Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
Havia um golpe em marcha em 8 de janeiro de 2023. O objetivo era destituir o presidente Lula e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, quiçá a então presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, que se aposentou no ano passado.
Houve resistência ao golpe na cúpula do governo, liderada pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (CE), e pelo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PP-RN), com apoio do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira, que fora secretário-geral da Presidência da República.
No grupo de militares palacianos, a única voz discordante era o então ministro de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.
LIÇÃO DE 1964 – Embora aliados a Bolsonaro nas eleições, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sabiam que a maioria dos políticos teria muito mais a perder com um golpe militar do que qualquer outro segmento da sociedade.
Eis a lição aprendida com a quartelada de 1964: no frigir dos ovos, não foram apenas João Goulart, o líder comunista Luiz Carlos Prestes — que articulava a reeleição do presidente da República — e Leonel Brizola, que almejava seu lugar, que foram os derrotados. Juscelino Kubitschek, que pretendia voltar ao poder nas eleições de 1965, e o governador carioca Carlos Lacerda, cujo sonho era ser presidente da República, acabaram cassados. Previstas para 1965, as eleições para a Presidência da República só viriam a ocorrer em 1989.
Por que lembrar esses fatos agora? A história quase que se repetiu. A operação da Polícia Federal para apurar a suposta espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo de Jair Bolsonaro, deve chegar ao núcleo golpista liderado pelo ex-presidente, do qual faziam parte militares de alta patente. Segue o fio da meada da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
ARAPONGAGEM – O ex-ajudante de ordens do ex-presidente conta, entre outras coisas, que o quebra-quebra bolsonarista na Praça dos Três Poderes tinha por objetivo, sim, provocar a convocação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), pela qual os militares assumiriam o controle da capital da República.
Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, no STF, que investiga o 8 de janeiro, na decisão que autorizou a operação de busca e apreensão contra o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem, afirma que o atual deputado federal do PL — e candidato de Bolsonaro a prefeito do Rio de Janeiro — usou a Abin para fazer espionagem ilegal.
Além de obter e repassar informações à família de Bolsonaro, Ramagem teria bisbilhotado a vida de milhares de pessoas, entre elas a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação Camilo Santana e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia — além de ministros do STF, entre os quais Moraes.
MORAES ACUSA – “Os policiais federais destacados, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da Abin para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal”, afirma Moraes.
A Abin teria atuado ilegalmente também na apuração sobre o caso das “rachadinhas” no gabinete de Flavio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente; na investigação sobre tráfico de influência contra Jair Renan Bolsonaro; nas ações de inteligência para descredibilizar as urnas eletrônicas; e no monitoramento de promotora do caso Marielle Franco.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, saiu em defesa de Ramagem, com a narrativa de que o Congresso foi desrespeitado. Rodrigo Maia, então presidente da Câmara, ontem, disse que foi o contrário: quem atentou contra democracia foi o ex-chefe da Abin. Seria muita ingenuidade Pacheco e Lira saírem em defesa de Ramagem.
O que se sabe até agora é a ponta do iceberg golpista.
É isso mesmo e muito mais…
Ex-diretor da ABIn, Delegado Ramagem rebate operação de Moraes e denuncia núcleo da Polícia Federal voltado a perseguir responsáveis por grandes trabalhos contra a corrupção
https://www.folhapolitica.org/2024/01/ex-diretor-da-abin-delegado-ramagem.html
a coligação partidária faz o que quer…
Morre mais um preso político de Moraes e padre questiona: ‘será mais um mártir desse sistema corrompido do Judiciário?’
https://www.folhapolitica.org/2024/01/morre-mais-um-preso-politico-de-moraes.html
Possivelmente, em breve:
“STF exige que Bolsonaro explique em 24 h a razão por que ele não é mandante da morte de Marielle”
Causa espécie, o presidente Lula, ainda não ter demitido o Diretor Geral da ABIN, Luiz Fernando Correia, o responsável pelo número 2 e o número 3 da Agência, que, segundo as apurações da Polícia Federal, teriam atuado para passar pano e atrapalhar as investigações em curso, sobre a ABIN Paralela.
Milhares de pessoas, parlamentares, juízes ,inimigos políticos e esquerdistas, foram monitorados, Através de um equipamento comprado dos israelenses.
Voltamos a era do SNI, o Serviço Nacional de Informações. Pelo que tem sido anunciado, o SNI já pode ser chamado de brincadeira de criança, diante das violações a intimidade e a privacidade dos cidadãos. O caso é grave e o mais estranho é essa leniência com esses indivíduos chamados de autoridades, agindo como foras da lei.
O que observamos desses fatos gravíssimos é a falta de acao rápida do presidente, para estancar a crise. Passou da hora de Lula substituir o Chefe da Casa Civil, Rui Costa, ministério no qual a ABIN está subordinada.
De nada adiantou a arapongagem sair do guarda chuva do GSI. Continuou o mais do mesmo. Bolsonaro está rindo a toa, com essa bateção de cabeça envolvendo o órgão de inteligencia, que saiu fora da curva, de suas funções institucionais, no governo passado e no atual.
Os governos mudam, mas a prática política continua a mesma.
Parabéns ao jornalista Luis Carlos Azedo do Correio Brasiliense. Assino embaixo, principalmente, quando escreveu sobre os exemplos de Carlos Lacerda e o presidente Juscelino, apoiadores e simpatizantes do Golpe de Estado de 1964 e cassados pelo general Castelo Branco em 1965.
Lira e Pacheco sabiam que também seriam cassados se o Golpe tivesse vingado. Todos os parlamentares do Centrão e toda a esquerda, teriam suas cabeças cortadas. Não tenho dúvida disso.
Errata: Trata-se de Luiz Fernando Correia, que já foi Diretor da Polícia Federal no segundo governo Lula e homem de confiança do presidente.
Com homens de confiança assim, eu preferiria nomear os adversários políticos, daí não teria nenhuma surpresa.
Parlamentares da oposição e até os do governo estão se movimentando para aprovar uma PEC em regime de urgência urgentíssima, para impedir busca e apreensão nos gabinetes dos parlamentares e nas suas residências.
Ora, suas excelências, desejam instituir na prática, uma casta acima de todos. Se todos são iguais perante a Lei, muda-se o entendimento e com a PEC aprovada os parlamentares, que cometerem crimes não poderão ser alcançados pela Justiça.
Por essa razão, o povo começa a crer, que os políticos detentores de mandato, só pensam neles, logo são desnecessários, por não cumprirem as funções legislativas visando melhoria da nação.
Se a Polícia Federal não puder entrar nos gabinetes e nas residências dos parlamentares, esse direito tem que ser estendido também aos advogados, aos criminosos comuns, a todo mundo.
Ou todos se locupletem ou instaura-se a moralidade no país.
Agora ficam esses parlamentares e simpatizantes do PL, chamando todo mundo de ladrão, de criminoso, mas, quando a espada da Justiça chega no lombo deles, ficam aí, chorando, de mimimi, alegando perseguição e trabalhando em PECs para blindar delitos de sonegação e outros crimes, dos quais estão sendo investigados.
Vergonha, não é, Valdemar da Costa Neto, ex- mensageiro.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco, nas no deles, arde para caramba.
O povo está atento, nessas bandalheiras congressistas.
Os fatos envolvendo a ABIN, são tão graves, que uma mudança geral na cúpula é medida que se impõe com urgência.
A Agência de Informações, falhou ao não informar dos atos preparatórios do oito de janeiro. Tudo bem, que só tinha nove dias de governo, ainda se estruturando, mas, não valeu de nada, o tempo de transição?
Me parece, que vão deixar a poeira baixar, para diminuir a pressão sobre o Diretor, que caiu nas graças do ministro da Casa Civil, o ex governador da Bahia, Rui Costa, que afinal, não vem atuando muito bem na pasta. Tem deixado a desejar.
Creio, que foi uma péssima escolha, nomear Rui Costa para um cargo de extrema importância. O Lula não vai trocar, pois é da sua natureza, ir até o final com suas escolhas,. Lula substituir, se aparecer algum escândalo incontornável.
Já Bolsonaro tirava imediatamente, quando era contrariado, como fez com Gustavo Bebiano e o general Santos Cruz.
Para continuar no Poder, tem uma regra fundamental: Sempre dizer amém, para o verdugo da vez, caso contrário: RUA.
Segundo as investigações em curso na PF, a ABIN Paralela, as margens da Lei, é Inconstitucional, conforme preceito Constitucional, in verbis:
TITULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS
Capítulo O
ART. 5. Inciso X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Logo, os mais de 1500 cidadãos monitorados pelos arapongas da ABIN, na denominada ABIN Paralela, são assegurados a eles, o direito a indenização, se comprovados os danos decorrentes da violação, que não forem executadas a margem do processo legal, que exige uma decisão judicial.
Importante salientar, que esse monitoramento serviu para diferentes propósitos, mas, um em particular, precisa ser esmiuçado pelos investigadores:
Se o Golpe de Estado tivesse o êxito pretendido, logo na primeira semana, o governo ditatorial, teria em suas mãos, a lista de 1500 desafetos, para prender, cassar e até outras maldades, que me recuso a citar.
Vejam bem, não se trata de devaneios ou teoria da conspiração, porque já tem exemplos na história recente do Brasil.
O Golpe de Estado, deflagrado no dia 31 (trinta e um) de março de 1964, depôs o presidente João Goulart, que fugiu para o Uruguai para não morrer. Pois bem, no dia 9 de abril de 1964, saiu a lista das primeiras cassações. de deputados e senadores e prisões de milhares de pessoas. Óbvio, que a lista dos monitorados do SNI já estava pronta.
Eis, aí, o perigo de um órgão de informações paralelo, sem controle do Estado?
Vivemos numa corda bamba, sem saber do dia seguinte, ao acordar, com uma patrulha nos esperando para levar, sei lá para onde.
Em relação a Proposta de Emenda Constitucional ( PEC), que os parlamentares vão tentar aprovar, para impedir que sejam investigados, terem seus sigilos quebrados e até mesmo que a PF seja proibida de acessar as residências e gabinetes de suas excelências, sem aprovação dos presidentes da Câmara e do Senado, trago para vocês uma máxima dos gregos:
” A lição dos atenienses ecoa no mundo moderno. Para os cidadãos de Atenas, a Igualdade, e não a Liberdade, foi a ideia dominante da Constituição de Atenas.
Orgulhosos por serem cidadãos livres, os atenienses ainda mais se vangloriam de serem cidadãos iguais.
A Igualdade para os cidadãos atenienses é até mesmo a condição da liberdade, porque eles não admitiam a condição de escravos, nem senhores uns dos outros, pela razão de que todos são irmãos nascidos de uma mãe comum.
Entretanto, esse não é o entendimento dos parlamentares da oposição atual, porque almejam tratamento diferenciado aos concedidos aos cidadãos da República brasileira.
Os atenienses veneravam a Isonomia: igualdade perante a Lei. Os parlamentares, que trabalham para aprovar a PEC da Desigualdade, desconhecem o Direito a Isonomia de tratamento. Trata-se de um desconhecimento do Texto Constitucional, que esses déspotas, aprendizes da tirania, tramam para aprovar. Será uma Lei Inconstitucional, já nasceu morta. E tão absurda, essa ideia esdrúxula, de uma minoria endinheirada, que deve ser apenas fogos de artifício, destinada a tirar o foco das investigações ou estão morrendo de medo, de serem alcançados, das penas da Lei.
O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira (04/04/2023) a nomeação de Paulo Maurício Fortunato Pinto como o novo secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no lugar de Leonardo Singer Afonso, ex-araponga de Jair Bolsonaro.
Diretor de Contrainteligência da Abin em 2008, no segundo governo Lula, Fortunato foi afastado da agência após a denúncia de que o órgão teria realizado escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O novo secretário foi alvo da CPI dos Grampos. À época, negou à comissão que a participação de servidores da Abin nas investigações contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e a lavagem de dinheiro serviram para justificar escutas.
Obtido d’O Antagonista, que se negou a chamar o dito cujo de “Araponga” de algum pé-de-cana.
O Ministro Celso de Melo, decano aposentado do STF, em 13 de setembro de 2020, lembrou uma realidade fundamental:
” O postulado da isonomia visa justamente evitar a concessão de privilégios injustificáveis, para determinados grupos de pessoas ou para certas autoridades públicas”. Ainda que se tratem de amigos do Rei, para eles todas as bençãos,noara os outros, as penas mais severas das Leis.
Os parlamentares devem se curvar ao primado das Leis, que são iguais para todos. Não pode vigiar uma Lei para os parlamentares e outra Lei para os outros, considerando a mesma modalidade de crime, tais como: corrupção, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, atentar contra os Poderes da União, assassinato, sonegação de impostos, entre outros crimes.
Em primeira instância, devem dar o exemplo de moralidade e decência, no exercício do mandato parlamentar.
Ou isso, ou vão passear, fazendo seus rolos na iniciativa privada.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública exonerou nesta sexta-feira (26) o delegado da Polícia Federal Carlos Afonso Gonçalves da função de coordenador de Aviação Operacional da corporação. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo secretário-executivo da pasta, Diego Galdino.
Na quinta-feira (25), Carlos Afonso foi afastado das funções por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por ter sido alvo da operação que apura o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Hoje, assisti na HBO o premiado “Sindicato dos Ladrões“, de 1954. Setenta anos depois, vê-se na vida real dos brasileiros a formação de um sindicato semelhante.
Pelo comentário que fiz anteriormente, temos um peso e duas medidas diferentes.
Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/justi%C3%A7a-exonera-de-coordena%C3%A7%C3%A3o-delegado-investigado-no-caso-abin/ar-BB1hkddt?ocid=msedgntp&pc=U531&cvid=0be2b9e925da43a5cd7793f2a2dc3a1e&ei=19
Da coluna do Claudiio Humberto>
iCapelli é cotado para agência de bisbilhotagem
27/01/2024 0:01 | Atualizado 26/01/2024 21:17
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Ex-ativista do PCdoB, como Flávio Dino, Capelli poderá se transformar, assim, em mais um leigo a assumir a Agência Brasileira de Inteligência. (Foto: Renato Alves/Agência Brasília.)
Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
O ex-jornalista Ricardo Capelli, que foi secretário-executivo do Ministério da Justiça chefiado por Flávio Dino, é um dos cotados para assumir a direção-geral da Abin, a agência de arapongagem e bisbilhotices do governo. Prestes a assumir cadeira vitalícia no Supremo Tribunal Federal (STF), Dino pediu a Lula um cargo relevante para seu pupilo. O atual chefão, Luiz Fernando Corrêa, nomeado por Lula, deve ser demitido. É também suspeito de abafar investigação da Abin contra autoridades.
Outro leigo no cargo
Ex-ativista do PCdoB, como Flávio Dino, Capelli poderá se transformar, assim, em mais um leigo a assumir a Agência Brasileira de Inteligência.
Cair pra cima
Sem espaço na futura equipe de Ricardo Lewandowski (Justiça), que lhe reservou cargo inferior, Capelli estava a caminho da fila do desemprego.
O chefe não quer
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, a quem a Abin é subordinada, resiste à indicação de Capelli. Rui Costa detesta Dino e é correspondido.