Pressionar Lula a anistiar Bolsonaro é erro gravíssimo dos militares

Os 41 anos da Lei de Anistia - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Carlos Newton

Quem não conhece a política brasileira realmente deve ter ficado muito surpreendido com a notícia divulgada neste domingo no Estadão pela colunista Eliane Cantanhêde, sobre a reunião do presidente Lula da Silva com o ministro da Defesa, José Múcio, e os três comandantes militares – general Tomás Paiva (Exército), almirante Marcos Olsen (Marinha) e brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica).

Eles pediram essa reunião fora de agenda, no Palácio da Alvorada, e Lula aceitou recebê-los neste sábado a contragosto, pois queria descansar e assistir à decisão da Copa Libertadores da América.

NOS BASTIDORES – Até aí, nada de novo no front ocidental. Em política, muita coisa se resolve mesmo é nos bastidores, em conversas diretas, fora da agenda e sem maiores formalismos. O problema é que toda a imprensa noticiou que os chefes militares foram apenas pedir ao presidente que adiasse as mudanças pretendidas para corte de gastos nas Forças Armadas.

Somente a colunista Eliane Cantanhêde publicou versão diferente, anunciando no Estadão que os chefes militares fizeram um pedido adicional que nada tem de republicano, ao propor que Lula e os partidos da base aliada ajudem a aprovar a anistia aos golpistas, sob justificativa de “zerar o jogo” e “desanuviar o ambiente político”.

Em sendo assim, “cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”, como dizia Luiz de Camões em “Os Lusíadas”, porque agora a coisa muda completamente de figura.

PRESSÃO INDEVIDA – Fica claríssimo que os militares estão fazendo uma pressão indevida ao presidente da República, ao se intrometerem em questões institucionais da maior relevância, digamos assim, e que não lhes competem.

Com os generais Eduardo Villas Bôas e Augusto Heleno à frente, em 2018 as Forças Armadas cometeram um erro incomensurável ao apoiar e inflamar a candidatura de Jair Bolsonaro, mesmo sabendo se tratar de “um mau militar”, conforme disse o general Ernesto Geisel ao jornalista e historiador Elio Gaspari.

O fato é que Bolsonaro tentou usar as Forças Armadas e acabou sendo usado por elas, que elevaram soldos e gratificações, criaram penduricalhos, foram excluídas da reforma previdenciária e ainda ganharam cerca de 6 mil cargos para oficiais e suboficiais da reserva. Nada mal…

SEM COMENTÁRIOS – Na semana passada, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse que somente após o fim de todas as operações é que se manifestará sobre a ação da Polícia Federal que prendeu militares por participação na suposta trama golpista. “Isso nós vamos falar quando recebermos os inquéritos. Aí teremos uma informação mais oficial”, afirmou o general.

Aliás, é melhor mesmo que o comandante fique calado. Se abrir a boca, terá de mentir, porque a imensa maioria dos oficiais é antilulista e estava animadíssima com o golpe, caso houvesse alguma suspeita sobre as urnas ou a apuração. Como a fraude não foi constatada, tiveram de desistir da conspiração.

A jornalista Eliane Cantanhêde prestou um serviço à nação, ao relatar a pressão dos militares. Como quase todos estavam entusiasmados com a possibilidade de golpe, para se livrarem de Lula, o número de milicos envolvidos na verdade é muito maior.

###
P.S. 1
O problema é aparecer outro militar cagão, tipo Mauro Cid, que também caia no choro e pretenda fazer delação premiada, entregando quem ainda está fora da formação.

P.S. 2Daqui para a frente, o principal tema político será a anistia, que o próprio Bolsonaro já pediu semana passada, em seu primeiro pronunciamento após ser oficialmente indiciado junto com 25 dos militares. Logo voltaremos ao assunto, é claro. (C.N.)

16 thoughts on “Pressionar Lula a anistiar Bolsonaro é erro gravíssimo dos militares

  1. Pior é submeterem-se a uma fraude, que não se sabe até quando perdurará, pois bastaria uma agulha para estourar a máscara do sósia do finado Barba, que agora não sabem que agenda seguirá, que seja diferente de escrachada e apátrida corrupção, pois o “Molusco” já não é, segundo:
    https://youtu.be/OpwWFkDJ-EY?si=fT5bu61YpS0vuY7Y
    PS. Prestar continência a um fantoche, é um inadmissível atestado de omissa burrice!

      • Soltaram o Barba já com prazo de validade vencido e daí em diante mantem vergonhosas fraudes!
        Quando isso vai parar?
        PS. A bôrra, mandando o Brasil pros quintos!
        Quanta irresponsabilidade assumida pela desinteligência de prepostos defensores da Pátria!!!

  2. Se for confirmada essa pressão dos comandantes militares, para Anistiar Bolsonaro, os militares assassinos, que planejaram assassinatos, prisões, torturas a moda 1964, trata-se de uma vergonha.

    Anistiar essa gente tosca, desbocada, sem um mínimo de humanismo, dispostos a matar para permanecer no Poder a qualquer preço, significa cevar esses monstros para nova tentativa golpistas.

    Queriam matar, os desafetos de Bolsonaro e quem mais se insurgisse contra generais de pijama, da ativa e kidpretos.

    Anistia sim, que eles vão se empoderar e achar que o crime compensa.

    Com essa elite civil e militar, que nós temos, o Brasil está condenado a ser um país periférico, atrasado, uma república das bananas.

    A Argentina puniu seus militares golpistas, nos , vamos mais uma vez, passar pano para golpistas, que em última análise, matam, torturam e não resolvem nada de bom para o país.

  3. Bah!
    Em terra de cego, quem tem um só olho e míope, nunca será curado, mas tendencioso sempre!
    Abrólhos!
    “Dietrich Bonhoeffer foi um intelectual alemão que se opôs ao nazismo e, por isso, foi preso.”

    “Na prisão, ele refletiu muito, tentando entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc.

    Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima da estupidez coletiva. E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que hoje vale a pena recordar.

    Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de uma pessoa precisa da estupidez de outra.

    É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Por isso, você verá pessoas muito inteligentes que, em determinado momento, se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.

    Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez.

    Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar.

    Há momentos na vida das sociedades em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Daí nascem as ditaduras, assim como também o declínio dos países.

    Cuba com o castrismo e Argentina com o peronismo são exemplos.

    Posteriormente a Bonhoeffer, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla, seguindo a mesma lógica do alemão, condensou em cinco leis sua teoria da estupidez.

    1. Sempre se subestima o número de estúpidos em circulação.
    2. A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de sua educação, riqueza, inteligência, etc.; ou seja, a estupidez se distribui igualmente em todos os segmentos da população.
    3. O estúpido causa dano a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício.
    4. Eles são imprevisíveis. As pessoas NÃO estúpidas sempre subestimam o poder danoso dos estúpidos.
    5. Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder.

    Segundo Bonhoeffer, só quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva entra em colapso ou em crise, as pessoas podem se libertar dela e da dor que começa a surgir pela contradição entre seus pensamentos e seus atos.

    Na Venezuela, felizmente, muitas pessoas começaram a abrir os olhos e, com dor e arrependimento, silencioso ou não, começam a entrar em razão e a deixar de apoiar um governo eleito em um momento de estupidez coletiva.”

  4. Importante salientar, que Juscelino Kubitschek anistiou militares golpistas de dois movimentos contra sua posse em 1955.

    Dez anos depois, em 65, os militares cassaram Juscelino e o exilaram. O presidente bossa nova morreu triste e amargurado.
    A pergunta é: Lula vai cometer o mesmo erro de Juscelino, confiando nos militares e levar uma rasteira, achando que o jogo vai ser zerado?

    Esse jogo não zera nunca. O Golpe militar ronda o país, de tempos em tempos. Eles se acham os melhores para governar a nação na base da força é claro.

    • Incompreenssível, é constatar oficiais Generais submeterem-se à uma maré vermelha, dizendo-se defensores da democracia e da pátria. Tem alguma/muita coisa errada nessa história mal contada!
      Alem dos “ludibriados”, existem outros competentes interpretes dessa situação e que possam alterá-la, pelo bem do Brasil?

  5. Está provado, por esse pedido de Anistia aos golpistas e Bolsonaro, feitas pelos atuais comandantes militares a Lula, em reunião deste sábado no Alvorada, furo de reportagem de Eliane Cantanhede do Estadão, que militares não gostam de cortar na carne, de punir seus fardados, mesmo aqueles que se reuniram para assassinar pessoas e tomarem o Poder pela força.

    Chegaram ao ponto de pressionar o comandante do Exército, general Freire Gomes, chamando- o de covarde e outros palavrões, umas bocas sujas e mal lavadas.

    Ameaçaram o comandante da Aeronáutica, tocaiando a família do brigadeiro e insinuando pressionar filhos e netos de Batista Junior. Os diálogos são impressionantes, o cabíveis, uma quebra colossal da Disciplina e da Hierarquia.

    Anistiar é um passaporte para nova tentativa de golpe, com os mesmos, e outros agregados, mais violentos ainda

  6. Esse episódio da pressão respeitosa sobre o Lula para conceder uma anistia presidencial aos golpistas, é a consequência de um presidente sem moral nem autoridade devido a uma outra anistia judicial das penas por crime de corrupção e lavagem de dinheiro e se concedida, habilitará um candidato a um mandato presidencial ainda mais desmoralizado, mas se é isso que as reservas morais, intelectuais e mentais do país é o que querem, nazismo neles!

  7. Senhor Jorge Conrado Conforte , lembre-se que a soltura e reabilitação politica do molusco (Lula) , contou com anuência e aprovação do então presidente JMB e de seu vice e general HM , além dos presidentes da câmara e senado federal Arthur Lira e Rodrigo Pacheco respectivamente , após consulta dos juízes do STF envolvidos nessa trama contra o país, com o agravante de que o então presidente JMB encontrava-se acuado devido as investigações que o envolviam , a seus filhos e a seus comparsas , levando-o a dizer em público que faria o diabo para se proteger e aos seus .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *