Marinha está em crise e o corte de verbas prejudicará o país, adverte o comandante

Comandante Olsen revela a situação da Marinha

Marcelo Godoy
Estadão

A Marinha do Brasil está em crise e precisa de investimentos. E rápido. Uma força armada pressupõe capacidade de causar dano. Em cinco anos, a Força Naval brasileira terá de aposentar 40% de suas embarcações, deixando as costas brasileiras abandonadas. Pior. Os efeitos do ajuste fiscal do governo ameaçam até os recursos necessários para combustível e munições.

De R$ 79 milhões necessários para recompor a munição da Marinha, só R$ 6,8 milhões foram alocados em 2023. Ela só recebeu 57% do combustível mínimo para manter seus navios se deslocando, sem o qual não é possível dissuadir as ameaças à segurança.

CORTE DE VERBAS – O alerta é do comandante da Força Naval, almirante Marcos Sampaio Olsen, em entrevista à coluna. A Marinha deixou de receber R$ 3,3 bilhões para a manutenção de seus investimentos nos últimos cinco anos e, agora, coleciona 43 embarcações à beira do fim da vida útil. São meios de defesa e patrulha costeira e dos rios e hospitais, que atendem da Amazônia ao Pantanal.

O primeiro deve ser um navio de desembarque de força anfíbia. O impacto só não será maior porque a Força deve receber – se não houver novos atrasos – 12 novas embarcações nesse período, entre as quais quatro fragatas e três submarinos convencionais.

Olsen também prevê diminuir o pessoal militar de carreira em troca de temporários e defende a realização de concursos para preencher as vagas de civis como forma de reduzir os custos com pessoal da Força.

DESATIVAÇÃO – Em razão do limite da vida útil, 43 embarcações devem ser desativadas até 2028, o que corresponde a aproximadamente 40% dos meios da Força, o que degradará sua capacidade para atender tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e dar apoio às ações do Estado, como calamidades públicas, assistência às populações ribeirinhas e combate a crimes transfronteiriços e ambientais.

Serão avaliadas três fragatas, que são navios-escolta empregados prioritariamente na Defesa Naval, mas que pela sua versatilidade realizam diversas tarefas em outros campos de atuação, inclusive em ações de apoio ao Estado. Há dois submarinos e um navio de desembarque de carros de combate e tropas militares, que será desativado em dezembro.

NOVA AVALIAÇÃO – Cerca de 70% dos navios serão submetidos à avaliação. Isso inclui ainda dois submarinos, 29 navios distritais de 3.ª e 4.ª classes, entre eles, 12 navios-patrulha e quatro navios-patrulha fluviais, empregados em segurança marítima, mas fundamentais também no atendimento à população por ocasião de catástrofes naturais e às comunidades ribeirinhas nas bacias amazônica e do pantanal.

A lista tem ainda três navios-varredores, três navios de assistência hospitalar, que levam assistência de saúde às comunidades ribeirinhas na região amazônica e no pantanal; três avisos de instrução, utilizados na formação profissional dos alunos da Escola Naval.

E, por fim, 13 navios empregados em atividades hidroceanográficas, relacionadas à produção de informações sobre o ambiente marinho, que contribuem para salvaguarda da vida humana e desenvolvimento nacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importante entrevista. Demonstra que os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) devem reorientar seus gastos. Eliminar mordomias, penduricalhos e outras despesas supérfluas, para investir apenas no que é fundamental ao poder público. No início do governo, o comandante Olsen agradeceu a Lula por ter mantido o orçamento combinado, mas a palavra de Lula era conversa fiada. As autoridades brasileiras vivem em meio ao luxo, enquanto o país vai se desmilinguindo, como se dizia antigamente. (C.N.)

11 thoughts on “Marinha está em crise e o corte de verbas prejudicará o país, adverte o comandante

  1. As autoridades brasileiras vivem em meio ao luxo, enquanto o país vai se desmilinguindo, como se dizia antigamente. (C.N.)

    Sr. Newton

    As “otoridades” precisam descer do púlpito e dar uma caminhada pelas ruas do Páis……

    Mas…

    Sem seguranças armados, carros blindados, helicópteros , aspones e afins

  2. Sr. Newton

    Vamos aguardar se a Alma Mais Honesta do Universo vai brigar com os ‘banqueirinhos” que tocam o terror no povo com seus juros de 500%,600%700,800% ao ano….

    A dona desse Banco está nadando de braçada no suor do povo brasileiro….

    Clientes contra Crefisa: ‘Empréstimo de R$ 5 mil virou dívida de R$ 36 mil’…

    https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/10/30/juros-abusivos-faz-clientes-irem-a-justica-contra-crefisa-vendi-um-carro.htm?cmpid=copiaecola

  3. O governo envia a verba, e vira um show de próteses, picanhas, leite condensado, etc.
    Sem nenhum comprometimento com a vontade do povo, aquele que os sustenta.

  4. De que adianta liberar mais verbas se apenas uma fração mínima disso vai ser de fato utilizada para modernizar nossos equipamentos e no aperfeiçoamento profissional do quadro?

    Pode quintuplicar o orçamento de defesa que os generalecos vão arranjar uma forma de gastar tudo com picanha, Heineken e viagra.

    Melhor direcionar os recursos pra saúde e educação mesmo.

  5. KKK na ânsia de agradar o novo chefe dos milicos estes saíram correndo para bater continência, mas sem antes garantir os seus soldos e as pensões da suas viúvas. Com 80% do orçamento das FFAA comprometidos com o pagamento de aposentadorias e pensões, nada desprezíveis na sua grande maioria, resta muito pouco para garantir armas e equipamentos modernos, como querem os milicos. O Stalinácio já está acostumado com a choradeira dos seus empregados, já os governou antes.

  6. Para diminuir o custo das despesas com o funcionalismo dos três poderes, tem de combinar com o legislativo.
    O número de assessores variam de 17 a 83 assessores nos gabinetes e escritórios de apoio dos senadores.
    O irmão da Michelle ganhou do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas um cargo com salário de R$ 21,5 mil, Nada mal.

    O comandante Olsen da Marinha tem toda a razão, os ajustes ficais não podem limitar o governo de poder investir, é a política do atraso para o Brasil ficar deitado eternamente em berços esplêndidos e de evoluir.

    O mercado que vive de especulação e seus apoiadores chamam os investimentos de maneira pejorativa de gastos e o Lula quer é gastar. Para quem não entende, faz um juízo errado do que eles chamam de gastos.
    A luta de Lula, é contra um ajuste fiscal que limita os investimentos, que sem os quais o Brasil não sairá do lugar

    Se o dono de uma empresa, está fechando seu balanço com prejuízo por falta de capital para melhorar a produção, faz um empréstimo, aumenta seu maquinário admite mais funcionários para passar a produzir e vender mais. Esse investimento que fez na empresa vai dar retorno e permitir que pague o empréstimo com tranquilamente.
    Assim, é um país, se não investir, não gera emprego, consumo e progresso. Todo investimento, chamados pejorativamente de gastos, dá retorno com lucro.

  7. Hoje compreendo o FHC nesse sentido.
    O Lula tem que seguir o mesmo caminho.
    Essa rapaziada não possui nenhum comprometimento com quem o sustenta.
    E mais, ainda se acham donos de seus caminhos.
    Oito anos de seca talvez os façam perceber a realidade.
    O povo cansou,vídeo o resultado das últimas eleições……e das próximas.

  8. Apenas Judiciário e MP sugam todos os recursos públicos para sustentar a maior vaidade do planeta.

    Imagine o Atlântico Sul, com essa costa gigantesca e riquezas sem limites descobertas a cada dia, ficar desprotegido.

    O mundo não está tranquilo para brincarem de deixar o Brasil sem defesa.

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