Bolsonaro exibe resistência em indicar Tarcísio e preocupa os partidos aliados

Bolsonaro reage a fala de aliados sobre Michelle: 'Ao contrário da atual  primeira-dama, ela é quem botava ordem na casa'

Bolsonaro ameaça lançar Michelle como cabeça de chapa

Julia Chaib e Marianna Holanda
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado a aliados resistência em indicar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como sucessor ao Palácio do Planalto em 2026.

Uma ala de aliados do ex-presidente tem reforçado críticas ao governador e, segundo interlocutores dos dois lados, isso tem contaminado Bolsonaro. Há uma irritação com movimentos para tentar emplacar o nome de Tarcísio para a corrida presidencial ou mesmo com a discussão agora sobre uma candidatura de direita.

INSATISFAÇÃO – O ex-presidente se queixou a aliados de que seu ex-ministro não estaria demonstrando solidariedade o suficiente, segundo esses relatos. Também apontam que as pontes que o governador tem com o STF (Supremo Tribunal Federal) não se traduzem em alívio para o seu grupo político.

Nesse cenário, Bolsonaro tem sinalizado preferência por indicar alguém do seu clã. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é hoje a mais citada —ainda que uma parte de seus aliados veja com desconfiança esse cenário. O seu filho Eduardo (PL), ainda nos EUA, também é apontado como possível sucessor.

O ex-presidente mantém o discurso de que é ele o candidato. Em entrevista à Folha no final de março, disse que registrará sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apesar de estar inelegível.

PREOCUPAÇÃO – Lideranças de partidos de centro se dizem preocupadas com esse cenário em que ele insistirá em seu nome até o último momento para possivelmente indicar alguém de seu clã para a cabeça da chapa.

A preferência desses políticos hoje é pelo nome de Tarcísio, ainda que alguns digam que estarão ao lado de Bolsonaro independentemente da escolha.

O pior é que uma ala desses dirigentes de centro ameaça não integrar a campanha de direita em 2026 e apoiar a reeleição de Lula (PT) caso a opção seja por Eduardo ou Michelle.

ESTÁ FICANDO DIFÍCIL – A preocupação de aliados com a insistência do ex-presidente em se colocar como candidato ao Planalto se dá desde fevereiro deste ano, como noticiou a Folha. Por um lado, ela pode dificultar uma vitória da direita, por encurtar o tempo de campanha. Por outro, pode dificultar a organização das chapas nos estados.

Havia uma expectativa de que, com o avanço do julgamento do caso da tentativa de golpe de Estado de 2022, pudesse haver uma sinalização, ainda que nos bastidores, de que Bolsonaro pretende investir em uma outra candidatura —o que não ocorreu.

Para o ex-presidente, manter seu capital político é um trunfo enquanto busca se defender do que chama de perseguição política no STF.

TARCÍSIO SE ENCOLHE – O governador de São Paulo tem insistido que não tem interesse em disputar o Palácio do Planalto e que quer se reeleger ao Bandeirantes. Além disso, tem negado convites para participar de eventos em Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e outros estados.

Por trás dessa postura, está a preocupação de Tarcísio em reforçar sua lealdade ao ex-presidente. Ele afirma que apoiará quem Bolsonaro escolher ao cargo.

Seus aliados negam que haja falta de solidariedade ou estremecimento na relação. Citam que o governador aceitou sem titubear ser testemunha de defesa na acusação de tentativa de golpe e pediu assinaturas ao requerimento de urgência do projeto de anistia pelo 8 de Janeiro.

BOAS RELAÇÕES – Eles dizem ainda que o entorno de Bolsonaro, que convive mais no dia a dia com ele, sempre teve críticas ao ex-ministro de Infraestrutura, mas que isso não define a relação entre os dois —que estaria em bons termos.

Em 2022, antes mesmo da declaração de inelegibilidade, já havia uma ala de bolsonaristas mais próximos do ex-presidente que desconfiava de Tarcísio e achava que seu plano era tentar o Planalto em 2026.

Com a proximidade do calendário eleitoral e a incerteza do cenário, aumenta o clima de tensão no centro e na direita. Todos permanecem em compasso de espera, aguardando Bolsonaro se definir sobre o futuro.

PERSPECTIVAS – Há um entendimento geral de que uma candidatura de direita, sem o apoio do ex-presidente, não vai prosperar. Por outro lado, uma candidatura com apoio de Bolsonaro, mas rejeição no resto do mundo político, deve encontrar dificuldades e corre o risco de perder para Lula.

O futuro do ex-presidente também depende de quem ele apontar como sucessor, de quem espera garantia de lealdade. Em entrevista ao UOL, cobrou governadores de direita a questionarem publicamente as decisões que resultaram em sua inelegibilidade.

“Não é estratégia política, vou até o último segundo para me candidatar à Presidência. Mas gostaria, não posso obrigar, que os governadores indagassem: Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bolsonaro se comporta de maneira infantil. Mesmo se houver anistia, que é sua esperança, ele está inelegível em duas condenações na Justiça Eleitoral, que não serão abarcadas pela anistia. Bem, sonhar ainda não é proibido nem paga imposto... (C.N.)

TV Globo está comemorando 60 anos de fraudes, ilegalidades e lambanças

Olha, A ditadura deixou um ovo! (Charge) | Luíz Müller Blog

Charge do Luiz Muller (Arquivo Google)

Carlos Newton

Quando escrevo sobre trambiques da cúpula da Organização Globo, desde a época em que era gerida por Roberto Marinho, as pessoas sempre se surpreendem, porque é difícil acreditar que a família global tenha se acostumado a agir acima de lei e da ordem.

Ainda hoje, continua inexplicável o motivo que levou os herdeiros de Marinho a transferir a totalidade de seu capital social de R$ 5,5 bilhões, em abril de 2006, para a desconhecida sociedade GME Marketing Esportivo Ltda., aberta em 2001 com o insignificante capital de R$10 mil, por alguns ex-funcionários globais.

FORA DA LEI – Na verdade, ao agirem assim, os concessionários dos canais da Rede Globo infringiram a Constituição Federal e artigos da Lei 4.117/62 e do Decreto 52.795/63, que punem com cassação as concessões os controladores que promoverem a transferência de seu capital social a terceiros desconhecidos, sem prévia autorização do Poder Concedente.

O artigo 223 da Constituição é taxativo: “Compete ao Poder Executivo outorgar ou renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementariedade dos sistemas privado, público e estatal”. Mas a lei não vale para eles.

No caso da Globo, a sigilosa e ilegal iniciativa societária com a GME Marketing permaneceu “intra muros”, nunca foi comunicada ao governo federal e ao Ministério das Comunicações, e nada aconteceu aos irmãos Marinho.

CONTADOR/MAQUIADOR – Como se tudo pudessem, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho, transformaram-se em sócios da GME, criada e dirigida desde 2001 por José Manuel Aleixo, que por décadas foi assessor-contador da mais absoluta confiança de Roberto Marinho e sabia maquiar a contabilidade melhor do que Guido Mantega, reconhecidamente um mestre.

Nesse imbróglio societário, ao fim e ao cabo, acabou envolvida a TV Globo Ltda., controladora das concessões de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília.

Clandestinamente, sem a obrigatória autorização do governo, a TV Globo Ltda. foi sucedida pela Globo Comunicação e Participações S/A (Globopar), e depois por diversas empresas de fachada criadas pela família.

LAMBANÇA EMPRESARIAL – No primeiro governo Lula, sucederam-se ocultamente no controle da Rede Globo a Cardeiros Participações S/A, a RIM 1947 Participações S/A (de Roberto Irineu Marinho), a JRM 1953 Participações S/A (de João Roberto Marinho, a ZRM 1955 Participações S/A (de José Roberto Marinho).

Em seguida, chegamos enfim à mais do que supereficiente GME Marketing Esportivo Ltda, então capitaneada por José Aleixo e pelo advogado Marcelo Campos Pinto, destacados ex-funcionários da TV Globo.

Foi uma criminosa lambança administrativa, marcada pelo despropósito de que todo o patrimônio da Rede Globo, de R$ 5,5 bilhões, foi transferido para a GME, em 30 de abril de 2006, por valor equivalente a US$ 2,65 bilhões.

E DEU LUCRO… – Causa espécie que, ao ser reincorporada pelos três irmãos, tivesse a mesma GME, em 1º de setembro de 2006, apenas 4 meses depois, devolvido R$ 5,855 bilhões à Cardeiros Participações S/A, ou seja, R$ 355 milhões a mais, a título de patrimônio líquido, como apontado por conceituada empresa de planejamento e engenharia de avaliações do Rio de Janeiro.

Não se assustem. Foi isso mesmo, sem tirar nem pôr. Se quiserem, podem consultar a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro. Está quase tudo lá, embora acha outros episódios picantes da trajetória global que não estão no mapa, como se dizia antigamente.

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P.S.
Muita gente estranha que essas notícias sobre o submundo da Organização Globo sejam publicadas apenas aqui na Tribuna da Internet, com absolutíssima exclusividade. Afinal, a  liberdade de expressão é direito assegurado pela Constituição, e muitos outros jornalistas recebem as mesmas informações sobre essas espantosas ilegalidades. Na grande maioria dos casos, porém, eles não podem divulgá-las. E a gente não deve criticá-los. Na vida, querer não é poder. E no Brasil ninguém tem tanto poder quanto a Organização Globo, que consegue se infiltrar até na Fifa e sabe como domar e silenciar qualquer governo. (C.N.)

Piada do Ano! Bolsonaro alega já ter pago R$ 8 milhões a seus advogados

Alexandre rejeita ampliar prazo de defesa de Bolsonaro

Bolsonaro é como Sérgio Cabral, viciado no dinheiro alheio

Deu em O Globo

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado publicou um vídeo nas redes sociais em que pede novas doações para o ex-presidente Jair Bolsonaro e diz que ele já gastou cerca de R$ 8 milhões de uma vaquinha feita há dois anos que arrecadou R$ 17,2 milhões.

Gilson Machado afirma que despesas são com advogados e a permanência do filho fora, pois ‘não está barato morar nos EUA’. Ex-presidente tem um rendimento de cerca de R$ 100 mil por mês

EDUARDO NOS EUA – Machado disse que o ex-presidente teve os gastos ampliados por conta da decisão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ter se licenciado do mandato para morar nos Estados Unidos.

O ex-ministro também cita “despesas jurídicas”. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de liderar uma trama golpista contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– Agora aumentou a despesa dele. Vi ele preocupado com alguns números ontem, porque está tendo Eduardo Bolsonaro lá nos Estados Unidos, que ele está ajudando também, não está barato morar nos Estados Unidos – declarou Machado.

RENDA ALTA – Entre as remunerações que recebe de aposentadoria por ter sido deputado federal, a pensão que ganha por ser militar, a renda de alugueis e o dinheiro do fundo partidário do PL por ser presidente de honra do partido, Bolsonaro ganha mais de R$ 100 mil por mês, e sua mulher Michelle recebe mais R$ 40 mil do PL.

– Vocês não têm noção da nossa preocupação com as despesas, centenas e diga-se de passagem de várias origens. Em apenas um ano foram gastos em torno de R$ 8 milhões – disse o ex-ministro.

Investigado no caso da trama golpista, Bolsonaro está sendo defendido no Supremo por dois escritórios de advocacia.

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NOTA DE REDAÇÃO DO BLOG
Essa declaração do ministro a que ponto chega a desfaçatez de Jair Bolsonaro e seu apego ao dinheiro. Ele e a mulher, juntos, têm renda líquida superior a R$ 100 mil mensais, já com desconto de Imposto de Renda, e a casa tem aluguel pago pelo PL, que oferece também motorista, combustível. O ministro tocou no assunto a pedido de Bolsonaro, que vazou a falsa informação de que já gastou R$ 8 milhões.  Em dois anos, os R$ 17,2 milhões renderam cerca de R$ 5 milhões. Bolsonaro é um homem rico, seu patrimônio é calculado em R$ 30 milhões, mas é insaciável em matéria de dinheiro, e agora os otários vão fazer nova “vaquinha” para ele. (C.N.)

Inerte, Senado acumula 55 pedidos de impeachment contra ministros do STF

Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes é o recordista com 28 pedidos

Rebeca Borges e Emilly Behnke
da CNN

O mais recente pedido de impeachment contra o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciado na última semana pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), se soma a outras 54 ações contra magistrados da Corte pendentes de análise no Senado Federal.

Nikolas acusa o ministro de atuação político-partidária após Dino sugerir uma “chapa imbatível” para as eleições do governo do Maranhão, que incluiria o atual vice-governador Felipe Camarão (PT) e a professora Teresa Helena Barros.

ATUAÇÃO ELEITORAL – O ministro deu a declaração durante aula magna do curso de Direito do Centro Universitário UNDB, em São Luís (MA). Para Nikolas, a fala “invade o campo da atuação eleitoral ativa”.

A decisão sobre o andamento do pedido contra Dino depende do aval do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Além da ação de Nikolas, mais um outro pedido também foi apresentado contra Dino, em 2024.

O recordista, que mais recebeu representações, é o ministro Alexandre de Moraes, alvo de 28 pedidos. Em segundo lugar, está o atual presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, tema de 16 ações. Outros pedidos miram os ministros Gilmar Mendes (5), Dias Toffoli (3), Cármen Lúcia (3), Edson Fachin (2) e Luiz Fux (1). Algumas representações miram mais de um ministro.

AO MESMO TEMPO – A lista também conta com um pedido que solicita o impeachment de todos os magistrados da Suprema Corte ao mesmo tempo, apresentado em março de 2021. Por outro lado, um dos pedidos protocolados não especifica qual ministro do STF quer ver destituído.

Dos 55 pedidos pendentes de análise, 47 foram apresentados durante a gestão do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador foi pressionado pela oposição para pautar as ações, mas resistiu à ideia para evitar um embate institucional com o Judiciário.

Em agosto do ano passado, Pacheco afirmou que analisaria os pedidos com “prudência” para não permitir que o país virasse uma “esculhambação de quem quer acabar com ele”.

PEDIDO REJEITADO – Um pedido contra Moraes apresentado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) foi rejeitado por Pacheco em agosto de 2021.

O desafio de lidar com a pressão de partidos da oposição para pautar os pedidos de impeachment será herdado por Alcolumbre, que assumiu a presidência do Senado em fevereiro deste ano. Em 2025, oito ações contra ministros já foram apresentadas.

O julgamento de um ministro do STF por suposto crime de responsabilidade é de competência do Senado, e não passa pela Câmara dos Deputados. Um pedido de impeachment de um magistrado da Corte pode ser apresentado por qualquer cidadão – não é necessário ser parlamentar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Um dos pedidos contra Moraes é um abaixo-assinado, que em cinco dias colheu logo 1 milhão de adesões. Como disse o advogado Sebastião Coelho, os ministros do Supremo são as pessoas mais odiadas do país. Por que será? (C.N.)

Barroso amplia privilégios de juízes e limita cada vez mais a transparência

Tribuna da Internet | Com dinheiro do povo, Tribunais pagam R$ 4,5 bilhões  acima do teto aos juízes

Charge do Kemp (humortadela.com.br)

José Marques
Folha

O ministro Luís Roberto Barroso chega aos seus últimos meses na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com um Judiciário mais privilegiado do que no momento em que assumiu os cargos, em setembro de 2023, e com a transparência pública limitada. Em meio a medidas dos órgãos nesse sentido, Barroso vem desde o início fazendo, em entrevistas e palestras, uma série de manifestações contrárias às críticas aos gastos da Justiça.

Em duas ocasiões em fevereiro deste ano disse que as críticas são injustas ou motivadas por falta de entendimento e que há “furiosa obsessão negativa” com o Poder Judiciário.

Barroso sairá da presidência do Supremo no segundo semestre deste ano e pode ficar no tribunal até 2033, ano em que se aposentaria compulsoriamente, mas já sinalizou a possibilidade de deixar a corte antes. Em seu lugar no comando da corte assumirá o ministro Edson Fachin.

QUESTIONAMENTOS – Desde a primeira sessão comandada por Barroso à frente do CNJ, em outubro de 2023, houve questionamentos a respeito de benefícios concedidos a magistrados. Na ocasião, integrantes do conselho aprovaram uma resolução que abriu caminho para a criação de diversos penduricalhos em todo o país.

A norma assegurou a equiparação de direitos e deveres de juízes e de integrantes do Ministério Público. Segundo a medida, somente em situações controvertidas o Judiciário define o que é válido e o que não é.

Menos de um mês depois, diversos tribunais aprovaram benefícios a partir dessa resolução. O mais importante deles é a licença compensatória. Ela prevê a juízes que acumulem funções administrativas ou outras atividades “processuais extraordinárias” direito a uma “licença compensatória” de um dia a cada três de trabalho, limitando-se a dez dias por mês.

SEM IMPOSTO… – Os juízes que não desejarem tirar essas folgas recebem por elas. O tribunal, normalmente, paga esses valores por meio de indenização, sem incidência do Imposto de Renda.

Em nota, o STF afirma que a equiparação já estava prevista na Constituição e que já existia outra norma anterior à gestão de Barroso no CNJ sobre o tema, apenas reiterada.

“Importante ressaltar que tais benefícios do Ministério Público nunca foram questionados por partes legitimadas no STF, para que se apurasse a constitucionalidade”, diz o comunicado —as partes que poderiam fazer esse questionamento são, por exemplo, os partidos políticos, a PGR (Procuradoria-Geral da República) e a OAB.

LIBEROU GERAL – “A licença compensatória, por exemplo, além do MP [Ministério Público], está sendo paga por órgãos como STJ [Superior Tribunal de Justiça], TST [Tribunal Superior do Trabalho], TCU [Tribunal de Contas da União], STM [Superior Tribunal Militar] e Defensoria”, afirma a nota.

“Os ministros do STF, porém, não recebem esse benefício. Além disso, o CNJ acompanha casos específicos de eventual abuso na concessão de benefícios. O presidente do STF e do CNJ absolutamente não concorda com abusos.”

Uma decisão de março deste ano do corregedor do CNJ, Mauro Campbell Marques, é vista por especialistas como uma legitimação do pagamento de penduricalhos de forma indenizatória.

LIMITE É TETO – Ele determinou que os adicionais pagos a magistrados precisam ter um limite máximo, estabelecido por ele em R$ 46,3 mil, o teto do funcionalismo público.

Houve medidas de aumento de gasto também no Supremo. A partir de fevereiro de 2024, cada juiz auxiliar convocado pela corte suprema passou a ter direito a até seis diárias por mês, ou R$ 10 mil mensais, um acréscimo de R$ 4.000 em relação ao valor vigente anteriormente.

Neste ano, as verbas foram revisadas e passaram a ser consideradas indenização em uma resolução da corte. E a falta de transparência foi outra controvérsia nos últimos anos. Foi durante a gestão de Barroso que ministros ficaram sob pressão devido à falta de informações sobre viagens para eventos no exterior, sobre as quais não divulgaram gastos como os de custeio e período fora do Brasil.

SEGURANÇA PESSOAL – No ano passado, o ministro Dias Toffoli gastou R$ 99,6 mil de recursos públicos em diárias internacionais para um segurança que o acompanhou em viagens a Londres e Madri.

A quantia foi paga em abril a um servidor responsável pela segurança dele. Mas o STF omitiu informações sobre as viagens feitas pelo ministro e se negou a confirmar se ele passou 25 dias no exterior, conforme indicam os pagamentos ao servidor que o acompanhou.

Outro tema em que a transparência é reduzida é o do empréstimo ao Supremo aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) para viagens dos ministros da corte. Sob o argumento de segurança, os nomes dos passageiros desses voos não são divulgados, e parte da lista é mantida sob sigilo por cinco anos.

JATINHOS NO AR – Antes, apenas o presidente do Supremo tinha um avião oficial à sua disposição. Os demais ministros do tribunal costumavam pegar carona em voos solicitados por outras autoridades, como ministros de Estado.

Como a Folha mostrou, o STF descumpriu prazos da Lei de Acesso à Informação e omitiu dados sobre viagens de ministros em aeronaves da FAB após dois pedidos feitos pela reportagem.

Em nota, o tribunal diz que “em relação a autorização de gastos com segurança, importante lembrar que todas as autoridades são protegidas em seus momentos de trabalho ou pessoais. O risco não se reduz no momento pessoal. Pelo contrário, familiares também passam a correr mais risco”.

ATÉ NO CINEMA – “Se um ministro for atacado, seja a caminho do trabalho, seja numa sessão de cinema, a consequência institucional é a mesma”, afirma o comunicado.

“De uns tempos para cá, infelizmente, a segurança dos ministros precisou ser reforçada, e a identidade dos agentes de segurança precisou ser preservada, em razão da onda de ódio que se instalou no país e que atinge o STF mais do que outras instituições.”

“Sobre voos da FAB, as requisições seguem o decreto 10.267/2020 e levam em conta análises técnicas de segurança”, diz o Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
De repente, num país pobre surgiu um Judiciário rico, cheio de mordomias e direitos exclusivos, e os magistrados nem ligam para o que a população pensa deles. São os verdadeiros exploradores do povo, agem dentro da lei com uma audácia que faz inveja aos criminosos que não ganharam uma toga. E ainda há quem elogie essa Justiça. Minha ironia não chega a tanto. (C.N.)

Descontos da Conafer saíram de R$ 400 mil (2019) para R$ 202 milhões (2023)

charge de Thiago Lucas (@thiagochargista), para o Jornal do Commercio. #INSS  #corrupção #aposentados #aposentadoria #dinheiro #governo #lula #brasil  #chargejc #chargejornaldocommercio #chargethiagojc #chargethiagolucas  #chargethiagolucasjc

Charge de Thiago Lucas (@thiagochargista).

Patrik Camporez
O Globo

O INSS recebeu, em junho de 2022, um ofício com uma série de relatos de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões em favor da Confederação Nacional de Agricultores Familiares (Conafer), que registrou o maior aumento no volume de deduções em benefícios de 2019 a 2024. A entidade, alvo de uma investigação da Polícia Federal, informou estar revisando todos os seus cadastros de associados.

Os descontos do INSS destinados à Conafer saíram de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 milhões em 2023, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). As deduções, de modo geral, foram suspensas no mês passado, quando houve a operação da PF que trouxe à tona suspeitas de desvios de recursos. A entidade nega qualquer irregularidade.

DENÚNCIAS INÚTEIS – Um ofício relatando suspeitas de irregularidades foi enviado ao INSS por outra entidade do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que disse que vinha recebendo diversas denúncias feitas por aposentados e pensionistas rurais de “descontos indevidos de mensalidade associativa em favor da Conafer”.

O documento foi dirigido pela Contag ao então presidente do INSS, Guilherme Serrano, e ao então diretor de Benefícios do órgão, Sebastião Faustino.

Procurado, Faustino disse que se recorda do ofício e deu encaminhamento administrativo para que a Conafer se manifestasse. Afirmou, porém, não saber informar o desfecho, pois deixou a diretoria naquele ano. Serrano e o INSS não responderam.

PROVAS ABUNDANTES – Ao INSS, a Contag enviou extratos de benefícios contendo descontos destinados à Conafer, declarações de aposentados informando que não reconheciam essas autorizações e boletins de ocorrência.

O Jornal Nacional revelou, na quinta-feira, que uma testemunha no caso dos descontos contou à Polícia Civil do Distrito Federal, em 2021, que a Conafer adulterou documentos para deduzir recursos de aposentadorias.

Procurada, a Conafer respondeu que está revisando seus cadastros “para identificar ocorrências de eventuais impropriedades nos processos associativos de maneira a esclarecer as autoridades sobre qualquer espécie de inconsistência conforme reportagens vêm apontando”.

GRAVIDADE DOS FATOS – “Diante da gravidade dos fatos relatados, solicitamos ao INSS que sejam adotadas medidas urgentes para coibir a continuidade de tal prática abusiva contra os aposentados e pensionistas rurais”, alertava o documento da Contag, que atua no mesmo segmento da Conafer, de aposentados rurais.

A Contag também foi alvo de da operação da PF deflagrada no fim de abril para apurar suspeitas de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A entidade afirmou em nota que, a partir de 2021, passou a receber denúncias de descontos sem autorização e que repassou esses fatos “inúmeras vezes” ao INSS e órgãos de controle.

“Por isso somos favoráveis à investigação e apuração de todas as irregularidades e punição dos responsáveis”, sustenta a Contag.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Cadê a prisão preventiva desses saqueadores? Cadê o bloqueio dos bens dessa gentalha? Cadê o Xandão, o vingador dos tribunais superiores? O que houve? Se evaporaram? (C.N.)

Sem revanches ou vinganças, Mujica soube conquistar o mundo civilizado

15 Frases célebres de Pepe MujicaVicente Limongi Netto

Ana Dubeux embala o coração com energia positiva. Reduz o frio com ventos caloroso e fraternos mandados por Deus e Maria. A exemplo da colunista dominical do Correio Braziliense que leitores e assinantes aprenderam e ler e admirar, também passei da fase de encobrir erros e rompantes. Grosserias deixam estilhaços na alma.

Sou mais feliz e iluminado lembrando das lições de amor, tolerância e ternura da minha sábia e eterna mulher, Wrilene, agora no céu. Tento colocá-las em prática. Como salienta Ana Dubeux (Correio – 18/05).

EXEMPLO ÍMPAR – Pepe Mujica plantou e cultivou sentimentos que engrandecem a existência. Ser humano maravilhoso, por dentro e por fora. Mujica cativou o mundo civilizado. Altivo Pepe não pisou em ninguém. “Aprendi a galopar para dentro”, destacou Dubeux.

Um breve parêntese, nessa linha, para lembrar um amigo, valoroso senador Renan Calheiros, ponderando ao me ver furioso: “Limongi, cisca para dentro”. 

Tento, mesmo sabendo que a humanidade nunca ficará livre da escória de pulhas e patifes.

ESCOLA-BASE – A crônica de Dubeux trata, também, de outro tema importante: a necessidade diária e permanente do repórter apurar detalhes, fatos e informações com isenção e cuidado. Erros podem acabar, literalmente, com a vida das personagens acusadas injustamente. Além de degradar o bom e verdadeiro jornalismo.

Dubeux cita o caso emblemático do calejado repórter paulista, Valmir Salaro, enfatizando que pisou feio na bola, na famosa matéria da Escola Base, em São Paulo.  Episódio triste e medonho que Salaro jamais esquecerá por mais que crave o próprio coração de flechadas.

Mas há um detalhe. O erro não foi do repórter, mas do delegado que passou a toda a imprensa informações sobre abusos sexuais que não eram verdadeiras.

DUDA HEROI – Duda Nagle pode soltar foguetes. Conseguiu a façanha de passar do primeiro round com o tetracampeão mundial, Popó. Mas não vai demorar a cair.  Talvez agora, no segundo round. Popó está cozinhando Dudu. Se divertindo. Caramba, luta do século indo para o terceiro round. Dudu é herói. Luta sério. Não sorri. Ao contrário de Popó.

Dudu aborrecendo Popó. Vai se arrepender. Quarto round. Dudu mostrando cansaço. Cambaleando. É herói da resistência. Quinto e penúltimo round. Dudu fugindo de Popó. Cansado. Caiu. Dudu sangrando. Último round. Popó olhou para Dudu, reconhecendo a fibra do adversário. Dudu se esborrachou no chão. Vai cair. Dominado. Não consegue mais revidar socos de Popó. Rosto inchado. Gelo é bom.

Popó ganhou por unanimidade, por pontos. Duda fez jus ao cachê. Público vibrou com ele. Revelou que agora tem boas histórias para contar aos netos. Tem mesmo. 

Bolsonaro reage às críticas de Cid e aliados a Michelle: “Falaram besteira”

Moraes torna públicos vídeos e áudios da delação de Mauro Cid - ICL Notícias

Mauro Cid reclamava da personalidade suja de Michelle

Paulo Cappelli
Metrópoles

Jair Bolsonaro reagiu ao tomar conhecimento de diálogos no WhatsApp entre seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e Fabio Wanjgarten sobre Michelle Bolsonaro. O ex-mandatário afirma que vai procurar Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para definir se tomará alguma providência sobre o assunto. Bolsonaro disse à coluna que alguns auxiliares em seu entorno não gostavam da então primeira-dama por conta do rigor com que ela atuava.

“Diferentemente da atual primeira-dama, Michelle botava ordem na casa. Ela é quem botava ordem na casa, e o pessoal não gostava. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou. Vou conversar com o Valdemar sobre isso. Vamos ver o que fazer”, declarou Bolsonaro.

DISSE MAURO CID – Diálogos armazenados pela Polícia Federal no celular de Cid e revelados pelo jornalista Aguirre Talento mostram que o tenente-coronel Mauro Cid disse “preferir votar em Lula” a votar em Michelle. Na conversa, em 27 de janeiro de 2023, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wanjgarten encaminha uma reportagem com o título “PL cogita Michelle Bolsonaro como candidata à Presidência da República”. Cid, então, responde: “Prefiro o Lula Hahahhaaahahahah”. Wanjgarten concorda: “Idem”.

Dias depois, Wajngarten encaminhou, sem identificar a origem, mensagem que criticava o partido de Bolsonaro pelo salário de R$ 39 mil pago a Michelle pelo PL. “Em que mundo o Valdemar [Costa Neto, presidente do PL] está vivendo?”, dizia a mensagem, como o selo de “encaminhada”.

´PERSONALIDADE SUJA – O tenente-coronel respondeu em áudio. “Cara, se dona Michelle tentar entrar para a política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja […] não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra para acabar com ela”, disse.

Em dezembro de 2022, dias antes de Bolsonaro deixar o poder, Michelle suspeitou que Mauro Cid municiou uma matéria contra ela. A então primeira-dama encaminhou ao tenente-coronel uma reportagem do colunista Rodrigo Rangel, no Metrópoles, com o título: “‘Teimosa’, ‘medíocre’, ‘falsa crente’: os petardos de um auxiliar de Bolsonaro contra Michelle”.

Michelle escreveu: “Agiu rápido”. Cid leu a mensagem, mas preferiu não responder.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vejam que o nível das pessoas no entorno do poder é baixíssimo. É um milagre este país continuar crescendo sob administração dessa gentalha. A resistência do Brasil a tipos como Lula e Bolsonaro é impressionante, devemos constatar. (C.N.)

A simplicidade e genialidade da canção “Volta”, de Lupicínio Rodrigues

Morto há 50 anos, Lupicínio Rodrigues vive na música do Brasil pela  maestria ao versar sobre a inevitável sofrência | Blog do Mauro Ferreira |  G1

Lupe, grande nome da música brasileira

Paulo Peres
Poemas & Canções

O compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), Lupe, como era chamado desde pequeno, sempre foi um mestre no emprego do lugar-comum, tal qual ele capta nos versos de “Volta” o imenso vazio das noites que a saudade as torna insones.  A música foi gravada por muitos intérpretes, inclusive Gal Costa, no LP Índia, em 1973, pela Phonogram.

VOLTA
Lupicínio Rodrigues

Quantas noites não durmo
A rolar-me na cama,
A sentir tantas coisas
Que a gente não pode explicar
Quando ama.

O calor das cobertas
Não me aquece direito…
Não há nada no mundo
Que possa afastar
Esse frio do meu peito.

Volta!
Vem viver outra vez ao meu lado!
Não consigo dormir sem teu braço,
Pois meu corpo está acostumado…

Seminários aumentam promiscuidade entre políticos, empresários e lobistas

Não existe tensão entre os poderes, apenas divergências', declara Luís  Roberto Barroso | Jovem Pan

Barroso e outros ministros participam da promiscuidade

Julia Chaib e Raphael Di Cunto
Folha

Empresários, lobistas, autoridades do governo, de tribunais e de agências reguladoras, governadores, deputados e senadores esvaziaram Brasília na última semana para uma série de eventos públicos, jantares e reuniões privadas em Nova York, em roteiro que ficou conhecido como “Brazil Week”.

A proposta era vender o Brasil para investidores, autoridades e empresários estrangeiros, embora a maioria dos eventos tenha reunido, majoritariamente, apenas brasileiros. Empresas como JBS, Banco Safra, BTG Pactual, XP Investimentos e Itaú organizaram encontros entre empresários e políticos.

OPORTUNIDADES – Esses encontros, de acordo com relatos, foram a oportunidade de empresários com interesses em medidas legislativas e regulatórias se aproximarem de políticos com poder decisório e levarem suas demandas. Também foi a chance de investidores terem contato com autoridades e discutirem temas como o patamar da taxa de juros e o que pensam os parlamentares sobre os projetos de cada setor.

A Gerdau, por exemplo, aproveitou um seminário que a tinha como patrocinadora para reclamar do que vê como lentidão do governo brasileiro para lidar com as tarifas impostas pelos Estados Unidos e ainda cobrar medidas contra a “competição desleal” de produtos chineses.

Uma das estrelas da Brazil Week foi o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cancelou a agenda no Legislativo para participar dos seminários nos Estados Unidos. Ele, no entanto, só divulgou os compromissos em 1 dos 4 dias da viagem.

BARROSO E MOTTA – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, também participou. Em uma dessas confraternizações, Motta antecipou a Barroso pessoalmente que entraria com recurso no STF contra a decisão da Primeira Turma da Corte de rejeitar a votação da Câmara para suspender a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Dois deputados contam que Motta recebeu o apoio de empresários no embate com o STF. Ouviram que o Congresso não pode se apequenar e que deve reafirmar suas prerrogativas.

Na segunda-feira (12), jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil reuniu boa parte das autoridades que foram a Nova York. Num coquetel, encontraram-se parlamentares, empresários, governadores e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

PROMISCUIDADE – A reunião colocou no mesmo espaço figuras diretamente envolvidas na polêmica compra do Banco Master: os empresários Joesley e Wesley Batista (da JBS, PicPay e Banco Original), André Esteves, do BTG, e Paulo Henrique Costa, presidente do BRB. O presidente do Master, Daniel Vorcaro, foi aconselhado por empresários a não comparecer.

O ex-presidente Michel Temer (MDB), que foi convidado para eventos na cidade, não participou dos encontros em que estavam os Batistas.

Estavam lá também uma comitiva de deputados que acompanhou Motta, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rêgo, o ministro Renan Filho (Transportes) e Dario Durigan (secretário-executivo do Ministério da Fazenda).

MAIS PRESENÇAS – Governadores também marcaram presença nos eventos, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Eduardo Leite (PSD-RS), Raquel Lyra (PSD-PE) e Cláudio Castro (PL-RJ).

Todos, à exceção de Tarcísio, estiveram no fórum organizado pelo Lide no dia seguinte. O Governo do Rio de Janeiro foi um dos patrocinadores do evento. Na ocasião, Caiado e Leite se colocaram como pré-candidatos à Presidência.

Tarcísio de Freitas , um dos protagonistas da semana pela expectativa de que seja candidato a presidente, não foi a dois eventos para os quais seu nome estava anunciado: além do promovido pelo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, não esteve no da revista Veja, que também ocorreu na terça (13).

MÁ COMPANHIA… – Aliados disseram que ele decidiu faltar ao evento da Veja por causa de um dos patrocinadores, a Refit, Refinaria de Petróleo de Manguinhos, controlada pelo empresário Ricardo Magro.

A refinaria foi a patrocinadora master da conferência, que também contou com dinheiro do Governo do Rio de Janeiro. O Fisco estadual cobra R$ 8,9 bilhões da refinaria, como mostrou o UOL. O Governo de São Paulo cobra R$ 9,5 bilhões. Procurada pela Folha, a empresa não se manifestou. Outros apoiadores do evento foram a JBS e a Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro.

No mesmo dia, a JBS promoveu um almoço no restaurante Fasano, que reuniu cerca de 200 pessoas. À noite, as autoridades se dividiram entre jantares do site Congresso em Foco, XP e Banco Safra.

ORGANIZAÇÃO GLOBO  – Na quarta (16), as mesmas autoridades se reuniram em evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, que, desta vez, teve a presença de Tarcísio.

Motta e Barroso também estiveram no evento. Depois das palestras, o deputado conversou com representantes da SpaceX, empresa de Elon Musk. O presidente da Câmara afirmou que os empresários americanos querem ampliar os investimentos no país.

Com Brasília esvaziada diante do cancelamento das sessões da Câmara e uma pauta fraca no Senado, outros grupos de parlamentares viajaram aos Estados Unidos.

OUTROS ENCONTROS – A bancada ruralista participou da Sugar Week, que reúne grandes empresas do setor sucroalcooleiro, e congressistas de direita conversaram com autoridades e instituições americanas, além de encontrarem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato para morar nos EUA alegando perseguição do STF.

Questionados sobre a razão de ir até Nova York para participar de eventos majoritariamente com a presença de brasileiros, Caiado, Castro e Leite disseram que é a oportunidade para vender seus estados e se apresentar a investidores estrangeiros.

A governadora Raquel Lyra disse, em nota, que cumpriu missão internacional, com agendas como participação em seminários e a assinatura de um contrato para ampliar a capacidade de armazenamento de gás natural liquefeito no Complexo de Suape.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Para que servem esses encontros no exterior? Bem, a única e exclusiva motivação é reforçar a promiscuidade entre políticos, empresários e governos, numa boca livre gigante, armada por lobistas. Apenas isso. O pais ganha o quê com isso? Nada, rigorosamente nada. (C.N.)

INSS, fraudes e a responsabilidade política que ninguém quer assumir

Até senadores do PT já estão apoiando a CPMI do escândalo que atinge INSS

Fabiano Contarato | Partido dos Trabalhadores

Contarato é um dos petistas que apoiam a Comissão

Caio Junqueira
da CNN

Uma ala do Partido dos Trabalhadores (PT) está contrariando o governo ao apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi o primeiro representante do partido a assinar o requerimento para a instauração da comissão.

A decisão de Contarato reflete uma divisão interna no PT e no governo em relação à abertura da CPMI. Enquanto alguns membros do partido defendem a investigação como forma de minimizar danos à imagem do governo e demonstrar comprometimento com a apuração dos fatos, outros se opõem à medida.

CARVALHO, TAMBÉM – O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, também se posicionou favoravelmente à CPMI. No entanto, na Câmara dos Deputados, o líder Lindbergh Farias se opõe à iniciativa, alinhando-se à posição da ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, que é contrária à comissão.

A falta de uma posição oficial do governo Lula sobre o assunto tem gerado incertezas e tensões entre os parlamentares petistas. Alguns membros do partido argumentam que uma investigação que abranja um período mais amplo, incluindo governos anteriores, poderia diluir as responsabilidades e contextualizar as fraudes identificadas.

A possível instalação da CPMI representa um desafio para o governo, que teme perder o controle sobre a narrativa e a condução das investigações. A composição da comissão e a definição de sua relatoria são pontos cruciais que podem influenciar o rumo e o impacto político das apurações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Os parlamentares do PT têm a ilusão de que conseguirão convencer o eleitor de que os descontos são culpa do governo Bolsonaro, embora tenham sido autorizados em 2003, no primeiro governo Lula, quando foram criados os empréstimos consignados para aposentados. Até então, o desconto em folha era proibido, lembram? (C.N.)

Igualdade perante a lei e liberdade de expressão serão derrotadas pelo Supremo

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Demétrio Magnoli
Folha

A igualdade perante a lei e a liberdade de expressão enfrentam julgamento no STF. Há fortes sinais de que os dois princípios constitucionais serão derrotados. O caso específico é a arguição de descumprimento de preceito fundamental para derrubar o artigo 141, inciso II, do Código Penal, que determina aumento de pena para culpados de crime contra a honra de servidor público.

Na sessão inicial, o relator Luís Roberto Barroso votou pela derrubada parcial, mas foi seguido apenas por André Mendonça. Flávio Dino abriu divergência, sendo acompanhado por Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

CASO DE SERVIDOR – Segundo Barroso, “funcionários públicos devem tolerar um maior nível de exposição, escrutínio social e críticas, ainda que injustas”. Só excetuou a calúnia, tipo penal que, por admitir a exceção da verdade, protege a crítica legítima da criminalização. Seu argumento, razoável, é que a calúnia pode ameaçar a atuação institucional do agente público.

“Chamar um servidor de louco ou incompetente pode ser injusto, mas não justifica uma pena maior só por ele ser servidor”, adicionou Mendonça, enfatizando o óbvio. Não convenceu seus pares, pois a casta exige o privilégio de casta.

Dino e Zanin saíram em defesa da lógica da casta: a desigualdade perante a lei. O bem protegido pelo aumento de pena, disseram, não é o servidor, mas a “dignidade da função pública”.

MUITOS REIZINHOS – No fundo, afirmaram que o servidor personifica o próprio Estado, o que sugere uma pretensão de substituir a República por uma monarquia coletiva, na qual cada agente estatal seria um reizinho.

Na monarquia o trono é sagrado, pois representa o Estado. O monarca, que não é eleito e reina pela vida inteira, teria dois corpos: o físico (“natural”) e o político (“espiritual”). O segundo corpo é o trono vivo, o que justifica sua elevação ao plano dos objetos intocáveis.

Os ministros do STF que operam como sentinelas do artigo 141, inciso II, invocam a teologia política medieval para preservar privilégios da casta de políticos, desembargadores e burocratas brasileiros.

DISSE XANDÃO – Alexandre de Moraes, o juiz que arrogou-se às atribuições da extinta Divisão de Censura de Diversões Públicas da ditadura, apontou uma “leniência” na punição como causa das ofensas sofridas por funcionários públicos nas redes sociais.

Flávio Dino, juiz nos dias pares e político nos ímpares, esclareceu tratar-se de uma questão tanto corporativa quanto pessoal:

“Eu não admito que ninguém me chame de ladrão. Porque esta tese da moral flexível que inventaram é a tese que desmoraliza o Estado”. Cortem a cabeça dos bolsonaristas que pregam em Lula a alcunha de ladrão –e dos petistas que qualificam Bolsonaro como genocida.

CHAMAR DE LADRÃO – Um pinga-fogo entre Mendonça e Dino iluminou a divergência. “Chamar de ladrão é uma opinião, não um fato específico”, esclareceu o primeiro. “E ministro do Supremo, pode?”, indagou o segundo, ouvindo a resposta democrática do mais conservador entre os magistrados: “Eu não sou distinto dos demais”.

Dino replicou, imaginando desferir a estocada definitiva: “Se um advogado subir nesta tribuna e disser que Vossa Excelência é ladrão eu ficarei curioso para ver a reação”. A tréplica: “Irá responder por desacato ou crime na mesma pena que qualquer cidadão”.

Qualquer cidadão? A casta não reconhece tal figura jurídica.

Ao invés de avançar, Lula faz o Brasil recuar em termos de política externa

A imagem mostra dois homens se cumprimentando com um aperto de mão. À esquerda, um homem de cabelo curto e claro, vestindo um terno escuro. À direita, um homem com cabelo grisalho e barba, também vestindo um terno escuro com uma gravata colorida. Ao fundo, há outras pessoas e bandeiras visíveis, sugerindo um ambiente formal, possivelmente uma reunião ou cúpula internacional.

Lula precisa aprender o que é neutralidade na diplomacia

Maria Hermínia Tavares
Folha

Imagine se, em 2022, o presidente chileno Gabriel Boric tivesse vindo ao Brasil para participar dos festejos do 7 de Setembro, organizados por Jair Bolsonaro com o propósito de mobilizar seus apoiadores contra a democracia e as instituições que a garantem. O visitante poderia argumentar que sua presença se justificaria pelos valiosos acordos de cooperação entre os dois países, a serem firmados na visita.

Ocorre que, eleito por uma coalizão da esquerda democrática, lhe seria para lá de difícil explicar o que fazia no meio da extrema direita disposta a degradar as costumeiras comemorações da data nacional brasileira em um pré-carnaval golpista.

ENCENAÇÃO – O presidente Boric não veio ao Brasil naquele 7 de Setembro, mas o presidente Lula foi a Moscou prestigiar a encenação de que o autocrata Vladimir Putin se serviu para perverter a comemoração da histórica derrota da Alemanha nazista pelos aliados, em 1945 —para a qual a União Soviética contribuiu com 27 milhões de mortos, entre civis e militares—, em exibição de seu vasto poder e legitimação de suas pretensões expansionistas sobre a Ucrânia.

A diplomacia presidencial, quando bem-feita, fortalece a ação externa de um país, agregando-lhe o peso da autoridade e o prestígio que a figura do primeiro mandatário suscita.

Funciona como lente de aumento da atuação, por definição, mais discreta e continuada dos diplomatas profissionais, tão mais eficaz quanto mais capaz de demonstrar coerência de objetivos e escolha adequada dos meios para alcançá-los.

EM BUSCA DA PAZ – Por uma combinação de escolha e necessidade, a política externa brasileira tradicionalmente apostou em soluções pacíficas para conflitos internacionais e na ação concertada em organizações e arranjos multilaterais.

À opção pelo multilateralismo somou-se uma orientação universalista na busca de parceiros para o comércio e para outras formas de cooperação. O país sempre esteve disposto a transacionar com todo o mundo e a se relacionar com todas as nações, fossem quais fossem seus regimes.

Com a Constituição de 1988, a defesa da democracia e o respeito aos direitos humanos vieram lustrar os princípios norteadores da atuação externa do país. Não por acaso, menos ainda por capricho, mas pela presumível convicção de que o regime de liberdades estaria mais bem garantido dentro de nossas fronteiras se também predominasse além delas.

DEMOCRACIA, SEMPRE – De toda forma, ao longo destas quase quatro décadas, o exercício da política externa brasileira ancorada no universalismo e no respeito à soberania alheia nem sempre esteve sintonizada com o compromisso democrático. Talvez sirva de consolo o fato de que essa tensão real marca não apenas a ação exterior brasileira, mas a de outras nações ocidentais.

As relações com regimes ditatoriais —como os da Rússia, Venezuela e China, entre tantos outros menos relevantes para nós—, assim como com países que perigam enveredar pelo mesmo caminho, como os EUA de Trump, colocam íngremes desafios para o país.

Requerem pragmatismo, sutileza e muita nitidez quanto ao que se quer alcançar. Dispensam uma diplomacia presidencial desorientada e constrangedoramente submissa aos autocratas de todos os idiomas.

Desanimado, deputado petista diz que “a direita entrou na mente das pessoas”

MP denuncia deputado mineiro por suposto esquema de corrupção em prefeitura

Deputado Luizinho lamenta as contradições de seu partido

Fabiano Lana
Estadão

A primeira frase do título deste artigo, na verdade, um lamento, é de um deputado do PT de Minas Gerais, Luiz Antonio da Silva, o Luizinho. Literalmente, disse o seguinte, , em encontro da bancada: “Nosso partido precisa voltar a disputar o pensamento das pessoas. Foi o que a direita fez. Entrou na mente das pessoas. Nós não, Estado, mais obra, mais obra, mais obra. Isso esgotou também”, segundo uma reportagem da rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.

O deputado ainda cometeu uma heresia. Admitiu que está cansado de elogiar o PT e o presidente Lula, o que é uma determinação dogmática de seu partido. “Me cansa, às vezes, falar bem do Lula, falar bem da gente, falar bem do nosso partido, como se nós fôssemos donos da verdade”, admitiu Luizinho.

SEM DISCURSO – O deputado tocou na ferida. Neste Brasil de 2025, com o avanço de valores conservadores (e também reacionários), valorização de práticas empreendedoras, individualismo, repúdio à impunidade de criminosos sejam ricos ou pobres, crescimento da população evangélica, teologia da prosperidade, economia uberizada e “streaminzada”, ameaças da inflação, qual o discurso do PT para a população brasileira?

Não parece haver, neste momento, clareza de qual rumo a seguir neste campo político. A questão da ascensão social por meio de benesses do Estado parece ter chegado a certo esgotamento.

As bolsas assistenciais consolidaram um eleitorado fiel, mas há dificuldades de se chegar às mentes e corações de quem está acima das fronteiras da pobreza.

BARREIRA DE REJEIÇAO – Lula, é preciso recordar, só venceu Bolsonaro nas faixas de 1 a 2 salários mínimos da população brasileira na eleição de 2022. A partir da classe C encontra uma barreira de rejeição sempre crescente por faixas de renda.

O drama do PT é um problema mundial. Com o fim de grandes narrativas totalizantes, como o socialismo, a esquerda abraçou com força o chamado identitarismo – no sentido de focar na cor da pele e no gênero das pessoas. Sem julgar o mérito, não funcionou politicamente.

E deu mote para contra-ataques políticos a partir do uso de discursos como o de proteger a família, e até mesmo reacendeu um nacionalismo adormecido, por parte da direita e por aí vai – o deputado Nikolas Ferreira que o diga.

E TUDO MUDOU… – Por falar em Nikolas, vale citar as redes sociais. Elas acabaram revelando que a dimensão atual de antigos totens da esquerda brasileira, principalmente da classe artística, é imensamente menor do que uma gama de influenciadores, subcelebridades, artistas do sertanejo, que hoje apontam a seta para a direita.

Vídeos com cantores da antiga e da neo-MPB a favor de uma posição política qualquer nos dias de hoje não têm grandes relevâncias eleitorais.

Por outro lado, os vídeos do parlamentar mineiro parecem fazer o Planalto tremer – imaginem que distopia estão vivendo. Com medo de um rapaz com menos de 30 anos ligar um celular e soltar os cachorros no governo federal.

SEM SEGURANÇA – Falar de segurança pública é outra dificuldade da esquerda. A ideia de o infrator como vítima de uma sociedade injusta parece estar entranhada nos corações, no mínimo desde os livros como o “Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens”, de Jean-Jacques Rousseau, do século 18.

Enquanto isso, a direita não tem pudores em falar em redução da maioridade penal, liberação de armas, pena de morte, o que for.

Corrupção é outro tema tabu. Não só pela questão do INSS, na qual tomam uma surra nas redes na guerra de versões sobre quem é responsável pelo escândalo.

PARCERIA ESPÚRIA – Mas, novamente sem entrar no mérito, o desmantelamento da Lava Jato tem como consequência política a impressão – bastante comum no cidadão médio – de que há uma parceria da elite do Judiciário com o Partido dos Trabalhadores para poupar os figurões da legenda, antes em apuros.

Sobre questões como aborto e drogas, no Brasil, ao contrário de outras democracias liberais do mundo, os postulantes a cargos majoritários de esquerda costumam dar declarações envergonhadas favoráveis à proibição.

Restaria falar de democracia. Afinal, há indícios bastante veementes de que o maior líder da direita brasileira em todos os tempos, Jair Bolsonaro, tentou dar um golpe de Estado e seguirá para a cadeia.

LULA DESPERDIÇA – Mas o que faz o presidente Lula com essa janela de oportunidade? Sucumbe ao vício de adular ditadores e vai se encontrar (e afagar) o russo Vladimir Putin em Moscou, numa espécie de conferência dos autoritários do mundo.

Deixou empatar um jogo em que poderia vencer de goleada. É desses deslizes da esquerda que a direita se aproveita.

Tanto Supremo quanto Congresso estão com suas credibilidades em queda livre 

iMaranhense | A charge desta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025 é de Paulo Sergio. * As charges não representam necessariamente a posição do... | Instagram

Charge do Paulo Sergio (iMaranhense)

Merval Pereira
O Globo

Como diz um velho ditado, até um relógio parado está certo duas vezes ao dia. Assim também, até um Congresso esclerosado pelo fisiologismo ou patrimonialismo pode estar certo em algum momento. É o caso da proposta negociada pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para equilibrar as penas dos indiciados na tentativa de golpe de 2023, reduzindo as dos “bagrinhos” e, quem sabe, aumentando as dos líderes.

Não é razoável que a imensa maioria de meros “inocentes úteis” recebam as mesmas penas e sejam acusados dos mesmos crimes que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus asseclas, militares ou civis.

Mesmo que se entenda que ali não havia inocentes, não eram os financiadores e estrategistas que comandaram a depredação dos prédios públicos, mas uma “massa de manobra” incentivada a tal vandalismo pelos verdadeiros “estrategistas”, muitos deles infiltrados na multidão para facilitar a invasão.

TÁTICAS DE GUERRILHA – Quem teve a ideia de usar as grades como escadas para entrar no prédio do Congresso? Várias táticas de guerrilha foram empregadas, naturalmente instruídas por profissionais misturados à multidão.

O problema com esse Congresso é que, ao mesmo tempo que promove uma mudança de bom senso, também aprova uma alteração na legislação protegendo a imunidade parlamentar para tentar salvar Bolsonaro e demais envolvidos das punições que merecem.

Mesmo sem ser parlamentares, esses militares e o próprio ex-presidente tentam pegar carona na alteração para se livrar do julgamento. Mais ainda, nem mesmo acredito que a lei proposta tenha sido feita para proteger o deputado federal Alexandre Ramagem, na época do golpe chefe da Abin.

SALVAR BOLSONARO – A intenção sempre foi salvar Bolsonaro, como se com isso conseguissem que ele pudesse se candidatar à eleição presidencial do próximo ano.

Além de ser uma interpretação “teratológica”, como nossos jurisconsultos supremos gostam de classificar as propostas absurdas que fogem à lógica jurídica, Bolsonaro está inelegível por outros crimes, que não os da tentativa de golpe.

O Tribunal Superior Eleitoral o tirou do páreo por abuso do poder político e econômico de seu cargo de presidente da República na campanha que promoveu contra as urnas eletrônicas, em particular a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada meses antes do primeiro turno.

CRISE INSTITUCIONAL – Agindo dessa maneira, o Congresso cria uma crise institucional que não tem como ser resolvida sem que um dos lados ceda.

Ou o Supremo Tribunal Federal aceita acatar a interpretação do Congresso, abrindo mão de sua condição de ser a última palavra em constitucionalidade; ou o Congresso, diante da reafirmação já feita pelos cinco ministros da Primeira Turma de que a proteção legal só existe para os crimes cometidos depois que Ramagem foi eleito, acata a decisão do Supremo e esquece o assunto.

São percalços de uma democracia ainda em desenvolvimento, que só se consolidará quando os Três Poderes se convencerem de que é melhor para todos cada um cuidar de seu pedaço sem se intrometer no dos outros.

ERRAR POR ÚLTIMO – A prevalência do STF sobre os demais Poderes, pois é aquele que dá a última palavra ou, como definiu Rui Barbosa, aquele que tem o direito de “errar por último”, é fundamental para que nossa democracia se consolide. A frase de Rui Barbosa é irônica, mas fundamental para o entendimento dos freios e contrapesos democráticos.

É preciso, porém, que mesmo os derrotados por uma decisão do Supremo estejam convencidos de que o eventual erro não foi cometido por má-fé, ou por questões políticas, para beneficiar um dos lados.

Essa tarefa cabe ao STF, evitando que palavras fora dos autos, ações dúbias ou privilégios de seus ministros criem dúvidas nos cidadãos sobre sua credibilidade.

Oportunista, o Congresso age como sócio majoritário da ineficiência institucional

Como funciona a Câmara Federal? – Brasil de Fato

Os interesses do país ficam para segundo plano na Câmara

Janio de Freitas
Poder360

Os fatores permanentes contrários à democracia são tantos, e tão integrados na vida brasileira, que sequer são vistos pelo que de fato fazem. A prevista piora, nas últimas eleições, da composição de Senado e Câmara parece não se confirmar, mas o ranço antidemocrático deixado pelo Congresso bolsonarista está ativo, sob formas ilusórias.

O principal objetivo atual dos deputados bolsonaristas, explícitos ou disfarçados, é livrar de punições judiciais os seus correligionários envolvidos no golpismo.

Daí, a aprovação da medida para impor ao Supremo Tribunal Federal a exclusão de Alexandre Ramagem dos inquéritos do golpe: ele já estava eleito deputado no 8 de Janeiro golpista e, portanto, com imunidade.

O STF acatou a exclusão. Para os fatos posteriores à diplomação de Ramagem. Só. Este processado é ninguém menos do que o criador da Abin falsa, importante na conspiração golpista e nos planos da violência homicida pós-golpe.

Apesar disso, o recém-presidente da Câmara, Hugo Motta, assumiu, ele mesmo, a reação ao STF, acusado de ignorar a independência do Congresso. São aí duas mesmices.

Uma, o Congresso levado a mais um choque com o Supremo para servir a Bolsonaro e outros golpistas, também possíveis beneficiados pela medida dos deputados. Outra mesmice, a de um líder político nascente, com larga oferta de futuro político significativo, e já optando pelo corporativismo fuleiro para um carreirismo de ganhos pessoais.

Formado em medicina, Hugo Motta é o mais moço presidente da Câmara. Arrisca-se a ser o mais jovem exemplo da quase impossibilidade de renovação política.

A tentativa a pretexto de Ramagem foi precedida do confronto das emendas, ainda inconcluso. A destinação de dezenas de bilhões com sigilo de todos os dados, do proponente até o uso da verba – as tais emendas secretas – é talvez a mais audaciosa das imoralidades congressistas em tempos não ditatoriais.

A reação de deputados e senadores ao STF e em especial ao ministro Flávio Dino, pela sustação do assalto ao Tesouro Nacional, acompanha a imoralidade da prática vetada.

Com sucessivos artifícios para burlar o retorno à transparência legal, mais as ameaças até de impeachment no STF, o confronto dos dois Poderes chegou à iminência de crise institucional muito maior do que transpareceu.

E este é um problema em aberto, porque os interesses nas emendas, os escusos e os legais, continuam violentando o Orçamento. A voracidade congressista sobre essas verbas é demonstrável: de R$ 11,7 bilhões em 2018, último ano pré-Bolsonaro, o montante com destino indicado por congressistas saltou em 2022, último ano de Bolsonaro, para R$ 35,6 bilhões.

Com alterações do Congresso no Orçamento proposto pelo governo, as verbas destinadas por congressistas devem ir a R$ 50,4 bilhões.  É dinheiro gasto sem conexão com projeto ou programa algum do governo. Cada dotação tanto pode ir para uma obra municipal, como para um destinatário não oficial.

Tanto pode ter aplicação correta, como ser desviada em parte ou no todo. Entende-se que investigações policiais estejam detalhando até a venda de emendas. As benesses e concessões aos congressistas, às quais veio a juntar-se a “presença à distância”, já seriam bastantes para impedir a eficiência da Câmara e do Senado.

O jogo de interesses partidários e pessoais sujeita as pautas a uma ordem de trabalhos sem relação com a importância e o grau de premência das decisões. A realidade é clara: a Câmara e o Senado são ineficientes, são responsáveis por parte da ineficiência dos governos, e o são pelas carências que se mantêm no país como absurdos.

Uma realidade que se contrapõe, mesmo não sendo seu propósito, aos empenhos pela democracia. E a Câmara quer ser ainda maior: aprovou o aumento do total de deputados de 513 para 531. O Senado decidirá. Ou o corporativismo.

Com Bíblia, boi e bola, Eduardo Cunha tenta se eleger por Uberaba, em Minas

Cunha (de blazer) ao lado do presidente do Uberaba Sport Club, Rodrigo Alcino: patrocínio no futebol vem através de rádio gospel

Cunha (de blazer) ao lado do presidente do Uberaba

Bernardo Mello
O Globo

Após quatro décadas fazendo política no Rio, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha abriu uma série de frentes de atuação em Minas Gerais, estado em que avalia se candidatar a deputado federal em 2026. Cunha se tornou patrocinador de um clube de futebol em Uberaba, município do Triângulo Mineiro, onde também passou a marcar presença em leilões de gado e em cultos evangélicos neste ano.

O ex-deputado ainda vem abrindo estações de rádio no interior de Minas, estratégia que tem semelhança com a origem de sua carreira parlamentar no Rio, quando ganhou notoriedade com participações diárias em uma rádio gospel.

CINCO RÁDIOS – Levantamento do Globo identificou a abertura de cinco rádios ligadas a Cunha em Minas desde o ano passado. Em Uberaba, o ex-presidente da Câmara adquiriu a estação Agora FM, que pertencia ao empresário local Hermany Andrade Junior, e a rebatizou em fevereiro como Rádio Maravilha — é o mesmo nome de uma estação, também ligada a Cunha, que foi aberta em 2024 no Rio, voltada à programação gospel.

Quando a aquisição da rádio mineira foi sacramentada, Cunha já havia sido anunciado, em dezembro, como patrocinador do Uberaba Sport Club, time de futebol que disputa a segunda divisão do Campeonato Mineiro.

Há um mês, o ex-presidente da Câmara gravou um vídeo para as redes sociais do clube desejando “todo o sucesso na luta pra chegar à primeira divisão”. A Rádio Maravilha transmitirá os jogos do Uberaba.

FEIRA DE GADO – O atual presidente do clube, Rodrigo Alcino, tornou-se um dos principais aliados de Cunha na cidade e ciceroneou uma visita do ex-deputado às instalações do Uberaba no fim de abril.

No mesmo dia, Cunha visitou a abertura da Expozebu, feira de gado que também recebeu o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e outro ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Além da rádio em Uberaba, Cunha assumiu as estações Juventude FM, em Além Paraíba; Rádio Carangola, na cidade homônima; Rede Gerais AM 1460, em Raul Soares; e Rádio Maravilha, em Guarani. Todos os municípios ficam na Zona da Mata, região próxima à divisa de Minas com o Rio — estado em que Cunha hoje tem participação em outras três rádios, nos municípios de Casimiro de Abreu, Rio Bonito e São Fidélis.

DANI CUNHA – Em Minas, as estações a cargo de Cunha estão em nome de Daniel Cardoso Sá, genro do ex-deputado e casado com a deputada federal Dani Cunha (União-RJ).

A interlocutores, o ex-presidente da Câmara afirma que não disputará eleição no Rio para não concorrer contra a filha, mas que ainda não bateu o martelo se lançará candidatura por Minas ou por São Paulo — estado no qual já se candidatou em 2022, mas não foi eleito.

O genro de Cunha também atuou na Sudeste Rádio Atividades de Comunicação, empresa instalada em janeiro deste ano na Savassi, bairro de Belo Horizonte. O objetivo é estruturar uma rádio na capital mineira.

FÉ EM VALDOMIRO – Na peregrinação para criar raízes fora do Rio, Cunha vem se escorando no apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus.

O ex-presidente da Câmara participou no início de abril de um culto evangélico conduzido por Valdemiro em Araxá (MG), município do Triângulo Mineiro a cerca de 100 quilômetros de Uberaba. No palco, Valdemiro sentou-se ao lado de Cunha e fez alusões a seu período à frente da Câmara, quando conduziu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

— O deputado Eduardo Cunha, para mim, é eterno deputado, é um dos melhores que já vi até hoje. As decisões que ele tomou no passado, sabendo o que ia sofrer, foram muito importantes, foi pela nação — disse Valdemiro.

COM TARCÍSIO – No último fim de semana, Cunha voltou a ser recebido em um culto de Valdemiro, desta vez no Brás, bairro popular de São Paulo. O ex-presidente da Câmara dividiu o altar com o governador Tarcísio de Freitas, seu correligionário no Republicanos, partido que segue sob a alçada de Cunha no Rio — embora o grupo do ex-deputado esteja sob risco de ser desalojado da sigla, devido à pressão da Igreja Universal para retomar o comando partidário.

No início da trajetória, Cunha se tornou conhecido no meio evangélico através da Rádio Melodia, do ex-deputado Francisco Silva. Na rádio, Cunha fazia comentários sobre questões políticas e religiosas, e criou o bordão “o povo merece respeito”, que depois levou para campanhas eleitorais.

Um possível correligionário de Cunha, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), que é pré-candidato ao governo de Minas, afirmou recentemente que irá “rodar o estado inteiro fazendo campanha contra” o ex-presidente da Câmara caso ele se candidate.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Cunha ficou rico na política desde o governo Collor, quando assumiu a estatal Telerj no Rio. Tornou-se evangélico e conseguiu se eleger sucessivamente. Na Lava Jato, foi preso e cumpriu pena por corrupção. Ficou fora na política, mas o dinheiro continuou rendendo e ele voltou à vida de antes. No Brasil, a Justiça às vezes prende o corrupto, mas sempre esquece de retomar os bens. (C.N.)

Para esculhambar de vez, a única coisa que o Brasil precisava era uma dona Janja…

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Charge do Jindelt (Arquivo X)

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

Já passou pela sua cabeça, ou pela cabeça de alguém que você conhece, ir a uma reunião de trabalho da empresa e levar a sua mulher junto? E, caso você mesma seja mulher, dá para levar o maridão? Pior ainda, nessa reunião a sua mulher toma a palavra, que ninguém ofereceu, e dispara a falar direto com o presidente da empresa, querendo que ele tome providências sobre coisas que estão acontecendo na sua própria casa. Parece uma dessas piadas de “marido banana”. Mas é exatamente assim que anda o Brasil de Lula e Janja.

É uma humilhação, para o Brasil e para os brasileiros, que a mulher do presidente da República se meta como penetra numa reunião oficial. Fica mais constrangedor ainda quando o presidente concorda, em público, com o que a mulher fez – ou é obrigado a dizer que concorda.

CRETINICE DE JANJA – Mas foi isso o que aconteceu nessa última viagem de Lula à China, já a quinta que faz ali como presidente. Janja se intrometeu numa reunião com o presidente chinês e disse uma cretinice de “400 talheres” – mais uma do seu vasto repertório.

Janja, desta vez, pediu que o presidente Xi Jinping, um dos seres humanos mais ocupados deste mundo, fizesse “alguma coisa” para resolver uma situação que a incomoda – não na China, mas no Brasil.

Anda irritada pessoalmente com o Tik Tok, que o seu marido não consegue censurar, e achou uma grande ideia pedir que Xi Jinping faça a censura em seu lugar, já que a plataforma é de origem chinesa. O Tik Tok, segundo ela é “de direita”. Não pode, portanto, existir.

FEZ TUDO ISSO – Janja não podia ir à reunião com o marido-presidente. Tendo se metido ali, deveria ficar de boca fechada. Tendo aberto a boca, não podia dizer uma coisa tão burra.

Como ela vai pedir a intervenção de uma potência estrangeira em assuntos do Brasil? Como pode pedir censura, que é vetada pela Constituição do seu próprio país? Como pode achar que “a direita” é ilegal, e tem de ser reprimida como se fosse um crime – e pelo presidente da China? Pois então: ela conseguiu fazer isso tudo.

Janja, naturalmente, recebeu a resposta adequada: Xi Jinping lhe disse que se a plataforma estava fazendo algo de errado, cabe apenas ao governo do Brasil, e obviamente não ao governo da China, tomar as providências que julgar cabíveis. Lula e os ministros presentes não abriram o bico.

VADIAGEM MENTAL – O analfabetismo maciço de Lula, como o Brasil tem sentido nos quase vinte anos de seus governos, tem sido uma desgraça para este país. De um lado da mesa, havia 5.000 anos de cultura. Do outro havia Janja. Só podia mesmo dar nisso.

A última coisa que a população precisava, a essa altura, era uma Janja – que leva a ignorância de Lula a extremos nunca atingidos antes, com a interação intensa entre a sua vadiagem mental e a do marido. Já não bastava Lula? Pois agora, com Janja, temos Lula ao quadrado. Aí fica difícil.

O resto é o mesmo enredo de filme catástrofe. Janja, mecanicamente, se declarou vítima de “machismo”: todas as críticas, disse ela, foram feitas porque ela é “uma mulher” – e não porque cometeu uma estupidez em estado bruto.

MARIDO VELHO – Lula, numa tentativa fútil de fugir à imagem de marido velho que vive fazendo o papel de palhaço por causa da mulher mais nova, veio com a fábula que foi “ele” quem pôs o Tik Tok no meio – e ficou resmungando contra os seus ministros, por terem vazado a história.

Para rematar a performance, anunciou na frente de todo o mundo que pediu a Xi Jinping uma pessoa de “sua confiança” para vir ao Brasil e resolver o problema do Tik Tok – isso mesmo, o presidente brasileiro pediu a um governo estrangeiro que mande um dos seus funcionários para solucionar um problema do Brasil.

Tudo isso aí fica terrivelmente mais ridículo quando Lula ainda finge uma intimidade que não tem com o presidente da China. Chama o homem de “companheiro Xi Jinping” – uma coisa feia, quando está na cara de todo mundo que Xi Jinping não é “companheiro” dele coisa nenhuma, e nunca vai ser.

PROJETOS À CHINESA – Só faltava, a essa altura, anunciar como uma grande vitória da sua viagem que o governo brasileiro vai mandar antecipadamente para a China os seus “projetos de infraestrutura” do PAC, caso os chineses queiram “investir” aqui. E ele fez exatamente isso, acredite!

Que PAC? Que projetos? Que obras? Mais ainda: imaginem a China enviando com antecipação ao Brasil os seus planos de infraestrutura, para as empresas brasileiras irem investir na China.

Pode um negócio desses? É tudo uma comédia gigante, que as elites nacionais fingem levar a sério – e que os brasileiros têm de pagar.

A viola enluarada dos irmãos Valle jamais poderá ser esquecida

Tribuna da Internet | A viola enluarada dos irmãos Valle jamais será  esquecidaPaulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, instrumentista, arranjador e compositor carioca Marcos Kostenbader Valle e seu irmão Paulo Sérgio retratam na letra de “Viola Enluarada” um protesto contra a ditadura militar, então, vigente no Brasil desde 1964. A música foi gravada por Marcos Valle no Lp “Viola Enluarada”, em 1967, pela Odeon.

VIOLA ENLUARADA
Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle

A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra,
Mata o mundo, fere a terra.
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino,
Louva à morte.

Viola em noite enluarada
No sertão é como espada,
Esperança de vingança.
O mesmo pé que dança um samba
Se preciso vai à luta,
Capoeira.

Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira,
Prá defendê-la se levanta
E grita: Eu vou!
Mão, violão, canção e espada
E viola enluarada
Pelo campo e cidade,
Porta bandeira, capoeira,
Desfilando vão cantando
Liberdade.
Liberdade, liberdade, liberdade…