Pedro do Coutto
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, decidiu pautar um requerimento de urgência para um projeto que proíbe a validação de delações premiadas fechadas com presos e criminaliza a divulgação do conteúdo dos depoimentos. A proposta foi apresentada em 2016, na esteira da Lava Jato, pelo então deputado do PT Wadih Damous.
À época, o governo da presidente Dilma Rousseff enfrentava a abertura de um processo de impeachment e o avanço da operação, comandada pelo ex-juiz Sergio Moro. O projeto foi protocolado semanas antes da divulgação da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, que provocou um terremoto político em Brasília. Se na ocasião a intenção era proibir que réus presos da Lava Jato delatassem para obter benefícios e evitar a divulgação de conteúdo atingindo o governo do PT, atualmente o cenário aponta para outro plano.
RETROATIVIDADE – Com grandes nomes da extrema-direita envolvidos em atos golpistas e episódios que resvalam no ex-presidente Jair Bolsonaro, o projeto pode beneficiar a ala ideologicamente oposta ao evitar que prisões possam ser usadas como instrumento de pressão psicológica para obter confissões. Além disso, não está claro se o texto pode ou não retroagir para anular delações premiadas já validadas, como a do ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que atinge diretamente o ex-presidente.
Ao desengavetar o projeto, Arthur Lira criou uma nova confusão que pode levar a contradições bem amplas. O PL e o Centrão, de acordo com reportagem publicada no O Globo de ontem, se uniram para aprovar tal projeto que poderia beneficiar Bolsonaro, uma vez que pesa contra ele uma nuvem de acusações que levaram a que se tornasse inelegível. Caso aprovada a matéria, a retroatividade poderia, eventualmente, reabilitá-lo eleitoralmente.
PRESSÃO – Não é fácil tal trajetória, mas ela tornou-se possível pela iniciativa de Lira. A união do PL e do Centrão foi uma forma de ameaçar o governo Lula que teria que enfrentar uma nova frente de obstáculos. Coisas da política. É por isso que em matéria de legislação todo cuidado é pouco, pois a aprovação de uma matéria pode gerar um efeito em sequência.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal fechou um acordo com big techs para combater a desinformação nas redes sociais da internet. Trata-se de uma medida positiva, mas que terá que ser desenvolvida com extrema atenção, pois é preciso distinguir o que é uma opinião, mesmo errada, e a intenção proposital de desinformar e tumultuar o comportamento de um grande número de pessoas.
A desinformação é um veneno injetado no processo político e social, atingindo os mais diversos setores, criando as mais diversas contradições no quadro brasileiro, sobretudo agora com a inteligência artificial, permitindo, se não bem utilizada, uma confusão ainda maior na comunicação.
‘Caso aprovada a matéria, a retroatividade poderia, eventualmente, reabilitá-lo eleitoralmente….’ Não eventualmente, mas ‘in dubio pro reo’…
Sugestão à segunda fase da Operação Lava-Jato, conforme:
“Leandro Demori, 35 anos, é um especialista em investigação por computador (RAC), disciplina que ministra em cursos na PUCRS. Isso o ajudou a encontrar documentos confidenciais do FBI, da Interpol, da polícia italiana. Mas Demori não se limitou ao universo digital. Viveu um período na Itália e devassou, na Sicília, arquivos policiais.
O resultado é Cosa Nostra no Brasil – a história do mafioso Thommazo, que derrubou um império (Companhia das Letras, 274 páginas). https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2016/11/tommaso-buscetta-o-mais-brasileiro-dos-mafiosos-8470493.html
Essa PEC tem um único objetivo: Anistiar Jair Boldonaro, para que ele conforta a presidência em 2026. Cumprirá o mesmo roteiro de Donald Trump.
Parece até que combinaram o mesmo cenário e enredo, com dois anos de diferença.
Bolsonaro está apoiando também, a anistia aos presos do oito de janeiro, porque a PEC do fim da Delação Premiada, sendo aprovada pelo Congresso irá anular todas as delações. Uma em especial, a do tenente coronel Mauro Cid, seria anulada e Jair Bolsonaro sairia do radar de Alexandre de Morais. Então, a anistia seria o segundo passo. Na verdade, esse passo gigantesco é o Plano A, o principal. Não tem Plano B nessa história.
Wu não vai gostar nada dessa anistia, é o governador Tarcísio de Freitas. Com Bolsonaro no páreo, Tarcísio terá que adiar seu sonho de se tornar presidente.
A vida, as vezes dá uma volta, que os políticos carreiristas não esperam.
Malafaia pode ficar tranquilo. Bolsonaro vai disputar a presidência.
Gesse, sabias que o presidente da Câmara federal deputado Arthur Lira , só continua concorrendo indefinidamente , porque possui um mandato de segurando provisório ” perpétuo ” , pelo fato de os juízes de seu caso terem se negado em julga-lo , com contando com conivência do juiz do STF Gilmar Mendes , que trancou os processos de Arthur Lira e de seu pai , corruptos de berço pelo Estado de Alagoas .