Matheus Tupina e Nathalia Garcia
Folha
Mais de três dias após uma operação da Polícia Federal contra aliados e de ser alvo de pedido de quebra de sigilos no caso das joias, Jair Bolsonaro (PL) evita se explicar em redes sociais sobre as suspeitas.
A postura de discrição, destoante da adotada por ele em momentos anteriores, se dá depois de a PF pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na investigação do caso.
AUXILIARES PRESOS – Em uma entrevista ao canal bolsonarista Te Atualizei divulgada neste domingo (13), mas gravada no dia 1º, Bolsonaro reconheceu a possibilidade de ex-auxiliares serem culpados, mas disse que as prisões deles visam atingi-lo e forçar delação.
“Tenho dois auxiliares meus diretos presos há 90 dias, tem dois [auxiliares] que não eram diretos meus, mas estão presos ainda, são da ativa: o [Mauro] Cid e o sargento [Luis Marcos dos] Reis, cuja punição, se fossem culpados, podem até ser, não sei, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada e outro [objetivo] é me atingir”, afirmou no vídeo veiculado neste Dia dos Pais.
Na entrevista, ele também criticou o governo Lula (PT), exaltou o legado de sua gestão na economia e falou sobre a transferência de dinheiro via Pix feita por seus apoiadores.
DIA DOS PAIS – Na manhã deste domingo, Bolsonaro voltou a fazer uma publicação em redes sociais, mas ignorando o assunto das joias. Ele postou um vídeo com imagens de familiares e uma saudação de Dia Dos Pais. “Um Domingo repleto de momentos inesquecíveis a todos!”, escreveu.
No sábado (12), publicou um vídeo abraçando uma criança e desejou “bom sábado a todos”, ignorando as diligências cumpridas contra seus aliados na sexta-feira (11).
O pronunciamento de Bolsonaro sobre as suspeitas da PF foi feito apenas por sua defesa, que lançou nota afirmando disponibilizar às autoridades a movimentação bancária do ex-presidente e ressaltando que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.
DIZ A DEFESA – No comunicado, a defesa argumenta que ele “voluntariamente” pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) em março deste ano a entrega de joias recebidas “até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) republicou a nota de defesa do pai, e no sábado, utilizou as redes para criticar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), relançado por Lula no dia em que a operação, chamada de Lucas 12:2, foi deflagrada.
Neste domingo, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, fez uma publicação referente ao tema das joias com a reprodução de um post de uma apoiadora. Segundo o texto dela, uma portaria do governo de 2018 permitiria o entendimento de que as joias recebidas da Arábia Saudita seriam bens pessoais do presidente. Com base neste texto, Carlos escreveu: “Curioso! Existem inocentes e existem os outros!”.
Bolsonaro, deveria “abrir o livro” e dizer para os brasileiros e para o.mundo o papel que se viu obrigado a entrar de cabeça, corpo e demais membros, a desempenhar com o grupo que viria a ser com ele destroçado pela Lava-Jato, pelo fato de ter levado um coice de seus multilaterais parceiros nessa suja empreitada, levando incautos à crer em sua premeditadamente debilitada retirada do páreo, para entrada combinada de um “capacitado” descondenado, para levar adiante as desgraças que se avizinham.
Sugiro à Bolsonaro que fale, que abra essa boca e desarme a arapuca que ajudou a armar contra os brasileiros!