Leia uma bela mensagem que o Papa enviou ao jurista brasileiro Jorge Béja

Jorge Béja - Blog - Jornal da Cidade Online

Poucos sabem que Béja também é pianista

Carlos Newton

O jurista carioca Jorge Béja conheceu Jorge Mario Bergoglio em 1993, no Teatro Colón em Buenos Aires, quando ele era cardeal. O advogado estava se apresentando ao piano num evento musical organizado pela Igreja argentina.

Bergoglio era cardeal e pediu que Béja tocasse uma música – “Clair de Lune”, de Claude Debussy. Depois, conversaram muito, nos camarins do belíssimo Teatro Colón, um dos mais famosos do mundo.

AMBOS, SALESIANOS – Bergoglio, antes de ingressar na ordem dos jesuítas, tinha estudado no Colégio Salesiano de Buenos Aires. E o brasileiro Béja também fora aluno dos Salesianos. Lembraram a vida e obra de Dom Bosco (Giovanni Melchior Bosco, 16.8.1815/31.1.1888).

Um deu ao outro os endereços para correspondência, que Béja só veio a usar ao enviar mensagem congratulatória a Bergoglio por ter sido eleito Papa em 15 de março de 2013, quando escolheu ser chamado de Papa Francisco.

Ainda no ano de 2013 trocaram mais duas mensagens. Em 2014, apenas uma. 

ESCREVEU O PAPA – Na primeira mensagem que o jurista recebeu, o Papa referiu-se diretamente à Páscoa e à Ressurreição. Ao lê-la, Béja teve um dos momentos mais felizes de sua vida, também ligada aos pobres, pois jamais cobrou honorários de qualquer cliente de seu escritório.

Oi, Jorge Beja:

Lhe agradeço escrever.

Você se lembra que nossa fé só deveria estar em Cristo Jesus, cabeça da igreja. Se nós acreditamos que Ele é o Sr. e que o Pai Celestial ressuscitou isto dentre os mortos, nós seremos desculpados.

Eu dedico a você a bênção escrita nas Escritas Sagradas em Números 6:24-27: “Yahvé o abençoa, e o mantém. O Sr. faz para brilho a face deles/delas em você, e tem de você clemência; Yahvé sobre ti levante a tua face, e pôs em você a paz. E eles porão meu nome nas crianças do Israel, e eu os abençoarei”. 

Se você tiver uma Bíblia, você pode ler em família o Evangelho inteiro de acordo com San Juan e você será abençoado.

Uma saudação,

Franciscus

Havia um farol na vida de Adalgisa Nery que a mantinha vigilante

Adalgisa Nery biografia - Guia das Artes

Adalgisa Nery, grande poeta carioca

Paulo Peres
Poemas & Canções

A jornalista e poeta carioca Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira (1905-1980), mais conhecida como Adalgisa Nery, no “Poema ao Farol da Ilha Rasa” fala sobre o sentimento de vigilância que lhe era transmitido pelo farol marítimo que via da janela de seu quarto.

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POEMA AO FAROL DA ILHA RASA
Adalgisa Nery

O aviso da vida
Passa a noite inteira
Dentro do meu quarto
Piscando o olho.

Diz que vigia o meu sono
Lá da escuridão dos mares
E que me pajeia até o sol chegar.
Por isso grita em cores
Sobre meu corpo adormecido ou
Dividindo em compassos coloridos
As minhas longas insônias.

Branco
Vermelho
Branco
Vermelho
O farol é como a vida
Nunca me disse: Verde.

Provas materiais! STF começa a julgar os pedaços impressos e auditáveis do golpe

Charge do JCaesar

Charge do JCaesar (Veja)

Josias de Souza
do UOL

O Supremo Tribunal Federal inicia nesta terça-feira o julgamento do trecho da denúncia da Procuradoria-Geral da República que inclui dois documentos que são as cerejas do bololô golpista. Vão ao banco dos réus mais seis pessoas. Entre elas o ex-assessor presidencial Filipe Martins, acusado de elaborar a minuta de decreto que anularia o resultado da eleição; e o general Mário Fernandes, autor do plano Punhal Verde Amarelo, que previa matar o Jeca (Lula), o Juca (Alckmin) e o Joca (Xandão).

Os acusados tentam se desvincular dos documentos sem negar a existência deles.

DIZEM AS DEFESAS – Colocado na cena da delinquência pelo delator Mauro Cid, Filipe Martins assegura que não redigiu a minuta que daria hipotético suporte jurídico ao golpe. Quanto ao plano do triplo homicídio, estava num computador do general Mário Fernandes. Mas sua defesa sustenta que o documento não foi exibido a ninguém.

A Polícia Federal descobriu que, na manhã de 9 de novembro de 2022, o general Fernandes imprimiu o seu plano. Na tarde do mesmo dia, ele esteve no Alvorada.

 Apresentou o documento a Bolsonaro, que, segundo o procurador-geral, deu o seu aval. Ou, na expressão de Paulo Gonet, “anuiu”. Bolsonaro nega. Ele atribui o plano Punhal Verde Amarelo a gente “que tem minhoca na cabeça.”

GOLPISTA RECREATIVO – Prevalecendo as versões da defesa do general e de Bolsonaro, o general Mário Fernandes desceria ao verbete da enciclopédia como uma espécie de golpista recreativo —do tipo que planeja a morte de um presidente da República eleito, do vice-presidente e de um chefe da Justiça Eleitoral por mera diversão. Coisa jamais vista na história.

E Jair Bolsonaro, nos quatro anos de sua Presidência, não conseguiu arrancar do Congresso o voto impresso. Mas tornou-se protagonista de uma trama enfeitada com documentos impressos e auditáveis. 

Papa Francisco, um humanista que deixa um rastro luminoso na história

Com escala no Peru, o fantasma da corrupção volta a assustar o Brasil

brasil #desigual #corrupção #charge – Junião

Charge do Junião (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

Há dois líderes populares no Brasil. Um de direita, Jair Bolsonaro, e outro de esquerda, Lula. Há ainda 29 partidos políticos registrados, mas nenhum deles tem vida própria. O PT é menor do que Lula. O PL também depende de Bolsonaro, que já perambulou por oito partidos até estacionar, por enquanto, nele. Isso quer dizer que nós ainda dependemos de nomes, não de ideias.

Quando Lula estava impedido pela legislação eleitoral de se candidatar a presidente, o PT perdeu. Antes, perdera outras três vezes, duas para uma ideia, o Plano Real, e outra para outro populista, este de direita, Collor de Mello.

APOIO A TARCÍSIO – Sem Bolsonaro para competir em 2026, o PL não tem quem o substitua, por isso o ex-presidente insiste com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas para que saia do Republicanos, filiando-se ao PL. Pode ser um sinal de que já começa a aceitar que não poderá concorrer, e quer fazer do PL o seu partido. Valdemar Costa Neto, que controla o PL, deve se preocupar.

O interessante é que Bolsonaro não conseguiu nunca criar o seu próprio partido político, revelando uma incapacidade de organização que expõe seu jeito de fazer política.

Entregou a economia a Paulo Guedes, a política do dia a dia ao então presidente da Câmara Arthur Lira, e foi conspirar contra a democracia, dando com os burros n’água. Já Lula construiu um partido com bases populares importantes, e conseguia mobilizar a massa trabalhadora. Já não mais. Restou a ele representar a defesa da democracia, diante de um antecessor que queria destruí-la.

LULA ANTIDEMOCRÁTICO – Já foi mais temerário no avanço contra a democracia, quando, especialmente no primeiro governo, tentou, através de diversos movimentos, emasculá-la através de projetos de leis e decretos que dariam ao governo a possibilidade de controlar as manifestações culturais e a liberdade de expressão.

Para controlar o Congresso, “comprou” o apoio de uma maioria de ocasião com propinas e nomeações em estatais que resultaram no mensalão e no petrolão.

Temos hoje o exemplo de que não apenas governos de esquerda tentam controlar as instituições nacionais. Os governos de Bolsonaro e de Trump são característicos de autocracias que buscam superar as barreiras institucionais a suas pretensões políticas.

A SUPREMA FORÇA – Tanto nos Estados Unidos quanto cá, as últimas barreiras têm sido as Supremas Cortes do Judiciário. Trump, que em seu primeiro governo era contido por seus próprios assessores, está sendo contido hoje pela Justiça.

Bolsonaro foi permanentemente barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e hoje está para ser julgado pelos crimes que cometeu. O Brasil, também graças ao Supremo, regrediu no combate à corrupção pela desconstrução da Operação Lava-Jato que, a pretexto de punir excessos cometidos pelo então juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba, jogou fora a água da bacia com a criança dentro.

Mas não foi por descuido, e sim por necessidade, como o sapo de Guimarães Rosa. Não se pretendia resolver desvios de conduta apenas, mas apagar os traços do maior escândalo de corrupção já descoberto no país.

ERA SÓ O TRÍPLEX – A decisão de Turma do STF que decidiu pela inabilitação do juiz Sérgio Moro seria apenas sobre o processo do triplex do Guarujá, segundo explicação do ministro Gilmar Mendes.

Mas todos os processos, e não apenas os de Lula, foram anulados por motivos variados baseados na decisão original, e todos os envolvidos, os que confessaram ou não, estão liberados pela mais alta Corte de Justiça do país, como se nada houvesse acontecido no país, ou, como disse o político Romero Jucá em telefonema gravado, houvesse um “acordo, com STF e tudo”. Foi o que aconteceu.

Mas, na América Latina, vários países que foram atingidos pela ação corruptora da empreiteira brasileira Odebrecht em suas eleições, levaram adiante seus processos e vários ex-presidente e chefes políticos, além de empresários, foram condenados em esquemas derivados da Lava-Jato brasileira.

VOLTA O FANTASMA – Como um fantasma, esse escândalo de corrupção retorna para nos assombrar, como aconteceu agora no asilo político dado para a ex-primeira dama do Peru.

Nadine Heredia foi fundadora do partido político que levou seu marido, Humala Olanta, à presidência da República e à cadeia posteriormente, recebeu pessoalmente U$ 3 milhões da Odebrecht a pedido de Lula, como delatou o presidente da empresa Marcelo Odebrecht.

Agora, foi acolhida pelo Brasil sob uma suposta “ação humanitária”, quando é uma criminosa comum condenada a 15 anos de prisão.

Centrão veta Eduardo Bolsonaro como candidato da direita na eleição de 2026

Eduardo Bolsonaro diz que prevê que os EUA não reconhecerão próxima eleição  no Brasil

Eduardo está licenciado da Câmara, morando nos EUA

Roseann Kennedy e Iander Porcella
Estadão

Partidos do Centrão, o grupo político que dá as cartas no Congresso, não querem nem ouvir falar em Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como candidato à Presidência da República em 2026. Lideranças de direita e centro-direita ouvidas pela Coluna do Estadão são unânimes em defender que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – inelegível e com risco de ser preso – deve transferir seu capital político a um aliado, mas tenha outro sobrenome.

O preferido é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entretanto, outros chefes de executivos estaduais também estão no páreo. Procurado, Eduardo não comentou.

SURTO DE SANIDADE – Como mostrou a Coluna do Estadão, partidos de direita esperam que Bolsonaro tenha um “surto de sanidade” e escolha Tarcísio de Freitas para substituí-lo ano que vem.

A expressão foi usada por duas das maiores lideranças que têm influência nas decisões desse grupo político, e se expande nos bastidores.

Os políticos da direita apresentam suas razões para rejeitar o filho 03 de Bolsonaro. A primeira é que ele não tem articulação política e “ninguém conversa com o Eduardo”.

LICENÇA DO MANDATO – Consequentemente, essas lideranças receiam que, eventualmente eleito presidente da República, ele teria confrontos diretos com o Congresso e promoveria retaliações. Algo que o próprio Bolsonaro nunca fez, apesar das polêmicas.

Eduardo Bolsonaro pediu licença do cargo de deputado em março e, desde então, está nos Estados Unidos. É cada vez mais disseminada na direita a sensação de que ele não voltará ao Brasil, sob o risco de ter o passaporte apreendido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta articulação contra a soberania do Brasil junto a autoridades americanas.

Governo Lula subestima a oposição, que conseguirá aprovar alguma anistia

Gleisi Hoffmann tem agenda de reuniões com líderes do Congresso - ISTOÉ  Independente

Gleisi Hoffmann e os líderes deram uma grande mancada

Dora Kramer
Folha

Incrível como o governo é pego desprevenido pela oposição. Leva rasteira atrás de rasteira e ainda se surpreende. Isso acontece porque subestima o oponente. Acabou de acontecer com o projeto de anistia aos golpistas.

O Palácio dormiu no ponto, acordou tarde e o líder no Senado, Randolfe Rodrigues (PT), para justificar a inércia, saiu-se com esta: “Não entramos em campo antes porque quando o adversário está errando não se deve interrompê-lo”.

INÊS QUASE MORTA – Uma versão enviesada da arte da guerra considerando o equívoco de perspectiva, pois quem errava era o governo ao não ser capaz de detectar a tempo o movimento dos ventos. Resultado, quando viu, Inês estava quase morta.

O requerimento de urgência alcançou as assinaturas necessárias, o pedido foi protocolado e, sem força para retaliar os signatários de partidos da base, restou aos inquilinos do poder correr atrás de desistências tardias a fim de respaldar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), na tentativa de amenizar o prejuízo no colégio de líderes.

Ainda que se derrube a urgência, a oposição seguirá no domínio do tema, pois conseguiu distorcer os fatos a ponto de muita gente boa e informada passar a acreditar que havia inocentes na culminância da conspirata no 8/1. Alguma anistia sairá.

“DESAVISADOS” – E por que o Planalto não atuou antes para impedir as assinaturas ao menos daqueles que a ministra Gleisi Hoffmann (PT) chamou de “desavisados”? Por um misto de incompetência, arrogância e falta de tino para perceber que ali estavam todos perfeitamente avisados de que o requerimento funcionaria como recado ao Executivo e ao Judiciário.

Assim como não há inocentes na trama do golpe, não há cândidos no Congresso. Pelo visto, ingênuos movidos pela soberba só existem entre os governistas-raiz.

Tinham o melhor dos argumentos: a punição severa à intentona para evitar reincidência, mas deixaram se perder na mitificação bem engendrada pelos arquitetos do objetivo maior de livrar Jair Bolsonaro (PL) do merecido corretivo.

Lula cria um asilo-companheira, enquanto Moraes tenta se tornar o Trump brasileiro

Lula e Moraes vão a samba na casa de Kakay após diplomação no TSE | CNN  Brasil

Lula e Moraes: ninguém sabe quem consegue errar mais

Wálter Maierovitch
do UOL

Bem que o saudoso escritor Jorge Amado avisou ser o Brasil o país do Carnaval. Nesta semana, tivemos dois episódios extravagantes. O presidente Lula descumpriu o direito internacional ao conceder asilo a quem não era perseguida. Criou, em desacordo com a Convenção das Nações Unidas, uma variante, tipo “asilo-companheiro”, com aval do país de origem da asilada. E o ministro do STF Alexandre de Moraes, por sua vez, deu uma revidada e um puxão de orelhas na Suprema Corte da Espanha.

A Convenção das Nações Unidas de 1954 — e o Brasil subscreveu-a e aderiu — só admite o acolhimento do asilo em caso de perseguição. No Peru, não há perseguição política alguma. Frise-se: o país não é uma Venezuela do autocrata Maduro, que fraudou as eleições e perseguiu a oposição política.

VIA ODEBRECHT – Nadine Heredia foi condenada pela Justiça peruana à pena de 15 anos por caixa dois na campanha eleitoral do marido. Atenção! Um dos maiores abastecedores do caixa 2 da campanha eleitoral de Humala foi a Odebrecht, à época dirigida pelo corruptor Marcelo Odebrecht.

Pelas leis peruanas, ficou patente a quebra do princípio de igualdade entre os concorrentes em eleições. Com o dinheiro fornecido ilegalmente pela Odebrecht, violou-se o Estado Democrático e o Estado de Direito.

Lula — que com razão aponta para Bolsonaro como antidemocrático — fingiu não perceber a gravidade da conduta da peruana a quem deu asilo. Heredia violou a Constituição democrática do Peru. É antidemocrática como o Bolsonaro.

NÃO É DITADURA  – O marido de Nadine está igualmente condenado, não recebeu asilo e se encontra preso. O Peru não é uma ditadura. Já ficou para trás o tempo do ditador Alberto Fujimori e de Vladimiro Montesinos, eminência parda do governo, colaborador com a CIA e dado como comandante do narcotráfico internacional de cocaína.

Lula quis dourar a pílula, e a sua assessoria fala em decisão humanitária, pois a favorecida tem câncer. Não existe essa brecha legal, e o Peru tem médicos, especialistas e hospitais.

O presidente privilegiou a companheira, pois o cidadão comum peruano com câncer não recebe asilo para vir se tratar no Brasil. Lula inventou um “asilo-companheira” para a esposa do ex-presidente peruano que é de esquerda. Na verdade, o brasileiro concedeu impunidade à peruana.

PASSADA DE PANO – Mais ainda, como o corruptor Marcelo Odebrecht obteve no nosso STF uma passada de pano anulatória ampla (tudo está sendo anulado, até a confissão do Palocci que dedo-durou a Odebrecht no Peru), a impunidade, com violação ao direito internacional, chegou à esposa do “companheiro” Humala.

O Brasil tem, infelizmente, tradição em conceder asilos políticos disfarçados. Tudo começou na ditadura militar, com concessão de asilo ao sanguinário ditador paraguaio Alfredo Stroessner — ele morreu em 16 de agosto de 2006, no asilo dourado em Brasília, em mansão de frente ao lago Paranoá.

Agora, Lula mantém a nefasta e ilegal tradição, imitando a direita de matriz fascista.

SALVO-CONDUTO – O governo do Peru deu uma mãozinha, sob comando da presidente Dina Boluarte — dada como oportunista de centro-esquerda e que assumiu por ser a vice de Pedro Castillo, um líder sindicalista (como era Lula) que virou presidente e sofreu impeachment em 2022.

O governo Dina Boluarte concedeu um salvo-conduto (na verdade, um “pode se mandar do Peru para não entrar em cana”) à privilegiada por Lula. Assim, Nadine pôde deixar o seu país.

A mostrar que a questão não era humanitária, mas de ação entre amigos, a presidente do Peru não quis pagar o transporte e nem ceder avião à asilada. Se fosse questão humanitária, pagaria, até pelo risco de perda de vida. Aí, tudo se resolveu com o companheiro Lula enviando um avião da FAB para o transporte da asilada.

BOM PARA BOLSONARO –  O “liberou geral” dado à companheira peruana abriu portas e deu argumentos para os defensores da anistia a Bolsonaro et caterva (e os comparsas).

Não demorou 24 horas para as redes bolsonaristas entrarem no tema asilo e cobrarem coerência. Como se percebe, virou pressão para o presidente da Câmara, Hugo Motta, destravar o vergonhoso projeto de anistia, com os condenados pelo 8 de Janeiro à frente para disfarçar.

E o ministro Moraes tenta ser “mandão” como Trump. Quer atropelar e derrubar todos os obstáculos que impedem o cumprimento da sua vontade. E simplesmente suspendeu a extradição para a Espanha de um potente narcotraficante internacional de

RECIPROCIDADE – Numa acrobacia a invejar o famoso toureiro espanhol Luis Miguel Dominguín, Moraes alegou que a Espanha deixou de conceder a extradição ao nefasto blogueiro, espalhador de fake news, Oswaldo Eustáquio.

Assi, foi pura represália, pelo supremo Moraes. Na verdade, uma decisão com o fígado, que produz bile de cor verde-amarelada. Moraes entendeu não ter a Espanha, pela sua Suprema Corte, observado o princípio de direito internacional da reciprocidade.

Para Moraes, um escandaloso caso de narcotráfico internacional é análogo ao de um blogueiro nacionalista de quinta categoria. Daí, errou em falar em reciprocidade.

PASSOU DOS LIMITES – Tem mais. Moraes quer saber da embaixadora espanhola no Brasil o porquê de não se cumprir a reciprocidade. Com isso, invadiu atribuições do presidente Lula e competência do Itamaraty, órgão de governo.

Moraes não percebeu que a decisão da Corte Suprema da Espanha é soberana, nada tem a ver com o embaixador.

Num passado próximo, e com razão, Moraes ensinou Elon Musk e o presidente Trump que as decisões do STF sobre suspensão de redes no Brasil eram soberanas. Agora, porém, Moraes esqueceu ser soberana a decisão da Corte suprema da Espanha. Assim, num pano rápido, nesta semana Lula inventou o “asilo-companheira” e Moraes mostrou ser o Trump brasileiro.

Espanha agiu corretamente ao negar a extradição do bolsonarista Eustáquio

As impressões da embaixadora da Espanha sobre Porto Alegre

Será que a embaixadora vai responder ao ministro Moraes?

Mario Sabino
Metrópoles

Vesti camisa social agora de manhã para pensar com os meus botões sobre essa história de o ministro Alexandre de Moraes segurar a extradição de um traficante búlgaro para a Espanha, após a Espanha se negar a extraditar para o Brasil o suposto jornalista Oswaldo Eustáquio, bolsonarista mentiroso, com o perdão do pleonasmo, que foi condenado por incentivar e participar de manifestações antidemocráticas.

Os juízes espanhóis que apreciaram o pedido de extradição feito pelo Brasil julgaram que a permanência de Oswaldo Eustáquio na Espanha se justifica por ele não ser um criminoso comum. “A extradição há de ser declarada improcedente por ser uma conduta [o fato investigado] com evidente conexão e motivação política, uma vez que se realizou dentro de uma série de ações coletivas de grupos partidários do Sr. Bolsonaro, ex-presidente da República Federativa do Brasil e de oposição ao atual presidente. Sr. Lula da Silva”, afirmaram os magistrados.

Eles foram além e disseram que a volta do sujeito ao país representaria “risco elevado de que a situação dele no processo penal do Brasil seja agravada por causa de suas opiniões políticas”.

Na sequência, os juízes espanhóis acionaram a Interpol para tirar o nome de Oswaldo Eustáquio da sua lista de procurados, onde a PF o colocou a pedido do ministro do STF que conduz os inquéritos sigilosos abertos de ofício pelo tribunal.

MORAES, DELIRANTE – Em retaliação, o ministro Alexandre de Moraes brecou a extradição do traficante búlgaro, preso com 52 quilos de cocaína,  e concedeu prisão domiciliar ao criminoso, alegando que a Espanha não respeitou a reciprocidade estabelecida pelo tratado de extradição firmado com o Brasil.

Mais: mandou que o governo espanhol, por meio da sua embaixada, “preste informações em cinco dias, comprovando o requisito da reciprocidade, em especial do caso citado anteriormente”.

Os botões da minha camisa social me aconselharam a ler o texto do tratado de extradição entre o Brasil e a Espanha. Lá no artigo IV, estão elencados, nas letrinhas f e g, os motivos que permitem a um dos países não conceder extradição.

DIZ A LEI – Vejam o que diz o tratado de extradição, prevendo os casos de negativa:

  1. f) quando a infração constituir delito político ou fato conexo;
  2. g) quando o Estado requerido tiver fundados motivos para supor que o pedido de extradição foi apresentado com a finalidade de perseguir ou punir a pessoa reclamada por motivo de raça, religião, nacionalidade ou opiniões políticas; bem como supor que a situação da mesma seja agravada por esses motivos;

Diz, ainda, que “a apreciação do caráter do crime caberá exclusivamente às autoridades do Estado requerido”. E salienta que “a alegação do fim ou motivo político não impedirá a extradição se o fato constituir, principalmente, infração da lei comum”. Neste caso, a concessão da extradição ficará condicionada ao compromisso formal por parte do Estado requerente, de que o fim ou motivo político não concorrerá para a agravação da pena.

TRATADO RESPEITADO – Os meus botões e eu temos a impressão de que a embaixadora da Espanha citará essa parte do texto ao ministro Alexandre de Moraes para reafirmar que o seu país respeitou, sim, o que foi acordado com o Brasil.

E talvez para retrucar que o tratado foi desrespeitado pelo ministro, pois é, quando ele travou a extradição de um traficante de cocaína com base no argumento de alhos por bugalhos.

Se é que a embaixadora Maria del Mar Fernandes responderá à citação do STF, visto que, aparentemente, um integrante do Judiciário brasileiro não pode exigir explicações de um diplomata estrangeiro, que está protegido por imunidade até a última das suas medalhas de honra ao mérito.

NÍVEL DE GOVERNO – Pela lei internacional, pedidos de explicações só podem ser feitos de governo a governo e, aparentemente, o ministro Alexandre de Moraes não é o governo brasileiro.

Depois dos Estados Unidos, a Espanha é a segunda grande democracia ocidental que vê perseguição política em atos de Alexandre de Moraes. Talvez seja o caso de o ministro parar para pensar no que anda fazendo.

Talvez seja o caso de nós todos pararmos para pensar com os nossos botões se não estamos abastardando a nossa democracia.

Bolsonaro continua na UTI no sétimo dia, ainda sem alimentação oral

Em novo registro, Bolsonaro caminha por hospital junto a Michelle |  Metrópoles

Bolsonaro caminhando, em vídeo gravado há três dias

Luana Viana
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após ser submetido a uma cirurgia no último domingo (13/4) para tratar obstrução intestinal.

De acordo com boletim médico divulgado na manhã desta segunda-feira (20/4), Bolsonaro segue com boa evolução clínica, sem febre e pressão arterial controlada.

DIZ O BOLETIM – “O Hospital DF Star informa que o ex-Presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório. Segue com boa evolução clínica, sem febre e pressão arterial controlada. Foram retirados os drenos do abdômen e realizada a troca do curativo da incisão cirúrgica, que se encontra em excelente aspecto. Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue intensificando a fisioterapia motora e medidas de reabilitação. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”, diz o boletim.

Assinam o boletim desta segunda-feira Cláudio Birolini, médico-chefe da equipe cirúrgica; Leandro Echenique, médico cardiologista; Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star; Brasil Caiado, médico cardiologista; Guilherme Meyer, diretor médico do DF Star; e Allisson Barcelos Borges, diretor-geral do DF Star.

OBSTRUÇÃO INTESTINAL – Trata-se de uma doença caracterizada pelo bloqueio parcial ou total da passagem dos alimentos digeridos pelo intestino.

Essa condição pode ser provocada por diferentes fatores, como tumores, hérnias, inflamações, intoxicações, ou pelas chamadas bridas intestinais. Os principais sintomas incluem inchaço abdominal, prisão de ventre, dificuldade para eliminar gases, náuseas, vômitos e dor abdominal em forma de cólica. No caso de Bolsonaro, o problema está associado às cinco cirurgias anteriores, feitas após o atentado de 2018, o que favorece a formação dessas aderências.

O procedimento, que durou cerca de 12 horas, teve como objetivo a remoção de aderências intestinais — conhecidas como bridas — e a reconstrução de parte da parede abdominal. Essas alterações são comuns em pacientes que passaram por cirurgias abdominais anteriores e podem causar dor, obstruções e outros sintomas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O problema é complicado, porque Bolsonaro está há dez dias sem alimentação oral.  Por enquanto, recebe nutrientes por via venosa, enquanto o intestino não começa a dar sinais de reflexos de funcionamento. A preocupação é grande. (C.N.)

Francisco foi um Papa amadíssimo, como diz Ignácio de Loyola Brandão

Papa Francisco e a Pomba da Paz |

Papa Francisco recebido pela Pomba da Paz

Vicente Limongi Netto

O mundo acordou triste, com a partida do Papa Francisco. Esmerado em gestos e atitudes grandiosas e generosas.  Dedicou a vida aos sentimentos do amor e compreensão entre os homens de boa vontade. 

Sobre a morte do Papa, recebi uma pequena mensagem do acadêmico Ignácio de Loyola Brandão, e vale a pena transcrever tudo o que o genial romancista escreve.

“Em 1963, morava em Roma, fui na aventura, queria ser roteirista de Cinecittá, fazia reportagens para a “Ultima Hora”. Cobri a morte de João XXIII, passo a passo. Papa amadíssimo, mudou um monte de coisas.

Não fui roteirista, fiquei no romance, na literatura. Belo Papa este, apesar de argentino,… eta preconceito.

Baita abraço,

Ignácio”

BRASÍLIA E CORREIO – A jornalista Ana Dubeux sabe que boas lembranças iluminam nossos corações (Correio Braziliense – 20/04). O jornal líder dos Diários Associados e Brasília são irmãos de fé, convicções e sonhos. Nasceram e crescem juntos, alimentam as mesmas esperanças. A diretora de Redação do Correio escreve, religiosamente, aos domingos e produz textos empenhados em povoar a alma dos leitores e leitoras. Devotada aos fatos, faz críticas procedentes e elogios merecidos, jamais gratuitos.

“Brasília, 65. Correio, 65”, artigo publicado neste domingo sobre o aniversário conjunto da capital e do jornal, é mais um relevante trabalho de Ana Dubeux para a moldura amorosa de Brasília e do bom jornalismo.

GANSO CANSOU – Foi um castigo, Ganso cansou. Pena, O Fluminense mandava no jogo. É incrível como Ganso facilita e simplifica o andamento do jogo. Até que no caminho do Fluminense apareceu a figura sinistra do árbitro, deixando de marcar um penãlti claro contra o Vitória. Por pouco o zagueiro não rasgou a camisa do genial Arias. Renato Gaúcho protestou.

Para que serve o VAR, não é exatamente para averiguar erros do árbitro?

Corrêa do Lago, presidente da COP30, estava acumulando cargos ilegalmente no Itamaraty

País vai à COP 'construir pontes' e propor soluções, defende Corrêa do Lago  | Brasil | Valor Econômico

Corrêa do Lago não disse nada sobre escândalo da OEI

Gustavo Zucchi
Metrópoles

Escolhido como presidente da COP30, a conferência da ONU sobre o clima que acontecerá em Belém (PA) no mês de novembro, o embaixador André Corrêa do Lago pediu exoneração de outro cargo que ocupava no Itamaraty.

Corrêa foi exonerado, a pedido, do posto de secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente da Secretaria-Geral de Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores. A exoneração é retroativa ao dia 11 de abril.

ACUMULAR CARGOS – O presidente Lula anunciou no dia 21 de janeiro o embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP30, e o motivo da exoneração, segundo a assessoria do Itamaraty, seria justamente o fato de o embaixador não poder acumular dois cargos no governo: o de presidente da COP30 e o de secretário do Ministério das Relações Exteriores.

Corrêa Lago foi embaixador do Brasil no Japão entre 2013 e 2018 e, mais recentemente, na Índia, de 2018 a 2023. No mesmo período, entre 2019 e 2023, ele acumulou a função, também, no país asiático Butão.

O atual presidente da COP30 também já atuou nas embaixadas do Brasil em Madri, Praga, Washington, Buenos Aires e na missão brasileira junto à União Européia, em Bruxelas. O diplomata entrou na carreira em 1982 e atua em temas de desenvolvimento sustentável desde 2001. Ele foi o negociador-chefe do Brasil sobre mudança do clima em dois períodos: de 2011 a 2013 e entre 2023 e 2024.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria não informa se Corrêa do Lago devolveu ou pretende devolver a remuneração recebida em dobro, de janeiro até agora. Aliás, é de se estranhar que o Sr. Embaixador até agora não tenha feito nenhum comentário sobre o escândalo do envolvimento da COP30 com a OEI, a ONG de picaretas espanhóis que dona Janja da Silva se orgulha de “coordenar” e que está levando R$ 437 milhões na COP30 . (C.N.)

“No Rancho Fundo” marca a genialidade de Ary Barroso e Lamartine Babo

A cantora Elisinha Coelho, a mãe de Goulart de Andrade

Elisa Coelho foi a primeira a gravar

Paulo Peres
Poemas & Canções

O radialista, músico e compositor mineiro Ary de Resende Barroso (1903-1964) e o advogado e compositor Lamartine de Azeredo Babo, na letra de “No Rancho Fundo”, falam das desilusões amorosas de um cantor humilde na cidade grande. O samba-canção “No Rancho Fundo” foi gravado por Elisa Coelho, em 1931, pela RCA Victor.

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NO RANCHO FUNDO
Lamartine Babo e Ary Barroso

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo, de olhar triste e profundo
Um moreno conta as mágoas tendo os olhos rasos d’água
Pobre moreno, que de tarde no sereno
Espera a lua no terreiro tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega da viola
E a lua por esmola vem pro quintal deste moreno

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira
Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo por quê? Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapê

Como pregava o Papa Francisco, “Deus não pertence a nenhum povo”

Frases do Papa Francisco added... - Frases do Papa FranciscoCarlos Newton

O Papa Francisco cativava pessoas no mundo inteiro com as suas frases marcantes e inspiradoras. Nesta seleção, feita pela equipe do site Pensador, confira algumas grandes lições de Jorge Bergoglio para jovens e pessoas de todas as idades sobre a vida, a gratidão, a política e a natureza, entre outros temas.

– Não existe mãe solteira. Mãe não é um estado civil.

– O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo: quando queremos ajudá-la a levantar-se.

– Deus não pertence a nenhum povo.

– A vida é real, não virtual. Não acontece numa tela, mas no mundo! Por favor, não virtualizem a vida!

– Temos a oportunidade de preparar um amanhã melhor para todos. Das mãos de Deus recebemos um jardim; aos nossos filhos não podemos deixar um deserto.

– No caminho da vida, como em todos os caminhos, aquilo que verdadeiramente conta é não perder de vista a meta.

– Precisamos dos jovens, precisamos de sua criatividade, de seus sonhos e de sua coragem, de sua simpatia e de seus sorrisos, de sua alegria contagiante e também daquela pitada de loucura que vocês sabem trazer para cada situação, e que ajuda a sair do torpor da rotina e dos esquemas repetitivos em que às vezes classificamos a vida.

– Se vivermos com a mentalidade do turista, não agarramos o momento presente e corremos o risco de deixar de lado partes inteiras de vida.

– Se formos portadores de gratidão, o mundo também se tornará melhor.

– Juntos no amor, nós, cristãos, podemos mudar o mundo, podemos mudar nós mesmos, porque Deus é amor!

– Não tenham medo da vida, por favor! Tenham medo da morte, da morte da alma, da morte do futuro, do fechamento do coração. Disto vocês devem ter medo. Mas da vida não, a vida é bela. A vida é para ser vivida e para doá-la aos outros.

– É mais perigosa do que um câncer a doença do desinteresse nos jovens.

– Olhe para o guarda-roupa da alma: quantas coisas inúteis você tem, quantas ilusões estúpidas. Voltemos à simplicidade, às coisas reais que não precisam de maquiagem.

– A amizade é também um dom pelo qual devemos estar sempre gratos.

– Sois todos – sem exceção – um tesouro, um tesouro único e precioso. Por isso, não mantenhais a vida num cofre, pensando que é melhor poupar-se e que o momento de a gastar ainda não chegou!

– O dinheiro tem que servir, não governar.

– Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente.

– Apenas os que dialogam podem construir pontes e vínculos.

– Algumas pessoas cuidam melhor de seus cães do que dos seus irmãos.

– Não tenho ouro nem prata, mas trago comigo o mais valioso: Jesus Cristo.

– Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados.

– Se engana quem acha que a riqueza e o status atraem inveja… as pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior.

– Não deixe que ninguém tire a sua esperança.

– Deus não cansa de perdoar… Nós é que cansamos de pedir perdão.

– Cuidemos do nosso coração porque é de lá que sai o que é bom e ruim, o que constrói e destrói.

– Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades.

– A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem com o mal e sim vencê-lo.

– Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós cristãos não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos!

– Não se pode viver sem os amigos, eles são importantes!

– Não há necessidade de consultar um psicólogo para saber que quando você denigre o outro é porque você mesmo não consegue crescer e precisa que o outro seja rebaixado para você se sentir alguém.

– A paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade.

– Se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida.

– Ao ateu, não diria que sua vida está condenada, porque estou convencido de que não tenho direito de fazer juízo sobre a honestidade dessa pessoa. 

Governo Lula projeta o colapso das contas públicas, num caos anunciado

O desastre da dívida sem saída - Esquerda Online

Charge reproduzida do Arquico Google

José Paulo Kupfer
do UOL

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que o governo é obrigado por lei a divulgar no segundo trimestre do ano anterior, é, quase por definição, uma peça de ficção. Baseada em uma infinidade de projeções, seus números em geral não se confirmam na realidade. Quando muito, como diz o nome, servem como diretrizes da política fiscal que o governo pretende implementar.

Encaminhado ao Congresso nesta terça-feira (15), o projeto da LDO de 2026 não fugiu ao padrão. As previsões do governo Lula para as receitas e para as despesas públicas, de acordo com a quase unanimidade dos especialistas em contas públicas, não são exatamente realistas.

FRACASSO ANUNCIADO – Mas, desta vez, houve uma diferença — e diferença relevante. As projeções do próprio governo para a evolução das contas públicas de 2027 a 2029, anos seguintes ao do término do terceiro mandato do presidente Lula, apontam a impossibilidade de cumprimento das regras do arcabouço fiscal criado pelo próprio governo, já a partir de 2027, primeiro ano de futuro novo governo, sem mudanças e reformulações na política fiscal.

Chamou a atenção o fato de que constatação tão importante tenha sido transmitida por uma equipe técnica dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, em evento sem a presença dos respectivos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, nem mesmo de secretários executivos dos ministérios, os segundos na hierarquia.

Deixaram para os técnicos cometer sincericídio e confessar que, sem reformas, o arcabouço implode em 2027.

ROMBO NO TETO – Como ocorreu com o teto de gastos implementado no governo Temer, a partir de 2017, e mantido no governo Bolsonaro, o arcabouço impõe um teto de gastos. O limite desse teto pode crescer 2,5% acima da inflação a cada ano, desde que não exceda a 70% do aumento real das receitas do ano anterior.

Há espaço para aumentos de receitas capazes de acomodar até mesmo expansão real de gastos acima de 2,5% ao ano. Basta lembrar o que o governo deixa de arrecadar com subsídios, isenções e abatimentos de impostos concedidos a setores e grupos econômicos.

É um enorme volume de recursos, que, em 2025, chega a R$ 800 bilhões, o equivalente a mais de 7% do PIB, dos quais mais de R$ 500 bilhões, ou 4% do PIB, só em benefícios concedidos pelo governo federal.

NEM ADIANTA… – Mas de nada valeria a recuperação, mesmo parcial, dessa enorme perda de receita, pois não resolve a questão dos tetos do arcabouço.

Como no teto de gastos de Temer e Bolsonaro, que permitia reajuste de despesas apenas pela inflação do ano anterior, o arcabouço fiscal de Lula também impõe um teto de gastos. Assim, nenhum aumento de receitas faria qualquer diferença para aliviar a pressão fiscal, se esse teto já tiver sido alcançado. Mesmo com maior flexibilidade do arcabouço em comparação com o regime fiscal do antigo teto de gastos, os limites para despesas, na marcha atual, e de acordo com as projeções do próprio governo, vão estourar o arcabouço a partir de 2027.

FUTURO SINISTRO – Sem mudanças na política fiscal, o colapso das contas públicas e o “shutdown” (termo do jargão fiscal para a paralisia parcial da máquina governamental) estão contratados. O volume de despesas livres no Orçamento, já em 2026, seria insuficiente, se forem consideradas as emendas parlamentares e os complementos para as despesas mínimas constitucionais destinadas à Educação e Saúde.

Estima-se que o volume mínimo de recursos para manter a máquina pública em pleno funcionamento some R$ 120 bilhões, ou 1% do PIB, por ano.

Pressionadas pela expansão dos gastos obrigatórios — concentrados em Previdência, salários e encargos sociais de servidores públicos e programas sociais, como o abono salarial, que caminham para responder por 90% das despesas totais —, as despesas livres não chegariam a R$ 85 bilhões, em 2026, entrando em terreno negativo já em 2027 e chegando a um buraco de R$ 155 bilhões em 2029.

FUGIR DO COLAPSO – Algumas alternativas, isoladas ou combinadas, podem ser adotadas para fugir desse colapso. A primeira é o atual governo empurrar o problema para o próximo, não promovendo reformas, lavando as mãos e deixando a solução do problema para o próximo governo. As demais incluiriam mudanças, todas com altos custos políticos e sociais.

Uma delas é o abandono do arcabouço, com o simultâneo reforço das receitas, para acomodar despesas em aceleração. A dificuldade seria fazer passar no Congresso o aumento de carga tributária, via redução de gastos tributários, mesmo sem novos tributos e aumentos de alíquotas dos existentes.

De todo modo, em algum momento, se as despesas continuassem a crescer em ritmo acima do crescimento da economia, haveria novo estouro.

CORTE DE GASTOS – Há também, como defendem economistas de viés mais ortodoxo e com interesses no mercado financeiro, o caminho do corte de gastos obrigatórios. A principal proposta, nessa linha, é a de reajustes do salário mínimo apenas pela inflação, sem ganhos reais, da extinção dos mínimos constitucionais para Educação e Saúde e da revisão ou eliminação de programas sociais. Aqui são os custos sociais que falariam mais alto e, provavelmente, imporiam restrições e limites ao ajuste requerido.

Diante de tantas restrições, a solução possível teria de combinar cortes de gastos e liberação de receitas perdidas. O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga se antecipou e, recentemente, propôs manter o salário mínimo sem reajustes reais por seis anos, ao mesmo que tempo que os gastos tributários seriam cortados pela metade.

O caminho para um consenso mínimo em torno da viabilidade das medidas necessárias, pode-se prever, seria tortuoso e repleto de obstáculos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Armínio Fraga é um canalha, sempre a serviço dos rentistas, e chega ao ponto de defender o congelamento do salário mínimo, que condena o trabalhador à miséria. Fraga conhece as legislações dos outros países e sabe o que fazer para reduzir o déficit público sem aumentar a desigualdade social, que já é imensa, com a riqueza total tentando conviver com a miséria absoluta. É claro que jamais defenderá a penalização  das “zelites”, como diz Lula, que hoje se considera um “socialista refinado”. (C.N.)

O projeto-lei da Anistia e o enfraquecimento da base do governo de Lula

Quatro departamentos do governo Trump estudam que sanções aplicarão a Moraes 

Jason Miller (communications strategist) - Wikipedia

Jason Miller está providenciando ir à forra contra Moraes

Paulo Cappelli
Metrópoles

Conselheiro do presidente Donald Trump, Jason Miller se juntou a Elon Musk nas críticas recentes ao ministro Alexandre de Moraes (STF) e afirmou que o magistrado brasileiro é a “maior ameaça à democracia no hemisfério ocidental”. As sanções a Moraes estudadas pela Casa Branca, contudo, caminham aos poucos. Isso porque o texto é analisado simultaneamente por quatro departamentos dentro do próprio governo dos Estados Unidos.

Por se tratar de uma questão diplomática, a secretaria de Estado [Department of State], comandada por Marco Rubio, precisa emitir seu parecer. Quando senador, Rubio afirmou que o bloqueio da rede social X por Moraes era uma “manobra para minar as liberdades básicas no Brasil”.

EM OUTROS ÓRGÃOS – Chefiado pelo coronel Mike Waltz, o Conselho de Segurança Nacional [Department of Homeland Security] também opinará sobre o tema. Waltz é crítico da China e tem restrições a governos que mantêm proximidade com o país, como o brasileiro.

Como a sanção a Moraes envolveria bloqueio financeiro ao ministro, o departamento do Tesouro dos Estados Unidos [Department of the Treasury] tem sido consultado.

Por fim, o Conselho da Casa Branca [White House Counsel], responsável por aconselhar juridicamente o presidente dos EUA, completa a lista dos departamentos envolvidos.

CHEGANDO A TRUMP – Somente após cada área emitir seu parecer, seja dando o aval, pedindo ajustes ou refutando o texto, o conteúdo chegará às mãos de Donald Trump, já com a posição de cada órgão. Caberá unicamente ao presidente dos Estados Unidos dar a palavra final sobre o assunto.

Recentemente, em busca de mais informações, integrantes da Casa Branca entraram em contato com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro e com o jornalista Paulo Figueiredo para fazer perguntas sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes.

Em março, Lindbergh Farias (PT) chegou a pedir a apreensão do passaporte de Eduardo, sob o argumento de que o parlamentar conspirava contra o país. A solicitação foi negada pelo STF.

MUSK X MORAES  – As críticas de Jason Miller, o atual conselheiro da Casa Branca que foi porta-voz da campanha de Trump, somam-se declarações do megaempresário  Elon Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental da Casa Branca.

Em fevereiro, o homem mais rico do mundo, que é dono do X, chegou a perguntar a internautas se o ministro brasileiro Alexandre de Moraes “possui bens” nos Estados Unidos, para serem bloqueados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGJason Miller, conselheiro estratégico de Trump, tem horror de Moraes, que mandou a Polícia Federal interrogá-lo quando esteve no Brasil em 2021. E o que resultou da interrogação de Miller? Ora, resultou em nada, rigorosamente nada. Mas a mágoa e a humilhação não foram esquecidas. (C.N.)

Igreja perde Francisco, o Papa que mais avançou nas liberdades sociais

Acordamos hoje com essa notícia, que não é boa. Deixamos aqui nossa homenagem, carinho e gratidão, Papá Francisco. Obrigado por lutar por um mundo mais justo e fraterno 🙏🏼🥹Reinaldo José Lopes     Folha

Os meses iniciais de papado do argentino Jorge Mario Bergoglio, morto nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, levaram observadores menos familiarizados com o funcionamento da Igreja Católica a achar que uma revolução estivesse por vir. O passar dos anos desfez as expectativas mais afoitas, mas também revelou um pontífice dedicado a implementar mudanças profundas e de longo prazo no catolicismo – ainda que não da maneira esperada pelo público não-religioso.

No programa de Francisco, o primeiro elemento fundamental foi ir ao encontro do que ele costumava chamar de “periferias existenciais”. Em suma, seu pontificado se pôs a operar com base na premissa de que a fé católica do futuro estará cada vez menos ligada aos seus antigos centros de poder e influência na Europa (e, em menor grau, na América do Norte) e será cada vez mais latino-americana, africana e asiática.

ABERTO AOS POBRES – Isso se reflete em elementos tão diversos quanto a constante preocupação do papa e do primeiro escalão do Vaticano com o tema dos migrantes e refugiados globais e a formação de um colégio de cardeais (o grupo de “eleitores” e “candidatos” a futuros papas) tremendamente diversificado, com forte participação de países em desenvolvimento que nunca tinham tido um representante desse tipo.

As “periferias existenciais” – migrantes, refugiados, pobres, idosos, jovens – estariam, segundo Francisco, sob o assédio da “cultura do descarte”, uma visão exclusivamente instrumental e econômica do valor dos seres humanos, uma “economia que mata”.

Trata-se de uma crítica ao capitalismo que, de um lado, reitera boa parte do magistério papal moderno, em especial a partir dos anos 1960, mas que leva essa postura a assumir sua encarnação mais radical até agora.

PELA VIDA – Um impulso semelhante pode ser detectado na maneira como o pontificado do argentino levou até o limite outra tendência já presente nos ensinamentos de João Paulo 2º ou Bento 16: a oposição a qualquer atitude contra a vida humana, ainda que pragmaticamente justificada.

Francisco não cedeu um milímetro na condenação ao aborto, mas também fez questão de condenar a pena de morte em todas as circunstâncias e de criticar a chamada doutrina da guerra justa, aceita pela maioria das vertentes cristãs desde os últimos séculos do Império Romano.

As mudanças defendidas por Francisco na maneira como o catolicismo encara as grandes questões do século 21 enfrentaram oposição cada vez mais forte por parte de membros conservadores da hierarquia católica, em especial alguns cardeais que tinham ganhado força no papado de Bento 16, bem como leigos alinhados a eles do ponto de vista político e religioso.

DIREITA RADICAL – É bastante provável que, no universo de quase 1,4 bilhão de católicos pelo mundo, a insatisfação com Jorge Bergoglio fosse comparativamente insignificante do ponto de vista numérico.

Mas seus adversários mais ferozes acabaram sendo impulsionados pela cultura polarizadora e performática das redes sociais e pela ascensão global da direita radical, que fez com que, para muita gente, as posições do papa deixassem de parecer razoáveis.

As polêmicas tenderam a se concentrar em torno de documentos papais que fizeram mudanças na prática pastoral —ou seja, na maneira como sacerdotes e bispos lidam com os fiéis, e não propriamente na doutrina.

DÚVIDAS CONSERVADORAS – Além da possibilidade de comunhão para católicos divorciados que estão num segundo casamento, abriram-se as portas para bênçãos a pessoas em uniões ditas “irregulares” — o que poderia incluir casais homossexuais.

Em diversas ocasiões, os cardeais críticos de seu papado usaram um método tradicional para expor sua contrariedade: o envio das chamadas “dubia” (“dúvidas”, em latim) após a publicação de documentos polêmicos por parte de Francisco e seus colaboradores.

Exigiam, em outras palavras, que o papa esclarecesse o que queria dizer com certas passagens, enquanto Francisco preferia formular diretrizes que dessem certa margem de manobra a bispos e sacerdotes de cada local.

PADRES CASADOS – Se não foram formalizadas alterações significativas sobre questões como o trabalho pastoral com fiéis homossexuais, a possibilidade de ordenar homens casados como sacerdotes ou mulheres como diaconisas (ministério anterior ao sacerdócio) e a perspectiva de que o diálogo sobre esses temas continue são inegavelmente surpreendentes.

O mesmo vale para a abertura à possibilidade de que fiéis divorciados que se casaram de novo tenham acesso à comunhão, algo que poderia ocorrer caso a caso e após um processo de aconselhamento com o bispo da região que esses fiéis frequentam.

É uma mudança discreta para quem está do lado de fora, mas próxima do impensável diante da maneira como o tema era encarado em pontificados anteriores.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGPensem duas vezes antes de chamar Francisco de “comunista”. É bem mais conveniente chamá-lo simplesmente de “humano”, pois foi o único papa que admitiu ser falível. Agora, é certo que ele terá lugar privilegiado ao lado de Jesus, cujas mensagens foram bem entendidas por Francisco. (C.N.)  

Haddad e a esposa enriquecem recebendo seis rendimentos públicos mensais

Esta é Ana Estela Haddad - 21/10/2018 - Política - Fotografia - Folha de  S.Paulo

Haddad e Ana sabem como fabricar dinheiro com facilidade

Fábio Pupo e Guilherme Seto
Folha

O governo Lula tem acomodado em conselhos de administração de estatais pessoas vinculadas ao PT e membros da gestão que não têm formação relacionada à área de atuação das empresas. A lei exige educação acadêmica compatível, além de experiência e reputação ilibada.

Os conselhos têm como função direcionar os rumos das companhias e fiscalizá-las. O governo ocupa cadeiras nos colegiados, e cabe ao ministro responsável pela área nomear seus representantes, que são remunerados com os chamados jetons.

INFLUÊNCIA POLÍTICA – Alguns conselheiros recebem os honorários todos os meses. Em outros casos, o pagamento é esporádico, pela participação em reuniões. Dados do Ministério da Gestão mostram que a gratificação paga pelas estatais varia de R$ 1.733,33 no caso de participação no conselho da empresa Termobahia (subsidiária da Petrobras) a R$ 13.813,97 mensais pela presença no colegiado da petroleira.

A Folha coletou diferentes exemplos de integrantes de conselhos com formação distante da prevista nas normas. Em alguns casos, eles ocupam cadeiras por aparente influência política. As indicações do governo são feitas em geral tanto pelo ministério ao qual a empresa é vinculada como pela pasta da Gestão (que tem direito de indicar um nome por companhia).

Ana Estela Haddad, 58 anos  é conselheira da Dataprev (estatal responsável por armazenar e processar dados, principalmente sobre benefícios sociais). Ela é graduada em odontologia, além de mestre e doutora em ciências odontológicas. Professora titular da USP, atua como secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde e, segundo seu currículo Lattes, lidera pesquisas sobre o assunto. Também é esposa do ministro Fernando Haddad (Fazenda). A remuneração é de R$ 4.188,89 mensais.

DIZ O MINISTÉRIO – O Ministério da Gestão afirma que todas as pessoas escolhidas respeitam requisitos de experiência profissional e de formação acadêmica. A pasta não apontou os elementos nos currículos de cada conselheiro que atendem a essas demandas.

“A compatibilidade entre a formação acadêmica, a experiência profissional e o cargo é verificada no momento da submissão da candidatura ao comitê de elegibilidade de cada empresa estatal, a quem cabe atestar que o conhecimento acadêmico do indicado o torna apto e capaz de exercer adequadamente as atribuições do cargo”, afirmou a pasta.

Procurado, o Ministério da Saúde orientou que a Dataprev fosse consultada. A estatal, por sua vez, enviou um posicionamento similar ao do Ministério da Gestão.

OUTRO CASO – Emir Simão Sader, 81 anos, que integra desde 2023 o conselho de administração da Ativos S.A., securitizadora de créditos financeiros do Banco do Brasil. A companhia atua na gestão da cobrança de dívidas para instituições e empresas.

Com formação em filosofia e ciência política, o professor aposentado da USP (Universidade de São Paulo) e autor de livros como “Estado e política em Marx” e “Lula e a esquerda do século 21” é filiado ao PT e construiu sua trajetória em vinculação com o partido. Sader foi escolhido para o conselho numa das vagas selecionadas pela própria empresa.

Em nota, o Banco do Brasil afirma que as indicações submetem-se a procedimento interno no qual são avaliados requisitos e vedações legais. A estatal também ressalta “a importância da diversidade de conhecimentos” para a empresa. O valor do jetom pago pela Ativos não foi informado à reportagem.

MAIS UM EXEMPLO – Situação similar é a de Swedenberger do Nascimento Barbosa, conselheiro na Companhia Docas do Rio Grande do Norte. Ele é formado em odontologia, além de mestre e doutor em ciências da saúde. Foi braço-direito do então ministro José Dirceu no primeiro governo Lula e secretário-executivo do Ministério da Saúde até a saída de Nísia Trindade do comando da pasta, em março.

A lei das estatais, sancionada em 2016, durante a gestão de Michel Temer, exige que todo membro de conselho de administração tenha reputação ilibada, experiência profissional e “formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado”.

Um decreto posterior, também de 2016, trouxe uma lista não taxativa de cursos ligados ao cargo de conselheiro. De acordo com o texto, seria considerada compatível a formação “preferencialmente” em administração, ciências atuariais, ciências econômicas, comércio internacional, contabilidade ou auditoria, direito, engenharia, estatística, finanças e matemática. Além disso, é possível ser considerada a formação na área de atuação da empresa (saúde, por exemplo).

FUNDADOR DO PT – Um outro caso levantado é o de Luiz Antonio Correia de Carvalho, 71 anos —conselheiro da Companhia Docas do Rio de Janeiro (PortosRio), com jetom de R$ 3.741,37 mensal. Ele é jornalista e concluiu graduação em filosofia pela Universidade de Paris X em 1975. Foi fundador do PT, coordenador de instituições de ensino superior e assessor do Ministério do Meio Ambiente de 2008 a 2016.

No conselho do Grupo Hospitalar Conceição, rede pública em Porto Alegre, está Flavio Koutzii, 82 anos. Formado em sociologia na França, ele também está no conselho da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). É ex-vereador, ex-deputado estadual no Rio Grande do Sul e ex-secretário do governo Olívio Dutra (PT-RS). O valor do jetom não foi informado.

Marcio Tavares dos Santos, 39, secretário-executivo do Ministério da Cultura e curador de arte, recebe R$ 3.521,04 por mês como conselheiro do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, instituição vinculada ao Ministério da Educação. Ele tem mestrado em história e doutorado em arte e foi secretário nacional de Cultura do PT. Também compõe o conselho da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), cuja atividade tem relação com a sua formação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Essa da mulher de Haddad é de lascar. O casal tem hoje seis fontes de renda de recursos públicos. Ana Estela é professora da USP, trabalha no ministério da Saúde e é conselheira da Dataprev. O maridão é ministro, professor da USP e atua no Conselho de Itaipu, cuja remuneração é sigilosa, mas sabe-se que está por volta de R$ 34 mil mensais, para nada fazer. Além, disso, Haddad tem cartão corporativo sem limite. Também são conselheiros de Itaipu os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Esther Dweck (Gestão e Inovação). Como se vê, os petistas são roedores insaciáveis, especializados em consumir verbas públicas. (C.N.)

Trump erra ao denunciar, sem provas, que a Covid foi criada em laboratório chinês

Governo Trump lança site com teoria de que Covid-19 surgiu em laboratório

É uma provocação escandalosa, sem provas materiais

Sarah Owermohle
da CNN

Na manhã desta sexta-feira (18), a Casa Branca lançou um novo site defendendo a teoria de que o coronavírus, que causa a Covid-19, foi um patógeno artificial que vazou de um laboratório de doenças infecciosas em Wuhan, China.

A página reacende um longo debate sobre as origens da pandemia de Covid-19, que tem sido alvo de investigações por agências federais, organizações globais de saúde e comitês do Congresso americano.

“BAIXA CONFIANÇA” – Em janeiro, a CIA divulgou um relatório concluindo que um vazamento de laboratório era provável, mas com “baixa confiança” nessa avaliação, em paralelo a conclusões semelhantes dos departamentos de Energia e Estado.

O serviço de inteligência havia afirmado anteriormente que não tinha informações suficientes para determinar a origem do vírus. A Organização Mundial da Saúde afirmou que permanece aberta a todas as hipóteses, incluindo a de que o vírus tenha se espalhado de animais para pessoas em um mercado de Wuhan.

No entanto, o novo site do governo Trump leva a teoria do vazamento de laboratório ainda mais longe do que a maioria desses relatórios, afirmando que o vírus “possui uma característica biológica que não é encontrada na natureza” e “se houvesse evidências de uma origem natural, ela já teria surgido. Mas não surgiu”.

SITE DA CASA BRANCA – O site federal Covid.gov, que anteriormente continha links para informações sobre vacinas, testes e tratamentos, agora redireciona para o site de vazamento de laboratório da Casa Branca.

Embora as agências de inteligência dos EUA tenham permanecido abertas à possibilidade de o vírus ter sido transmitido naturalmente durante pesquisas de laboratório, quase todas concordaram anteriormente que ele não foi geneticamente modificado.

Muitos cientistas acreditam, com base em análises do vírus e nos primeiros casos, que o vírus ocorreu naturalmente em animais e se espalhou para humanos em um surto no mercado de Wuhan. Mas também afirmaram que a origem do vírus pode nunca ser comprovada.

DOCUMENTO DA CÂMARA – De várias maneiras, a nova página da Casa Branca ecoa um relatório final emitido no ano passado pela Subcomissão Seleta da Câmara sobre a Pandemia do Coronavírus, liderada pelos republicanos, cujo link está disponível no site.

Membros republicanos da comissão concluíram no ano passado que o vírus se originou em um laboratório; os democratas publicaram um relatório separado que não chegou a uma conclusão definitiva sobre as origens do vírus, mas também pressionou por mais transparência.

O novo site também detalha falhas percebidas na resposta à Covid-19, incluindo “lockdowns”, obrigatoriedade do uso de máscaras, financiamento para pesquisas sobre doenças infecciosas e “obstrução” do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos às investigações do Congresso.

PERDÃO PREVENTIVO – Alguns desses funcionários são nomeados. Uma seção da página é dedicada ao perdão preventivo concedido pelo presidente Joe Biden ao diretor aposentado do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Dr. Anthony Fauci.

Vários funcionários do governo Trump, como o Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., criticaram a forma como o governo lidou com a pandemia de Covid-19 e, em particular, a resposta do governo Biden.

O site pode desencadear novas ações da agência de saúde, já que Kennedy criticou os amplos requisitos para a vacina contra o coronavírus e os controversos estudos sobre doenças infecciosas, conhecidos como pesquisas de ganho de função.

PROIBIR PESQUISAS – Muitos congressistas republicanos também pediram que o governo reinstitua a proibição desse tipo de pesquisa, que pode envolver tornar um vírus mais transmissível ou alterar outras características para estudar sua disseminação.

Uma moratória sobre estudos de ganho de função foi suspensa durante o primeiro governo Trump.

No ano passado, autoridades de Biden emitiram diretrizes políticas que imporiam uma supervisão mais rigorosa à pesquisa de ganho de função, mas não proibiriam amplamente esses estudos. As diretrizes entrarão em vigor em maio deste ano.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A acusação, sem prova concreta, significa uma nova agressão à China, totalmente desnecessária e num momento delicado como o atual, com a eclosão da guerra de tarifas. Parece que o governo Trump não tem mais diplomatas, mas apenas agentes provocadores, como se dizia antigamente. (C.N.)