Vera Rosa
Estadão
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já foram avisados pelo Palácio do Planalto de que o ex-presidente da Corte Ricardo Lewandowski será o novo titular da Justiça, substituindo Flávio Dino, que vai assumir uma vaga na Corte. O anúncio ainda não foi feito porque Lewandowski pediu um prazo para definir os seus auxiliares na equipe, mas a nomeação deve sair até o fim desta semana.
A conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Lewandowski ocorreu nesta segunda-feira, 8, no Palácio da Alvorada. O ministério não será dividido e, com isso, a segurança pública continuará sob a alçada da Justiça.
SEM DIVISÃO – Lewandowski sempre foi contra essa separação de funções. Em conversas reservadas, ele chegou a dizer que o desmembramento do Ministério da Justiça não era uma operação tão simples como “tirar um paletó” porque as estruturas são interligadas.
Além disso, o magistrado aposentado concorda com Dino, para quem um ministro sem o comando da Polícia Federal fica enfraquecido.
Escolhido por Lula, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, continuará à frente da corporação. Nesta terça-feira, 9, Rodrigues disse que as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes devem terminar em março.
E CAPELLI? – O Estadão apurou que Flávio Dino pediu a Lula a manutenção do secretário-executivo Ricardo Cappelli. O destino do auxiliar virou um dos impasses para o anúncio de Lewandowski.
Ainda não está definido o futuro de Cappelli, que foi interventor na segurança pública do Distrito Federal após a tentativa de golpe do 8 de janeiro. Filiado ao PSB como Dino – que terá de sair do partido para ingressar no Supremo –, ele também foi ministro interino da Justiça.
O comando do PSB quer a manutenção de Cappelli e de outros nomes do partido que integram o Ministério da Justiça, como os secretários Tadeu Alencar (Segurança Pública), Augusto de Arruda Botelho (Justiça) e Ênio Vaz (Assuntos Legislativos).
POSIÇÃO DO PSB – “Temos pessoas muito qualificadas e não podemos retroceder. A continuidade do trabalho dessa equipe é essencial para manter o progresso alcançado”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
Até agora, o mais cotado para ser secretário-executivo do Ministério da Justiça é o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto.
Ex-secretário-geral do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Almeida Neto era o nome defendido por Lewandowski para ocupar sua vaga no Supremo. Lula, porém, indicou Cristiano Zanin, advogado que o defendeu das acusações da Lava Jato.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – José Carlos Werneck já tinha cantado a pedra que Lewandowski seria ministro da Justiça. Assim, em tradução simultânea, Lula da Silva preferiu nomear o atual advogado de Joesley e Wesley Batista,, confirmando que a corrupção continua dando as cartas neste país. E o mais incrível é o presidente da República anunciar previamente aos amigos do Supremo, como se a nomeação tivesse objetivo de também agradar a eles. (C.N.)
Mais um representante à altura da DEMOcracia liberal.
Uma das poucas vezes que tenho que discordar de você Carlos Newton
” Assim, em tradução simultânea, Lula da Silva preferiu nomear o advogado de Joesley e Wesley Batista,, confirmando que a corrupção continua dando as cartas neste país.”
A gente nem precisa de alguma prova ou confirmação que a corrupção manda no país ha mais de 20 anos ? De Sarney para cá, o único que se salvou foi Itamar. O resto eu considero farinha do mesmo saco. A meta deles junto com os demais políticos e judiciário foi e está sendo enriquecimento, aumento de poder, e melhorias em seus projetos pessoais.
Deltan Dallagnol não se dobra e faz resumo de ilegalidades de Moraes em 10 pontos: ‘O mal, sem oposição, se espalha como fogo em palha seca’
https://www.youtube.com/watch?v=fSgqJai-bIw
O ex-deputado Deltan Dallagnol, que foi o procurador coordenador da Operação Lava Jato, participou da Super Live promovida pela ASFAV, a Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro, e fez um resumo em 10 pontos dos absurdos que vêm sendo cometidos nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, e em especial nas prisões em massa ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Dallagnol explicou que vê dois objetivos nas últimas movimentações do ministro e de membros do governo Lula, que vêm concedendo entrevistas coordenadas e promovendo atos comemorativos das injustiças. O ex-deputado disse: “eu vejo dois objetivos. O primeiro é trazer legitimidade para o que é ilegítimo (…). O segundo é alcançar a regulamentação das redes sociais”.
O ex-procurador organizou uma lista com 10 problemas para resumir os absurdos observados nas prisões em massa e condenações relacionadas ao 8 de janeiro. Dallagnol mencionou: a falta de individualização das penas, com violação ao princípio da presunção de inocência; a criação de uma teoria nova para culpabilizar os cidadãos, contrariando a jurisprudência do próprio STF; que a criação dessa teoria é uma inversão completa do que já foi utilizado pelo Tribunal; a acusação por crimes impossíveis para forçar uma pena maior; a acusação por associação criminosa sem os requisitos da permanência e da estabilidade; as penas completamente desproporcionais; a condenação à insolvência civil, subtraindo dos acusados seu patrimônio e seus meios de sustento; a incompetência do STF, mantida para garantir condenações que seriam impossíveis em outras instâncias; o fato de haver um tribunal de exceção; e a situação do ministro Alexandre de Moraes, que se reconheceu como vítima.
Dallagnol alertou as pessoas que comemoram as injustiças contra seus inimigos, lembrando: “a injustiça contra essas pessoas é uma injustiça contra todos os brasileiros. O mal, sem oposição, se espalha como fogo em palha seca”.
Vergonha de ser brasileiro!!