José Perez
Jamais deveria ter sido liberado o cartão do Bolsa Família para as apostas bets. É o óbvio. E alguém pensa que isso não foi intencional? Ora, é claro que foi proposital, uma decisão deliberada dos lobistas dos jogos no Congresso, que se somam aos lobistas que estão dentro do governo e colocaram a Medida Provisória nas mãos do presidente Lula, para que ele assinasse, sabendo que ele não é capaz de entender o que assina.
Fica óbvio que a salvação para nossos principais problemas é a educação universal de qualidade. Se o presidente e os políticos tivessem recebido um ensino de nível e valorizassem a leitura, tudo seria diferente. Aliás, povo educado pode conviver com jogo liberado, pois tem consciência das coisas, consegue entender causa e efeito, como no Reino Unido, país onde mais se joga.
SUMIR DAQUI – Justamente por esse despreparo da classe política, o sonho do brasileiro médio é sumir daqui e ser vizinho da Anita e do Neymar em Miami. Ninguém fala em melhorar o país, até mesmo por descrença em qualquer tipo de mudança por aqui.
Por causa desses governos que privilegiam o setor financeiro, que tem os melhores lobistas e controlam a imprensa, pobres nem podem ter cartão de crédito, pois se deixarem de pagar um mês por alguma necessidade, os juros são os maiores do mundo, em cerca de 400% ao ano.
Os governos gastam mal e a elite da burocracia é manejada pelos juízes e operadores do Direito, que exploram os recursos públicos à exaustão. Com essa gastança desenfreada, que obriga o aumento dos juros da dívida pública, nossa moeda já perdeu 90% do poder de compra em 30 anos.
MAU EXEMPLO – O descontrole nas contas públicas eleva a inflação, consequentemente os juros e o prêmio de risco (juros futuros). Nenhum país jamais se desenvolveu com dinheiro alheio. Então tínhamos todos que parar de gastar compulsivamente e começar a fazer poupança interna para alavancar os investimentos necessários.
Mas não há bons exemplos. Pelo contrário, os magistrados são os criadores dos penduricalhos que aumentam progressivamente a diferença entre os maiores e os menores salários. Eles deveriam ter um comportamento exemplar no controle dos gastos públicos, mas julgam sempre em causa própria, comportam-se de uma forma absolutamente egoísta e egocêntrica. E agora estão devolvendo aos corruptos os recursos públicos que eles próprios confessaram ter desviado.
Em meio a esse caos jurídico, a criminalidade aumenta, não há segurança e cresce a promiscuidade entre governantes e criminosos. E o que mais podemos esperar?
Exemplos e receita, em:
https://www.resistir.info/patnaik/patnaik_29set24.html
Parabéns pela excelente colocação da situação brasileira.
Construir é difícil ,mas destruir é mais fácil. Com a qualidade de nossos políticos e demais autoridades essa tarefa é bem fácil de ser realizada
Joelmir Beting definiria assim: “O atropelado doando sangue para o atropelador.”
Um belo texto, singelo e autêntico na sua mensagem, com dois pequenos poréns, no meu entender, o mal gosto em aconselhar Miami, a Shangrila de deslumbrados e vigaristas de extrema direita, como rota de fuga para cidadãos desiludidos, e esquecer o alvará para a disfunção tão bem exposta, a Cidadã, transformada em Manual Prático de Impunidade Criminal.
Meus parabéns, pela sua visão tranquila e objetiva.
Se é medida provisória que regulamenta as bets, ela pode ser revogada e melhorada rapidamente e parece que é isso que vai acontecer com a proibição de uso do cartão família para apostas..
Quanto à afirmação “Nenhum país jamais se desenvolveu com dinheiro alheio”, acho que há um engano aí, pois todos eles receberam investimentos e tecnologia estrangeiras (pelo menos os mais recentes). Infelizmente, precisamos de investimentos estrangeiros para crescer.
O equilíbrio fiscal é necessário, mas isso não impedirá o crescimento da dívida, pois há muitos anos ela cresce mesmo com superávit primário. Em relação ao PIB, a dívida só decresce se o crescimento for maior que o deficit nominal, caso que aconteceu em alguns anos. Vários países desenvolvidos possuem uma dívida maior que seu PIB.