Francisco Leali
Estadão
A dois dias da noite de Natal, pode parecer estranho falar em conflito. Afinal, os que creem celebram a data que emana desejos de fraternidade e esperança por conta do nascimento do menino chamado de Jesus, nos ensinam os cristãos. Mas ocorre que a política parece seguir outra toada. Ano que vem tem eleição municipal com os dois principais líderes políticos do País pregando mais acirramento do que bem-aventurança.
Jair Bolsonaro perdeu o direito de ter seu nome nas urnas por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mas não se aposentou da política. Segue rodando o interior. Vez ou outra, suas redes sociais divulgam imagens do ex-presidente cercado de adictos ao espírito de adoração mitológica. Ele parece disposto a impulsionar candidaturas municipais. Gente que possa manter acesa a chama do bolsonarismo ainda que seu patrono carregue o título de inelegível.
MAIS CONFRONTO – Pode-se dizer que, pelo currículo, Bolsonaro é professor na arte de estimular o confronto. Passou quatro anos rosnando e praguejando para quem não lhe via como um messias. Na literalidade, entregou armas à população. Na disputa eleitoral que está por vir não será surpresa se voltar a defender que candidatos ligados ao PT sejam varridos do mapa.
O presidente Lula da Silva, com um País para administrar, também começou a abrir espaço na agenda a temas eleitorais. Mais recentemente pegou pela mão o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para vendê-lo como opção aos eleitores paulistanos.
Em outro ato, desta vez da direção nacional do PT, Lula apontou as falhas da legenda: não sabe falar com evangélicos, ruralistas e pequenos empreendedores. Todos com votos que estão sendo carreados pelo adversário Bolsonaro.
EX-PAZ E AMOR – O petista, que já se elegeu com lema de ‘Lulinha paz e amor’, tem, no entanto, oscilado entre pregar união dos diferentes e o confronto aos divergentes.
Foi assim que num mesmo discurso, cobrou que os petistas batam em portas fechadas a eles e, ao mesmo tempo, defendeu a política ao modo canino.
“Nós sabemos que (vocês) não podem aceitar provocações, não podem ficar com medo, não podem enfiar o rabo no meio das pernas. Quando um cachorro late para a gente, a gente late também”, ensinou Lula. E confessou seus planos e prognósticos para a disputa de 2024: “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios”.
TUDO PELA REJEIÇÃO – Diversos nos estilos e na formação, Lula e Bolsonaro parecem unidos no propósito de manter os eleitores reféns da aversão a um e outro, convencidos de que a rejeição ao oponente lhe assegura a vitória.
O pensamento, que valeu para a disputa presidencial de 2022, esfacelou qualquer outra candidatura diversa.
Tornou-se ideia fixa a ser entoada em 2024, onde petistas e bolsonaristas planejam assegurar posições políticas País adentro, ainda que os militantes e também eleitores tenham que ser atiçados a latir uns para os outros.
Sem levar em consideração o que foram os 4 anos de governo Bolsonaro e 1 ano do governo Lula, as opiniões são erradas, pois baseadas no fanatismo.
Usarão novamente(desde Dilma), o “Mandrake”, ou sofftware “sobressalente”?
Então senhor Schossland. O TSE teve dois anos para implementar pelo menos parcialmente, uns 50%, de urnas com registro em papel, ficando auditável, se o que saiu no resultado, corresponde com o que estava nas urnas.
Se não o fizeram, corroboram plenamente com os que não confiam no sistema.
Não levaremos nem para o lado da arrogância e sim de que realmente o “Mandrake” existe.