A absurda precarização da rede federal de hospitais do Rio de Janeiro

Materiais vencidos custaram mais de R$ 20 milhões

Pedro do Coutto

A reportagem exibida no último domingo no Fantástico, na TV Globo, sobre a situação de calamidade em que se encontram os hospitais federais no Rio de Janeiro revela a necessidade de uma revisão permanente na situação das unidades de Saúde, pois o que foi demonstrado é inacreditável, consequência da irresponsabilidade  e da omissão de setores responsáveis pela manutenção de equipamentos que salvam vidas humanas.

O Fantástico teve acesso com exclusividade aos seis hospitais da rede federal do Rio de Janeiro e constatou uma série de precariedades estruturais, materiais médicos vencidos e milhares de pacientes esperando por atendimento. Por trás desse cenário, uma longa lista de denúncias sobre loteamento nesses hospitais.

DISPUTA – Há décadas, cargos cobiçados na direção das unidades são disputados por grupos políticos, que indicam nomes para funções sem o devido critério técnico. Em muitos casos, esses apadrinhados estão sendo investigados por denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção.

Impressionante o enorme problema que vem se estendendo há muito tempo e que agora a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem pela frente. A situação calamitosa nos hospitais exibidos, vale repetir, vem de um processo lento e gradual. São descalabros em série envolvendo vidas e que faz lembrar que a situação exibida não é um fato isolado, pois pode estar atingindo vários outros setores da administração pública federal.

A ministra garantiu ainda que não haverá qualquer tipo de influência na gestão dessas unidades. “Hoje, não há grupo político dono desses hospitais, do ponto de vista da sua gestão. Isso posso dizer com toda a clareza”. O Tribunal de Contas da União, que fiscaliza as atividades dos hospitais federais no Rio de Janeiro, vai acompanhar de perto a mudança na gestão das unidades.  “A má gestão desses hospitais é crônica, eu posso te dizer que ela é crônica, por isso vamos avaliar. Deve ter muita gente incomodada, mas é necessário dar esse passo”, disse Vital do Rêgo, ministro do TCU.

NA FILA – Referências no atendimento de alta complexidade, os hospitais federais do Rio realizam procedimentos como tratamentos de câncer, cardiologia e transplantes. Para 2024, o orçamento passa de R$ 862 milhões. Ainda assim, mais de 18 mil pacientes aguardam algum tipo de procedimento cirúrgico. Em muitos setores dos hospitais, os aparelhos médicos estão quebrados e caixas de materiais vencidos ou danificados — como utensílios cirúrgicos e próteses ortopédicas, cujo valor passa dos R$ 20 milhões.

É preciso montar equipes permanentes capazes de fiscalizar e apontar a real situação dos serviços voltados para a população, sobretudo a de menor rendimento. Nas condições verificadas, o panorama revelou condições calamitosas, e isso precisa ser revisto e combatido com a máxima urgência. É preciso que novas normas sejam traçadas na atual administração, determinando ações efetivas e de máximo rigor em suas apurações.

21 thoughts on “A absurda precarização da rede federal de hospitais do Rio de Janeiro

  1. A coligação partidária (petê, e$$eteefe e consórcio) praticam o seu esporte favorito: o cinismo! Já a jumentada, acredita em tudo o que o LADRÃO diz. A continuar assim, os Yanomamis são fortes candidatos a extinção. O LADRÃO é mais do que competente e experiente nesse tipo de coisa. Como cantava a torcida do Galo: Eu acredito!

    Yanomamis vivem desnutrição, avanço da malária, mortes e crescimento do garimpo ilegal
    Ações judiciais pressionam o governo Lula e exigem medidas urgentes da gestão federal.
    https://www.conexaopolitica.com.br/reportagem-especial/yanomamis-vivem-desnutricao-avanco-da-malaria-mortes-e-crescimento-do-garimpo-ilegal/

  2. A principal razão para esses ” descalabros e crimes ” , é a politica de privatizações do patrimônio público á quaisquer preços , mesmo que se considere a morte de várias pessoas e pacientes como efeito colateral , para seus propósitos e fins , desencadeando e estimulando a insatisfação e revolta popular , além da corrupção institucional , sendo que as tais terceirizações , na verdade são a escravização dos profissionais e precarizações de seus direitos ” previdenciários , trabalhistas , econômico e financeiro , uma ver que os profissionais que estão sob o julgo dessas modalidades contratuais , não tem como assumirem compromissos econômicos – financeiros , pelo fato de que a cada seis / 12 meses terem que mudarem de empresa , além sujarem suas carteiras de trabalho e sua reputação , apresentando-os como profissionais instáveis , que vive mudando de emprego a todo momento .

  3. A absurda precarização da rede federal de hospitais do Rio de Janeiro

    Sr. Pedro,

    Não estou entendendo e nem compreendendo mais nada…

    São 5 Mandatos do Quadrihão do Luladrão, estou pensando que os Hospitais Públicos já estavam na “excelência, do Hospital Albert Einstein ou do Sirio Libanês ou de qualquer Hospital da Suiça, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Japão….

    O que aconteceu para que os Hospitais chegassem nesse nível de calamidade pública, já que o Ladrão e seu Quadrilhão são os maiores “administradores ” do Mundo..??

    5 mandatos…..

    E nada da Picanha com Cerveja….

  4. Por trás desse cenário, uma longa lista de denúncias sobre loteamento nesses hospitais.

    DISPUTA – Há décadas, cargos cobiçados na direção das unidades são disputados por grupos políticos, que indicam nomes para funções sem o devido critério técnico. Em muitos casos, esses apadrinhados estão sendo investigados por denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção.

    Corrupção.??

  5. O Brasil começou a ser destruído pelo fhc e depois nem precisa citar. Tudo que é público foi abandonado ou serviu para a corrupção. Saúde, educação e seguranca são os exemplos do abandono há décadas. A primeira coisa que fazem é cortar verbas dessas três áreas. Com um povo que aceita calado e uma imprensa vendida e corrupta, não vejo mudanças num futuro próximo

  6. Diria “Nabucodono$oro$” ao vislumbrar ressequida pastagem:
    Tudo, de acordo com o nosso “pró-grama”!
    PS. Pedro! Pedro! Apoiem canalhas e se responsabilizem e também paguem por seus crimes e pragas!

  7. Senhor Jorge Conrado Conforte , na verdade o Brasil começou a ser destruído no governo de José Sarney , ao destruir a Cia. Lloyd Brasileiro e se apropriar de seus navios cargueiros e de passageiros e criar o tal REB na navegação de cabotagem Brasileira , permitindo que Cias. estrangeiros explorassem a navegação de cabotagem livremente em prejuízo das Cias. Brasileiras , sendo que até hoje nenhum país do mundo permitem tal liberdade de circular em seu litoral , que infelizmente Fernando Color de Melo e seus sucessores deram continuidade impunemente nesses crimes de lesa-pátria até hoje .

  8. Tem mais , Fernando Color de Melo acabou com a única fabrica de ” Pneus Especiais ” das Américas para máquinas de mineração , além de acabar com a única oficina de manutenção de turbinas de aviação , onde todas as Cias. que atuavam no Brasil faziam seus reparos e manutenção em Petrópolis – RJ , portanto esses são os ditos democratas que a ditadura militar -civil 1964/1985 nos legaram .

  9. O artigo do mestre Pedro do Couto é um Raio X da falta de administração nos Hospitais Federais do Rio de Janeiro.
    Não tem como dar certo, a nomeação politica para um cargo de vital importância, para a Saúde de quem mais precisa, o povo pobre, sem condições de contratar um Plano de Saúde,

    O elemento indicado por um político para Diretor Geral dos Hospitais, tem lealdade e fidelidade, daquele que o indicou. Na maioria das vezes, não tem a qualificação exigida para o cargo: Formado em Administração Pública, experiência em Licitações Públicas e ilibada reputação.
    Os fornecedores de equipamentos hospitalares são encantadores de serpentes e também há muita pressão da concorrência, que não deseja um bom atendimento nos Hospitais Públicos, que certamente tira clientes dos Hospitais Privados.
    É uma luta de Davi contra Golias. Na raiz de todos esses problemas, reside na falta de empatia humana. É querer levar vantagem, quanto advém a oportunidade.
    Só serão resolvidos os descalabros nos Hospitais Públicos, quando o servidor ou a persona nomeada por políticos, for punida pelo Judiciário em processo sumário. O exemplo da cana, ver o sol nascer quadrado desestimula os sucessores de praticar abusos para si e para a quadrilha, que o nomeou.

    Não vai adiantar, a ministra nomear alguém da sua confiança, se ela não vigiar os passos do interventor 24 horas por dia. Trair e desviar está na raiz da condição humana.
    Uma única pessoa nomeada para tocar o que está péssimo é pedir para nova crise vir a tona.

    Pela experiência que adquiri na vida pública, aconselharia a ministra, uma simples medida:
    Seja ela mesma a interventora e nomeie gestores experientes para cada setor, com o compromisso de elaboração de relatórios semanais, com as medidas urgentes visando debelar a crise. Quinze dias depois, convoque uma reunião com os gestores de cada área para correção de rumos e novas medidas, caso não se obtenha nenhum resultado prático.
    Licitações de materiais de custeio.
    Licitação para compras de equipamentos hospitalares.
    Licitação para manutenção dos equipamentos existentes.
    Gestão de cada Unidade Hospitalar
    Cada um desses nomeados, pode ser demitido imediatamente, caso não entregue resultados.

    Ou a Ministra Nísia Trindade coloca ordem na casa ou o cargo dela subirá no telhado. Sei que não é fácil lutar contra as máfias, que comandam os Hospitais, não é de hoje.

    Enquanto os Partidos da Direita, do Centro e da Esquerda estiverem metidos até o pescoço nos Hospitais Federais, tudo vai continuar como antes no quartel de Abrantes.

    Teve um período, não muito remoto, que três gestores médicos do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, foram assassinados em sequência, por se mostrarem contrários a Máfia da Saúde. Esse episódio macabro, remonta há mais de 20 anos. Não morreu mais ninguém, logo o recado foi dado.

    Quem colocar o dedo nessa ferida aberta, estará correndo risco de vida ou então pede para sair, antes que seja tarde.

    Não é nada fácil, como alguns pensam. Falta a varinha de condão mágica, que não existe no mundo real.

  10. Ué? E por isso vamos desacreditar a matéria?

    O Fantástico, inventou?

    Usou os cenários do Projac?

    Tem cada uma…

    A verdade está aí, nua e crua
    A Band, fez uma reportagem parecida.

    Dar descrédito aos que nossos olhos veem, é grave e nos tornam néscios.

    Aliás, néscios por aqui, é mato.

    José Luis

  11. Senhor Armando , mas acontece que quando uma pessoa é indicada ” pelo dono de seu partido politico ” para ocupar um cargo na administração pública , ela já vai com a missão definida , para saquear , roubar e dilapidar o patrimônio público , isso é liquido e certo , vendendo a ideia de que ser honesto no serviço público é um ” anátema , repugnante e nocivo ao país , por isso os presidentes , governadores e prefeitos , não os contratam .

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