Enfim, até os republicanos começam a reagir contra as decisões de Trump

É verdade que a economia dos EUA nunca esteve tão bem, como diz Trump? - 22/10/2018 - UOL Economia

Trump diz que a economia nunca esteve tão bem nos EUA

Roberto Nascimento           

Demorou, mas até os republicanos, muito diplomaticamente, têm levado a Donald Trump a preocupação do partido com a queda nas pesquisas e o medo dos agentes econômicos de redução dos lucros em seus negócios, além do aumento da inflação e da ocorrência de recessão.

É incrível que Trump ainda não tenha percebido que é um equívoco essa política de isolar os EUA, impondo tarifas a rodo até em aliados históricos, como o Canadá e a Europa, rompendo não somente acordos comerciais, como também militares, pois praticamente abandonou a OTAN e anunciou sua intenção de anexar o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá. É muita loucura para tão pouco tempo de governo.

PREÇO A PAGAR – Isso tem um preço, que Trump vai pagar e os americanos, também. É questão de tempo. Já começou com a queda das bolsas e a oscilação do dólar. Trump teve de recuar do tarifaço contra Canadá e México e manteve contra a China, que naturalmente vai adotar a reciprocidade comercial.

Na realidade, Trump suspendeu por um mês a tarifação, a fim de conter a volatilidade da moeda americana. Mesmo assim, as Bolsas aíram fortemente e o mercado ficou assustado. O perigo se concentra numa desaceleração da economia mundial, fruto da guerra comercial comandada por Trump.

O presidente americano está dando um tiro no pé com essa política isolacionista. O resultado da guerra das tarifas será inflação, alta dos preços das comodities e estagflação, a combinação de recessão e inflação, principalmente nos EUA.

CAUSA E EFEITO – Trump adota uma política suicida, parecendo não ter observado as relações de causa e efeito de uma guerra das tarifas. Seus parceiros tradicionais, os europeus, não confiam mais nos EUA, especialmente porque a  OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte) praticamente foi implodida por Trump, que priorizou a parceria com a Rússia de Vladimir Putin.

Em relação ao Brasil, impor tarifas sobre o aço e o etanol do país não se justifica à luz dos fatos. Os EUA têm superávit comercial conosco, portanto, exportam para cá muito mais do que exportamos para lá.

Novamente, mais tiro no pé. Esse tarifaço contra o Brasil mais parece uma vingança do Trump, pelo fato de Lula ter apoiado Kamala Harris. O Brasil não prejudica em nada a economia americana.

ANTIAMERICANISMO – Com essa política de ostra, voltada para dentro dos EUA, principalmente através da taxação de tarifas lineares, em 25 por cento para o aço de todos os países, Donald Trump vai sofrer do mesmo mal que ele atribuiu ao presidente Joe Biden: Aumento da inflação e recessão, está última dita por ele, como inevitável.

Trump conseguiu trazer de volta o antiamericanismo do passado. Na Europa e no Canadá as populações desses países já se movimentam para boicotar produtos americanos.

Trump operou uma ação (taxação das importações). E agora a reação está em marcha.

Padilha entrega a petista suspeito uma verba de R$ 100 bilhões da Saúde

PT recebe inscrição da pré-candidatura de Mozart Sales para vice-prefeito  do Recife - Blog da Folha - Folha PE

Mozart criou o “Mais Médicos”, que explorava os cubanos

Andreza Matais
do UOL

O ministro Alexandre Padilha entregou a um colega de partido a gestão do maior orçamento do Ministério da Saúde. Seu ex-assessor na Secretaria de Relações Institucionais, o petista Mozart Sales, irá comandar a Secretaria de Atenção Especializada, que tem R$ 100 bilhões para gastar neste ano.

O volume de recursos pode ser ainda maior, pois a secretaria será responsável pelo programa de redução de tempo de espera em filas para atendimento especializado e cirurgias, que será a principal vitrine da pasta. Sales participou da formulação do Mais Médico, programa que trouxe médicos cubanos para o Brasil para atendimento em regiões sem profissionais da área.

ALVO DA PF – Na última eleição municipal, Sales se licenciou do governo para tentar ser indicado vice de João Campos (PSB) na disputa pela prefeitura do Recife. Foi preterido e voltou para o cargo no Planalto. Em 2004, foi eleito vereador do Recife. Depois disso, foi derrotado nas três eleições que disputou (2006, 2008 e 2014).

O secretário goza da confiança de Padilha, de quem é amigo desde os tempos da faculdade. Os dois são médicos e da mesma corrente do partido, a CNB.

Em dezembro de 2015, durante o governo Dilma Rousseff, Sales foi alvo da operação Pulso, deflagrada pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos públicos. Acabou exonerado em agosto de 2016 junto com toda diretoria.

DINHEIRO PELA JANELA – Durante a operação, a PF flagrou dinheiro sendo jogado pela janela. O alvo principal era o então presidente da empresa, Rômulo Maciel Filho.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) encaminhou hoje pedido de explicações ao ministro Padilha sobre a nomeação de alguém que foi investigado por desvios na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).

O Ministério da Saúde informou que “cabe esclarecer que a própria Polícia Federal concluiu que o ex-diretor Mozart Sales não tinha qualquer participação ou responsabilidade nas supostas irregularidades, as quais eram anteriores à sua posse como diretor da estatal. Ao fim das investigações, todos os questionamentos sobre ele foram arquivados, sem qualquer indiciamento ou oferecimento de denúncia. Assim, não há nenhuma investigação ou processo em curso, em qualquer instância, sobre essas alegações.”

ALTAS ATRIBUIÇÕES – A Secretaria de Atenção Especializada à Saúde cuida do controle de qualidade do SUS (Sistema Único de Saúde), UPAs, doenças raras e também da “certificação das entidades beneficentes que prestam serviços complementados à rede de saúde pública”.

Também destina recursos para tratamento de alta e média complexidade. Na gestão de Nísia Trindade, Cabo Frio (RJ) foi a única cidade do Rio de Janeiro a ser contemplada com mais recursos para a área. Um mês depois, o filho da ministra foi nomeado secretário de cultura do município. Ele nunca havia ocupado função pública antes. O episódio gerou desgastes à então ministra, que teve que se explicar ao Congresso.

Na época, a secretaria era ocupada por Adriano Massuda, transferido por Padilha para a secretaria-executiva (o equivalente a “vice” ministro). Ele irá substituir o petista Swedenberger Barbosa, que se aposta que poderá ser alocado na estrutura do gabinete pessoal do presidente Lula, de quem já foi assessor nos outros mandatos.

“RISCO PADILHA” – Como assessor de Padilha na Secretaria de Relações Institucionais, Mozart Sales era quem fazia a interface com o Ministério da Saúde para o tema liberação de verbas, o que lhe rendeu atritos com políticos do Centrão.

O UOL revelou que ele esteve 76 vezes no ministério em um ano e seis meses. Sua agenda oficial contabiliza apenas 15. Mas os registros de entrada e saída no prédio obtidos pela reportagem expuseram a omissão.

Reportagem do UOL mostrou que o presidente Lula beneficiou um grupo de prefeitos com verbas, especialmente da Saúde. Os recursos eram liberados sem critérios técnicos e a jato. Sales era o encarregado de levar as ordens para a pasta pessoalmente, evitando assim o registro do direcionamento político.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com essa indicação altamente suspeita, já poderíamos criar um slogan para a capital – “Corrupção, teu nome é Brasília”. Parece uma cidade amaldiçoada. (C.N.)

Caiado testa sua candidatura no espaço eleitoral ainda liderado por Bolsonaro

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Se Lima não aceitar ser vice, derruba a candidatura de Caiado

Dora Kramer
Folha

O lançamento do nome de Ronaldo Caiado (União) como postulante à Presidência não significa que o governador de Goiás será mesmo candidato quando chegar a hora de a onça beber água, em meados de 2026.

Por enquanto é só uma hipótese, inclusive porque Caiado está inelegível por decisão judicial de primeira instância, à qual cabe recurso. Mas o ato marcado para o próximo dia 4 de abril quer dizer que a direita põe o bloco na rua e começa a testar suas possibilidades.

DA MESMA BASE – O governador é apenas um dentre os vários pretendentes do campo ainda liderado por Jair Bolsonaro (PL) —com quem tem divergências explícitas, o que facilita o movimento.

Pode falar abertamente da candidatura sem prejudicar a estratégia de outros aspirantes que por ora ficam na muda para evitar que o vingativo capitão lhes incinere as pretensões na largada, criando problemas com o ambicionado eleitorado.

Embora não seja um desconhecido —é governador reeleito, foi candidato a presidente em 1989, deputado constituinte e senador—, Caiado precisa sair das fronteiras de Goiás, onde conta com o importante ativo de 86% de aprovação popular, beirando os 87% de Lula (PT) no fim do segundo mandato.

PROJEÇÃO NACIONAL – A fim de levar adiante o plano de projeção nacional, junta-se a um artista, Gusttavo Lima, conhecido no país todo e um atrativo poderoso de simpatias. Pouco importa se o cantor comporá ou não uma chapa, como vice ou candidato ao Senado, pois a ideia imediata é a de promover expansão territorial. Não por acaso, o ato de abril será na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste.

Nessa empreitada, Ronaldo Caiado também cumpre o papel de normalizar a existência de candidaturas de direita que não a de Bolsonaro, contribuindo para enfraquecer a fantasiosa versão de que o ex-presidente é e será o representante desse campo em 2026.

Além de inelegível por decisão de tribunal superior e pendurado na esperança de uma improvável anistia, se for condenado pelo STF antes da próxima eleição, Bolsonaro estará definitivamente fora desse jogo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O plano de Caiado dificilmente dará certo, se Gusttavo Lima não se filiar logo ao União e aceitar ser vice, porque nas pesquisas seu nome aparecerá sempre à frente de Caiado, já que o cantor também se declara candidato a presidente. Como dizia o Chacrinha, os candidatos/amigos Caiado e Lima vieram apenas para “confundir”.  (C.N.)

Defesa de Oswaldo Eustáquio divulga parecer do MP espanhol a favor dele

MP da Espanha nega extradição de Oswaldo Eustáquio e desqualifica denúncia  do Brasil

Oswaldo Eustáquio está confiante em sua absolvição

Deu na Folha

A defesa de Oswaldo Eustáquio divulgou nesta quarta-feira (12) parecer do Ministério Público espanhol contra a extradição do influenciador bolsonarista. A solicitação foi enviada pelo Brasil ao país europeu a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O advogado Ricardo Vasconcellos usou uma rede social para compartilhar o conteúdo do documento. “A vitória está perto, esse é o parecer da procuradora da Espanha Tereza Sandoval sobre a negativa para extradição de Oswaldo Eustáquio”, afirmou Vasconcellos.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO – O texto divulgado pela defesa afirma que os delitos sob apuração no STF, de abolição violenta ao Estado democrático de Direito e golpe de Estado, não estão previstos na legislação penal da Espanha e estão “amparados na liberdade de expressão”.

O pedido para extradição de Eustáquio ao Ministério da Justiça, pasta encarregada de dar início ao andamento da solicitação, foi formalizado por Moraes em setembro do ano passado, pouco mais de um mês após o magistrado determinar à Polícia Federal que incluísse o nome do investigado na difusão vermelha da Interpol, o canal de foragidos da polícia internacional.

Moraes determinou a prisão do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de 2023 por incentivar e participar de manifestações que pediam o golpe contra a posse do presidente Lula (PT).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É impressionante como Moraes não consegue aprender com os próprios erros. Até agora não percebeu o alcance da liberdade de expressão, principal base da democracia. Todos os supostos criminosos que ele caça no exterior são considerados perseguidos políticos, mas o brilhante ministro não se manca, tenta inventar um novo modelo de democracia, que lhe seja conveniente, mas é uma bagaça que não vai dar certo. (C.N.) 

Com Gleisi no Planalto, o governo Lula fica ainda mais petista e radical

A imagem mostra duas pessoas se cumprimentando com um aperto de mão. A mulher à esquerda, com cabelo loiro e vestido escuro com padrões, sorri enquanto olha para o homem à direita, que tem cabelo grisalho e usa um terno escuro. Ao fundo, uma mulher aplaude, vestindo uma jaqueta branca e uma blusa verde. O ambiente parece ser uma cerimônia formal.

Gleisi e Lula se completam: um mata e o outro esfola…

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Um governo com notória dificuldade na relação com o Congresso; que perdeu a confiança do mercado financeiro; e que assiste à queda acentuada de sua aprovação popular. Algo precisa mudar. O caminho mais natural seria caminhar para o centro. O Congresso está à direita do governo. Os segmentos em que ele é pior avaliado na população. Do mercado financeiro nem se fala.

Ao tirar Gleisi Hoffmann da presidência do PT e trazê-la para a Secretaria de Relações Institucionais —que negocia a articulação com o Congresso, estados e municípios— , Lula dá a resposta contrária: caminha para longe do centro. Para você que achava que já havia PT demais e frente ampla de menos neste novo governo Lula, as mudanças respondem: o governo acaba de ficar ainda mais petista.

“PT RAIZ” – Gleisi representa o “PT raiz”, defende as bandeiras históricas do partido —desenvolvimentismo sem equilíbrio fiscal na economia, regime ao estilo bolivariano como ideal na política. Por mais que seu cargo não inclua política econômica, é evidente que, no Planalto, ela será mais uma voz contra a agenda difícil do ajuste fiscal. Afinal, a economia bate na política, ainda mais nesta segunda metade do mandato e com a popularidade em queda. Ajuste fiscal não costuma alegrar o eleitorado. Será que o erro não foi ter moderado demais a visão econômica do PT?

A confusão que ela deixa no PT é o índice de sua capacidade de articulação. O partido do governo, que deveria ajudar o governo a potencializar sua mensagem, passou esses dois anos criando embaraços perante a opinião pública e agora se devora numa briga sucessória que tem sobrado até para Lula.

UMA NOVA GLEISI? – Há quem espere que Gleisi, ao colocar o chapéu das Relações Institucionais, mude seu perfil para melhor se adaptar ao cargo. Sonhar não paga imposto. Sempre que esperamos que o cargo transforme a pessoa, é a pessoa que transforma o cargo. Dado seu histórico, veremos a defesa intransigente da posição do presidente —que ela ajudará a formular.

Com o novo regramento das emendas de comissão, dando-lhes mais transparência, abre-se uma janela de oportunidade para aprimorar a relação com o Congresso. Relação que, contudo, segue desigual.

Para usar a metáfora favorita do Trump, o Congresso tem mais cartas na mão. Se a ordem do dia for bater cabeça e comprar briga, ao mesmo tempo em que colhe a antipatia do público em geral, não irá longe.

UMA MÁ IDEIA – Abrir mão do Congresso nunca é uma boa ideia. Bolsonaro passou o primeiro ano de seu governo em guerra com o Congresso. Recebeu de presente a impositividade das emendas de bancada. Hoje, a agenda que volta e meia aparece nos discursos dos congressistas é a mudança da forma de governo. Parece algo distante, quase impossível, mas será?

Há uma desconexão entre Lula e a opinião pública. Encastelado no palácio, cercado de bajuladores, não deve faltar quem lhe encoraje a não mais ceder espaço, a governar apenas com a ala fiel, a única que está com ele de verdade.

Enquanto Alckmin anunciava medidas ortodoxas para reduzir o preço dos alimentos, Lula já alertava: se não caírem logo, tomará “medidas drásticas”. Com Gleisi a seu lado, quem pode garantir que é só bravata?

Mora na Filosofia, pra que rimar amor e dor?, cantava o genial Monsueto

Onda 21 – 4 de novembro na músicaPaulo Peres
Poemas & Canções

O pintor, ator, cantor e compositor carioca Monsueto Campos de Menezes (1924-1973) é o autor de sambas clássicos como “Mora na Filosofia”, em parceria com Arnaldo Passos, cuja letra relata as diversas formas pelas quais a pessoa amada foi avaliada para se chegar à decisão final, ou seja, de que é impossível continuar com esta pessoa. Este samba foi gravado por  Caetano Veloso, no LP Transa, em 1972, pela Philips.

MORA NA FILOSOFIA
Arnaldo Passos e Monsueto

Eu vou lhe dar a decisão,
Botei na balança e você não pesou,
Botei na peneira, você não passou,
Mora na filosofia,
Pra que rimar amor e dor,
Vê se mora na filosofia,
Pra que rimar amor e dor.

Se seu corpo ficasse marcado,
Por lábios ou mãos carinhosas,
Eu saberia,
A quantos você pertencia,
Não vou me preocupar em ver,
Seu caso não é de ver pra crer….

Bolsonaro já tem apoio para aprovar facilmente a nova Lei de Anistia

Anistia | Charge | Notícias do dia

Charge do Frank (Jornal Notícias)

Mônica Bergamo
Folha

O governo Lula entrou em alerta com a informação de que Jair Bolsonaro (PL) já conseguiu apoio suficiente na Câmara dos Deputados para a aprovação de uma lei de anistia para atos golpistas. O projeto precisa ser aprovado por 257 dos 513 parlamentares para virar lei. Lideranças do PT fazem cálculos de que o número já foi alcançado.

Apoiadores de Bolsonaro afirmaram à coluna, no entanto, que ainda não têm segurança absoluta de que conseguiriam, hoje, aprovar a matéria com margem de segurança.

ENTRAR EM PAUTA – Mas a maioria estaria próxima —eles teriam, hoje, 237 votos. Faltam, portanto, vinte para chegar ao piso mínimo. Para isso, faltaria atrair o apoio do Republicanos, presidido por Marcos Pereira. Bolsonaro, que já fez um périplo e conversou com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, pode se reunir com Pereira nos próximos dias para tratar do assunto.

Caso o Republicanos garanta apoio de ao menos parte de sua bancada à proposta, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, deve propor que ela seja levada ao plenário nas próximas semanas.

A base de Lula deve opor forte resistência.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O informante da colunista Mônica Bergamo lhe passou uma informação equivocada. Na verdade, Bolsonaro já tem número suficiente de votos para aprovar a anistia. Como se trata de projeto de lei, o quórum para votação é de metade mais um – ou seja, 257 votos. Obtido esse número de deputados em plenário, o projeto precisa novamente de metade mais um – apenas 129 votos. Isso significa que a anistia será aprovada facilmente no Congresso, conforme a Tribuna da Internet tem explicado há meses. O primeiro passo é a reunião do colégio de líderes, para aprovar o início da discussão, na Comissão de Constituição e Justiça. O resto é folclore, como dizia Sebastião Nery. (C.N.)

Proposta de cessar-fogo aceita pela Ucrânia deixa Putin numa sinuca de bico

Negócios da China! Padilha ganha cargo numa organização de empresas de saúde

Alexandre Padilha

Ministro virou garoto-propaganda de empresas chinesas

Tácio Lorran, Manuel Marçal e Melissa Duarte
Metrópoles

Paralelamente ao cargo de ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT) vai atuar como “presidente de honra” de associação financiada e apoiada por megaempresas da China que possuem interesses comerciais no governo brasileiro, sobretudo no próprio Ministério da Saúde.

Batizada de China Hub Brasil, a associação será lançada oficialmente na próxima sexta-feira (14/3), na cidade de São Paulo, com patrocínios da Mindray, uma das principais fornecedoras globais de instrumentos médicos, e da Tegma, empresa de logística de farmacêuticos, e apoio do Banco da China e da Huawei, gigante chinesa de tecnologia que tem implementado parcerias para promover a transformação digital na saúde brasileira. A participação de Padilha, que já aceitou o cargo não remunerado, é esperada no evento.

A entidade tem como finalidade “a relação econômica, cultural e comercial entre empresas brasileiras e chinesas”. Além de fomentar contatos entre empresas brasileiras e chinesas, irá fazer consultoria para associadas e promover parcerias públicas e privadas.

O futuro presidente e fundador da China Hub Brasil já foi recebido ao menos três vezes no gabinete de Padilha (duas delas não foram registradas na agenda oficial), enquanto ministro-chefe das Relações Institucionais (SRI), e participou até mesmo da posse do petista na pasta, em janeiro de 2023.

COMISSÃO DE ÉTICA – Padilha chegou a consultar a Comissão de Ética Pública (CEP) para saber se poderia exercer o cargo de “presidente de honra” e recebeu aval positivo. A consulta, no entanto, foi enviada ao órgão colegiado no último dia 6 de fevereiro, quando ele ainda era ministro-chefe da SRI, e não avaliou a relação das empresas chinesas que participariam como financiadoras ou apoiadoras da associação de lobby.

Na ocasião, já se ventilava que Padilha assumiria o cargo de chefe do Ministério da Saúde, órgão em que ele sempre acumulou bastante influência.

Além disso, Padilha alegou à CEP que não teve, enquanto ministro de Estado, “relação relevante” com a associação. Porém, além de ter recebido ao menos três vezes em seu gabinete o futuro presidente da entidade, o ministro se reuniu com representantes da Huawei e de outras empresas da China.

COMISSÃO NÃO SABIA… – À coluna o presidente da Comissão de Ética Pública, Manoel Caetano Ferreira Filho, afirmou que o órgão colegiado entendeu que o cargo de presidente de honra foi oferecido ao Padilha-pessoa, e não ao Padilha-ministro.

Questionado sobre as empresas chinesas que patrocinam e apoiam o evento de lançamento da China Hub Brasil, Filho acrescentou que “isso é um fato estranho à decisão da CEP”, que “não foi submetido para a gente”. Por fim, ponderou que a CEP poderá reavaliar a decisão.

De acordo com minuta do estatuto social da entidade, o China Hub Brasil vai intermediar relações de pessoas e fomentar contatos entre empresas brasileiras e chinesas, prestar serviços de consultoria, promover investimentos recíprocos e firmar parcerias públicas e privadas, bem como participar de fundos de investimento, de ações e de sociedades de “quaisquer empresas”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A que ponto chegamos… A promiscuidade do governo Lula com grupos empresariais atinge o ápice. É óbvio que o ministro da Saúde jamais poderia ser presidente de honra de nenhuma entidade ou empresa de saúde, seja nacional ou estrangeira. É impressionante como essa gente consegue se olhar ao espelho, envelhecida e envilecida, como dizia Rubem Braga em um de seus mais conhecidos poemas. (C.N.)

Corrupção no governo Lula se alastra com as ONGs “culturais” dos petistas

G20: Segundo dia de 'Janjapalooza' lota com samba, chuva e gritos de 'Lula'

Margareth usa recursos públicos e cria comitês eleitorais

Carlos Newton

Como apenas a Tribuna da Internet está cobrindo o escândalo da contratação de uma ONG espanhola por R$ 478,3 milhões, a pretexto de organizar a COP30 (30ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas) em Belém, é natural que estejam sendo enviadas muitas informações e denúncias, que sempre conferimos antes de publicar.

Contratada para realizar um evento que deveria estar estritamente a cargo do governo brasileiro, a ONG espanhola chama-se Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura, e já confirmamos que desde abril de 2023 é “coordenada” no Brasil por dona Janja da Silva.

JANJA DÁ SHOW – Com esse cargo oficial, que jamais poderia ter aceitado, a primeira-dama vem trabalhando para fechar convênios da ONG com órgãos federais, tendo conseguido acordos milionários em troca de assessoria e cooperação de supostos especialistas e consultores indicados pela OEI.

Pode-se dizer que a primeira-dama está dando um show de eficiência, porque a OEI passou a participar e até assumir a organização de eventos e outras iniciativas que deveriam ser atribuições exclusivas do governo brasileiro.

Além dos diversos contratos lesivos já denunciados pela CNN Brasil, que atingem quase R$ 600 milhões, a OEI vem sendo convocada por Janja e Lula para diversos eventos internacionais aqui realizados.

ONG NO G20 – No segundo semestre de 2024, além dos contratos dos citados R$ 600 milhões, a ONG foi contratada também para organizar eventos do G-20, como a reunião do Grupo de Trabalho de Educação, de 29 de outubro a 2 de novembro, em Fortaleza. Dois dias depois, de 4 a 8 de novembro, a mesma ONG da Janja realizava em Salvador o Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança Climática do G20. Quanto a OEI faturou nisso? Ninguém sabe, não foi divulgado.

Satisfeito com o trabalho de Janja, o presidente Lula enviou à OEI um convite oficial para participar da agenda de trabalho do G20, e o resultado todos sabem – dona Janja resolveu discursar, empolgou-se demais e soltou o atrevido “Fuck You, Elon Musk”, criando um gravíssimo problema diplomático com os Estados Unidos, que Lula poderia ter evitado, se tivesse moral para colocar Janja em seu devido lugar.

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P. S.
 – Ao mesmo tempo, surgem outros escândalos de corrupção envolvendo o governo, como os “comitês culturais” instituídos nos 26 Estados brasileiros pela ministra Margareth Menezes, justamente a mais ligada a Janja da Silva e indicada por ela para o ministério. As irrespondíveis  reportagens de Vinícius Valfré, no Estadão, comprovam o uso político dessas ONGs criadas por políticos e manifestantes petistas com propósitos eleitorais, para auxiliar a campanha da reeleição de Lula. Amanhã a gente volta, com mais detalhes sobre essa podridão. (C.N.)

Tarcísio confirma que irá ao ato no Rio a favor da anistia aos golpistas

Ao lado de Bolsonaro, Tarcísio confirma presença em ato no Rio

Bolsonaro mantém sua candidatura à espera da anistia

Victória Cócolo
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) compareceram à abertura da 14ª edição do Salão Nacional e Internacional das Motopeças, em São Paulo, nesta terça-feira (11).

No evento, o ex-presidente reafirmou que será candidato a presidente em 2026, apesar de ter sido declarado inelegível pela Justiça Eleitoral até 2030, e disse que o governador é um nome para o futuro.

GRANDE FUTURO – “Tarcísio tem um grande futuro político aqui no Brasil”, disse. “É um tremendo de um gestor. Eu só tenho elogios para falar para ele. Mas ele sabe que ele é um pouco mais novo do que eu, né?”

Também disse: “Nós dois seremos candidatos. Ele vem para a reeleição e eu para Presidência. Eu não aparecer como candidato é uma negação à democracia”.

O ex-presidente voltou a reclamar do Judiciário, dizendo que “o sistema tirou da cadeia um condenado”, em uma referência ao presidente Lula (PT), e exaltou ações de seu mandato. “Pelo que tudo indica, é o PT que quer disputar a eleição e ganhar para o W.O.”

TARCÍSIO COMPARECE – O governador confirmou que irá ao ato promovido pelo ex-presidente na praia de Copacabana no próximo domingo (16) por anistia aos acusados do 8 de janeiro.

Durante a visita ao salão, Bolsonaro buscou chamar mais apoiadores para a manifestação. Ele também disse que os presos pelos ataques golpistas não cometeram crimes que justificassem a condenação por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

“Deve ser um golpe do Pateta, do Pato Donald, do Mickey. Eu estava na Disneylândia no dia do tal golpe aqui”, afirmou.

UM MILHÃO – O ex-presidente afirmou ter a intenção de reunir 1 milhão de pessoas na manifestação de domingo no Rio. No início de abril, outro ato está previsto para ocorrer em São Paulo.

Inicialmente, os protestos estavam planejados para acontecer em todo o país e tinham como principal pauta o impeachment do presidente Lula. Posteriormente, Bolsonaro redirecionou o foco dos atos para os slogans “Fora, Lula, em 2026” e “Anistia já”.

“Olá, amigos! No próximo dia 16 de março, domingo, manifestações por todo o Brasil. Eu, Silas Malafaia e outras lideranças estaremos em Copacabana, no Rio de Janeiro. Nossa pauta é liberdade de expressão, segurança, custo de vida, ‘Fora, Lula’ em 2026 e anistia já”, disse Bolsonaro em um vídeo divulgado em fevereiro.

TARCÍSIO NA RESERVA – Apadrinhado político de Bolsonaro, Tarcísio costuma acompanhar o ex-presidente em eventos em São Paulo. Quando pernoita na capital, Bolsonaro frequentemente se hospeda no Palácio dos Bandeirantes.

Embora negue publicamente, Tarcísio é fortemente cotado para concorrer à Presidência em 2026, uma vez que Bolsonaro está inelegível. Apuração da Folha indica que o governador de São Paulo teria dito a aliados que aceitaria disputar o cargo caso o ex-presidente fizesse o pedido.

Ainda assim, segundo integrantes do governo e membros do PL que relataram ter ouvido suas declarações, ele prefere tentar a reeleição em São Paulo, avaliando que suas chances de vitória seriam maiores no estado.

Para demonizar as big techs, Moraes recorre até à soberania nacional

O ministro do STF Alexandre de Moraes durante aula inaugural sobre democracia e comunicação digital

Eles precisam das nossas antenas, diz Moraes, erradamente

Ana Pompeu
Folha

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (11) que a Starlink, empreendimento do bilionário Elon Musk, é um projeto de poder. De acordo com ele, até o momento o Brasil manteve a soberania nacional porque as big techs dependem das antenas de cada país. Assim, com o projeto de satélites de baixa órbita, a empresa conseguiria avançar sem responder à legislação nacional.

“Por enquanto nós conseguimos manter a nossa soberania. É uma questão de soberania nacional. E a nossa jurisdição. Porque as big techs necessitam das nossas antenas e dos nossos sistemas de telecomunicação. Por enquanto”, afirmou.

BLOQUEIO DOS ACESSOS – O ministro fez uma referência às decisões do Supremo que suspenderam redes sociais, como nos casos do X (ex-Twitter), também de Musk, no ano passado, e da plataforma de vídeos Rumble, ainda em vigor. Para que sejam concretizadas, o relator notifica também a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para que faça o bloqueio dos acessos.

“Não é por outros motivos que uma das redes sociais tem como sócio uma outra empresa chamada Starlink e que pretende colocar satélites de baixa órbita no mundo todo para não precisar das antenas de nenhum país. No Brasil hoje só tem 200 mil pontos. A previsão é chegar em 30 milhões de pontos, no Brasil. E aí não adianta cortar antena”, disse o ministro.

“É um jogo de conquista de poder, sendo feito ano após ano, e, se a reação não for forte agora, vai ser muito difícil conter depois”, disse.

AULA INAUGURAL – O magistrado participou da abertura de um curso sobre democracia e comunicação digital. A primeira turma será destinada apenas a servidores, com vagas à AGU, ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao Ministério da Justiça e outros.

O ministro presidiu o TSE entre agosto de 2022 e maio de 2024. Na aula desta terça, ele afirmou que ainda é parado nas ruas por pessoas pedindo para divulgar o chamado código-fonte da urna eletrônica — um conjunto de linhas de programação que dão as instruções de funcionamento para a urna eletrônica e alvo de uma série de mentiras e teorias conspiratórias de bolsonaristas.

“Eventualmente me procuram quando estou em algum lugar e me param para falar: ‘ministro, precisamos pacificar o país. Aí me pedem para divulgar o código-fonte. Eu falo: ‘um ano antes todos os partidos têm acesso ao código fonte ‘. A pessoa agradece e repete: ‘o senhor poderia divulgar'”, diz.

AS BIG TECHS – Na palestra, o ministro falou sobre as ameaças à democracias com o crescimento das big techs e a falta de regulamentação das redes sociais.

“As big techs têm lado, tem posição econômica, religiosa, política, ideológica, e programam seu algoritmo para isso. Não podemos acreditar que as redes sociais caíram do céu e os algoritmos são randômicos”, afirmou. Segundo ele, essas empresas atacam os três pilares clássicos das democracias ocidentais: liberdade de imprensa, eleições livres e periódicas e independência do Judiciário.

“Para tomar realmente o poder, a partir de determinado momento que já tinha solidificado essas estruturas, passou a atacar de forma extremamente organizada e competente, temos de reconhecer, não adianta subestimar, passaram a atacar os três pilares da democracia”, afirmou.

INTERPRETAR AS LEIS – Assim, o ministro defendeu que, enquanto não houver uma regulamentação para a responsabilização das redes sociais, que o Judiciário interprete as leis atuais para aplicá-las aos casos que ocorrem na internet.

“Não vivemos uma ausência total de normas. É um meio de comunicação. Basta uma simples interpretação. É um meio de comunicação, porque leva vídeos, notícias às pessoas. E com isso a gente consegue equilibrar o jogo”, disse.

Moraes é relator tanto do inquérito das fake news no Supremo, aberto em 2019 e que investiga ofensas e ameaças à corte, muitas delas pelas redes sociais, quanto dos casos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

GRUPOS ECONÔMICOS – O ministro tem se dedicado ao tema também fora do STF. Em meio a embates com grandes empresas de tecnologia, ele fez um discurso de cerca de 40 minutos aos novos alunos da Faculdade de Direito da USP em 24 de fevereiro com várias críticas às big techs.

“Elas não são neutras. São grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania nacional de cada país, ignorando legislações, para terem poder e lucro”, afirmou.

O seminário desta terça foi aberto ao público. Segundo o diretor da FGV Comunicação, Marco Ruediger, a defesa da democracia no ambiente digital exige uma compreensão profunda das dinâmicas das plataformas e dos mecanismos de propagação da desinformação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
São comoventes os esforços do ministro para demonizar as big techs. Mas a verdade é que, sem a Starlink de Musk funcionando no país, a Funai, o Ibama, a Polícia Federal e as Forças Armadas não conseguiriam atuar na Amazônia. Ou seja, Moraes se comporta como o Chacrinha e tenta confundir as pessoas. (C.N.)

Ministério da Cultura confirma que suas ONGs são criadas por petistas

Margareth Menezes: 'Igrejas encontram espaço em vazios culturais' - BBC  News Brasil

Margareth Menezes confirma a politização dos comitês

Vinícius Valfré
Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou comitês de cultura nos 26 Estados para fomentar e mobilizar artistas através de ONGs criadas por manifestantes petistas ou por servidores do próprio Ministério da Cultura (Minc), ao custo de R$ 58,8 milhões por dois anos. A estrutura, prometida ainda na pré-campanha de 2022, acabou servindo para fins políticos e eleitorais. Esses comitês de cultura, criados nos estados, são ligados a uma outra estrutura político-partidária igualmente montada pelo atual governo, os escritórios regionais do Ministério da Cultura. Essas “filiais” da pasta nos Estados também foram distribuídas a militantes partidários.

Como mostrou o Estadão, o Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC) é contaminado por essa ligação direta com filiados ao Partido dos Trabalhadores e com ONGs ligadas a atividades partidárias e campanhas eleitorais. E há até organizações ligadas a servidores do ministério.

MINC CONFIRMA – Em nota oficial, o Ministério da Cultura confirmou a denúncia, mas alegou que não existe impedimento a ONGs dirigidas por militantes partidários ligados ao governo, “desde que não envolvam membros de Poder ou servidores públicos responsáveis pelo edital”.

A pasta conduzida pela cantora baiana Margareth Menezes também acrescentou que, ao contrário, o “modelo do PNCC fortalece o controle social e a fiscalização cidadã, afastando riscos de instrumentalização partidária”, e que não há problema na escolha de entidades ligadas a candidatos ou a pessoas filiadas a partidos.

Entenda a polêmica dos comitês de cultura do governo Lula ligados ao PT, que consomem R$ 58,8 milhões em dois anos:

1) Dos 26 escritórios regionais, 19 são coordenados por membros do PT, um por filiado ao PSB e outro é de integrante do PSOL.

2) No Paraná, por exemplo, a ONG escolhida para coordenar o comitê de cultura é a Soylocoporti. Ela é de João Paulo Mehl, candidato a vereador pelo PT em Curitiba, no ano passado. Ele é considerado um articulador de movimentos governistas.

3) As atividades do comitê paranaense ocorrem em torno do Terraço Verde, um projeto de João Paulo Mehl que também funciona como braço cultural de seu grupo político. O espaço serviu para atividades da campanha eleitoral dele. Em dois anos, a Soylocoporti receberá R$ 2,6 milhões.

4) A chefe da filial do ministério no Paraná, Loana Campos, é uma aliada de longa data de Mehl. Eles apagaram registros das redes sociais depois da reportagem do Estadão.

5) A ministra Margareth Menezes foi pessoalmente ao Paraná fazer o lançamento do comitê de João Paulo Mehl, em junho de 2024, às vésperas da campanha eleitoral. O ato contou com um evento na rua no qual o pré-candidato apareceu em destaque ao lado da chefe do ministério.

6) A escolhida pelo ministério para fazer a coordenação do comitê do Amazonas é a ONG Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (Iaja). A entidade foi fundada por Anne Moura, secretária nacional de Mulheres do PT, que mantém influência sobre a ONG e disputou a eleição de 2024 para vereadora de Manaus.

7) Anne Moura foi gravada dizendo que a entidade precisava atuar em benefício da campanha dela a vereadora de Manaus e que essa função eleitoral tinha o aval da cúpula do Ministério da Cultura.

8) Anne Moura realizou evento partidário, com filiações, no mesmo endereço onde funciona a ONG Iaja, que ela criou em Manaus e que coordena o comitê de cultura do Amazonas.

9) Uma emenda parlamentar enviada para a ONG Iaja por um deputado estadual do PT no Amazonas não foi usada para escolas que seriam contempladas com projeto cultural, mas chegou à presidente da escola de samba de Manaus que homenageou Anne Moura em fevereiro do ano eleitoral.

10) No Rio Grande do Norte, a ONG coordenadora do comitê de Cultura é a Associação Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias, de Rodrigo Bico. A entidade vai receber, até o final do programa, R$ 1,7 milhão. Ele foi candidato a vereador em Natal pelo PT, em 2020. Em 2024, atuou fortemente na campanha de Natália Bonavides (PT) à prefeitura da capital potiguar.

Acredite se quiser! Lula manda dizer a Trump que não tem medo de cara feia

Se foram de propósito ou não, pouco importa: os gestos de Steve Banon e  Elon Musk semelhantes à saudação nazista nos alertam para quem são os  ídolos dos Bolsonaros. Duas ameaças àVicente Limongi Netto

O mundo agora sabe por que as bolsas americanas despencaram e a popularidade de Donald Trump caiu: o responsável pela corajosa e exemplar ação foi Luiz Inácio Lula da Silva, ao advertir Trump, em tom ameaçador e duro, que estremeceu o mundo: “Fale manso comigo. Aprendi a não ter medo de cara feia”.

Lula encheu de orgulho o coração dos brasileiros. Esperam, agora, que Lula chute o pau da barraca e mostre semelhante valentia e competência para combater a inflação, barateando alimentos, combustíveis, remédios e material escolar. 

CHAMEM O AUTOR – Bobagem esconder a verdade. Prática dos recalcados e isentos de meia pataca. A TV Globo está orgulhosa com os 40 anos do programa Criança Esperança. Dirigentes do canal lembram que a iniciativa nasceu junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Deixam a informação pela metade. Jornalismo ruim.

Faltou salientar que o ECA foi criação do governo Collor. Nessa linha, as pautas da mídia agora falam do Código de Defesa do Consumidor, para socorrer e enfrentar os preços caros dos alimentos. 

O essencial instrumento popular também foi criação do governo Collor. Falta vergonha e sensatez no geralmente torpe jornalismo brasileiro.   

SAUDADE DO GANSO – Fluminense tem bom time. Não há nem havia razão para temer o Flamengo. Mesmo ainda sem Ganso, o tricolor encara os adversários com personalidade. Jogo é jogado, lambari é pescado. 

Mais escândalos! ONGs de petistas recebem R$ 58,8 milhões da Cultura

Ministra pede respeito a religiões afro após fala de Claudia Leitte

Margareth Menezes beneficiou uma ONG em cada Estado

Vinícius Valfré
Estadão

O governo federal criou um programa para difusão de cultura nos Estados que beneficia ONGs (Organizações Não Governamentais) ligadas a dois assessores do próprio Ministério da Cultura e a militantes do PT. Em dois anos, os “comitês de cultura”, instituídos pela ministra Margareth Menezes em todos os Estados, serão financiados com R$ 58,8 milhões, ao todo.

Entre os contemplados também está um empresário do Mato Grosso que responde por suposto envolvimento com uma quadrilha acusada de crimes como peculato, desvio de recursos e lavagem de dinheiro. Ele foi alvo da Operação Pão e Circo, do Ministério Público estadual, que investiga desvios milionários na Cultura do Estado.

CABOS ELEITORAIS – Criado em setembro de 2023, o Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC) estabeleceu comitês nas 27 unidades da federação. O plano consiste em contratar entidades culturais para coordenar atividades de fomento nos Estados, onde já funcionam escritórios do Ministério, que têm idêntica atribuição.

Cabe a elas realizar “ações de mobilização social, formação em direitos e políticas culturais, apoio à elaboração de projetos, comunicação social e difusão de informações sobre políticas culturais”.

A seleção dessas Organizações da Sociedade Civil (OSCs), sinônimo de ONGs, se deu por meio de edital lançado em outubro passado. Os termos de colaboração das entidades com o ministério foram firmados em dezembro. De lá para cá, o governo já pagou cerca de 26% dos R$ 58 milhões.

ANTES DAS ELEIÇÕES – Os primeiros repasses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as ONGs foram viabilizados entre dezembro e julho, perto do início da campanha eleitoral. As próximas parcelas estão previstas para novembro.

Um dos principais contemplados concorreu a vereador, recebeu a ministra para lançamento do comitê enquanto pré-candidato e usou o mesmo espaço para atividades da própria campanha.

No Distrito Federal, a ONG contemplada para liderar o comitê é a Associação Artística Mapati, uma conhecida fomentadora da cultura em Brasília. Até 23 de janeiro de 2023, ela tinha como vice-presidente o historiador Yuri Soares Franco, secretário de cultura do PT-DF. Como número 2 da entidade, ele falava em nome dela em eventos do segmento e no Congresso.

PROMISCUIDADE – Franco renunciou à entidade 45 dias antes de ser nomeado assessor da secretaria-executiva do Ministério da Cultura.

Nove meses depois de ele virar funcionário do governo, a Mapati assinou o acordo de colaboração com a pasta. Em dois anos, deverá receber R$ 2 milhões. Até agora, foram R$ 486 mil.

O servidor não quis comentar. Em nota, o ministério pontuou que, Yuri Franco, “não fazia mais parte dos quadros da associação quando passou a atuar” na pasta. Também “não estava na Mapati quando o edital foi lançado e não participou do processo seletivo”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aos poucos, constata-se que há uma nova vertente de corrupção no PT. Depois do mensalão e do petrolão, agora a distribuição irregular de recursos públicos se configura através de ONGs de militantes do partido, que disputam as verbas com outras ONGs estrangeiras, como a OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos), que está recebendo R$ 478,3 milhões para atuar na COP30. Por coincidência, desde abril de 2023 essa ONG espanhola é coordenada no Brasil pela primeira-dama Janja da Silva. Como diria antigamente a TV Globo, “corrupção e PT, tudo a ver”. (C.N.)

A verdade não pode ser dita, recomendava o poeta Lêdo Ivo

Lêdo IvoPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, cronista, romancista, contista, ensaísta e poeta alagoano Lêdo Ivo (1924-2012), da Academia Brasileira de Letras, no poema “A Queimada”, aconselha que se destrua tudo o que puder, pois na vida a verdade nem sempre é para ser dita, ela pode ser um eterno segredo.

A QUEIMADA
Lêdo Ivo

Queime tudo o que puder:
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arterioesclerose
os recortes antigos e as fotografias amareladas.

Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.
Seja como os lobos: more num covil
e só mostre à canalha das ruas
os seus dentes afiados.

Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.
Destrua os poemas inacabados, os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio
dos filólogos e escoliastas.

Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita.

Filipe Martins pede que Moraes seja ouvido como “vítima” da trama golpista

Charge do Caio Gomez (A Tarde)

Caio Junqueira
CNN

O ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro na Presidência, Filipe Martins, pediu em sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes, seja ouvido como vítima da trama golpista. Se isso não for possível, a defesa de Martins pede que Moraes seja uma de suas testemunhas.

A tese é que Moraes é vítima da trama, pois as apurações apontaram que ele seria destituído se a tentativa de golpe tivesse dado certo. Por tanto, ele precisa ser afastado do julgamento, por estar envolvido nele.

MORAES É VÍTIMA – “Ora, se o principal fato delituoso de que o defendente está sendo acusado é apresentar uma “minuta” [fantasma] que supostamente previa a prisão do relator, obviamente ele se percebe muito mais do que “agredido e provocado”: ele seria vítima direta desta suposta conjura”, afirma sua defesa.

Depois, faz o pedido: “Postula-se a oitiva do ministro Alexandre de Moraes na condição de vítima, respeitando sua prerrogativa funcional de dia e hora para inquirição, sem que isso implique na violação da ordem legal prevista no art. 400 do Código de Processo Penal. No entanto, caso seja considerada a suspeição ou a incompatibilidade, postula-se a oitiva do Ministro Alexandre de Moraes na condição de testemunha”. Afirma ainda que “é claro que nenhum julgamento será conduzido com isenção de ânimo quando o magistrado também se diz a própria vítima”.

CONCLUSÃO – “A grande verdade – que ficará na história do Supremo Tribunal Federal e em todas as biografias – é que, caso o Relator prossiga prestando jurisdição, será a primeira vez na história que um Ministro do Supremo Tribunal Federal, investigou, acusou e julgou; e o fez na condição de vítima, conforme afirmou o Ministério Público na denúncia”, complementa.

Além de Moraes, Martins também arrolou como testemunha assessores próximos ao ministro, como o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor Chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Fernanda Januzzi, ex-Chefe do cerimonial do Ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); e Fabio Shor, delegado da Polícia Federal, responsável pela investigação e próximo a Moraes.

A defesa pede ainda o afastamento do caso dos ministros Cristino Zanin e Flávio Dino do caso, além do procurador-geral da República e autor da acusação, Paulo Gonet.

TIPO LAVA JATO – Além das oitivas e afastamentos, uma das linhas adotadas pela defesa foi comparar o que considera equívocos da investigação com os abusos da Lava Jato. Inclusive com a tese de lawfare utilizada pela defesa de Lula para conseguir zerar os processos contra ele.

Em linhas gerais, a tese significa apontar uma manipulação do sistema judicial para atingir um adversário político.

“É um dos maiores escândalos judiciários de lawfare já cometidos contra um cidadão brasileiro, tanto maior porque cometido por um Ministro da Suprema Corte, pelo próprio chefe do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, e por um Delegado de Polícia Federal e o seu grupo de guardas pretorianos – pessoas que, em posição tão alta, deveriam ter a responsabilidade de agir com justiça, equidade e moralidade, ao invés de utilizar o peso dos seus cargos como arma, de forma arbitrária, abusiva e ostensiva, para destruir uma pessoa, ‘deslegitimar, prejudicar ou aniquilar um inimigo’, como diz um, hoje, outro Ministro desta Suprema Corte”, diz a defesa de Martins.

PRISÃO ILEGAL – Filipe Martins também trata de sua prisão por seis meses ao apontar que ela aconteceu por uma viagem que não ocorreu.

Isso porque ela teve por base a suposição de que ele embarcou com Bolsonaro para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022 quando, na verdade, ele estava no Paraná e não saiu do país.

“Filipe amargou 6 meses na prisão por uma viagem inexistente, porém, tanto a Polícia Federal, quanto a PGR, quanto o Ministro Alexandre de Moraes, já tinham afastado o sigilo de seus dados de geolocalização em outubro de 2023, antes da prisão. Os dados de Filipe foram os únicos que não foram utilizados na representação da PET 12.100, enquanto foram usados os dos outros investigados – porque era necessário justificar a prisão por “evasão” e “risco de fuga”, mesmo já existindo prova de sua permanência no país”, escrevem seus advogados.

FORÇAR DELAÇÃO – Em outro trecho, a defesa sugere que sua prisão preventiva estendida por seis meses tinha por objetivo extrair dele uma colaboração premiada.

“Às fls. 150 a 162, o Min. Gilmar Mendes traça severas críticas à decisão do ex-juiz Sérgio Moro que determinou a condução coercitiva do então-ex-presidente Lula. Isto por duas razões principais: i) a exploração midiática desproporcional feita contra o réu, dada sua situação de pessoa politicamente exposta, e ii) a violação ao direito de não autoincriminação, nos termos da ADPF 444. O grau de exposição política a que está sujeito o Defendente é certamente bem menor que o do atual presidente, mas a conduta de usar meios coercitivos para obter informações do investigado não é menos reprovável simplesmente por estar sendo usada contra ele”, afirma.

Procurados, o STF e a PGR não se manifestaram.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A prisão de Filipe Martins é um claríssimo erro judiciário, demonstrando que Moraes não tem vocação para juiz, não consegue ser imparcial nem se declara suspeito ou impedido. Portanto, deve ser afastado do julgamento, se é que existe Justiça no Supremo. (C.N.)

Trump não descarta possível recessão nos EUA, e Bolsas reagem em queda

A mera menção de recessão nos EUA gera uma reação em cadeia

Pedro do Coutto

As bolsas de Nova York e também a de São Paulo caíram fortemente após declarações do presidente americano Donald Trump. Ele se recusou, em uma entrevista, a prever se haverá ou não uma recessão nos Estados Unidos este ano. “Detesto fazer previsões como essas”, disse Trump ao canal Fox News.

A mera menção de recessão nos EUA gerou uma reação em cadeia, uma vez que a confiança do investidor diminui, os mercados ficam mais sensíveis e as decisões de consumo e investimento são adiadas. As declarações de Trump alimentaram o temor de que uma guerra comercial possa desencadear uma desaceleração econômica.

APLICAÇÕES – Por isso, muitos investidores começaram a retirar as suas aplicações de Bolsas internacionais e indo para o dólar, considerado um porto seguro em momentos de crise.  Trump não descartou que podem acontecer aumentos nos preços ainda neste ano, nos EUA. Para ele, sua estratégia de tarifas (que sobretaxam importações, como as do aço) e cortes de gastos públicos fazem parte de uma “transição necessária”. As demissões no setor público lançadas pelo governo por seu assessor bilionário, Elon Musk, geram ainda mais preocupação.

A inflação nos Estados Unidos não é boa para os negócios no mundo todo. Isso porque a escalada de preços aumenta os juros e prejudica as empresas, que vendem menos e pagam mais caro para financiar seu crescimento. Os investidores deixam de investir na Bolsa e vão para o Tesouro Americano, aproveitando as taxas maiores.

PIB – Essas previsões de recessão ganharam ainda mais força depois que o Federal Reserve, banco central dos EUA, de Atlanta estimou uma contração de 2,4% no PIB no primeiro trimestre. Seria o pior resultado desde o auge da Pandemia de Covid-19. Isso, mais as declarações pouco incisivas de Trump, fizeram os investidores ligarem o sinal de alerta.

O que se vê é que Trump ao anunciar medidas restritivas, coloca dúvidas ligadas ao seu comportamento que muda da noite para o dia, sendo marcado pela incerteza. Um dia prevê a elevação sobre produtos importados. No dia seguinte, muda de opinião e reaparece o imposto sobre o valor de produtos importados pelos Estados Unidos. O vai e vem das medidas tributárias é desconcertante, implicando numa dúvida permanente.

A virada à esquerda pode não ser o único movimento no radar do presidente

Tribuna da Internet | Desempenho eleitoral do PT está parecendo um pedido  de socorro

Charge do J.Caesar (Veja)

Dora Kramer
Folha

À primeira vista, Luiz Inácio da Silva (PT) parece ter decidido virar o leme do governo mais à esquerda, com Gleisi Hoffmann (PT) na articulação política, reaproximação com o MST e rumores da ida de Guilherme Boulos (PSOL) para o ministério.

Apesar das evidências, talvez esse não seja o único movimento no radar do presidente. Convém não subestimar seu tirocínio político nem dar barato que a idade e uma paixão outonal tenham exclusividade sobre os modos de direção do Lula 3.

VAMOS DEVAGAR – A precipitação não é boa conselheira no exercício de análises, bem como configura-se imprudente a compra de atos e palavras de políticos pela aparência. Nem sempre —ou quase nunca— dizem o que pretendem de fato. Melhor examinar suas intenções no contexto do que lhes é conveniente.

É de se perguntar a que conveniência do presidente tal guinada à esquerda atenderia. Fala-se na decisão de reforçar o próprio campo a fim de evitar defecções e garantir os seus. A isso corresponderia a desistência de manter as pontes com o centrão de partidos formalmente aliados que na hora do aperto se comportam como adversários.

Nessa perspectiva, Lula estaria disposto a deixar de lado o projeto de amarrar com eles compromissos eleitorais para 2026, cuja firmeza é a de uma corda para lá de bamba. Passaria, assim, a tratar a oposição como oposição. Equivaleria à explosão final da frente ampla. Nada disso é por ora útil ao presidente.

LEVAR VANTAGEM – E, se tem uma coisa que Lula sabe fazer, é olhar para o que lhe é vantajoso. Como dar protagonismo ao face de tucano Geraldo Alckmin (PSB) e ver candidatos à presidência do PT de perfil conciliador, o que deve mudar o tom crítico do partido em relação ao bom senso.

Aguardemos, pois, os movimentos desta semana que agora se inicia. Se o presidente fizer gestos ao centro e à direita na complementação da reforma ministerial como esperado, terá feito jus ao celebrado traquejo nas lides da política.

Caso contrário, não poderá dizer que a cigana o enganou quanto à escolha do destino infausto.

Sem perceber, senadores aprovaram o esquema da corrupção na COP30

Candidato à Prefeitura de Fortaleza, Eduardo Girão é retirado no meio de debate após ordem judicial | Eleições 2024 | Valor Econômico

Eduardo Girão (Novo-CE) foi o único senador a votar contra

Carlos Newton

É triste constatar a situação a que chegou a grande imprensa, que tenta ocultar o escândalo da corrupção que envolve a ONG espanhola OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) com doações que lhe são feitas por ministérios, órgãos públicos federais e o próprio Palácio do Planalto, em nebulosas transações denunciadas pela CNN Brasil.

Parece coincidência. Em meio a esse silêncio obsequioso, o governo anuncia que os contratos de publicidade de ministérios, bancos e estatais no governo Lula da Silva podem alcançar R$ 3,5 bilhões neste ano, após a conclusão de licitações que estão abertas.

Também parece coincidência, mas a primeira-dama Janja da Silva, coordenadora oficial das atividades da ONG no Brasil, cancelou as apresentações que indevidamente pretendia fazer esta semana na ONU como representante do País, numa série de eventos.

PIADA DO ANO – Essa estratégia tipo avestruz, que esconde a cabeça num buraco para não ser notada, é Piada do Ano e não dará certo, porque a Tribuna da Internet levará essa denúncia até o fim, alimentando com informações o Congresso Nacional, que já começa a se movimentar para a convocação de uma CPI.

A revolta é grande, especialmente depois de notícia publicada aqui sobre as graves irregularidades descobertas pelo MEC em 2019, mostrando que o esquema de corrupção usado pelos espanhóis é antigo e de espantosa criatividade.

Funciona assim: a ONG se aproxima, consegue cooptar altas autoridades do país ibero-americano e se oferece para organizar eventos e dar assessoria sobre Educação, Ciência e Cultura. Ou seja, simplesmente se propõe a fazer o que é responsabilidade do governo. Em troca, o país tem de conceder milionárias “contribuições voluntárias” (os espanhóis denominam assim), a ONG então enche os cofres e distribui propinas às autoridades cooptadas.

SEM PASSAR RECIBO…  – Quando as irregularidades são descobertas e os contratos sofrem rescisão, como aconteceu no MEC em 2019, os espanhóis não passam recibo. Apenas defendem seus “propósitos altruístas” e deixam passar o tempo, porque sabem que os governos mudam e logo haverá outras autoridades a serem corrompidas. Basta esperar um pouco e depois voltar â ação.

No caso do MEC em 2019, as ilegalidades foram encontradas no momento em que foi feita uma análise para renovação contratual.

Os auditores perceberam que os repasses foram aumentando ilegalmente ao longo dos anos: de R$ 4,4 milhões em 2008, quando o ministro era Fernando Haddad (PT), passaram a R$ 37,4 milhões em 2018, quando o cargo foi ocupado por Mendonça Filho (DEM) e por Rossieli Soares, vejam como essa gente é audaciosa.

MAIS MÉDICOS – Também parece coincidência, mas não é. O esquema dos espanhóis foi o mesmo adotado pelo governo Dilma Rousseff em 2013 no programa “Mais Médicos”, em que o pagamento dos serviços não era feito ao governo cubano, mas a uma outra ONG, chamada Organização Pan-Americana de Saúde, que ganhava uma bela fatia para entregar o dinheiro a Cuba.

Em tradução simultânea, a atuação desse tipo de ONGs ganha ares de ilegalidade porque os contratos não sofrem licitação, basta que sejam aprovados pelo Senado, sem qualquer análise de mérito ou conveniência.

Como se trata de proposta do Executivo com organização estrangeira, os presidentes do Senado jamais investigam o que está sendo apreciado e sempre colocam em pauta para votação simbólica: “Quem está a favor permaneça sentado”, dizem, e o contrato está aceito. Na última votação, apenas o senador Eduardo Girão (Novo-CE) votou contra.

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P.S. 1 –
O líder da Oposição na Câmara, Leonardo Zucco (PL-RS) enviou representação à Casa Civil, para saber por que o governo está pagando R$ 478,3 milhões à OEI para organizar a COP30, indagando por que a ONG espanhola está delegando poderes e abriu licitação para escolher duas empresas para realizar a importantíssima Conferência da ONU. Bem, acho que o deputado Zucco errou o destinatário. Deveria ter enviado o questionamento à primeira-dama Janja da Silva, que é “coordenadora” da ONG no Brasil, a Casa Civil apenas diz sim às ordens que recebe dela.

P.S. 2 – Como apenas a Tribuna da Internet está cobrindo o instigante escândalo, sob o signo da liberdade, temos recebendo uma quantidade enorme de denúncias, sobre a OEI, Janja, Lula, Rui Costa, Camilo Santana & companhia limitada. Por isso, recomendamos: comprem mais pipocas. (C.N.)