Clubes Militares quebram o silêncio e lamentam “exposição” de generais

Clube militar cita apreensão com investigação sobre golpe - 16/02/2024 - Poder - Folha

Citados: Paulo Sérgio, Heleno, Garnier, Braga e Estevam

Italo Nogueira
Folha

Os clubes Militar, Naval e de Aeronáutica afirmaram em nota divulgada nesta sexta-feira (16) observar com “apreensão a exposição de distintos chefes militares” nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A nota afirma ser “pouco sustentável” o envolvimento desses militares na trama golpista apontada pela Polícia Federal.

“Observamos, com apreensão, a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram o Estado Democrático de Direito – algo que, cumpre registrar, consideradas as suas trajetórias de vida, avaliamos ser pouco sustentável”, diz a nota.

LIMITES LEGAIS – “É imprescindível que os processos em andamento sejam conduzidos com responsabilidade e imparcialidade, respeitando os limites legais, o devido processo legal, a igualdade perante a lei, o contraditório e a ampla defesa. A acuidade dessa abordagem é vital para contribuir que se evite a deterioração das relações no âmbito militar.”

A Polícia Federal encontrou uma série de mensagens nos celulares do tenente-coronel Mauro Cid e de outros investigados que apontam que ao menos cinco oficiais-generais das Forças Armadas discutiram com o ex-presidente a edição de um decreto golpista contra a eleição de Lula (PT).

Cinco oficiais-generais de quatro estrelas – o topo da carreira militar – foram atingidos pela operação da PF: os generais Walter Braga Netto (candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Estevam Teophilo (ex-chefe do Coter, Comando de Operações Terrestres) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e o almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha). Todos estão na reserva. Theophilo foi o último a deixar a ativa – comandou o Coter até 1º de dezembro de 2023.

PAI & FILHO – A nota é assinada pelo general Sérgio Tavares Carneiro, presidente do Clube Militar. Ele é pai de Victor Carneiro, que sucedeu Alexandre Ramagem na direção da Abin — e foi citado pelo ex-ministro e general Augusto Heleno em plano para infiltrar agentes do órgão nas campanhas de adversários de Bolsonaro na eleição de 2022.

A fala de Heleno sobre Carneiro ocorreu em reunião de julho de 2022 com Bolsonaro e demais ministros, a três meses das eleições, em meio a um longo debate entre eles de cenários golpistas sobre a disputa presidencial. A gravação da reunião foi obtida pela Polícia Federal.

Também assinam a nota o almirante João Afonso Prado Maia, presidente do Clube Naval, e o brigadeiro Marco Antonio Carballo Perez, presidente do Clube de Aeronáutica.

SEM DISSENSO – “Àqueles que nos demandam posições extremadas, reiteramos que não promoveremos o dissenso no seio das Forças Armadas, objetivo permanente daqueles que não comungam de nossos ideais, valores e amor à Pátria, ignorando o nosso juramento de defendê-la, se necessário, com o sacrifício de nossas próprias vidas”, diz o comunicado.

A manifestação ocorre mais de uma semana após a deflagração da operação da PF. Sob reserva, diretores do Clube Militar citaram diferentes fatores como justificativa para se manterem silentes no período, mesmo diante do que enxergam como arbitrariedades do STF (Supremo Tribunal Federal) contra oficiais do Exército.

DÚVIDAS E NOTA FALSA – Os motivos para a postura vão desde as dúvidas que pairam sobre o impacto causado pelas mensagens do ex-ministro e general Braga Netto contra os chefes militares até o parentesco do presidente do Clube Militar com o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) citado nas investigações.

Uma nota falsa circulou nas redes sociais com a assinatura dos presidentes dos clubes na sexta-feira (9). O texto dizia que os militares não poderiam mais “tolerar a atuação ilegal e corrupta do Poder Judiciário” e que oficiais-generais que se “tornaram lacaios do crime devem compreender que não serão mais tolerados”.

O comunicado circulou em grupos de militares no WhatsApp e gerou reação entre diretores dos clubes. “Os presidentes do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube da Aeronáutica reiteram se tratar de uma FAKE NEWS”, escreveram em nota oficial.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, não dá mais para refutar. Bolsonaro & Cia tentaram dar o golpe, da maneira mais primária possível. E o resultado é essa nação dividida pelo ódio. E quem se interessa? (C.N.)

7 thoughts on “Clubes Militares quebram o silêncio e lamentam “exposição” de generais

  1. O “corpo” infiltrado e minado, colaborou para esse resultado!
    Inegável e o futuro mostrará, se a “Mãe da Impunidade” permitir vazamentos da trama!

  2. Há “dendos”, em:
    Abrólhos!
    “As massas nunca tiveram sede da verdade. Elas se afastam de evidências que não são do seu gosto, preferindo confiar no erro, se o erro os seduzir. Quem quer que possa lhes fornecer ilusões é facilmente seu senhor; quem tenta destruir suas ilusões é sempre sua vítima. ”

    Essa é uma citação atribuída a Gustave Le Bon, um psicólogo social francês conhecido por seu estudo de multidões.

    Em seu livro, “A Multidão: Um Estudo da Mente Popular”, Gustave faz um mergulho profundo nas características das multidões humanas e como, quando reunidas em grupos, as pessoas tendem a renunciar à deliberação consciente em favor da ação inconsciente da multidão.

    O psicólogo Carl Jung, seguindo esta teoria, afirmou uma vez que:

    “Não é fome, nem terremotos, nem micróbios, nem câncer, mas o próprio homem que é o maior perigo do homem para o homem, pela simples razão de que não há proteção adequada contra epidemias psíquicas, que são infinitamente mais devastadoras do que as piores das naturais catástrofes.”

    Você sabe o que diferencia o totalitarismo moderno dos estados totalitários anteriores?

    A tecnologia.

    Os meios para incitar o medo e manipular o pensamento das pessoas nunca foram mais eficientes ou eficazes do que são hoje, onde a TV, internet, smartphones e mídias sociais são todas nossas fontes de informação, o que tornou ainda mais fácil do que nunca controlar o fluxo dessas informações, especialmente nos casos em que problemas médicos e de saúde estão envolvidos, como a atual pandemia em que vivemos, onde jornalistas e políticos têm mais poder junto aos pacientes, do que os próprios médicos.

    Os algoritmos são quem decide o que você vai receber como informação, pois filtram automaticamente todas as vozes da razão e do pensamento racional, substituindo-as por narrativas de medo.

    O psicanalista Joost A.M. Meerloo, autor do livro “The rape of the mind” (O e$tupr0 da mente) foi taxativo:

    “Quem dita e formula as palavras e frases que usamos, quem é dono da imprensa e do rádio (e hoje podemos incluir a internet), é dono da mente. Sem descanso, sem meditação, sem reflexão e sem conversa, os sentidos estão continuamente sobrecarregados de estímulos. O homem não aprende mais a questionar seu mundo. A tela (smartphone?) oferece respostas já feitas.”

    A confusão aumenta a suscetibilidade de uma queda nas ilusões do totalitarismo.

    Por estas e outras, quanto mais lixo você consumir, mais os algoritmos vão lhe oferecer. Selecione o que você lê, ouve e assista, pois esta é ainda a única chance de ao menos tentar “enxergar fora da caixa”, driblando os sistemas do totalitarismo do qual o mundo se tornou refém.

    Vigie-se para não ser vigiado!👀

    Texto A Toca do Lobo 19/10/22

  3. Maravilha senhor Schossland.
    E depois das análises do psicanalista Carl Yung, tivemos a Revolução Cultural na China, tivemos antes a Revolução Russa, tivemos o ‘abençoado’ Pol Pot e seu Kmer Vermelho que talvez tenha sido a maior desgraça percentuais em destruição do seu povo.
    Vamos confiar no Comandante Supremo o Senhor Jesus, o Cristo.

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