Daniel Silveira busca auxílio médico e Moraes manda prendê-lo

Silveira teve crise renal e demorou demais no hospital

Cézar Feitoza
Folha

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (24) em Petrópolis (RJ) o ex-deputado federal Daniel Silveira, por descumprimento de medidas cautelares para sua liberdade condicional.

A prisão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Silveira será levado para Bangu 8, no Rio de Janeiro. O ex-deputado estava em liberdade desde sexta-feira (20).

FORA DE HORA – Na decisão, Moraes diz que no sábado (21) —primeiro dia de liberdade— Silveira desrespeitou as condições impostas em sua condicional e só chegou em casa às 2h10 da madrugada de domingo (22).

A defesa de Silveira justificou, em petição enviada ao Supremo, que o ex-deputado sentiu “fortes dores lombares” na noite de sábado e foi levado “com urgência ao hospital na cidade de Petrópolis (RJ), para exames médicos e medicação apropriada”.

Os advogados anexaram o prontuário médico de Silveira, que mostram que ele foi à “unidade [hospitalar] por conta de dor lombar com irradiação para flanco e refere histórico de insuficiência renal”.

DEMOROU DEMAIS – Alexandre de Moraes, porém, aponta incompatibilidade de horários. Silveira deixou o hospital à 0h34 de domingo e só chegou em casa 2h10.

“Patente a tentativa de justificar o injustificável, ou seja, o flagrante desrespeito as condições judiciais impostas. Não houve autorização judicial para o comparecimento ao hospital, sem qualquer demonstração de urgência”, diz Moraes.

O ministro ainda disse que Silveira “demonstrou, novamente, seu total desrespeito ao Poder Judiciário e à legislação brasileira, como fez por, ao menos, 227 vezes em que violou e descumpriu as medidas cautelares diversas da prisão durante toda a instrução processual penal”.

EXIGÊNCIAS -O ex-deputado tinha saído da prisão na última sexta-feira (20), após ter cumprido um terço da pena de 8 anos e 9 meses de prisão com “excelente conduta carcerária”.

O ministro impôs, porém, uma série de medidas cautelares. Ele precisava usar tornozeleira eletrônica, estava proibido de deixar o Rio de Janeiro e teria que ficar em casa das 22h às 6h, e nos fins de semana e feriados. Seguia proibido de usar redes sociais, de dar entrevistas e de frequentar clubes de tiro, bares, boates e casas de jogos. E não poderia frequentar cerimônias militares nem manter contato com investigados sobre a trama golpista.

Daniel Silveira teria de comprovar, em até 15 dias, qual será seu novo trabalho. Ele deveria se apresentar semanalmente ao juízo de execuções penais, para comprovar o “efetivo exercício de atividade laborativa lícita”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se Moraes tivesse lido Charles Dickens e conhecesse seu famoso “Conto de Natal”, jamais mandaria prender Silveira nessas condições. Poderia ter considerado que o réu, inseguro, simplesmente ficara mais um tempo na sala de espera do hospital aguardando para conferir se não teria uma recaída. Quem sofre de problemas renais sabe o que isso significa. Moraes parece ser o personagem Scrooge, que só sabe conviver com o mal. Exigir autorização judicial para um réu doente buscar auxílio médico de madrugada, às vésperas de Natal, é o fim da picada. Que Deus tenha piedade de sua alma. (C.N.)

Maioria dos brasileiros teme mais a polícia do que confia nela, diz Datafolha

Protesto contra violência policial em SP, no último dia 5 

Pedro do Coutto

Uma pesquisa do Datafolha divulgada no domingo pela Folha de S.Paulo revelou que a população brasileira teme mais do que confia na polícia que, segundo o levantamento, causa mais medo do que confiança em 51% dos brasileiros com 16 anos ou mais.

Os que disseram confiar na polícia mais do que temê-la somam 46%. O Datafolha entrevistou, em 12 e 13 de dezembro, 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

PESQUISA ANTERIOR –  O resultado é parecido com o da pesquisa anterior, realizada em 2019, quando Jair Bolsonaro era presidente. Na ocasião, os que diziam temer mais do que confiar eram 51%, enquanto os que confiavam mais do que temiam eram 47%. Entre homens, o que temem a polícia são 56%, ante 45% entre mulheres. No âmbito racial, o temor da polícia é de 59% entre pretos e 45% entre brancos. Nesses segmentos, as margens de erro variam de 3 a 5 pontos percentuais, segundo o Datafolha.

É um fato grave, pois reflete um comportamento inadequado por parte dos policiais, consequência de fatos que se desenrolam seguidamente com a exposição de crimes praticados e excessos em muitos casos que fazem com que a população tenha medo de recorrer aos agentes de segurança. Muitos dos entrevistados relataram ter receio de fazer denúncias contra policiais diante da repercussão que isso pode ocasionar.

O resultado do levantamento acende um alerta para que os agentes de segurança mudem a sua forma de atuação, uma vez que a população não se sente segura em relação à forma de trabalho da polícia há muito tempo. A forma pelas quais as corporações têm atuado historicamente tem incomodado, uma vez que não se pauta, na prática, na segurança e no direito social para todos. O medo da polícia é um fenômeno cíclico, pois não se trata de uma situação que acontece agora. Em São Paulo, a situação está longe do controle, mas temos visto dados alarmantes ao longo da história do Brasil.

ENTRE GÊNEROS – A pesquisa do Datafolha aponta que o temor tem dado parecido entre gêneros (56% entre mulheres 52% entre homens). Há, no entanto, diferenças entre pretos (59%, ante 45% entre brancos) e entre eleitores de Lula e de Bolsonaro no segundo turno de 2022 (58% no caso do primeiro e 40% no do segundo). As margens de erro nesses segmentos variam de 3 a 5 cinco pontos percentuais.

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo enfrenta uma crise na segurança pública com casos em sequência de violência policial. Em um deles, um soldado foi filmado jogando um homem em um córrego em Cidade Ademar, na Zona Sul da capital paulista. Em outro, um estudante de medicina foi morto com um tiro disparado por um PM dentro de um hotel na Vila Mariana, também na Zona Sul. Noutro episódio, um soldado, que estava de folga, matou um rapaz de 26 anos com 11 tiros no Jardim Prudência, na Zona Sul. Ele foi atingido ao tentar fugir com produtos de limpeza furtados de um mercado.

A falta de segurança em geral no país contribui para que parte da população se sinta compelida a apoiar discursos que acabam por apoiar a violência policial. Enfim, a sociedade está vivendo em estado de prontidão e medo com base numa parceria entre o crime e policiais.

Pensando bem, o maior problema do mundo talvez seja a religião

Crianças palestinas e judias conseguem se entender…

Carlos Newton

A vida é feita de tragédias. Como diz a oração católica “Salve Rainha”, o mundo é um vale de lágrimas, trazendo perdas sucessivas que precisamos lutar para superá-las e muitas vezes nem conseguimos. Quando há uma guerra como a provocada pelo Hamas e revidada por Israel, o mundo inteiro sofre, ao mesmo tempo.

O consequente genocídio torna-se assunto obrigatório e deveria levar as pessoas a raciocinar sobre o ocorrido, ao invés de seguirem trocando ódios em favor de israelenses ou palestinos.

É preciso lembrar que muitas guerras acontecem por motivos terrenos, disputas disso ou daquilo, mas essa desgraça permanente no Oriente Médio ocorre sempre em nome de Deus, o que a torna ainda mais grave e desnecessária.

MELHOR SER ATEU? – Sem a menor dúvida, seria melhor se todos fossemos ateus, como John Lennon imaginou, antes de receber aqueles tiros no meio da rua. Mas certamente os homens iriam encontrar outros motivos para fazer guerra e matar inimigos.

Sempre tive muitos amigos e colegas ateus. Eu mesmo era ateu, desde criança. Recusei-me a fazer a primeira comunhão, meus pais nem insistiram. Mas fui me modificando com o tempo e a convivência com a espiritualidade. Hoje sou cada vez menos ateu e tenho respeito por todas as religiões.

É evidente que o ateísmo não significa que a pessoa se torne menos caridosa, solidária e prestativa, muito pelo contrário. Da mesma forma, seguir uma religião, não importa qual, pode ser impositivo e até  se tornar fanatismo.

JUDEUS E ISLAMITAS – No caso da guerra eterna entre judeus e islamitas, o premier Netanyahu aproveitou a tragédia e formou um governo israelense destinado a administrar um matadouro de palestinos, sejamos francos, até porque o tenebroso premier não consegue fazer outra coisa.

É hora de um cessar-fogo definitivo, de devolução dos reféns que restam e de uma trégua negociada. Mas Netanyahu não tem a grandeza de líderes anteriores que procuravam a paz.  Aparentemente, seria impossível, mas Yasser Arafat e Ytizak Rabin não pensavam assim e quase chegaram lá.

A vingança não leva a nada, a não ser a uma violenta reação contrária. A ONU precisa enviar os boinas azuis para a ocupar a Faixa de Gaza e cessar as hostilidades. Mas quem se interessa?

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P.S. 1
Sei que é muito difícil acreditar em Deus, porque significa acreditar no improvável, no ilógico e no intangível, concordo. Minha mente racional me leva a descrer. Mas na vida é mais fácil seguir em frente quando se tem algum ponto de referência, porque nos momentos de muita dor, quando o coração está dilacerado, uma oração sempre ajuda, até para que possamos perdoar um ao outro, e sermos também perdoados.

P.S. 2Acredito que o maior problema do mundo talvez sejam as religiões, especialmente quando são excludentes e repelem casamentos com pessoas de outras igrejas. Aliás, as religiões mais radicais neste ponto são justamente a judaica e a islamita, que têm mesma origem e insistem em evitar casamentos com pessoas de outras crenças. Ainda não perceberam que o mundo somente terá paz quando todos forem iguais e estiverem miscigenados. O Brasil é hoje o país onde existe a maior miscigenação racial e religiosa. Mas o avanço do radicalismo dos pentecostais já significa um retrocesso. Tenham todos um Feliz Natal, pensen um pouco sobre isso. (C.N.)

Presente de Natal! Governo libera emendas e Dino veta de novo

Em qual dos dois você menos acredita?, #lula #papainoel

Em qual deles você acredita? (Jotape charges)

Daniel Weterman e André Shalders
Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 728,7 milhões em emendas de comissão, herdeiras do orçamento secreto, em apenas três dias. O Poder Executivo efetuou as liberações antes da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, nesta segunda-feira, 23, determinou o bloqueio dos repasses por falta de transparência.

O dinheiro atende indicações de um grupo de 17 líderes partidários da Câmara, comandados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apadrinharam um total de R$ 4,2 bilhões em emendas. O ofício das lideranças foi revelado pela revista Piauí e confirmado pelo Estadão.

COM RESPALDO – Novos documentos aos quais o Estadão teve acesso mostram que o dinheiro começou a ser liberado, com respaldo formal do Palácio do Planalto.

Os líderes apadrinharam todas as emendas de forma conjunta, sem mostrar individualmente o nome dos parlamentares atendidos. O Estado de Alagoas, reduto de Lira, é o maior beneficiado, com R$ 73,7 milhões em novas indicações.

De acordo com especialistas e ONGs que acompanham o processo no STF, as indicações ferem a decisão da Suprema Corte.

DIZ O PLANALTO – A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo e pela coordenação das emendas parlamentares, afirmou que todo o processo de execução orçamentária está amparado na portaria interministerial do governo e no parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que orientaram as regras para a liberação dos recursos.

Além disso, a pasta declarou que a responsabilidade pelo cumprimento dessas determinações é dos ministérios que liberaram o dinheiro.

O Planalto também disse que o que não estiver em conformidade com a decisão do STF está sujeito a ação de órgãos controle internos, como a Controladoria-Geral da União (CGU).

NA ÚLTIMA HORA – Os empenhos, que autorizam o andamento de obras, projetos e o pagamento futuro para Estados e municípios, ocorreram de quarta-feira, 18, a sexta-feira, 20, enquanto o Congresso votava o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conforme documentos do Portal da Transparência e do Siga Brasil.

Só houve os votos necessários na Câmara e no Senado quando o governo prometeu pagar emendas para os parlamentares, incluindo que foram liberadas nesses três dias.

Nesta segunda-feira, 23, o ministro Flávio Dino deu nova decisão para suspender o pagamento das emendas. No despacho, o ministro diz que a “indicação coletiva” por meio do ofício contraria as decisões do STF sobre o tema até o momento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o Planalto está remando numa direção de entendimento com o Congresso, mas o Supremo faz o possível e o impossível para evitar essa composição. Isso significa que o jogo está cada um por si na Praça dos Três Poderes, o que seria a política ideal na democracia, caso houvesse harmonia institucional e respeito às leis pelo Supremo. Como não há, reina a esculhambação. (C.N.)

Lula é aconselhado a descartar Alckmin como opção para Defesa

Ministro José Múcio vira alvo do fogo amigo do PT. Entenda - Folha PE

Múcio avisou que vai sair e está esperando o substituto

Andreza Matais
do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido aconselhado a buscar fora do governo um nome para substituir o ministro José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa.

Esses interlocutores avaliam que transferir o vice-presidente Geraldo Alckmin do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para a vaga, como cogitado, seria colocar seu vice numa posição de conflitos que o obrigará a intermediar constantemente com o próprio governo.

MÚCIO DE SAÍDA – De perfil conciliador, o ministro apresentou ao governo sua disposição em deixar a pasta no próximo ano, quando irá completar 77 anos. Argumentou que quer passar seus últimos anos de vida ativa junto com os netos e que, no cargo, não conseguiu tirar um dia de folga dada a quantidade de incêndios que apagou.

Desde que Lula assumiu o mandato, a relação do governo com os militares tem sido de crise. Por interferência da primeira-dama Janja da Silva, Lula recusou a presença dos militares na sua segurança, optando pela Polícia Federal. A queda de braço gerou desgastes.

O inquérito que investiga a tentativa de golpe no país também desgastou os militares. Coube a Múcio pregar sozinho que não se pode generalizar as Forças Armadas com a atuação de generais no plano golpista.

MEDIDAS DO PACOTE – No meio disso, o governo incluiu no pacote fiscal mudanças nas regras de aposentadoria dos militares. O Congresso deixou essa discussão para 2025. Nova crise.

Em vídeo institucional, a Marinha fez críticas indiretas ao pacote, ironizando que teriam privilégios. “Quer privilégios? Vem para a Marinha”, dizia a gravação, mostrando a dura rotina de treinamento dos militares.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), jogou mais lenha na fogueira ao misturar a reação aos militares envolvidos no plano golpista. “Também é grave que o vídeo ofensivo seja divulgado quando um ex-comandante da Marinha é indiciado por participar do plano de golpe de Jair Bolsonaro”, postou ela nas redes sociais.

APAGANDO INCÊNDIOS – No governo desde a primeira hora, Múcio vem atuando como bombeiro desde antes de assumir o cargo. Foi o primeiro ministro a ser escolhido por Lula, ainda antes da posse, justamente para apaziguar o clima de rejeição nas Forças a um governo de esquerda.

Na ocasião, precisou buscar no então presidente Jair Bolsonaro (já derrotado nas urnas) apoio para ser recebido pelos comandantes e fazer a transição.

Mesmo assim, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, se recusou a ir à posse do sucessor, e depois foi um dos alvos da PF em operação sobre a tentativa de golpe de Estado.

ACAMPAMENTOS – Também foi Múcio quem atuou para desmobilizar acampamentos nas portas dos quartéis que pediam intervenção militar para evitar a posse de Lula. Na época, disse que tinha amigos entre os acampados e pediu calma. Em conversas reservadas, afirmara que havia familiares de militares entre os acampados, o que tornava a situação delicada.

Além de Alckmin, outro nome sempre lembrado em Brasília para a vaga é o do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele deixa a vaga em fevereiro.

As especulações nesse sentido, contudo, geram desconfiança no grupo de Pacheco de que sejam uma tentativa de tirá-lo do caminho do Ministério da Justiça, uma vaga cobiçada pelo grupo Prerrogativas. Ricardo Lewandowski, atual ministro, é cotado para assumir uma vaga na embaixada de Portugal.

Trump diz que Musk não vai controlar a Presidência dos EUA

Donald Trump: notícias sobre o presidente eleito dos EUA | Folha

Trump defende a participação de Musk no seu governo

Deu na CNN
Reuters

O presidente eleito Donald Trump disse aos apoiadores neste domingo (22) que o dono do X, Elon Musk, não poderia ser presidente dos Estados Unidos, porque ele “não nasceu no país”.

“Mas não, ele não vai ser presidente, isso eu posso te dizer. E eu estou seguro, você sabe por quê? Ele não pode. Ele não nasceu neste país”, disse Trump.

SUL-AFRICANO – O empresário nasceu na África do Sul, naturalizou-se canadense e depois americano. Fundou várias empresas, como a Tesla, fabricante de carros elétricos, a SpaceX, que atua no segmento de viagens espaciais, e a Boring Company, de infraestrutura e construção.

A fala vem após adversários de Trump sugerirem que o bilionário estava “tomando o controle da presidência”. Musk e Trump derrubaram um acordo bipartidário nesta semana que previa a continuação do financiamento do governo, gerando uma confusão no Congresso americano e uma quase paralisação da máquina federal.

ORÇAMENTO – O Congresso, no entanto, aprovou a lei orçamentária no início do sábado (21) que evitou a paralisação do governo antes da agitada temporada de viagens de férias no país.

A versão final eliminou algumas disposições defendidas pelos democratas, que acusaram os republicanos de ceder à pressão de um bilionário não eleito que não tem experiência no governo.

Trump encarregou Musk, a pessoa mais rica do mundo, a liderar uma força-tarefa de corte de orçamento, mas ele não terá posição oficial em Washington.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Trump ironizou as críticas a Musk e reconheceu que ele entende de Orçamento público. O mundo vai ter de aturar dose dupla de Trump e Musk. Vai ser divertido e vou comprar pipocas. (C.N.)    

Política tosca e petismo ignaro ameaçam futuro da esquerda no país

A reação de Haddad diante da disparada do dólar | VEJA

Haddad não peitou Lula e instaurou-se o caos econômico

Vinicius Torres Freire
Folha

No último dia político do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros tentaram passar uma mão de tinta na parede rachada do crédito do governo. Lula foi o maior responsável pelo desastre financeiro de dezembro, que deixará sequelas na economia e no seu cacife político, fecho de um ano de erros horríveis.

Feito o estrago, sugeriu-se a Lula que elogiasse a autonomia do Banco Central e Gabriel Galípolo; que demonstrasse consciência da “necessidade de novas medidas [fiscais]”.

EMBROMAÇÃO – Fernando Haddad voltou a dizer que medidas virão, talvez em março, e que o pacote seria apenas parte de um processo de ajuste politicamente difícil, o que é verdade, mas não justifica o disparate de novembro.

Foi um reconhecimento do erro e das desgraças recentes, anunciado por Lula com soberba disfarçada por sorrisos amarelos, sabe-se lá se com consequências práticas.

Os problemas do ano foram decerto agravados por motivos que porta-vozes do mercadismo relegam a notas ao pé de página. Por exemplo, impactos da política econômica americana no Brasil, seca e a conspiração informal da elite contra a tributação justa e acerto maior das contas públicas.

TRAGÉDIA DE ERROS – Mas 2024 foi uma tragédia de erros do governo. Na louvação de Galípolo, Lula juntou Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

Haddad, Galípolo e Tebet haviam aconselhado Lula a engordar o pacote de novembro e a deixar de lado a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000.

Com soberba provinciana, cálculo político míope, triste ignorância e festa no PT, Lula baixou um pacote magro e com essa isenção de IR para agradar à classe média que majoritariamente não vota no PT (nem votará, muitos preferindo um Marçal da vida).

FALSA SURPRESA – No último dia útil de 2023, o governo baixara medida provisória surpresa a fim de diminuir a perda de receita com a redução de impostos da folha de pagamento de empresas (“desoneração”) e com o Perse (para empresas de eventos, turismo e cultura, isenção criada na epidemia, malversada e prorrogada de modo malandro).

Um Congresso de direita, fulo pelo atropelamento político, e empresas derrubaram a MP. Em junho, a fim de tapar esse buraco, o governo tentou restringir o uso de créditos tributários por parte de empresas, o que causou revolta e praticamente enterrou o plano de alta de impostos de Lula 3.

Em abril deste 2024, estava claro que o governo não cumpriria metas de déficit, o que implicaria legalmente em limitação de gasto público no 2026 eleitoral. Por pressão do governo quase inteiro e do PT, com a graça de Lula, mudou-se a meta.

DESPENCANDO – As condições financeiras rolaram a ladeira. A taxa de juros de um ano saiu de 10% ao ano em março para 15% agora (em termos reais, de 6% para 10%); o dólar foi de R$ 5 para mais de R$ 6.

No final de 2022, o governo de transição aprovara enorme aumento de gasto, talvez acreditando que arrumaria receita mais tarde. Aprovou em 2023 um arcabouço fiscal que dependeria de contenção de gastos obrigatórios, vetada por Lula em 2024, para desgosto de Haddad.

O governo não tinha plano econômico (ou para quase nada), nem de esquerda: gasto para pobres, imposto sobre ricos, controle rígido de pressões inflacionárias. Em 2024, dinamitou o programa precário que havia. Cálculo político tosco e petismo ignaro ameaçam a ponte para o futuro da esquerda em 2026.

Vexame! Lobby dos juízes no Congresso manteve os supersalários

Tribuna da Internet | Justiça no Brasil, manipulada e dispendiosa, custa  três vezes mais que a média mundial

Charge do Kemp (humortadela.com.br)

Luísa Martins
CNN Brasil

Depois de um intenso lobby de juízes e procuradores contra o trecho do pacote fiscal que limitava os supersalários, o Congresso Nacional flexibilizou o texto original do governo e abriu margem para a manutenção de pagamentos fora do teto constitucional.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo previa que só poderiam extrapolar o teto verbas indenizatórias previstas em lei complementar. O Congresso alterou para lei ordinária, que exige menos quórum para ser aprovada, ou seja, “passa mais fácil”.

SEM MUDANÇA – Além disso, o Congresso estabeleceu que, enquanto essas novas leis não estão sancionadas, tudo fica como está — ou seja, não há nenhuma revogação dos supersalários pagos atualmente.

Desde o início de dezembro, integrantes da magistratura e do Ministério Público vinham intensificando suas articulações no Poder Legislativo, na tentativa de convencer os parlamentares a rejeitar qualquer restrição aos supersalários.

Como parte dessa estratégia, entidades representativas das categorias divulgaram notas públicas contra a PEC, ameaçando uma aposentadoria em massa de cerca de 40% dos seus quadros.

AMEAÇA SINISTRA – Conselhos que reúnem presidentes dos tribunais afirmavam que, nesse eventual cenário, haveria um congestionamento de processos no sistema de Justiça brasileiro, aumentando a lentidão.

Também apontavam que os gastos futuros do governo com previdência e com a abertura de novos concursos não compensariam os cortes da proposta – o que foi negado por interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O teto constitucional é equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje fixado em cerca de R$ 44 mil. Em tese, nenhum servidor público pode receber um valor mensal maior que esse.

TUDO ACERTADO – Na prática, porém, vários “penduricalhos” são pagos à parte, especialmente nos Estados.

Os gastos do Poder Judiciário, com auxílios e gratificações pagos além do teto, chegaram a R$ 4,4 bilhões em 2023, segundo relatório do Transparência Brasil.

De acordo com o documento, dos 13,2 mil juízes e desembargadores que foram objetos da pesquisa, quase 70% receberam entre R$ 100 mil e R$ 499 mil acima do limite constitucional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não se pode dizer que isso seja ilegal ou configure corrupção, que também ocorre no Judiciário, apesar dos altíssimos salários. Mas é possível dizer, sem medo de errar, que isso é um escândalo, representando a desmoralização da categoria profissional que deveria estar protegendo os brasileiros, ao invés de insistir em explorá-los, impiedosamente. Por isso, há momentos em que tenho vergonha de ser brasileiro. (C.N.)

Golpe que une governo e Supremo é muito pior do que o bolsonarista

Lula Alexandre de Moraes

Lula e Moraes executam um golpe bem mais ameaçador

André Marsiglia
Poder360

O turbilhão nacional não para: prisões preventivas de generais para evitar atrapalhar investigações que já acabaram, ministros do STF que são vítimas e juízes do mesmo caso, redes sociais que são reguladas para, em seguida, o governo pedir exclusão de críticas a suas políticas públicas, a Justiça eleitoral criando mais políticos de direita inelegíveis do que formigas em doce de coco, pessoas com medo de falar, congressistas sem imunidade parlamentar.

Se há quem duvide ter sido tentado um golpe no país há dois anos, nenhuma dúvida há de que, neste momento, as autoridades do Estado empreendem contra seus adversários políticos um violento contragolpe, no qual o Direito foi cooptado como instrumento político de caça a adversários de quem está no poder.

É MUITO PIOR – Se golpe é ruim, contragolpe é pior. Caso tenha se desejado um golpe no governo passado, uma coisa é certa: não foi adiante.

Já o contragolpe atual do Estado está a pleno vapor, destruindo a institucionalidade do país: juiz se tornou rei, Suprema Corte se fez governo, governo virou aliado de rei, Congresso foi para o calabouço e o Direito e a Constituição se tornaram nada. 

Ao ensinar Constituição nas universidades, sinto-me constrangido, envergonhado, tanto quanto se eu fosse o guia de uma excursão de adultos pelos parques fictícios da Disney.

CONTRAGOLPE AMEAÇADOR – É preciso ser muito tolo, cego ou ingênuo para acreditar que o contragolpe do Estado vai assegurar a democracia, tornar viável a pacificação de que o país tanto precisa.

Teremos autoridades tão ingênuas a ponto de não enxergar que não haverá país se esquerda e direita não se aceitarem mutuamente, se juízes não voltarem a julgar, se governos não voltarem a se preocupar com governança?  Duvido muito.

Acredito mais que a esquerda tema que a direita seja a única capaz de viver de votos em um país pacificado. Afinal, a melhor proposta da esquerda hoje para se eleger é convencer as pessoas a ter medo da direita.

PACIFICAR É PRECISO – Se houver uma pacificação política do país, é claro que os juízes não terão chance de se de ser tão poderosos e influentes politicamente em um país acalmado.

A pacificação não interessa a quem exerce hoje o poder no país, por isso, o contragolpe do Estado é muito mais perverso. E, como está corroendo por dentro das entranhas das instituições, como está rasgando o direito e a Constituição, talvez seja o golpe mais perigoso, o golpe definitivo, o verdadeiro golpe, o golpe sem volta.

Ivan Lins e Celso Viáfora criaram um Papai Noel brasileiro, de camiseta

Música do Brasil: ♫Papai Noel de camiseta♫

Ilustração do Ivan Jerônimo (Arquivo Google)

O arranjador, cantor e compositor paulista Celso Viáfora, na letra de “Papai Noel de Camiseta”, soltou a imaginação para retratar uma realidade que para muita gente não existe. A música foi gravada por Ivan Lins no CD Um Novo Tempo, em 1999, pela Abril Music.

PAPAI NOEL DE CAMISETA
Ivan Lins e Celso Viáfora

Noel irá chegar de camiseta
metido num chinelo e de bermuda jeans
tocando agogô invés de uma sineta
cantando do xará o “Palpite Infeliz”
então, será Natal
A noite vai ser mais feliz

Estenderá uma toalha na sarjeta
em qualquer praça de subúrbio do País
trará cachaça, arroz, feijão, a malagueta
doce de leite, balas de goma e quindins
aí será Natal
A noite vai ser mais feliz

E surgirão blocos mirins
de suas camas de jornal
e drag queens
os reis magros do carnaval
de pé no chão
os solitários da paixão
um tamborim
alguém trará um violão
um bandolim
e a multidão vai sambar com a batida dos sinos

Ali no morro nascerá mais um menino
e, no primeiro sol, virão os bentevis
Num dia de Natal, a gente pode ser feliz

“Autonomia” que Lula oferece a Galípolo no BC é “submissão total”

Imagem colorida de presidente Lula gesticulando ao lado de Gabriel Galípolo - Metrópoles

Lula decidiu usar Galípolo para tentar acalmar o mercado

Mario Sabino
Metrópoles

Depois da semana em que o Banco Central se viu obrigado a torrar 7 bilhões de dólares para evitar que o real se tornasse moeda de brinquedo, o marqueteiro de Lula, Sidônio Palmeira, cotado para ser o novo ministro da Secom, teve uma ideia copiada de transmissões ao vivo de Jair Bolsonaro.

Ele colocou Lula ao lado de Gabriel Galípolo na biblioteca do Palácio do Alvorada, acompanhado de Fernando Haddad, Simone Tebet e Rui Costa, para que o presidente da República dissesse ao novo presidente do BC que não iria interferir no trabalho da autoridade monetária.

“Você será o mais importante presidente do Banco Central que o Brasil já teve, porque será o presidente com mais autonomia”, afirmou Lula, entre declarações de amor recentíssimo à responsabilidade fiscal.

MAIS OU MENOS – Assim como não existe mais ou menos virgindade, não existe mais ou menos autonomia de banqueiro central. Ou ele é autônomo ou ele não é. Como o presidente do Banco Central tem autonomia garantida por lei de 2021, Lula não faria mais do que a sua obrigação em respeitá-la.

O mercado se tranquilizou, parece, com a cena armada pelo marqueteiro de Lula, mas é aquela tranquilidade à base de ansiolítico. O que deveria existir é medida protetiva de distância mínima entre presidente da República e presidente do BC.

Com um Executivo irresponsável, um Congresso delinquente e um Judiciário voraz, foi Roberto Campos Neto quem segurou a inflação até aqui. Se não fosse ele a manter a taxa de juros alta, ao blindar os diretores do banco da gritaria presidencial para que pudessem cumprir a sua função, o governo já estaria pintando dinheiro para cobrir com mais inflação gastos totalmente fora de controle.

SEM CONTINUIDADE – Mas a fala de Lula não aponta para a continuidade do trabalho exemplar do ex-presidente do Banco Central.

“Quero que você saiba que está aqui por uma relação de confiança minha e de toda a equipe de governo (…) Porque eu tenho certeza que, pela tua qualidade profissional, tua experiência de vida e teu compromisso com o povo brasileiro, certamente você vai dar uma lição de como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”, disse Lula.

A interpretação de texto básica é que o presidente da República espera que Gabriel Galípolo não seja um Roberto Campos Neto, a quem acusa injustamente de ser um sabotador bolsonarista. Que o seu garoto “dê uma lição como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”.

SUBMISSÃO TOTAL – A “verdadeira autonomia” que Lula e o PT querem de Gabriel Galípolo é o seu contrário: a verdadeira submissão. Porque, afinal de contas, ele tem uma “relação de confiança” com o presidente da República e “compromisso com o povo brasileiro”.

Lula deu um recado a Gabriel Galípolo nas entrelinhas de significado oposto ao do enunciado: “Olha, companheiro, eu te pus aí porque conto com você para baixar na marra a taxa de juros, porque preciso ser reeleito e não quero mais ter de tocar nesse assunto em público”.

O novo presidente do BC ainda vai ter de provar se é leal ao país ou a Lula, e não haverá marqueteiro capaz de consertar o desastre se Gabriel Galípolo tiver mais lealdade ao seu criador.

Republicano diz que Musk age como “primeiro-ministro” dos EUA

Musk's millions for Trump make him biggest US political donor

Elon Musk está incomodando até o Partido Republicano

Fábio Galão
Gazeta do Povo

O deputado republicano Tony Gonzales, do Texas, disse que o empresário Elon Musk parece atuar como um “primeiro-ministro” dos Estados Unidos, após uma disputa sobre o orçamento federal na Câmara que quase paralisou o governo americano.

“Temos um presidente, temos um vice-presidente, temos um presidente da Câmara [Mike Johnson]. Parece que Elon Musk é o nosso primeiro-ministro”, disse Gonzales em entrevista ao programa Face the Nation, da emissora CBS, neste domingo (22).

VOZ DO POVO – Gonzalez disse que conversou com Musk durante a tumultuada semana na Câmara e que, embora o empresário não ocupe um cargo eletivo, a voz dele é “um reflexo da voz do povo”.

Na quarta-feira (18), quando estava prestes a ser votada na Câmara uma proposta de orçamento federal que precisava ser aprovada até sexta (20), sob risco de serviços do governo americano serem paralisados, Musk fez uma série de postagens no X contra o projeto, negociado por republicanos e democratas durante meses.

O presidente eleito, Donald Trump, apoiou Musk e o projeto foi retirado de pauta, o que gerou críticas dos democratas.

PLANOS B E C – Um orçamento “plano B”, este apoiado por Musk, foi a plenário na quinta-feira (19), mas foi rejeitado. Apenas dois democratas votaram a favor da proposta. Entretanto, também houve insatisfação entre os republicanos, já que 38 deputados do partido foram contra o projeto.

Por fim, na sexta-feira e na madrugada de sábado (21), de última hora, uma terceira proposta foi aprovada na Câmara e no Senado, evitando a paralisação governamental.

Musk ironizou, perguntando antes da votação se o projeto era “republicano ou democrata”.

TRUMP ELOGIA – Num evento conservador em Phoenix, no Arizona, neste domingo, Trump disse que Musk “fez um trabalho incrível” na questão do debate sobre o orçamento e negou que o empresário, que chefiará um departamento de eficiência governamental na gestão que começa em 20 de janeiro, terá tanto ou mais poder do que ele.

“Não, ele não vai assumir a presidência. Eu gosto de ter pessoas inteligentes ao meu lado”, disse Trump, segundo informações da CNN.

“Eles [democratas] estão em uma nova onda. ‘Rússia, Rússia, Rússia’, ‘Ucrânia, Ucrânia, Ucrânia’, todas essas farsas [em referência a acusações que os democratas fizeram contra Trump no seu primeiro mandato]. A nova é: ‘O presidente Trump cedeu a presidência a Elon Musk’. Não, não, isso não vai acontecer”, afirmou o presidente eleito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O mundo será muito mais agitado e surpreendente com a volta de Trump, apimentado pela assessoria de Musk. A mídia e as redes sociais vão ferver. (C.N.)

O projeto do pacote dos cortes de gastos e a trava no salário mínimo

Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Pedro do Coutto

O Congresso aprovou na última semana, o Projeto de Lei nº 4.614 de 2024, do pacote fiscal de revisão de gastos públicos. O texto foi analisado pela Câmara e pelo Senado e vai à sanção presidencial. Um dos pontos do texto enviado pelo governo é a redução do ganho real do salário mínimo para, no máximo, 2,5% acima da inflação. O dispositivo muda a regra atual, que ancora o crescimento da renda ao reajuste da inflação e ao crescimento do Produto Interno Bruto.

O texto aprovado pelos congressistas não sofreu alterações em relação à vontade do governo. Com isso, a Fazenda estima um alívio de R$ 2,2 bilhões nas contas públicas em 2025 e R$ 109,8 bilhões até 2030. Hoje, o reajuste tem como base a soma da inflação do ano passado mais o crescimento real igual ao PIB de dois anos anteriores.

LIMITAÇÃO – Agora, cresce com variação real limitada às regras do marco fiscal, ou seja, até 2,5% acima da inflação. O novo limite não significa que a remuneração vai diminuir de um ano para o outro. Continuará aumentando, mas em um patamar menor do que em tempos de economia aquecida.

A economia se dará porque muitos benefícios estão atrelados ao reajuste do salário mínimo. Quanto maior for o reajuste, mais gastos o governo tem com algumas categorias. Em cifras, cada R$ 1 a mais no salário mínimo eleva os desembolsos públicos em R$ 391,8 milhões. Os números constam no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025. Mas os gastos ainda são altos, mesmo com o limitador.

INFLAÇÃO  – Quando Lula anunciava o ganho real do salário mínimo, acendeu-se uma luz de esperança para os milhões de segurados que recebem nessa faixa no sentido de respirar um pouco diante da inflação. Mas agora verifica-se que com o limite de reajuste mantido em 2,5%, a ideia anunciada no início do seu governo – e que seria um progresso com décadas de espera – fica esvaziada.

A esperança se desenhava, destacada pelo próprio presidente, foi por água abaixo. Estranha-se até que o desgaste do governo não tenha sido colocado sobre a lupa da oposição. Mais uma vez, o trabalhador paga o pato enquanto há setores que ganham fortunas com a escala do salário mínimo e com a inflação do país.

“Mauro Cid de Braga Netto” será indiciado por se envolver no golpe

O coronel Flávio Peregrino foi alvo de operação da PF

Coronel Flávio Peregrino já foi alvo de operação da PF

Lauro Jardim

A PF vai indiciar em breve Flávio Peregrino, alvo de uma operação de busca e apreensão na semana passada no âmbito das investigações acerca da trama de golpe de Estado. O coronel foi nos últimos anos uma espécie de faz-tudo do general Walter Braga Netto.

Na definição de um militar próximo aos dois, “o que o Mauro Cid era para o (Jair) Bolsonaro, o Peregrino era para o Braga Netto”. É o cerco se fechando.

MESMA POSTURA – Braga Netto mudou de advogado, mas não sua postura quanto às acusações que constam no relatório da PF sobre as articulações para o golpe de Estado, da qual ele seria um dos cabeças.

O general continua negando tudo em relação aos preparativos para uma virada de mesa, conforme relatado no inquérito hoje nas mãos da PGR.

José Luis Oliveira Lima, seu novo advogado, está pedindo a Alexandre de Moraes que Braga Netto seja ouvido em depoimento que, em resumo, será para negar e não para admitir nada que a PF lhe imputa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É muito estranho que o ministro Alexandre de Moraes indicie o Batman, mas esqueça de indiciar o Robin. Isso significa que não há provas, mas na verdade não representa empecilho, porque Moraes e o delegado federal Fábio Shor, que comanda a força-tarefa, têm muita “criatividade”, como o próprio ministro apregoa. (C.N.)

Como diz Lula, o general Braga Netto tem direito a ampla defesa

Governistas comemoram prisão de Braga Netto

Braga Netto é um militar sem caráter, mas a lei o protege

Carlos Newton

Desde a época em que foi interventor federal na segurança do Rio de Janeiro, em 2018, o general Braga Netto é considerado incompetente e destrambelhado. Não conseguiu enfrentar o crime e agiu com impressionante falta de visão. Quando a intervenção estava para terminar, abrimos aqui na Tribuna da Internet uma forte campanha contra ele, porque tencionava devolver à União vultosa parte da verba que recebera.

Na undécima hora, por sugestão da Tribuna da Internet, o general decidiu comprar coletes e outros equipamentos para os policiais militares. Resultado: a 12 de setembro de 2018, a Polícia Federal realizou uma ação para investigar possível fraude na venda sem licitação dos coletes e de outros bens pela CTU Security LCC, em negociação que fora anulada, porque o governo americano avisou ao Brasil que a empresa estava envolvida no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse.

PRIMO DE VILLAS BÔAS – De início, pensava-se que Braga Netto fosse um destaque no Exército. Mas na verdade era protegido por ser primo do então comandante Eduardo Villas Bôas, que o indicou para ser interventor e depois para compor o governo Jair Bolsonaro.

Quase dois anos depois, já no governo Bolsonaro, o Tribunal de Contas da União (TCU) denunciou irregularidades no uso de 93 milhões de reais para a compra de blindados Lince K2, inadequados para operar nas estreitas ruas das comunidades do Rio, além de gastos com reformas em instalações do Exército e até compras de camarão e bacalhau, ao preço de 212 mil reais.

A conclusão dos auditores do TCU foi de que os desvios de finalidade apontados em seu relatório final feriam a Constituição e configuravam “graves ilegalidades”.

CRÍTICA EQUIVOCADA – Por tudo isso, é um equívoco criticar a Tribuna da Imprensa, dizendo que estamos defendendo Braga Netto, Jair Bolsonaro e outros envolvidos no golpe que não houve.

Aqui defendemos a tese de que todos devem ser investigados, julgados e condenados, mas dentro da lei.

O general Braga Netto é um mau militar e um péssimo civil. Mesmo assim, as leis que o protegem (e que protegem a todos nós, como ensinava Ruy Barbosa) devem ser respeitadas. No entanto, nesta decisão assinada por Alexandre de Moraes não foi citada nenhuma lei que justificasse a prisão preventiva de Braga Netto. E isso é errado, não importa quem esteja sendo investigado.

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P.S. 1 –
Para justificar a prisão, Moraes disse que Braga Netto poderia obstruir a investigação, uma tremenda contrafação, porque o inquérito fora oficialmente encerrado 23 dias antes da prisão dele. Ou seja, Braga Netto teria de voltar ao passado para interferir numa investigação já encerrada. E voltar ao passado só acontece em comédias de Hollywood…

P.S. 2 – Aqui na Tribuna, sob o signo da Liberdade, não defendemos A ou B; o que se defende aqui é a democracia, sem a qual não existe liberdade. (C.N.)

Galípolo exalta Campos Neto e indica que Lula não controlará o BC

Galípolo exalta harmonia com Campos Neto e deixa recado: PT não terá  controle do Banco Central - Estadão

Galípolo e Campos Neto se tornaram grandes amigos

Roseann Kennedy
Estadão

O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi taxativo nesta quarta-feira, 19, ao descartar a realização de uma reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom). A forma como encerrou os rumores sobre o tema é que chamou a atenção. “Você sabe que eu adoraria fazer mais uma reunião de Copom com o Roberto, talvez isso poderia me seduzir a convocar. Mas como eu disse para vocês, eu acho que a gente deu um passo claro, transparente, na direção de colocar a taxa de juros num patamar restritivo”, disse ao lado do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, na última entrevista coletiva juntos.

A resposta mesclou o tom de brincadeira ao falar da sedução para expor a harmonia com Campos Neto e ratificou que está de acordo com a orientação do Copom que sinaliza a alta da Selic para mais duas reuniões. E essa foi apenas uma das muitas declarações nas quais o novo chefe da autoridade monetária exaltou a amizade e a concordância entre eles.

RECADO CLARO – O recado político ficou claro: Campos Neto, que foi alvo preferencial do PT e do presidente Lula ao longo do ano para eximirem-se das responsabilidades sobre as instabilidades econômicas no País, está de saída, mas isso não significa abrir as portas para interferência política dos petistas.

“Roberto, a casa é sua, sempre estaremos de portas abertas para você. Sou muito grato por tudo que fez pela política monetária, pela casa e por todos nós”, afirmou.

Indiretamente, Galípolo também saiu em defesa de Campos Neto. “Sou testemunha de que o Roberto, em todas as reuniões, atuou com preocupação em relação ao País, sempre pensando o que era melhor para a economia brasileira e o que era para o país e em fortalecer a gente”, relatou. Assim, se houvesse trilha sonora na entrevista, a música seria “Amigos para Sempre” a considerar as afirmações de Galípolo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Dizem que Lula da Silva ficou exultante com as declarações de Galípolo. Lula passou dois anos esculhambando Roberto Campos Neto, que deixa o Banco Central aplaudido delirantemente pelo sucessor nomeado pelo próprio Lula. É a Piada do Ano. (C.N.)

Jornalismo especulativo ajuda PT a esbulhar o país na alta do dólar

Dolar americano -- Merópoles

Ilustração reproduzida do Metrópoles

Mario Sabino
Metrópoles

Uma mentira do PT virou fake news por meio de um canal de televisão jornalístico: a de que a explosão do dólar é obra de “ataque especulativo”. O canal de televisão até indicou a origem, veja só: um perfil anônimo no Twitter.

O jornalismo oficialesco é uma praga que não conhece o senso de ridículo. É impossível que um mercado que movimenta bilhões de reais, alimentado por informações colhidas em tempo real de grandes bancos e empresas, de jornais e emissoras sérios que reproduzem textualmente o que autoridades dizem, de analistas credenciados e de agências internacionais de classificação de risco, possa ser convulsionado por um perfil anônimo em uma rede social.

PERDER DINHEIRO – Ninguém gosta de perder dinheiro, especialmente se o seu trabalho é fazer dinheiro, como é o caso dos agentes financeiros — e a maioria dos que se refugiram no dólar nos últimos dias por causa da delinquência de um governo que alimenta a inflação com gastos exorbitantes, desprezando noções mínimas de responsabilidade fiscal, achou que perderia dinheiro se continuasse acreditando no que não existe: na racionalidade de Lula.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disse o óbvio ao jornalista João Sorima Neto: “Não é um ataque especulativo. A questão não é essa. Se investidores internacionais e domésticos acreditam que o país não vai ter problema à frente, compram ativos brasileiros, entram mais dólares, e o câmbio cai”.

Não é ideologia, é grana, seus estúpidos.

POLÍTICA ESPOLIATIVA – Não houve ataque especulativo da parte do mercado. O que é há é uma política espoliativa da parte do governo. Há um ano, o dólar estava a R$ 4,90; hoje, está batendo em 6,29, e ninguém sabe qual é o limite a ser atingido pela moeda americana.

É a tradução mais perfeita de que Lula e o PT esbulham o país do seu futuro e desapossam os cidadãos do seu poder de compra e de poupança, em prol de um projeto de poder que vem provando ser predatório há quase duas décadas.

 Eles contam com a ajuda do jornalismo oficialesco, este sim, especulativo.

Nascimento de Cristo é um dos temas favoritos na visão mágica dos pintores

A “Adoração dos Pastores”, numa pintura de El Greco

Paulo Peres

Na iconografia cristã, os grandes mestres da pintura sempre deram relevada importância em registrar com talento, criatividade e interpretações diversas, o episódio da Natividade (o nascimento de Cristo) com seus personagens – a Virgem Maria, São José, o Menino Jesus, os animais, os pastores e os Reis Magos.

Essas imagens, um dos temas mais comuns na arte cristã, mormente na Idade Média e no Renascimento, estão sempre impregnadas de símbolos, como ressaltam Emile Male e seu discípulo Louis Réau, em livros iconográficos que decodificam a poética dos artistas.

MUITAS VARIAÇÕES – A Virgem, o Menino Jesus e São José, personagens principais do ato passado na estrebaria, sofrem variações de um para outro artista. No Retábulo Portinari, do flamengo Reoger der Weuden, ou na Natividade, do alemão Hans Baldung, há uma inovação: a do Menino iluminado, adorado por seus pais e os pastores.

“Do corpo do pequeno Cristo irradia intensa luz que ilumina a face extasiada dos personagens”, diz Emile Male. “Não é apenas um menino comum, que jaz no chão ou na manjedoura, reverenciado por Reis Magos e Pastores, olhado e farejado com certa indiferença por dois animais principais: o asno e o boi”.

Neste painel, outros seres ainda podem ser acrescentados, como na pintura da brasileira Rosina Becker do Vale: pavões, leões, corujas, borboletas, além de anjos cantores.

CARÁTER SIMBÓLICO – Os livros iconógrafos relatam que tudo na arte cristão medieval possui caráter simbólico, testemunhos da divindade de Cristo e das mensagens do Novo Testamento. E, por isso, existe um verdadeiro zoológico nos quadros primitivos flamengos, nos renascentistas e na obra de pintores alemães e espanhóis.

Segundo os especialistas, as fontes dos animais no presépio vieram, principalmente, da Bíblia, dos Salmos e da Lenda Dourada, a hagiografia dos santos (história dos santos) tão consultada pelos artistas da Idade Média. Nelas os animais não são classificados por espécies, família e gênero, como fez Carlos Lineu, no início do século XVIII, e sim por suas virtudes ou malefícios morais.

“Na Idade Média”, diz Emile Male, “tudo é signo e o visível só vale porque esconde o invisível. Logo, temos o significado de alguns animais que sempre aparecem em quadros de mestres que pintaram o tema Natividade”.

OS SIGNIFICADOS – O Cordeiro (Agnus Dei), por sua mansidão ante a morte inevitável, geralmente, simboliza Cristo e seu sacrifício pela humanidade, sobretudo quando aparece imóvel, salienta Emile Male.

O asno e o boi são animais inevitáveis em todas as Natividades. O asno, que mais tarde ajudará a Sagrada Família a fugir para o Egito, na iconografia do Natal tem vários significados. Humilde e doce, ele era chamado “o cavalo do pobre” e tem sempre um papel simpático na Bíblia. Na gruta natalina, junto com o boi, ele esquenta com seu hálito o Menino Jesus na manjedoura.

RICOS CAVALOS – Os cavalos dos Reis Magos, ricamente adornados, significam a riqueza do mundo em comparação à do Filho de Deus, explica Emile Male. “A este bestiário luxuoso, vários artistas como Ticiano, Rubens e Veronese, acresceram outros animais simbólicos: pomba, pavão, cervo, galo e leão, além dos anjos que evoluem como símbolos da pureza velando pela Sagrada Família”.

A pomba, símbolo da paz que reinará um dia sobre a humanidade após o Juízo Final, foi a emissária da Anunciação e do término do Dilúvio Universal.

“Signo do Espírito Santo, da alma do penitente purificada pela morte, ela se opõe ao negro corvo, encarnação do Diabo. E a pomba também simboliza a Igreja nascida no Pentecostes”, sustenta Emile Male.

Presente de Natal! Gustavo Kuerten enfim tem um sucessor no tênis

João Fonseca revela sonho em enfrentar grandes nomes no NextGen Finals - Tenis News

Fonseca arrasou seus rivais no campeonato juvenil

Felipe Rosa Mendes
Estadão

O campeão do Torneio Next Gen Finals quase escolheu o caminho do futebol em vez da trajetória nas quadras de tênis. O carioca João Fonseca só tomou o caminho da raquete aos 11 anos, idade quase tardia para apostar numa outra modalidade. Hoje, aos 18 anos, e com um título juvenil do US Open e o posto de número 1 do mundo no currículo, ele conta com o apoio de uma empresa de Roger Federer para continuar brilhando, agora no circuito profissional.

“Até os 11 anos, eu era mais da escolinha de futebol do que do tênis. Até que um dia tive uma lesão mais dura, um tombo muito feio no futsal. Botei na minha cabeça que era um esporte muito perigoso, de muito impacto. E fui focando no tênis. Me apaixonei pelo esporte”, afirmou o jovem atleta, com seu sotaque carioca.

FLAMENGUISTA – Questionado pelo Estadão, o torcedor fanático do Flamengo evitou falar sobre suas habilidades com a bola de futebol. “Não digo que jogo mal, mas também não digo que jogo bem”, afirmou, entre risadas.

Fonseca afirmou que entrar no mundo dos esportes era algo praticamente inevitável, uma vez que a prática esportiva é quase uma regra em sua família. A mãe joga vôlei, pratica kitesurf e pedala. O pai também gosta de ciclismo e kitesurf, além de surfar.

Os dois irmãos seguem o mesmo roteiro. Em comum a quase todos está o tênis, sempre de forma amadora. Fonseca é o primeiro da família a levar o esporte para um outro nível. “Minha família é muito esportista. Cresci fazendo todos os esportes possíveis.”

AGORA, PROFISSIONAL – O título no sábado encerrou a carreira de juvenil do brasileiro. A partir de agora, o foco será na transição para o circuito profissional. E a primeira grande decisão deve ser tomada até junho do próximo ano. Fonseca cogita a possibilidade de jogar o circuito universitário dos Estados Unidos. A decisão ficará para 2024.

“Estou deixando as duas portas abertas. Tenho falado com algumas universidades. Acho que seria uma boa experiência passar oito meses nos EUA e depois trancar a faculdade. E seguir para a carreira profissional. Mas não vou decidir nada por agora”, explicou.

No circuito universitário ou nas quadras da ATP, Fonseca tem consciência dos desafios que virão pela frente. “Estou entrando no mundo real, que é o profissional. As coisas ficam mais sérias, tem que se dedicar muito mais. Tenho que trabalhar o dobro para chegar lá. Essas conquistas no US Open foram muito boas, vão me dar muito mais confiança para seguir em frente.”

TRABALHAR O CORPO – E ele já sabe onde exatamente precisa melhorar. “Eu me lesionava muito antigamente, tinha um físico fraco. O trabalho físico é o que mais estamos trabalhando agora. Mas também preciso melhorar a parte técnica e buscar amadurecimento”, comentou Fonseca, com seu jeito tranquilo de falar.

A fala calma, contudo, não expressa o estilo de jogo do brasileiro em quadra. “Eu sempre meti a mão na bola. Na infância, eu era um menino que jogava com o boné para trás e metia a mão na bola. Uma ia na tela, outra era winner, outra ia no pé da rede. Mas sempre gostei de bater na bola. Meu técnico diz que sou um dos caras mais corajosos que ele já viu em quadra. Independente do ponto, gosto de bater na bola. Na final do US Open, mesmo nervoso, eu não aliviava, tentava não travar o braço.”

APOIO DE FEDERER – Em seu caminho rumo ao tênis profissional, o jovem brasileiro conta com um apoio de peso. Seu principal patrocinador é a ON, empresa de artigos esportivos que tem como um dos sócios ninguém menos que Roger Federer.

A parceria, algo quase exclusivo no mundo do tênis, começou no início deste ano. Somente três tenistas são apoiados atualmente pela ON. Um deles é Fonseca. Os outros são a polonesa Iga Swiatek, ex-número 1 do mundo até o início do US Open, e o americano Ben Shelton, semifinalista e uma das sensações da competição disputada em Nova York.“

Fonseca tem Federer como sua principal referência no tênis. “Acredito que devo conhecê-lo brevemente. Sempre foi um ídolo para mim. É o jogador que eu mais gostei de assistir. É o cara que mais me inspirei desde pequeno, pela facilidade de jogar. E é muito bom fazer parte de uma marca que está começando do zero, iniciando junto com ela a minha carreira profissional.”

General da boca suja diz que ninguém viu o plano para matar Lula…

General preso por Moraes esqueceu fotos comprometedoras na nuvem; veja |  Metrópoles

No acampamento, o general vivia no mundo da ilusão

Mateus Coutinho
Do UOL

O general da reserva e ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes, pediu nesta terça-feira (17) a revogação de sua prisão alegando que ninguém viu o plano “Punhal Verde Amarelo” que previa matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Na petição encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, a defesa do militar detido por envolvimento na trama golpista alega que a PF não apresentou nenhum fato recente que justifique sua prisão e que os episódios apontados pela investigação ocorreram em 2022.

DIZ O GENERAL – Na versão da defesa, o plano de assassinato de autoridades encontrado com general não foi apresentado a “absolutamente ninguém”. No pedido de soltura, porém, defesa não explica por que o militar imprimiu o plano no Palácio do Planalto no mesmo dia em que foi se encontrar com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada.

Diante disso, advogados propõem que prisão preventiva seja convertida em liberdade provisória condicionada. Alegando bons antecedentes do militar, a defesa propõe que ele seja solto, mas cumpra uma série de medidas, como recolhimento noturno, proibição de contato com demais investigados e comparecimento semanal à Justiça.

Fernandes já havia sido alvo de buscas da PF em fevereiro e vinha cumprindo algumas medidas cautelares desde então. Agora seus advogados propõem que ele cumpra novas medidas.

PLANOS SINISTROS – Foi em um HD externo de Fernandes que a PF encontrou planos para assassinar Lula, Alckmin e Moraes e também para instituir um “gabinete institucional” após a morte deles.

Segundo a PF, os documentos indicam que a operação ocorreria no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula. Na sequência, no dia 16, seria instaurado um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”.

A PF chegou a mapear que ao menos um dos militares investigados esteve nas imediações da residência oficial de Alexandre de Moraes na véspera da data em que estava prevista a execução no plano golpista, que foi abortado por falta de apoio do comando do Exército.

MÁXIMO DE RESPEITO – Diz a defesa: “No caso em apreço, de início, importante pontuar que a denominada minuta “punhal verde e amarelo” não foi apresentada a absolutamente ninguém, com o máximo de respeito, configurando abuso da autoridade policial vinculá-la ao “Copa 22”, pois segundo a investigação tratava-se de operação para execução daquele suposto “plano”. E prosseguiu:

“Ninguém teve acesso ao conteúdo daquele rascunho eletrônico, pois inexiste o rascunho físico. Como dito, o documento eletrônico não foi apresentado a ninguém, razão pela qual as pessoas investigadas e inseridas no contexto da “Copa 22” não tiveram conhecimento ou qualquer acesso àquele rascunho eletrônico, por isso, não poderiam, no dia 15 de dezembro de 2022, ter atuado para “executar” ninguém”.

MILITAR RADICAL – PF aponta que Mario Fernandes seria um dos mais radicais incitadores do golpe. Investigação reuniu várias trocas de mensagens que o mostram falando abertamente com manifestantes golpistas que estavam acampados em frente aos quartéis-generais e também com outras autoridades do governo e interlocutores do Exército.

O militar seria, nas palavras do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator, Mauro Cid, um radical que teria insistido no golpe antes mesmo do segundo turno.

A PF recuperou conversas de Fernandes com Cid que indicam que o general “assessorou” Bolsonaro para dar seu primeiro discurso após a derrota para Lula em 2022.

BOLSONARO RECLUSO – O ex-presidente ficou recluso após o segundo turno e só falou com apoiadores do cercadinho do Alvorada no dia 9 de dezembro. Mensagem de Fernandes para Cid no mesmo dia comemora o fato e aponta que o discurso teria sido uma sugestão do próprio general.

PF encontrou novas mensagens nas quais Mario afirma ter se encontrado com Bolsonaro em 8 de dezembro. Em mensagem de Whatsapp para Mauro Cid naquele dia, Fernandes afirmou ter se encontrado com Bolsonaro e ouvido do então presidente que a diplomação de Lula, no dia 12, não seria uma “restrição” e que “qualquer ação nossa pode acontecer até dia 31”.

Ele também indicou ser o elo com os manifestantes, incluindo representantes do agronegócio e dos caminhoneiros, grupos que estavam na linha de frente das manifestações em frente aos quartéis-generais em 2022.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Esse Mário Fernandes é que general espiroqueta e boca suja, com vários parafusos de menos, que já deveria estar recolhido a um hospital psiquiátrico, para se fantasiar de Napoleão e ficar dando ordem unida aos outros pacientes. Deveria ser internado na mesma instituição onde se encontra Adélio Bispo, aquele estranho açougueiro que meteu a faca em Bolsonaro. (C.N.)