Roberto Nascimento
Que figura medieval e autocrática é esse general de pijama chamado Sérgio Etchegoyen, que não se envergonha de vir a público defender anistia para os militares golpistas. Ora, esse ex-chefe militar não deu um pio quando Bolsonaro armou o golpe e o desrespeito à Constituição. Ficou mudo, certamente porque concordava com a pregação antidemocrática do então presidente.
Os golpistas têm um vício de origem que faz com que tramem até mesmo contra seus pares, como os chamados frotistas (seguidores do general Sylvio Frota) fizeram contra os generais-presidente Ernesto Geisel e João Figueiredo, que tiveram de enfrentá-los para possibilitar a redemocratização do país.
QUESTÃO DE HÁBITO – Ora, se tentaram o golpe contra o regime militar, lógico que iriam fazê-lo também contra o regime democrático, porque a ânsia deles pelo poder é irrefreável, uma questão de hábito.
Os frotistas conspiram contra qualquer governo, militar ou civil, que não siga suas ideias totalitárias. Por isso, não tenho dúvidas de que essa praga golpista continua de pé. Eles não vão descansar enquanto não derem o golpe, mesmo que tenham de matar outros brasileiros que não pensam como eles. São adeptos do pensamento único, assim como os stalinistas, pois agem como se fossem irmãos siameses da esquerda extremada.
Quer dizer que o bravo Etchegoyen sustenta anistia para criminosos, vândalos, depredadores do patrimônio público? Mostra ser um militar destemido, pois não tem medo do ridículo.
FAZER POLÍTICA – Esses processos que estão sendo abertos contra os brasileiros civis e militares golpistas, que invadiram e vandalizaram as sedes dos três Poderes, não são direcionados às Forças Armadas. Na verdade, os militares conspiradores é que desonram a farda. Se desejam participar da política partidária e seguir um mito qualquer, devem ir para a reserva, tirar a farda e usar o terno. Mas Etchegoyen acha que todos devem ser anistiados, mesmo tendo desonrado a farda e a patente militar.
O senado eleito Hamilton Mourão também é da linha dura, já pregou golpe no Sul, fez campanha para senador usando o nome “general Mourão”. Ou sejam entrou na política partidária, mas não despiu a farda. Usa a patente do Exército para seus propósitos particulares. Se ele fizer algo errado, é o nome da Força Terrestre que fica na berlinda, no holofote.
O Exército é a garantia da unidade nacional. Mas, os militares golpistas estão pouco se importando, pois quem prega golpe flerta com a divisão e a guerra civil, um cenário em que todo o povo brasileiro perde. E, a gente sabe, quem ganha são as potências estrangeiras, loucas para assumir o espólio da tragédia.