Sandra Cohen
g1 Mundo
Não há nada tão ruim que não possa piorar. Em quase oito meses de guerra na Faixa de Gaza, o ditado popular se renova na escala de sofrimento, fome e catástrofe humanitária. Num discurso no Parlamento israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu definiu a morte de pelo menos 45 civis palestinos após bombardeio em Rafah como um “erro trágico”.
Suas palavras destinavam-se basicamente a acalmar a indignação da comunidade internacional, sobretudo aliados tradicionais de Israel, diante do que poderia ser mais um desastroso ponto de virada que levasse a um cessar-fogo.
NA OFENSIVA – Mas não. Netanyahu se manteve na ofensiva, sem expressar arrependimento, tal como ocorreu em outros incidentes dramáticos, como, por exemplo, o ataque que matou no mês passado sete funcionários da ONG World Central Kitchen.
“Aqueles que dizem que não estão preparados para enfrentar a pressão levantam a bandeira da derrota. Não levantarei tal bandeira, continuarei lutando até que a bandeira da vitória seja hasteada”, repetiu nesta segunda-feira no Knesset.
No entender de Tehila Wenger, vice-diretora da sucursal israelense da ONG Iniciativa de Genebra, a atual política de perseguir “a vitória total”, sem definir objetivos diplomáticos e políticos que possam tirar israelenses e palestinos do crescente ciclo de derramamento de sangue, não tornou Israel mais forte.
FALTA DE VISÃO – “Apenas confirma a fraqueza e a falta de visão dos indivíduos que poderão em breve ser fugitivos da justiça internacional”, pondera, referindo-se ao mandado de prisão do premiê e de seu ministro da Defesa, pedido pelo promotor Karim Khan, do Tribunal Penal Internacional.
O chamado dano colateral em Rafah — mulheres e crianças com queimaduras graves em tendas incendiadas — foi justificado pelo governo com a morte de dois importantes líderes do Hamas, Khaled Nagar e Yassin Rabia.
O primeiro-ministro ignorou a decisão da Corte Internacional de Justiça, que dois dias antes, ordenara que Israel interrompesse todas as operações militares no Sul da Faixa de Gaza.
SEM NEGOCIAÇÕES -Entre o rol de críticas e condenações a Netanyahu, prevaleceu a certeza que mais mobiliza os israelenses: a insistência na ofensiva em Rafah, onde se encontram pelo menos 350 mil deslocados de Gaza, afasta a menor possibilidade de avanço nas negociações para o retorno dos reféns mantidos pelo Hamas.
O primeiro-ministro dá sinais de que não tem interesse em tal acordo, para desespero das famílias dos sequestrados, que agora pedem em voz alta a sua renúncia. Sem ceder à pressão, Netanyahu arrasta Israel na direção do abismo. Dizer que o país está isolado e tornou-se pária internacional tornou-se figura de redundância.
Líderes como Joe Biden, Emmanuel Macron, Rishi Sunak e Olaf Scholz estão pressionados internamente pelo apoio a Israel e tentam, o quanto podem, demarcar distância do premiê. Mas tudo isso ainda se mostra insuficiente para pará-lo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Há duas excelentes propostas de paz: uma, elaborada pelos governos dos EUA e da Arábia Saudita; a outra, apresentada pelo líder do Partido da União Nacional, Benny Gtanz, que é membro do Gabinete de Guerra. Porém, Netanyahu as recusa liminarmente. É pena. A paz deve ser o objetivo número 1, sempre. Mas Netanyahu não pensa assim, O líder do Likud estava para ser afastado do governo, quando houve o ataque do Hamas em 7 de outubro e deu uma reviravolta na política. Ao que parece Netanyahu e o Hamas não sabem viver em paz. (C.N.)
Obedece exigência de quem o alçou então os verdadeiros e enrustidos responsáveis!
Pergunto: Porque não buscam identificá-los e os eliminam?
O mundo jaz sob a mesma máfia!
Netanyahu não tem saída, seu plano é esticar a guerra até a suposta mudança de governo dos EUA. Sem a guerra, Netanyahu sai de cena e será preso por corrupção.
Netanyahu acha que uma suposta vitória de Trump vai ajudá-lo a manter o estado de guerra e Trump deve apoiar sua permanência no governo de Israel.
Senhores Cláudio , Carlos Newton mas Donald Trump já esta pela bola sete , dizem aqui na TI , ou seja , caso ele seja condenado a prisão hoje e ganhe a presidência dos USA , ele já assumirá o cargo fraco , independente do rio de votos que obtenha nas eleições presidenciais , sem ter muita margem de manobras e poder de barganha , pois terá que andar na linha nesse possível 2º mandato .
O que vão fazer os terroristas do Hamas e o Netanyahu com o fim do conflito? Vão ficar desempregados para sempre, e postos no lugar em que merecem, no lixo da História.