Governo e Congresso se perderam ao reagir à politização dos quartéis

Altamiro Borges: Capitão humilha generais. Santos Cruz reage! - PCdoB

Charge do Céllus (Arquivo Google)

José Casado
Veja

O governo Lula e o Congresso perderam o rumo na resposta à politização dos quartéis, que recentemenderivou na conspiração de um grupo oficiais e na insurreição de civis numa tentativa frustrada de golpe de estado.

A reação institucional ficou restrita à ideia de emendar a Constituição para desestimular a participação de militares da ativa em eleições, como garantia adicional à “neutralidade política das Forças Armadas”.

Os militares em serviço ativo, estável, se candidatos a cargo eletivo, seriam transferidos para a reserva no registro da candidatura. Quem tivesse tempo de serviço suficiente (35 anos) poderia pedir aposentadoria remunerada. Os demais iriam para a reserva sem remuneração das Forças Armadas.

EM COAUTORIA- A ideia foi inspirada pelos atuais comandantes militares, formatada no Ministério da Defesa, avalizada por Lula e apresentada em agosto passado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), em coautoria com 28 dos 81 senadores (34,5% do plenário).

Desde então, avançou no rito interno até a terceira das cinco sessões obrigatórias de discussão antes da votação em primeiro turno.

Foi interrompida três semanas atrás numa manobra da ala bolsonarista, que propôs uma inusual ampliação da discussão com inúmeros convidados externos. Audiências públicas são rotineiras no Congresso, mas costumam anteceder os debates em plenário que, nesse caso, já estavam em andamento.

MOURÃO ADIA – O governo aceitou a proposta do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice presidente de Jair Bolsonaro. A consequência prática é o adiamento por tempo indeterminado de qualquer decisão do Senado sobre essa proposta de emenda constitucional.

Mourão também está empenhado em assegurar aval no Senado a uma espécie de anistia prévia a Bolsonaro e aos militares e civis envolvidos na trama golpista do final de 2022, que acabou frustrada por escassez de apoio nos comandos das Forças Armadas.

A iniciativa é insólita, porque, entre outras coisas, pressupõe perdão a quem ainda está sob investigação policial — caso de Bolsonaro e de oficiais militares acusados de conspiração. Além disso, juízes do STF têm reiterado a impossibilidade constitucional de anistia para crimes contra o regime democrático.

Vice-presidente, nas últimas horas do governo anterior, Mourão convocou cadeia de rádio e televisão para responsabilizar publicamente Bolsonaro, que fugira para os Estados Unidos.

CLIMA DE CAOS – Evitou nomeá-lo, e candidatou-se à liderança do bolsonarismo: “Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país, deixaram que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social. E de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe.”

Oito dias depois, houve a insurreição em Brasília, com invasão do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto.

É notável que, passados 14 meses, governo e Congresso tenham perdido a bússola na reação institucional à politização dos quartéis.

Começaram limitando a iniciativa à imposição de novos obstáculos à participação de militares da ativa em eleições. Evitaram abordar a revisão de currículos das academias das Forças Armadas, a proibição do uso de patentes por candidatos e a ação de serviços militares de espionagem dentro do país. E acabaram fazendo acordo com a ala bolsonarista, investigada por tentativa frustrada de golpe de estado. Foi uma escolha política. Outra é o adiamento de decisão legislativa por tempo indefinido.

8 thoughts on “Governo e Congresso se perderam ao reagir à politização dos quartéis

  1. Aqui tb, pelo cabimento:
    Sem fôlego(pontos), penso e digo:
    1964 foi uma jogada de vários baldes de água fria, numa extemporânea fervura, que não perdendo a total temperatura manteve-se acomodando-se e infiltrando seus bafos.cautelosamente mesmo nos 21 anos de contenção(freio tido ditatorial), para mostrar sua vitoriosa centelha com a abonadora “anistia” que veio a premiar atores desse encenado teatro vermelho, os quais permaneceriam então ativos, impunes e revigorados pois dalí em diante blindados, para fazer do Brasil “gato e sapato”, usando de toda aplicada falsa caricatura de bons costumes e propósitos e eis os desastres que se seguiram e que agora se apresentam com malandros usurpadores, o que era pra ser impedido e encarado com seriedade e patriotismo!
    O Brasil voltou a sofrer um ataque multilateral, encenado DESTRAMBELHADAMENTE pelos mesmos servis traidores e malandros, numa uníssona idéia(controle) da rebelada, vermelha “fraternidafe khazariana”, ou “Escudo Vermelho”, dominante do Sindicato Internacional do Crime Organizado!
    PS. Se tens consciência de onde estás metido, certifique-se que ou participarás em seus crines ou debandarás!
    Bah!

    • Se se perderam, foram inebriados por uma só fixa idéia e cada qual como colaboracionista, posando de contrários!
      Quem assim, não os percebe?
      Atores, “para tanto alçados”!

      • Adendos incontestáveis, em:
        “Reconhecendo o Rígido Poder Global Que Domina e Controla os Principais Partidos Políticos.”
        “Um plano-mestre global está em operação para levar cada país para dentro da Nova Ordem Mundial. Os líderes políticos não são independentes do poder insidioso desse plano e os partidos também não escolhem de forma soberana suas próprias linhas de atuação. Precisamos olhar na direção oposta à indicada pela retórica para conseguir compreender a verdadeira realidade. Antes de ler este artigo, separe um tempo para reler um artigo publicado vários anos atrás, N1558, “Aprenda a Raciocinar na Direção Oposta à Indicada ao Público na Mídia de Massa”.. https://www.espada.eti.br/n2479.asp

        • Extraido, do mesmo artigo.:
          “Líderes políticos, econômicos e militares proeminentes nos últimos 200 anos tentaram nos advertir a respeito de um plano global que foi criado e está sendo implementado para derrubar todos os governos das nações soberanas do mundo, substituindo-os por uma ditadura militar que será sem precedentes na história. Veja algumas citações:

          “O roteiro deles já está escrito, sujeito apenas à edição de última hora e direções de palco. O próprio palco… está quase pronto. No fosso do palco, a orquestra subterrânea já está afinando os instrumentos. Os papéis coadjuvantes de última hora estão, agora mesmo, sendo preenchidos. A maioria dos atores principais, suspeita-se, já assumiu seus papéis. Logo será o tempo de subirem ao palco, prontos para a cortina se abrir. O momento da ação terá chegado.” [Peter Lemesurier, The Armageddon Script, pág. 252, l”

  2. Ou seja , são os próprios parlamentares federais , que liderados pelo general-senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice presidente de Jair Bolsonaro , envolvidos nos crimes de ” lesa-pátria e subversão ” quem estão sabotando a iniciativa de proteção ao ” Estado Nacional ” , proposta pelas FFAAs-BR , com o agravante de que o próprio presidente Lula esta apoiando essa safadeza contra o país e seu povo .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *