José Antonio Perez
É triste esse nunca-acabar de “penduricalhos”, com os operadores da Justiça disputando quem ganha mais e consegue novos argumentos para furar o teto constitucional. Nesta segunda-feira, dia 11, o Conselho da Justiça Federal retomará o julgamento que pode ressuscitar um benefício extinto para juízes federais e render R$ 241 milhões aos magistrados. O pedido, feito pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), busca reajustar benefício que era pago ainda na década de 1990.
Está tudo errado, criou-se no Brasil uma sociedade injusta, em que a desigualdade salarial e social aumenta cada vez mais.
PROPOSTA DE FHC – O salário máximo do servidor público deveria ser de quatro mil dólares (referência), como sugeriu lá atrás o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sem qualquer mordomia ou penduricalhos. Na época, vinte mil reais.
E notem que FHC se baseou no salário da primeira-ministra da Alemanha, não foi um palpite aleatório.
Duas décadas depois, R$ 2.924,00 é hoje a renda média mensal do brasileiro. E os R$ 20 mil reais por mês de FHC no Brasil são um salário só alcançado por menos de um por cento da população. Quem ganha se sente verdadeiro milionário.
QUE TAL R$ 30 MIL? – Descontada a inflação do dólar, de lá para cá, digamos que o índice proposto por FHC chegasse agora a R$ 30 mil. E ponto final. Mas juízes, procuradores e defensores públicos são insaciáveis.
Estamos vivendo um verdadeiro teatro dos horrores por aqui. Sucessivos governos fizeram do Brasil um país do cada um por si. Infelizmente, o personalismo hoje está elevado à última potência. Todos querem ser protagonistas, mesmo tendo sido eleitos ou indicados para fazer outra coisa, como ocorre no Supremo.
O poder corrompe. Na verdade, a disputa é de todos contra todos nesse mundo generalizado. Como ensina o ditado norte americano “It’s just me, myself and I” (É somente eu, meu e eu), Exatamente o contrário do que deveria ser. E os Três Poderes não se interessam pelo assunto. Devem considerar sem importância, porque afeta a seus ocupantes.
A Farra não pode cotinuar!
A farra vai continuar!
A farra vai continuar 2.
Primeiro: juiz e promotor no Brasil, com a chave de todos os cofres e de todas as prisões, sempre acima da Lei, das provas, da Constituição e da Jurisprudência e do bom senso, não é servidor público.
É um tirano sem votos, que nunca presta contas, que não se submete a nenhuma fiscalização ou controle efetivo (apenas a fachada corporativista e ineficaz dos sindicatos, regidos pela politicagem e pelas boas relações: CNJ e CNMP).
Segundo: não estamos falando de cinquenta salários todos os meses apenas para os autodenominados “gestores” (juízes e promotores), que não precisam trabalhar, pois são “donos do Estado brasileiro”. Estamos falando do patrimonialismo em sua forma mais explícita.
Juízes e promotores brasileiros arrancam fortunas sem limites do erário e não há Justiça, mas sim um esquema de extorsão de inocentes, contribuintes, eleitores, pelo avesso do que há de republicano e de democrático.
Sugiro o voto direto, secreto, universal e periódico para esses que são hoje os agentes políticos mais poderosos e ociosos do mundo: juízes e promotores brasileiros.
Se houvesse um Ministério Público atuante, com tanta estrutura e vultosos recursos, o Brasil não estaria nesse caos de corrupção e ineficiência.
O fato é que não há.
Magistratura e MP se tornaram os maiores exploradores não eleitos da população.
Eles adoram “fazer amor no povo”.
GRAU DE CONSCIÊNCIA, é isso que pode fazer a diferença, no Brasil e no mundo. E quem é que vai colocar o guizo no gato ? Cadê a classe política (executivo e legislativo), com autoridade moral para chamar o país às falas e responsabilidades, convicta de que autoridade sem autoridade moral não é um bem mas isto sim um grande mal ?
Bom texto, mostrando a grande desigualdade social, fruto da ganância para acumular riqueza, acho que não sabem que em breve vão morrer.
Esse sistema vem sendo mantido pelo Congresso, porque também é de seu interesse. É ele quem tem o maior poder para fazer uma reforma salarial e acabar com os penduricalhos e que ninguém ganhe demais e que ninguém ganhe de menos.
Com esse Congresso elitista com maioria de parlamentares de direita aliados à extrema direita não tem como adequar os salários da elite e do trabalhador à um patamar justo.
Agora mesmo o Congresso está criando dificuldades para o governo taxar os milionários e diminuir as isenções fiscais, se fosse para tirar direito dos trabalhadores, eles aprovariam na hora.
No Brasil está num salve-se quem puder, se a farinha é pouca, meu pirão primeiro.
Perfeito, além disso o bolsonarista Lira, sempre que levantam a hipótese de incluir esses togados na reforma administrativa inventa um jeito de poupa-los.
1) Penduricalho$…
Também pudera, quando um poder diz que ele sozinho elegeu o presidente da república a coisa não podia ser diferente. Como metade ou mais de deputados, senadores, governadores e prefeitos tem bronca no judiciário, e sabedores de que uma decisão de um juiz ferra com a pretensão de qualquer político, quem se atreve a mexer com estes togados? Daí a farra geral, “conosco ninguém pode” pensa este pessoal togado.
Bem colocadas suas palavras, José Antônio!
Não sei onde vamos parar, muito triste todo esse quadro.