Marqueteiros de Lula repetem na Argentina estratégia petista usada contra Bolsonaro

Figurinha de campanha de Sergio MassaVera Rosa
Estadão

Os marqueteiros ligados ao PT que trabalham na campanha de Sergio Massa à Casa Rosada tentarão resgatar a autoestima da sociedade e o sentimento de unidade nacional, neste segundo turno da eleição, com uma frente ampla para enfrentar a crise. A estratégia de forte tom emocional também foi usada na propaganda de Luiz Inácio Lula da Silva contra Jair Bolsonaro, no ano passado.

O programa de Massa, candidato da coligação Unión por la Patria, será agora inspirado no mote “Argentina Si”. O slogan apareceu no fundo do palco de um centro cultural em Buenos Aires, onde no domingo, 22, ele agradeceu os eleitores pela surpreendente vitória sobre o adversário Javier Milei na primeira rodada da disputa.

SALVE-SE QUEM PUDER – O discurso do ministro da Economia de um país à beira do colapso financeiro deu ali as pistas do que será a âncora da segunda etapa de sua corrida rumo à Presidência da Argentina. Ao dizer estar convencido de que “esse não é um país de merda como têm dito”, mas, sim, “um grande país”, Massa expôs uma das principais linhas de sua campanha: explorar a “argentinidade” e o orgulho portenho.

A ideia dos marqueteiros brasileiros Raul Rabelo, Otávio Antunes e Halley Arrais é mostrar que uma eventual gestão do ulltraliberal Milei, deputado conhecido como “El Loco”, representará um verdadeiro “salve-se quem puder”.

Rabelo participou da campanha de Lula no ano passado, ao lado de Sidonio Palmeira; Antunes assinou programas de Fernando Haddad na disputa presidencial de 2018 e na corrida ao governo de São Paulo, em 2022. Arrais, por sua vez, já passou pelos comitês de Haddad, Dilma Rousseff e outros petistas.

DOSES DE PÂNICO – Agora, a propaganda de Massa vai injetar novas doses de pânico nos eleitores para explorar como será a Argentina de Milei, caso o candidato de La Libertad Avanza – que prega dolarização da economia, fim do Banco Central e saída do Mercosul – vença as eleições, em 19 de novembro.

Na TV, o país de Milei exibido pela campanha peronista não terá mais bônus para desempregados e trabalhadores informais nem subsídios para transporte e energia elétrica. Muito menos vouchers para crianças irem à escola. A Argentina da propaganda de Massa, na outra ponta, será o país que olha para todos e não deixa ninguém para trás.

O rosto de um ministro da Economia sorridente continuará aparecendo dentro do coração vermelho com o apelo “Votá con amor”. Em 2022, a campanha de Lula também trazia o pedido “Vote com Amor”, para divulgação em redes sociais, uma nova versão do “Lulinha paz e amor” de 2002.

APOIOS E ADESÕES – Massa não terá o apoio de Patricia Bullrich, a ex-ministra de Segurança da gestão de Maurício Macri que ficou em terceiro lugar no embate e vem sendo cortejada por Milei para compor seu eventual governo. Empenhado em disputar os votos dos eleitores de Bullrich, no entanto, Massa procura atrair o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta.

Em agosto, Bullrich derrotou Larreta nas primárias para a escolha de quem concorreria pela coligação Juntos por el Cambio. Houve um racha na centro-direita e é justamente essa fatia que Massa tenta conquistar ao apelar por uma frente ampla em torno de sua candidatura.

Foi também com uma convocação pela unidade nacional contra o autoritarismo que Lula conseguiu derrotar Bolsonaro, então candidato à reeleição, e chegar pela terceira vez ao Palácio do Planalto.

SEM APOIO FORMAL – No ano passado, porém, Lula era desafiante de um presidente que protagonizava articulações antidemocráticas, era contra a vacina e defendia a ditadura militar. Massa, por sua vez, enfrenta todo o desgaste de comandar a economia de um país com inflação de 138% ao ano, pobreza atingindo 40% da população e violência nas ruas.

Apesar de apoiar Massa e ter feito gestões para ajudar a Argentina, terceiro parceiro comercial do Brasil, Lula não planeja aparecer na campanha do aliado. No Planalto, a avaliação é a de que essa iniciativa não seria conveniente do ponto de vista político, mesmo porque, se o ministro perder, o presidente será associado a uma derrota. Fora do poder, Bolsonaro já gravou mensagem para Milei.

“Lula foi essencial na definição do resultado do primeiro turno das eleições argentinas”, disse o deputado Zeca Dirceu, líder da bancada do PT na Câmara.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se Massa segurar a onda e conseguir vencer, será em função do apoio de Lula, fundamental para liderar o primeiro turno com folga e chegar confiante à reta final. Quanto à crise econômica da Argentina, realmente é um fenômeno espantoso, a ser estudado, pois se trata de um país altamente viável. (C.N.)

13 thoughts on “Marqueteiros de Lula repetem na Argentina estratégia petista usada contra Bolsonaro

  1. Essa Vera Rosa é a aquela que tirou da cabeça que o Lula obrigou 20 países a votar pelo empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina? Pelo visto virou a nova vedete da TI.

  2. Quanto à crise econômica da Argentina, realmente é um fenômeno espantoso, a ser estudado, pois se trata de um país altamente viável. (C.N.)

    Lá como cá nada a tirar….

    Lá tem o banditismo do peronismo crônico corrupto que apenas quer a perpetuação do poder e que se dane a destruição do Páis, tudo é feito para esse sentido,

    È viável mas o Páis fica totalmente inviável nas mãos desse banditismo.

    Aqui é a mesma coisa com o banditismo do Maníaco da Cachaça…

    Sr. Newton, reparou como está totalmente fora de si ?

    Está numa “cuspideira” que os que estão ao seu lado tem que usar guarda-chuva….

    Nosso Páis é viável, mas com o LulaBabá e seus 40 Petroladrões o tornam inviável….

    E la nave vá…….direto para o fundo do poço…

    Grande abraço

    Máxima 28o. com chuvas….

    Visite o Brasil antes que acabe

  3. Caro Carlos Newton, “marqueteiros do PT, sendo pagos com dinheiro libeeado e mandado pela “Tebet”? Não há flagrante irregularidade nesse ato e passivel de cassação da candidatura do “amoroso”?

  4. O Joelmir Betting, já dizia que no mundo, existiam 4 tipos de economias. A capitalista, a comunista, a esquimó e a argentina.
    Dizem também que argentino é o italiano que fala espanhol e pensa que é inglês.
    Dizem ainda, que o melhor negócio do mundo, é comprar um argentino pelo que ele vale, e vender pelo que ele pensa que vale.
    Bem, se algum candidato quiser mesmo fazer os 100% dos votos, basta prometer que se eleito, no primeiro dia de governo, mandará o exército invadir as ilhas Malvinas.
    Será eleito por unanimidade.

  5. Com Bolsonaro e seu filhotes apoiando abertamente o Milei, será certa a vitória de Massa.
    É bom lembrar que Maurício Macri, com sua política de direta piorou o país.
    A Argentina, é um país com boa estrutura, pode sair dessa situação.

    No início dos anos 90, o Brasil teve uma inflação a.a. em torno de 1000% e 90% ao mês, e conseguiu normalizar a inflação num patamar plausível.
    Certamente com um louco despreparado a Argentina irá de mal à pior.

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