Roberto Fonseca
Correio Braziliense
Para quem tem planos de se manter no poder por mais alguns mandatos, o PT e o governo começaram cedo a cutucar os aliados, em especial, o PSB e o MDB. E muitos avisam que, se nada for feito, a resposta será dada no painel de votações no futuro próximo. Em um ano, o PSB perdeu o Ministério de Portos e Aeroportos e a Justiça e até aqui foi “compensado” com a criação do minúsculo Ministério da Micro e Pequena Empresa.
O MDB, fundamental para Lula vencer em 2022, voltou a ser visto com desconfiança pelo Planalto, e Lula tem atacado duramente o governador de Brasília, Ibaneis Rocha.
ROMPIMENTO – No MDB, a ala que defende o rompimento com o governo pretende usar as falas de Lula contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o movimento de tirar Marta Suplicy do partido como argumentos para buscar o afastamento.
A turma avessa ao PT ainda não tem poder de fogo para romper de vez, mas promete fazer barulho em 2024.
No PSB, desde que Eduardo Campos saiu candidato a presidente, em 2014, os petistas têm uma certa desconfiança em relação ao aliado. Até aqui, Lula segurou todos com pouca cessão de cargos e muita lábia. Mas nada está tranquilo na sua base.
A APOSTA DO PT – Os petistas continuam otimistas e acreditam que algumas concessões do governo serão suficientes para acalmar os aliados e ficar sem precisar depender muito do Centrão para 2026. Afinal, foi assim no passado, a ponto de Lula conseguir eleger Dilma. E esse é justamente o receio dos aliados que hoje se veem colocados de lado no governo.
A carta em que o ex-secretário executivo do Ministério das Cidades Hildo Rocha agradece ao ministro Jader Filho e pede exoneração foi a saída que os emedebistas encontraram para tentar tirar os holofotes de uma briga interna do MDB. Sarney e a bancada do Maranhão estão furiosos.
No partido de Michel Temer, há a certeza de que, se a ala que deseja permanecer no governo começa a se desentender, os governistas perdem fôlego. E, pelo menos até que se tenha alguma luz sobre 2026, não dá para largar o barco de Lula.
O que Lula fará, para desmantelar o “monstro” que criou, agora que concientiza-se de sua finitude?
Fará muita pirotecnia, e muito malabarismos de encher os olhos da platéia.
Goste ou não, Lula domina o circo del SOLEIL.
PS:
Pergunta pro Waldemar.
Até as eleições as brigas entre os aliados do Stalinácio vão ser assim, querendo mais espaço, ou seja, cargos. Abertas as urnas a coisa muda de figura, aí é o Stalinácio tentando juntar os restos da base aliada.