigados, cerca de 600 foram denunciados e se tornaram réus, perto de 200 foram condenados, mas apenas um, justamente Tacla Duran, teria sofrido extorsão…

Ora, essa incongruência seria percebida por qualquer estudante de Direito, mas o novo magistrado petista da Lava Jato está passando por cima de tudo, na tentativa de incriminar Moro e Dallagnol.

As principais provas materiais são as fotos das mensagens de celular, e o apressado juiz Appio ficará surpreso quando a perícia da Polícia Federal constatar as grosseiras falsificações, que são detectáveis à primeira vista por qualquer pessoa que entenda de informática, conforme já exibimos aqui na Tribuna.

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P.S. –
 Tacla Duran é um trapalhão, que confia no apodrecimento da Justiça brasileira. Está acreditando na impunidade, porque o ministro Lewandowski já suspendeu os processos contra ele.

P.S. 2 – O doleiro diz ser advogado, porém é apenas mais um imbecil com carteira da OAB. Não percebe que, ao acusar fraudulentamente Moro e Dallagnol, abre a guarda para ser novamente processado, desta vez por “denunciação caluniosa” e por “falsidade ideológica”, e Lewandowski não estará mais no Supremo para socorrê-lo. O pior é que nenhuma empreiteira voltará a fazer “negócios” com Duran. Quanto ao juiz Appio, o máximo que poderá lhe acontecer é ganhar uma aposentadoria precoce, com salário integral e uma boa vida pela frente, com dinheiro à vontade para doar ao PT. Ah, Brasil…  (C.N.)

Precisamos de uma “cultura da paz”, para acabar com massacres em escolas e creches

Num país insano, dor e desespero na creche em Blumenau

Vicente Limongi Netto

Todo profissional de imprensa que dispõe de espaço importante, faria um bem danado ao Brasil e aos brasileiros se dedicasse esforços para a cultura do bem, a exemplo de Ana Dubeux, do Correio Braziliense. Precisamos de um país desarmado, unido em espírito e vontade, para acabar com as colossais insanidades que tomaram conta não apenas do Brasil, mas do mundo.

Nesse sentido, Ana Dubeux escreveu com o vigor costumeiro no Correio Braziliense de 09/04, clamando “por uma cultura de paz”. Segundo a jornalista, não podemos permitir que o Brasil perca a batalha contra o mal.

RIGOR DA LEI – Seres já nascidos com a marca da crueldade e da covardia precisam ser punidos com o rigor da lei.  Sem dó nem piedade. Covardes que destroem famílias, que assassinam crianças, não merecem consideração nem perdão. Ana Dubeux sonha com cruzadas de abraços e de fé. O abraço preenche corações. Animam e aliviam o cotidiano, muitas vezes embrutecido, sem lugar para o diálogo, distante da tolerância e do desejo de servir o próximo. Carinho, atenção e abraço também precisam sensibilizar governantes.

Mas também é preciso mostrar firmeza de atitudes antes de acontecer as tragédias e as desgraças. Vontade política para unir mais os brasileiros. Expulsar dos corações de boa vontade sentimentos negativos, de ódio e de rancor que induzem ao mal.

Ana Dubeux abre os braços e o coração, e clama, em torno da importância do abraço:” Olhe em volta, abrace, escute as crianças, os amigos, os velhos, ajude a quem precisa, divida o que tem, seja solidário, acolha sempre que puder. Vamos semear o bem, porque o mal já está rendendo frutos, infelizmente”.

TRICOLOR EM FESTA – Vitória épica, consagradora, justa e apaixonante do Fluminense. Entrou em campo perdendo de 2 x 0 e teve lucidez, competência e garra para virar o placar, vencer o jogo e conquistar o bicampeonato carioca. Marcelo, Arias, Ganso e André mandaram no jogo. Flamengo tonto e desarrumado, subestimou o adversário e pagou caro.

Méritos para o treinador Fernando Diniz, que armou um Fluminense coeso e moderno, jogando futebol objetivo e inteligente.

De quebra, mostrando grandeza esportiva, com o chocolate de páscoa no couro rubro-negro, o Fluminense ajudou a mandar o treinador patético e boçal de volta para a sogra, em Portugal.

TADROS E BEZERRA – Boas novas e reconhecimento para Roberto Tadros e Guilherme Campelo Bezerra.

O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços foi convidado pelo presidente Lula para integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão da República. Por sua vez, o advogado brasiliense Guilherme Campelo foi nomeado Diretor de Licenciamento da Superintendência Nacional da Previdência Complementar- Previc.

Chegou a hora de Lula pedir que Roberto Campos Neto se demita do Banco Central

Tentativa de politizar processo do Copom preocupa diretores do BC, diz Campos  Neto - InfoMoney

Campos Neto mostra que não tem condições de continuar

Roberto Nascimento 

Concordo plenamente com os lúcidos comentários de Nélio Jacob, um dos mais intelectualizados debatedores da “Tribuna da Internet”, e com os sucessivos artigos do mestre Pedro do Coutto, que poucos sabem ser professor universitário de Economia Política. São injustificáveis, à luz da relação de causa e efeito, as atuais estratosféricas taxas de juros reais, as mais altas do planeta, embora nossa inflação esteja em modestos 6% ao ano.

Nesse quesito, por obra e graça de Roberto Campos Neto, somos campeões mundiais. E o presidente do Banco Central vive justificando as decisões do Comitês de Política Monetária (Copom), dizendo que  são exclusivamente técnicas, sem influências políticas.

FALSOS ARGUMENTOS – Campos Neto chegou a ponto de afirmar que os juros não baixam porque existe divisão no governo. Um absurdo essa atitude, que vislumbro como político-partidária. Agora, justifica a declaração dizendo que tem “dificuldades de comunicação” e alega que está procurando melhorar.

Ora, Campos Neto jamais escondeu que é bolsonarista raiz, fez questão de demonstrar essa condição publicamente. Se deixar o Banco Central,  não terá o menor problema para se colocar na diretoria de alguma instituição financeira, como demonstra seu currículo profissional. Então, por que não toma uma decisão nobre, pede para sair e põe fim a esse constrangimento?

Agora, Campos Neto atinge o clímax da incoerência, ao defender a ensandecida “tese acadêmica” de que, para atingir a meta de 3% de inflação, seria necessário elevar a taxa de juros de 13,75% para 26,5%, quer dizer, praticamente o dobro. É uma declaração sem base técnica que o desclassifica para seguir conduzindo a política monetária do país.

HORA DE SAIR – Esta declaração de Campos Neto, a meu ver, justifica que o presidente Lula solicite sua demissão do cargo. Caso ele não aceite se afastar, o que seria patético e constrangedor, o presidente Lula deveria então pedir que o Senado vote o afastamento do presidente do BC, na forma da lei.

Acredito que os senadores saberão reconhecer a procedência da decisão de Lula, caso contrário o Senado se tornaria cúmplice dessa política que trava a economia e evita a retomada do desenvolvimento, conforme Lula tem alegado. E assim o governo estaria livre para voar.

Da mesma forma, caso Campos Neto saia e a situação econômica não melhore, a culpa passaria a ser do próprio Lula, e não mais dos senadores.

ENIGMA DECISIVO – Ainda sobre as decisões técnicas elencadas por Roberto Campos Neto para manter as altas taxas de juros, este economista ligado aos bancos comete um erro primário.

Nascido 428 anos antes de Cristo, o filósofo grego Platão, criador da Academia de Atenas, enunciou que todas as nossas decisões são políticas na essência. Segundo o filósofo dos filósofos, a política corre nas nossas veias.

Diante disso, com quem o leitor dessas linhas bate o martelo nessa polêmica — com Platão ou Campos Neto? Este é o mais importante enigma da República e precisa ser decifrado o mais rápido possível.

Pesquisa mostra que a polarização está em viés de baixa e a terceira via pode ser viável

Nani Humor: POLARIZAÇÃO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Carlos Newton

É da maior importância a pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, sobre a polarização que surgiu na eleição de 2018 e continua a dividir os brasileiros neste início do terceiro mandato do presidente Lula da Silva. Os resultados confirmam a tese que a Tribuna da Internet e muitos de seus comentaristas vêm defendendo desde sempre –Lula e o PT dispõem do apoio de um terço do eleitorado, no máximo, e não passam disso.

Assim, nas quatro eleições presidenciais em que os candidatos petistas venceram, Lula e Dilma precisaram ser apoiados por eleitores que em outras condições jamais votariam neles.

27% CONTRA POLARIZAÇÃO – De acordo com a pesquisa, 30% se declaram petistas, enquanto 22% são bolsonaristas. O mais importante é que outros 22% afirmam serem neutros e outros 5% também não optaram por Lula nem por Bolsonaro, indicando um total expressivo de 27% que não aceitam a polarização, em nenhuma hipótese.

Além disso, dos 21% restantes, 10% se consideram mais próximos do petismo, enquanto 9% se consideram mais próximos do bolsonarismo e 2% não souberam responder.

Tudo isso pode significar que a polarização está em viés de baixa, em relação aos dados coletados na última pesquisa de mesmo tema, feita em dezembro de 2022. À época, logo após a eleição de Lula, 32% afirmaram ser petistas, enquanto 25% se declararam bolsonaristas. Agora, são 30% e 22%, respectivamente.

DIVISÃO PELO BRASIL – A pesquisa desta quarta-feira indicou ainda que a maior parte dos petistas são do Nordeste, com menor grau de instrução e menos renda. Já a maior parte dos apoiadores de Bolsonaro são do Sul, estão na faixa de quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e na maioria são evangélicos.

Este levantamento é da maior importância, bem mais confiável do que uma pesquisa eleitoral comum, sempre motivada pela campanha em curso.

Em tradução simultânea, o resultado mostra como é danosa a polarização, porque reduz a opção democrática a apenas dois personagens – no caso, Lula e Bolsonaro, e nenhum dos dois jamais terá apoio da maioria absoluta dos cidadãos-contribuintes-eleitores, como dizia o genial Helio Fernandes.

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P.S.
 – Por fim, é possível até esperar que a polarização continue em viés de baixa. Seria ótimo se isso acontecesse. Afinal, a polarização já se mostrou altamente negativa para o país, que merece ser presidido por políticos de maior nível intelectual e moral, por óbvio. E o resto é folclore, como diz nosso amigo Sebastião Nery. (C.N.)

E quando Lula descobrir que esse arcabouço fiscal é também um teto de gastos?

Charge Clayton | Charges | OPOVO+

Charge do Clayton (O Povo)

Carlos Newton

Na semana passada, quando os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) apresentaram o projeto do arcabouço fiscal, comentamos aqui na Tribuna da Internet que se trata de um trabalho “brilhante”. E nesta quarta-feira, dia 5, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou-se no mesmo sentido, ao declarar que sua avaliação da proposta é “superpositiva”.

Na opinião de Campos Neto, a maior qualidade do arcabouço fiscal é que elimina o risco de que a dívida pública possa seguir uma trajetória mais explosiva.

TRÊS OBJETIVOS – Em tradução simultânea, o Banco Central trabalha com três objetivos básicos: 1) conter a inflação; 2) evitar desequilíbrio da dívida pública; e 3) garantir o crescimento da economia. O mais importante é evitar o descontrole da inflação, porque isso causa aumento da dívida e prejudica o crescimento do PIB.

Campos Neto explicou que o BC opera preventivamente para diminuir a inflação de uma maneira suave, sem causar danos à economia. Em sua visão, se a taxa de juros não tivesse sido elevada em 2022, no ano eleitoral, a inflação acumulada estaria acima de 12%, como em alguns países vizinhos, e não nos atuais 5,6%. E quando a inflação dispara, torna-se necessário mergulhar o país numa recessão para travar alta dos preços.

“Nenhum banco central quer ter juros altos. É óbvio que preferimos trabalhar com juros baixos, mas deve-se olhar o que é sustentável para a frente”, afirmou.

ELOGIO AO ARCABOUÇO – Ao dizer que sua avaliação sobre o arcabouço é “superpositiva”, Campos Neto comentou que dados de março mostram a atividade econômica um pouco melhor e o cenário ainda é de desaceleração da economia, mas não uma “desaceleração dramática”.

Realmente, a economia vem se recuperando, a indústria automobilística vive novo sucesso de vendas e está desovando os estoques. Assim, tudo indica que o BC possa começar a reduzir os juros na próxima reunião do Copom, sem chiliques nem faniquitos do Planalto.

Por fim, deve-se destacar que a sorte de Haddad e Tebet é que Lula nada entende de economia. Como se sabe, o presidente ordenou que acabassem com o texto de gastos. Mas os ministros se recusaram a obedecer a essa ordem descabida e simplesmente criaram um teto de gastos inteligente, que não engessa o governo de forma absoluta. Realmente, genial. Resta saber o que Lula fará quando descobrir que o arcabouço também pode ser chamado de teto de gastos?

BALANÇO DE MARÇO – Como sempre fazemos, vamos apresentar o balanço das contribuições recebidas em março, que nos possibilitam trabalhar essa utopia de manter um espaço verdadeiramente livre na internet, 365 dias ao ano.

De início, os depósitos na conta da Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO          VALOR

02    021149        DP DIN LOT……….230,00
03    031128        DP DIN LOT…………60,00
07    070840        CRED PIX…………..100,00
21    211236        DEP DIN LOT……..230,00
21    300001        DOC ELET……………35,00
24    241146        DP DIN LOT……….100,00
29    291539        DP DIN LOT…………60,00

Agora, as contribuições no banco Itaú/Unibanco:

01 PIX   TRANSF JOSEFR………………100,00
01 PIX   TRANSF PAULORO…………..100,00
07 TED 001.3097HENRIQUEAC…….150,00
15 TED 001.4416MARIOACRO……..250,00
17 PIX TRANSF ANTONIO…………….100,00
24 PIX TRANSF AUGUSTO……………..74,47
28 TED 001.5977 JOSEAPJ……………300,28
31 PIX TRANSF PAULORO…………….100,00
31 TED 033.3591.ROBERTOSN……..200,00

Por fim, um depósito no Bradesco:

20 TRANSF LCBRANCOPAIM…………300,00

Agradecendo muitíssimo a todos os que participam dessa utopia de manter um polo de debates sob o signo da liberdade, sem estar submetido a ideologias ou partidarismos. E vamos em frente, sempre juntos (C.N.)

Bolsonaro deixa claro à PF que o almirante Bento Albuquerque quis “roubar” as joias

Bolsonaro presta depoimento à PF sobre caso das joias sauditas; veja perguntas que serão feitas pela polícia – Money Times

Bolsonaro “entregou” o almirante Albuquerque aos federais

Carlos Newton

Ao afirmar em depoimento à Polícia Federal que somente ficou sabendo da existência das joias sauditas milionárias em dezembro de 2022, mais de um ano após elas terem chegado ao país, o presidente Jair Bolsonaro indicou aos investigadores que o então ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque teria tentado roubar as joias e os outros presentes recebidos da Arábia Saudita.

Segundo sua defesa, Bolsonaro até disse que não se lembra de quem o avisou da apreensão das joias pela Receita Federal, o que é bastante estranho, pois teria ocorrido recentemente, em dezembro.

O QUE SE SABE – Faltam detalhes importantes, há muitos indícios a serem considerados. Porém, com toda a certeza, sabe-se que o almirante tem culpa no cartório. Foi ele quem recebeu as caixas de presentes – dois estojos de joias, um masculino e outro feminino, além da estatueta equestre de ouro.

Na viagem de volta, ficou com o estojo masculino e entregou ao assessor Marcos Soeiro o outro estojo de joias femininas e a estatueta de ouro, além de uma série de presentes de menor valor, o que até obrigou o assessor a pagar excesso de bagagem.

É evidente que foi o então ministro que mandou o assessor quebrar a base da estatueta de ouro para que a peça pudesse caber na mochila. Nenhum assessor de ministro quebraria uma valiosa estatueta de ouro sem ordem expressa do chefe. Mas como o almirante poderia mandar quebrar uma estatueta de ouro que nem lhe pertencia? Ele só podia estar à deriva e prestes a naufragar.

GUERRA DE EXTERMÍNIO – Na verdade, o único envolvido que se pode dizer que não está mentindo é justamente o assessor Marcos Soeiro, um militar que apenas cumpria ordens diretas do almirante e poderá contar aos federais, detalhadamente, tudo o que aconteceu nas Arábias.

Ou seja, está se travando uma guerra de extermínio entre o capitão Bolsonaro e o almirante Albuquerque, que terá de depor novamente para tentar desmentir o ex-presidente e ex-amigo Bolsonaro.

O militar, que hoje é do Conselho de Itaipu e ganha cerca de R$ 30 mil sem trabalhar, precisa provar que Bolsonaro sabia das joias desde sempre e agora mentiu à Polícia Federal ao dizer que só tomou conhecimento da existência delas em dezembro de 2022. E isso será até fácil.

BOLSONARO MENTIU – O Estadão descobriu que foram feitas oito tentativas de tirar as joias da Receita, a primeira delas logo após a apreensão, ainda em outubro de 2021, quando o gabinete de Bolsonaro enviou um ofício ao Ministério de Minas e Energia sobre a necessidade de destinação das joias para a presidência.

Houve três tentativas do Planalto em 2021 e até o Itamaraty foi acionado para tentar liberar as joias naquele ano. Ou seja, Bolsonaro sabia da existência das joias logo que foram apreendidas.

Mas ao depor ele disse que não sabia. Portanto, acusou indiretamente o almirante Bento Albuquerque de ocultar o recebimento das joias, para se apossar delas, em benefício próprio.

O ALMIRANTE, TAMBÉM – Em seu primeiro depoimento à PF, o almirante também mentiu abertamente, ao dizer que desconhecia o conteúdo dos pacotes e que os presentes seriam para a União.

Essa versão contrasta com a declaração que o próprio almirante deu aos fiscais da Receita, em 26 de outubro de 2021, quando afirmou que as joias eram para Michelle Bolsonaro.

Além disso, ao contrário do que disse ao depor, ele também sabia o que os pacotes continham, porque entregou pessoalmente as joias femininas  e a estatueta para o assessor Marcos Soeiro levar  na mochila.

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P.S. 1 – Bolsonaro não terá como provar que nada sabia sobre as joias até dezembro de 2022. Aliás, é estranho também que não se lembre de quem o avisou sobre a apreensão das joias, em passado tão recente… E conforme já dissemos aqui na Tribuna, com toda certeza é um desesperado festival e logo saberemos quem está mentindo mais, para lhe entregar o troféu Piada do Ano, como premiação antecipada. (C.N.)

Lobby da corrupção para anular as multas da Lava Jato é comandado pela JBS (Friboi)

Joesley e Wesley Batista, do JBS irão compor comitiva de Lula em viagem à China - Hojemais de Andradina SP

Wesley e Joesley Batista, do JBS, lideram o lobby da corrupção

Carlos Newton

Não por mera coincidência, a ação para pedir a suspensão dos acordos de leniência da Operação Lava Jato foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal pelo advogado Walfrido Warde, que já representou o grupo JBS (Friboi, dos irmãos Wesley e Joesley Batista) em diversas questões na Justiça.

Para não dar na vista, pois a empresa será uma das principais beneficiadas por uma eventual suspensão, o advogado desta vez entrou em nome dos partidos Psol, Solidariedade e PCdoB, que integram a base aliada do presidente, que faz o possível e o impossível para ajudar as principais empreiteiras envolvidas em corrupção no Brasil e em outros países sul-americanos.

SEM DISFARÇAR – Ao contrário do advogado Walfrido Warde, que desde 2018 já escreveu três livros sobre delação premiada, nos quais aponta falhas legais, procedimentais e estruturais na forma como muitos dos acordos de leniência foram pactuados, Lula nem tenta disfarçar sua firme intenção de proteger os empreiteiros aos quais se ligou quando exercia o poder, a ponto de ser identificado como “Amigo”, na lista das propinas da Odebrecht.

Lula tem se comprometido por inteiro, ao proclamar que não houve corrupção e as empreiteiras foram vítimas de um plano urdido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Logo após assumir, propôs que o BNDES volte a financiar os empreiteiros que estiveram na cadeia. Depois, passou a defender que as dívidas que têm com a Petrobras e a União sejam pagam em obras, que certamente também serão superfaturadas, para abreviar a quitação das multas acertadas nos acordos de leniência…

NO AEROLULA – A manobra é tão despudorada que Lula até convidou para acompanhá-lo na viagem à China os empresários Wesley e Joesley Batista, que comandam o lobby da corrupção. Há tempos, a JBS vem tentando reduzir o valor que se comprometeu a pagar em 2017, de R$ 10,3 bilhões. Até hoje, a empresa quitou cerca de R$ 600 milhões.

O total das multas é expressivo. Nos últimos sete anos, foram homologados acordos de leniência, delação premiada e repatriação para devolução de 25 bilhões de reais desviados dos cofres públicos nos governos do PT.

A maior parte são recursos que estão sendo devolvidos à Petrobras e à União. Além disso, houve repasses de recursos da Odebrecht para o Departamento de Justiça dos EUA e para a Procuradoria-Geral da Suíça, que participaram das investigações no exterior. E o FBI oferece 5 milhões de dólares a quem der informações que ajudem a desvendar outros esquemas de suborno na Petrobras.

DADOS OFICIAIS – Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Petrobras é a maior beneficiária da devolução de recursos. A estatal já recebeu em seu caixa R$ 6,67 bilhões, a partir de acordos da Lava-Jato firmados com donos de empresas e diretores que participaram do esquema de corrupção na estatal. Somente no ano passado, a Petrobras recuperou 1,2 bilhão de reais.

Levantamento do MPF mostra que até abril de 2022 foram fechados 43 acordos de leniência com empresas envolvidas. Significam recuperação de 24,5 bilhões de reais, em valores não corrigidos. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada da empresa, que assume os crimes dos quais é acusada e aceita devolver dinheiro.

Além disso, houve 156 acordos de colaboração premiada, nos quais os réus assumem os crimes, colaboram com a Justiça para desvendar os esquemas de corrupção e muitas vezes devolvem dinheiro.

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P.S.
 – A atuação de Lula, o lobby da corrupção liderado por Wesley Batista, a iniciativa de Psol, Solidariedade do PCdoB, que apoiam entusiasticamente os envolvidos em corrupção, a participação do advogado da JBS, tudo pode ser uma imensa “coincidência”? Bem, é isso que vão dizer os fanáticos que defendem Lula incondicionalmente, em seus atos certos ou errados, e os robôs que são remunerados pelo PT para desviar nossa atenção aqui na Tribuna da Internet. Mas perdem seu tempo, porque sou brasileiro e não desisto nunca, slogan criado para Lula em 2004, feito “de graça” por uma agência de publicidade que trabalhava para o governo petista. Lembram? (C.N.)

Já morreu aquela necessidade de apoiar Lula e evitar o golpe, mas falta fazer o enterro

Quatro anos sem Millor - Dante FilhoCarlos Newton

Como se dizia nos antigos anúncios fúnebres em  jornais, cumprimos o doloroso dever de comunicar que, desde a posse do presidente Lula da Silva, no dia 1º de janeiro, acabou aquela conversa fiada de que era necessário apoiá-lo incondicionalmente, porque representava a única esperança de manter a democracia no país, ameaçada pelo golpe estilo Viúva Porcina, aquela que foi sem ter sido, na genial definição de Dias Gomes.

A necessidade que muitos brasileiros viam e que consolidava uma polarização nefasta, embora existissem outros candidatos que poderiam evitar o golpe que não se concretizou, tudo isso morreu quando houve a posse do novo governo, mas falta providenciar o féretro, com chamávamos os enterros de antigamente.

MILLÔR E CHAGAS – Quem definiu esplendidamente a questão foi Millôr Fernandes (2023+2012): ”Jornalismo é oposição; o resto é armazém de secos e molhados”. Naquela época os armazéns ainda não tinham sido trocados pelos supermercados, mas de lá para cá no jornalismo nada mudou.

Cada vez mais, são os jornalistas que funcionam como “clínicos-gerais” da sociedade. Cabe a eles exercer o espírito crítico e fiscalizar o poder, não importa a facção que o esteja exercendo no momento. Jornalismo de apoio incondicional ao governo é sinônimo de bajulação. Nossa função é muito mais nobre e necessária, como ensinou nosso grande amigo Carlos Chagas aos futuros jornalistas que formava na Universidade de Brasília.

Aqui na Tribuna da Internet estamos sob o signo da liberdade e procuramos exercitar o verdadeiro jornalismo. Isso significa, entre outras coisas, apoiar todos os atos acertados do governo e apontar os que estiverem errados, e isso vale para qualquer governante.

Millôr Fernandes | Quotes, Words, PhraseNÃO INSISTAM – Portanto, não adianta insistir em criticar a Tribuna da Internet por não apoiar Lula incondicionalmente, a pretexto de que (1) Bolsonaro era pior, (2) Lula é democrata, (3) o novo governo está apenas começando (4) é preciso dar um voto de confiança etc. e tal.

Nada disso interessa agora. Lula (ou qualquer governante) tem de fazer a coisa certa, como reduzir os gastos num governo que já deve mais do que recebe. O Orçamento de 2023 é de R$ 5,34 trilhões, mas a dívida pública federal já ultrapassa, com R$ 5,77 trilhões, e prevê-se que chegue a R$ 6,8 trilhões no final do ano, vejam bem que o problema se agrava irresponsavelmente.

Quem vai pagar essa conta é o cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes. Por isso é bom lembrar o slogan de Tancredo Neves (“É proibido gastar”), que ele não conseguiu colocar em ação em 1985. É claro que se trata de um lema simbólico, porque também é preciso sempre investir, para haver crescimento etc. e tal.

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P.S. 
– Como dizia Nelson Rodrigues, às vezes é preciso procurar o óbvio ululante. A dívida pública, que jamais foi auditada, não para de aumentar. Cada governo que assume acha (?) que responsabilidade de pagar é da gestão seguinte. Assim, a irresponsabilidade reina e todo mundo acha que isso é o novo normal. E como dizia William Shakespeare, palavras não pagam dívidas. (C.N.)

“Provas” de Duran contra Moro são fraudes grosseiras que nem necessitam de perícia

Quem é Tacla Duran, ex-advogado de empreiteiras alvo da Lava Jato e que acusa Moro de extorsão e Deltan de perseguição | Paraná | G1

O doleiro Duran exibiu provas forjadas e o juiz acreditou…

Carlos Newton

O doleiro brasileiro/espanhol Rodrigo Tacla Duran, que fez lavagem de dinheiro para a Odebrecht de 2011 a 2016 e serviu a outras empreiteiras, como a UTC, conseguiu fugir para a Espanha quando a Lava Jato se consolidou, mas agora está de volta, sob a proteção ostensiva do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio.

O magistrado não somente revogou a prisão do doleiro, como também o colocou no Programa Federal de Proteção a Testemunhas, como se não fosse réu-confesso de lavagem de dinheiro e emissão de notas frias.

DEPOIMENTO NA ESPANHA – Tacla Duran é considerado “réu condesso”, por ter relatado  à Justiça espanhola que fazia lavagem de dinheiro em paraísos fiscais e usava notas fiscais falsas de duas empresas financeiras que abrira (uma na Espanha e a outra em Cingapura).

Mas de repente Duran virou testemunha especial, a ponto de necessitar de proteção policial contra o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que o estariam ameaçando de morte, vejam só que estória mais maluca.

Detalhe importantíssimo: o juiz Eduardo Appio nem quis saber dos antecedentes do criminoso. Logo na primeira audiência o magistrado fez Taclan Duran evoluir de “réu confesso” para “testemunha sob proteção federal”.

INQUÉRITO URGENTE – E o surpreendente juiz foi além, porque também pediu abertura “urgente” de inquérito contra Moro e Dallagnol, que imediatamente arguiram a suspeição do magistrado, por ser declaradamente petista e até ter assinado suas decisões judiciais com o codinome “LUL-22”, na campanha eleitoral passada.

Isso tudo até parece Piada do Ano, mas é a dura verdade da fase “novo normal” que estamos vivendo.

O fato concreto é que o novo juiz da Lava Jato ficou encantado com as “provas” que o ínclito Tacla Duran reapresentou pela enésima vez, especialmente as fotos de mensagens de celular que teria recebido do advogado Carlos Zucolotto, amigo de Moro e Dallagnol, através do Wickr, aplicativo que deleta correspondência automaticamente depois de um espaço de tempo.

PROVAS FAJUTAS – Foi com essas “provas” pré-fabricadas na Espanha que o doleiro reforçou as acusações de que Zucolotto, o amigo de Moro e Dallagnol, teria intermediado negociações escusas  deles.

Aliás, entre centenas de investigados e condenados pela Lava Jato, estranhamente Tacla Duran teria sido o “primo inter pares”, o único a ter sofrido extorsão, mas o desatento juiz nem levou isso em conta.

O que mais impressionou o célere magistrado foi a “perícia” espanhola, que atestou a “veracidade” das provas. Em nenhum momento o juiz Eduardo Appio percebeu que Duran é um criminoso audacioso e as diversas acusações que faz a Moro e Dallagnol são Piadas do Ano e não comprovam nada, muito pelo contrário, como veremos a seguir.

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VEJAM COMO  AS IMAGENS FORAM FRAUDADAS

Imagens de mensagens que Tacla Duran afirma ter trocado com Zucolotto

Primeira, terceira e quarta mensagens de Duran não têm horário e todas estão fora do alinhamento

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JOGO DOS SETE ERROS

 O aplicativo Wickr deleta a correspondência automaticamente, após decorrido um considerável espaço de tempo. Portanto, Duran não precisava fotografar as mensagens, bastava gravá-las na própria memória do celular. Como fraudou as mensagens, ele precisou fazer fotos.

 De repente, Duran surgiu com essas fotos, depois de tê-las submetido na Espanha a um exame pericial que tem a mesma qualidade da perícia encomendada em Campinas pelo advogado de Michel Temer, quando tentou desmentir o que o então vice-presidente disse ao ser gravado por Joesley Batista, como todos lembram: “Tem de manter isso, viu?”.

3  Não é necessário ser “perito” em Madri ou Campinas para identificar a fraude urdida pelo doleiro Tacla Duran. Houve uma inacreditável falta de cuidado ao “montar as mensagens”, e o falsário esqueceu de obedecer estritamente ao padrão adotado pelo aplicativo. 

4  Como ocorre com todos os demais aplicativos de mensagens, o Wickr tem padrão rigoroso, que registra importantes dados, como o horário de transmissão. Mas o falsário esqueceu esse detalhe e não registrou horário em várias mensagens de Duran, redigidas em péssimo português, apesar de ser brasileiro nato e se dizer advogado.

5  A primeira mensagem de Duran foi sem horário (“Fora o que querem contar em cima um monte de coisa nada haver que não tenho responsabilidade”). A terceira mensagem, também sem horário (“Certo. E o que da para melhorar?”). E a quarta mensagem continuou sem horário (“Para quanto?”).

6  Além de esquecer de inserir horário em três mensagens (nas outras, houve o registro), o descuidado falsário não percebeu também que o aplicativo Wickr obedece a um rigoroso padrão de diagramação, com as mensagens submetidas a  alinhamentos. No caso das mensagens inseridas por Duran, todas elas estão desalinhadas entre si, exibindo a fraude às escâncaras, como se dizia antigamente.

7  A suposta conversa não tem a menor verossimilhança. Duran alega que teria de pagar uma multa de US$ 15 milhões, mas isso não existe. No Brasil não há multa em dólares. Além disso, a multa só é fixada ao final da sentença, e o processo do doleiro ainda estava e está em tramitação. Além disso, quem aceitaria pagar a um advogado US$ 5 milhões por ter reduzido uma multa de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões? Quem pode acreditar numa infantilidade dessas? Ora, apenas o sagaz juiz Eduardo Appio.  

APRODRECIMENTO –  É triste constatar esse apodrecimento das instituições, ao ver uma armação desse nível ser acolhida pela Justiça e pela imprensa, para caluniar Moro, Dallagnol e o advogado Carlos Zucolotto, que representou o escritório de Duran apenas em ações trabalhistas, antes da Lava Jato, e que afirma jamais ter trocado mensagens com Duran, até mesmo porque nunca baixou em seu telefone o aplicativo Wickr.

Mas nada disso foi nem será apurado, porque “as autoridades” e a mídia preferem acreditar em testemunhas como Tacla Duran, que a imprensa insiste em chamar de advogado, embora só tenha defendido causas escusas.

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P.S. – Fica claro que já estamos no fundo do poço, com um presidente ex-presidiário retirado ilegalmente da cadeia, e que hoje disputa a polarização com um ex-presidente filiado a um partido dirigido por um outro ex-presidiário. E praticamente todo mundo acha isso normal. (C.N.)

Depois de bajular Lula por oito anos, agora Ciro Nogueira procura desqualificá-lo

“Lula não se atualizou, não deveria ter voltado”, diz o senador

Vicente Limongi Netto

O Correio Braziliense dedicou página inteira neste domingo (dia 2) a bolorentas lorotas, sandices e deboches do senador Ciro Nogueira ao presidente Lula. O parlamentar que domina o PP esmerou-se em rancor, ódio, ressentimento e má vontade contra o governo Lula. Desqualificou o político, o cidadão e o gestor Lula, a quem já serviu com denodo, durante oito anos seguidos.

Bolsonaro seguramente ficou envaidecido com o devotado amor, dedicação e bajulação do seu ex-ministro da Casa Civil.

PREVISÃO ERRADA – Durante a campanha presidencial, Ciro Nogueira botou banca de cientista político, garantindo que Bolsonaro seria eleito no primeiro turno. Quebrou a cara.

Na entrevista ao Correio, o boquirroto senador chama Bolsonaro de desprendido. Na verdade, foi um patético desprendido que na chefia da nação fez pouco caso da ciência. Não combateu a pandemia da covid como devia, causando a morte de milhares de brasileiros.

Mostrou-se inacreditavelmente desprendido, e seu esporte predileto era xingar, insultar e ameaçar jornalistas e até ministros de tribunais superiores. Medonhamente desprendido, durante a disputa eleitoral insinuou que as urnas eletrônicas não eram confiáveis, depois de eleito sucessivas vezes por elas.

O CHEFE DELE – É bom que Bolsonaro leve a sério que Valdemar Costa Neto realmente é o chefe dele. O candidato derrotado ganhou dele o decorativo cargo de presidente de honra do PL,  com quase R$ 40 mil de salário, com advogados grátis e mansão idem, com tudo pago, e mais RS 40 mil para a mulher.

Para eles, isso não é nada, não é nada mesmo. E Bolsonaro retornou com a manjada empáfia. Falando sandices pelos cotovelos. Não percebeu que o Brasil segue a vida sem a ingerência dele. Não apita mais nada.

Costa Neto, por sua vez, dono irremovível do PL, sabe que a sigla dentro do Centrão tem imensas responsabilidades políticas com a governabilidade e com o crescimento da nação.  E Lula precisa cumprir as metas e promessas de campanha, trabalhar para reconstruir o Brasil, sem dar cartaz nem palanque ao ex-presidente. É melhor deixar que os ministros respondam, se for o caso, aos desaforos, provocações e sopapos do adversário.

RESPEITO AO GÉNIO – Alguns repugnantes e desprezíveis integrantes da imprensa esportiva estrangeira que desmerece a genialidade de Pelé.

Esses analistas desqualificados, sem ter o que fazer, insistem em comparações idiotas com craques como Maradona, Messi e Cristiano Ronaldo, que, juntos, não engraxam as chuteiras de Pelé.

É preciso respeitar o grande gênio do futebol.

Costa Neto planeja recepção a Bolsonaro e ato público, sem avaliar as consequências

Arquivos valdemar costa neto - Rede Brasil Atual

Costa Neto delira e nem percebe que a campanha já acabou

Carlos Newton

A cúpula do PL, comandada por Valdemar Costa Neto, está delirando e programa uma recepção apoteótica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que volta a Brasília nesta quinta-feira, dia 30, após três meses nos Estados Unidos. O retorno está confirmado, e a previsão do PL é de que o voo chegue em Brasília às 7h10m da manhã diretamente da Flórida, e a recepção seria por volta das 7h30m.

Segundo o Estadão, o ex-presidente informou a aliados que gostaria de desfilar em carro aberto do aeroporto até Brasília, mas não houve confirmação.

HAVERÁ MOTOCIATA? – O fato concreto é que parlamentares e ativistas estão convidando os militantes a prestigiarem a chegado de Bolsonaro e sua comitiva.

Uma das ideias é organizar uma gigantesca motociata/carriata que saia do aeroporto e conduza o ex-presidente e sua comitiva até algum ponto de Brasília onde possa ser instalado um carro de som para que ele faça um discurso.

Em seguida, Bolsonaro iria repousar na mansão que o PL alugou para ele no condomínio Solar de Brasília, por R$ 12 mil mensais, com 400 metros de área construída, mas a programação ainda não está decidida, porque há muitas dúvidas a serem dirimidas.

ANIVERSÁRIO DO GOLPE – Na sexta-feira, dia 31, completa-se mais um aniversário do golpe militar de 1964, que Bolsonaro pretende comemorar em grande estilo. Por isso, na cúpula do PL há até quem defenda que a motociata seja transferida para sexta-feira.

No entanto,  a ideia não foi bem recebida, porque não se sabe como reagiria o Comando das Forças Armadas a uma provocação deste tipo.

Como não haverá sinal verde do Exército, o mais provável é que haja a motociata/carriata logo na recepção ao presidente, na manhã de quinta-feira, com trajeto até algum ponto da cidade onde possa ser concentrada a multidão sem causar graves problemas ao cotidiano da capital, algo que não é nada fácil de se organizar.

REFORÇO POLICIAL – Nesta segunda-feira, dia 27, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, enviou ofícios à Polícia Federal, ao governo de Brasília e ao Ministério da Justiça, pedindo reforço policial para a chegada de Bolsonaro.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal realizou uma reunião nesta terça-feira (dia 28), com os órgãos competentes pela segurança na capital da República, para tentar discutir um plano de atuação.

Mas as autoridades não sabem como proceder, porque o partido ainda não informou exatamente qual é a programação, que precisa ser decidida logo, para que sejam tomadas as providências acautelatórias.

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P.S. –
 A questão que se coloca é preocupante. Como reunir uma multidão de bolsonaristas sem desencadear um fanatismo que se torne inconsequente? Aliás, é de uma cretinice nauseante essa ideia de fazer um ato público em Brasília, para comemorar o aniversário do golpe de 64. Convém abandonar essas “genialidades” e cair na real. Não é possível que se tente implantar no país um clima de permanente campanha presidencial. Como diz o famoso artigo 142, que Bolsonaro tanto citava, ninguém tem direito de tumultuar a ordem pública. (C.N.)

Quando tudo parece dar errado, é hora de olhar para o alto e dar a volta por cima

Charge do Edra (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Quero escrever. Resistir aos pavores da humanidade. É grande a tentação de entregar os pontos. Rogo a Deus que zele pelas crianças. Pelos meus netos, bisnetos, amigos e familiares, pois a cruzada do bem vem perdendo terreno para os decaídos.

Tragédias nas escolas, por exemplo, são resultados das canalhices, maus exemplos e covardias desenfreadas das redes sociais, onde se vê que magistrados venais e hipócritas agridem as mulheres, impunemente. Não têm moral nem autoridade para julgar ninguém.

SAÚDE MENTAL – Nessa linha, sigo as lições e ponderações da jornalista Ana Dubeux (Correio Braziliense-  26/03), “Quanto vale a sua saúde mental?”.  Dubeux também é do bravo quadro que resiste aos dissimulados farsantes do mal, essa corja que desgraçadamente ocupa todos os espaços.

É uma escória alimentada na sarjeta que se delicia com desgraças da humanidade. Guardemos no coração, então, os apelos de Ana Dubeux:

“Se conseguirmos olhar para cada partezinha da vida com alguma profundidade e um tanto de boa vontade, daremos um passo para reconhecer a parcela que nos cabe e poderemos ter mais lucidez para fazer as escolhas certas e conseguir reduzir os danos”.

TREINADOR ITALIANO? – Tudo indica que o correto e bem intencionado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi convencido por ex-jogadores lobistas, empresários de jogadores e parte da mídia esportiva, e já acredita que o engomado italiano Carlos Andreotti é o melhor nome para treinador da seleção.

É o fim da picada. Colossal patetice. Deslumbramento juvenil que desmerece e desrespeita o trabalho de treinadores brasileiros. Todos vitoriosos e capazes.

Profissionais brasileiros não podem ser penalizados por causa da era vexatória de Tite. O Brasil conquistou 5 títulos mundiais com treinadores brasileiros.

ASSIM É FÁCIL – Ancelotti não é mais técnico do que Fernando Diniz, Renato Gaúcho, Dorival Junior ou Mano Menezes. Nunca treinou nenhuma seleção.

Ganhou fama de técnico conceituado depois de treinar o Milan e, agora, o Real Madrid. Times de nível, com elencos extraordinários. Assim é fácil. Até eu faço bonito.

No irritante circuito da galhofa, entrou na roda o português Jorge Jesus, movido pelo desinteressado lobista Júlio Cesar, aquele goleiro que levou 7 da seleção alemã e não teve a competência, a malandragem necessária de conter o ímpeto dos alemães, caindo, parando o jogo, quem sabe, a lavada seria menor.

Banco Central confirma avaliação da Tribuna e exige arcabouço fiscal “sólido e crível”

Banco Central recebe quase 11 milhões de consultas sobre dinheiro esquecido | Exame

Ata do Copom refere-se à baixa credibilidade do governo

Carlos Newton

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (28) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, em que manteve em 13,75% a taxa básica de juros, a Selic. Conforme a Tribuna da Internet anunciou, com absoluta exclusividade, a justificativa para não diminuir os juros é a falta de credibilidade do governo.

No documento sobre a decisão do Copom, o Banco Central assinalou que uma nova regra fiscal “sólida e crível” pode facilitar a queda da inflação no país.

ARCABOUÇO FISCAL – O comunicado do BC se referiu diretamente ao chamado “arcabouço fiscal” que está sendo elaborado pela equipe econômica para substituir o atual “teto de gastos”, que o presidente Lula da Silva não aceita. Assim, caso seja aprovado pelo Congresso, o arcabouço serviria como uma nova regra para limitar os gastos públicos federais.

A proposta ainda não foi divulgada, mas o ministro da Fazenda, Fernando, já entregou a Lula uma minuta, preparada com participação direta da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Segundo o BC, caso seja “sólida e crível”, essa nova regra para o gasto público pode levar a um processo “mais benigno” de combate à inflação porque ajudaria a melhorar a situação de três fatores: a expectativa de inflação; a incerteza sobre a economia, com aumento da dívida pública; o “prêmio de risco” dos ativos, ou seja, garantia ao investidor estrangeiro interessando em investir no Brasil.

P.S. – Onde se lê credibilidade do governo, por favor, leia-se credibilidade de Lula, porque é o próprio presidente que se dedica a boicotar a imagem da administração pública, inclusive debochando dos especialistas e dizendo que os livros de economia “estão superados”. Como se vê, Lula voltou ao poder sem o menor senso de limite e também sem o menor sendo de ridículo(C.N.)