Atuação de Maduro faz lembrar eleições durante a ditadura brasileira de 1964

Geisel, o presidente desconhecido | GZH

General Geisel decidiu criar os senadores biônicos

Roberto Nascimento

Um exemplo de ditador que não respeita o resultado das urnas, como o venezuelano Nicolas Maduro, se deu no Brasil. Era o ano de 1976 e o regime militar estava muito desgastado. Nas eleições de outubro de 1974 o MDB derrotara afrontosamente a Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido dos militares.

O MDB elegeu 21 governadores e a maioria dos senadores. Só perdeu em Alagoas, terra hoje dominada por Arthur Lira e Renan Calheiros, onde então pontificava Teotônio Vilella, da Arena do bem.

PACOTE DE ABRIL – Pois bem, o presidente era o general Ernesto Geisel, ditador de plantão, que não se fez de rogado nem passou recibo. Deixou terminar os anos de 1975 e 76, sabia que ia perder de novo em 1978. Por isso, em abril de 1977 lançou um Pacote ditatorial, fechou temporariamente o Congresso e nomeou 21 senadores biônicos, nomes escolhidos a dedo pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), a Abin daquela época.

Com isso, Geisel restabeleceu sua maioria no Senado e tocou o barco para a frente, até entregar o governo a João Figueiredo, o último presidente militar, que devolveu o poder aos civis.

Dou esse exemplo do passado, para que possamos pensar no futuro, já em 2026. O PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto trabalha dia e noite para eleger senadores suficientes para obterem maioria no Senado. A meta é contar com metade mais um dos senadores, que seguiriam as ordens de Bolsonaro.

OS OBJETIVOS – Se até lá o Congresso não aprovar a anistia de Bolsonaro e envolvidos no 8 de Janeiro, essa nova bancada seria encarregada de fazê-lo e de votar também impeachment de ministros do Supremo, impor mandato para os atuais e futuros ministros e eliminar as decisões monocráticas.

No primeiro momento vão focar no Supremo, mas numa segunda etapa vão colocar um garrote em todas as pautas que chegarem ao plenário do Senado e não forem do interesse bolsonarista.

O que pode atrapalhar esse plano megalomaníaco é a votação do regime semipresidencialista, que parece já estar em vigor informalmente. A tendência é de que futuros presidentes se transformem em rainhas da Inglaterra, por terem de se submeter à ditadura do Legislativo, simultaneamente à ditadura do Judiciário, que já dá as cartas na Praça dos Três Poderes.

10 thoughts on “Atuação de Maduro faz lembrar eleições durante a ditadura brasileira de 1964

  1. Os generais da ditadura militar pelo menos eram contra a própria reeleição, passavam o bastão adiante, com fez Biden face a Kamala. Vale lembrar, que o congresso que aí está é o mesmo forjado pela ditadura, dominado pelas bancadas do norte e nordeste e pelo famigerado centrão, protegidos pela famigerada globo, que, mancomunados, devoraram até a dita-cuja-dura, valendo lembrar tb que o saudoso senador, Teotônio Vilela, antes de partir desta para outra, alertou aos sucessores da ditadura sobre a necessidade se libertar das amarras do passado propondo ao país um jeito novo de fazer política, elaborando e apresentado ao pais um novo modelo, diferente disso tudo que já estava aí, com prazo de validade vencido há muito tempo, transpirando decadência terminal por todos os poros, ignorado que foi pelas patotas famintas de poderes, que optou pelo tudo como dantes no velho quartel de Abrante$, o poder pelas delícias do poder, e deu no que deu, aumento exponencial da velha “Massa Falida”, da gastança, da comilança e da impostança. Vide Teotônio Vilela no Canal Livre da Band, há 40 anos.

  2. Maduro só cai, se houver um golpe de estado ou num levante popular, pelas eleições, jamais.

    O ditador da Rússia, Putin segue o mesmo script.
    E o Zelensk, também se transformará em presidente perpétuo.

    Da China, nem precisaria citar, porém, o atual ditador, Xi Jinping, acabou com o rodízio de presidentes. É o novo Mao da China

    • Temos de esperar que as tais atas de votação sejam mostradas e que sua veracidade seja comprovada. Se o CNE não comprovar a eleição de Maduro, ele poderá ficar insustentável na presidência.

  3. NO CASO ELEIÇÃO NA VENEZUELA, ao que parece, Lula tem razão em não fazer o Brasil sentar em cima do próprio rabo para falar mal do rabo alheio, até porque seria hipocrisia e cinismo escancarados condenar a democracia venezuelana sem antes resolver a democracia brasuca para só depois de resolvida sugerir à Venezuela e aos demais países da América do Sul como um todo que podem nos seguir porque, doravante, com rumo certo a seguir, bem definido e fielmente praticado, como propõe a DEMOCRACIA DE VERDADE, DIRETA, COM MERITOCRACIA, TIPO PADRÃO DE QUALIDADE UNIVERSAL, não estamos mais tão perdidos no tempo e no espaço quanto eles e nós tivemos até esta parte da história das democracias. QUANTO AOS GENERAIS DA DITADURA MILITAR, à medida em que eram radicalmente contra a reeleição pessoal, em benefício próprio não obstante tudo às mãos deles, revelaram alguma ética, escrúpulo e remorso ao passarem o bastão adiante, como fez Biden face à Kamala Harris. QUANTO AO CONGRESSO. Vale lembrar que o congresso que aí está é a mesma fórmula forjada pela ditadura, dominado pelas bancadas do norte e nordeste e pelo famigerado centrão, causa das desigualdades representativas regionais, protegidos pela famigerada globo, que, mancomunados, devoraram até a famigerada dita-cuja-dura, valendo lembrar tb que quanto ao saudoso senador, Teotônio Vilela, antes de partir desta para outra, ele alertou aos sucessores da ditadura sobre a necessidade de mudar as fórmulas para se libertar das amarras do passado, a necessidade de propor ao país um jeito novo de fazer política, elaborando e apresentado ao pais um novo modelo diferente disso tudo que já estava aí, com prazo de validade vencido há muito tempo, transpirando decadência terminal por todos os poros, ignorado que foi pelas patotas frenéticas e famintas de poderes, que optaram pelo tudo como dantes no velho quartel de Abrante$, o poder pelas delícias do poder, e deu no que deu, aumento exponencial das velhas “Herança Maldita”, FEBEAPÁ, “Massa Falida”, e, por conseguinte, da gastança, da comilança e da impostança. Vide Teotônio Vilela no Canal Livre da Band, há 40 anos. http://www.tribunadainternet.com.br/2024/07/31/atuacao-de-maduro-faz-lembrar-eleicoes-durante-a-ditadura-brasileira-de-1964/?fbclid=IwY2xjawEXCU1leHRuA2FlbQIxMQABHchu9_yAUlRfmlB_n7xXQMu3V24ugosH90NvBwfxpkb3dHnEyIud912OmQ_aem_CHHloZnGGqvdYLYtl9mqQA#comment-47258 https://www.youtube.com/watch?v=scuw1o5d2so

  4. Como diz na música do Caetano Veloso a América Latina e seus ridículos tiranos, com certeza tivemos na Venezuela mais uma eleição fraudulenta, mas já era de se esperar, entendo que o nosso país não deveria perder tempo em fiscalizar toda está situação.

  5. Recado (via Amorim) para Maduro: “Prepare as atas o mais cedo que puder … Nós demoramos mais que três meses … Com você , isso será muito tempo … Quem manda ter a tal urna auditável ? … Boa sorte!!! “

  6. Lembremos que os críticos dos membros do STF e do judiciário , sequer mencionaram/mencionam em melhorar as qualidades dos futuros indicados para ocuparem os tribunais , mas sim falam em manieta-los através de espaço de tempo/permanência nos tribunais , para melhor manipula-los , tal como aconteceu na PGR na era jair bolsonaro , que colocou o então pgr augusto aras de quatro e a seu serviço , em prejuízo do país e dos profissionais honestos da PGR .

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