Marcelo Odebrecht é investigado por suborno e lavagem
Carlos Newton
A Lava Jato não morreu… Quer dizer, morreu aqui no Brasil, onde os ministros petistas Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli se encarregaram da execução, acobertados pelos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal, a pretexto de salvarem a democracia, vejam a que ponto chega a hipocrisia do lado debaixo do Equador. Mas a Lava Jato continua viva em outros países, onde ainda há juízes.
Reportagem de Joaquín Gil e José Maria Irujo, no jornal espanhol El Pais, que nos foi enviada por Duarte Bertolini, revela que no Principado de Andorra a construtora Odebrecht é investigada por subornos de 314 milhões de euros, que beneficiaram 145 dirigentes da empresa, funcionários públicos e testas de ferro da empreiteira na América Latina, todos eles envolvidos em lavagem de dinheiro.
LAVAGEM DE DINHEIRO – Uma das duas instituições financeiras que alojavam as contas criadas para pagamento de comissões da Odebrecht é a Banca Privada d’Andorra (BPA), agora investigada por crimes de lavagem de dinheiro. O Meinl Bank, do país caribenho Antígua e Barbuda, foi outro banco que fez parte do mecanismo corrupto de contas apodrecidas, em que o então presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, desempenhou um papel fundamental.
“O empresário aparece envolvido em um importante caso de suborno, corrupção e lavagem de dinheiro que afeta toda a América Latina”, afirma a juíza andorrana em um de seus despachos.
As propinas foram parar – segundo os investigadores – nos bolsos de 145 dirigentes da empresa, funcionários públicos e testas de ferro que participaram de processos de adjudicação de obras públicas da construtora no Equador, Peru, Panamá, Chile, Uruguai, Brasil e Argentina.
ROTA DA PROPINA – Os novos documentos a que El Pais teve acesso revelam que a rede corporativa e de contas por onde circulou o dinheiro das propinas movimentou 314 milhões de euros. O enxame comercial espalhou-1e com o silêncio da cumplicidade através de tentáculos financeiros no Panamá, Áustria, Suíça, Portugal e Antígua e Barbuda.
Uma das duas empresas utilizadas pela Odebrecht para pagar subornos, constituída em 2005 em Antígua e Barbuda, é a Klienfeld Services Ltd. Foi listada como proprietária de uma conta na ABP que recebeu pagamentos de 237 milhões de euros. A segunda empresa inativa que a Odebrecht usou para comprar a vontade dos políticos – o Grupo Aeon do Panamá – foi usada para abrir uma conta na BPA que arrecadou mais de 71 milhões de euros. E o total manipulado assim chegou a 314 milhões de euros.
Por meio de transferências internas, sistema que não deixa rastros, a Odebrecht enviou o dinheiro para contas no mesmo banco que foram abertas pela construtora para políticos, funcionários e empresários envolvidos nas premiações.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – Para mascarar estas transações, os pagamentos foram disfarçados como alegados pagamentos por serviços inexistentes. E o dinheiro posteriormente foi parar em contas criptografadas ou estabelecidas em nome de empresas panamenhas. Um modelo desenhado com precisão para não levantar suspeitas.
A lista dos premiados pelas comissões ilegais da Odebrecht através de Andorra inclui Demetrio Papadimitriu, que foi ministro e gestor de campanha do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (2009-2014). A construtora pagou aos pais de Papadimitriu – pelo menos – 2,1 milhões de euros, conforme revela El Pais.
Lecksey Mosquera, ex-ministro da Energia Elétrica do Equador durante o mandato de Rafael Correa (2007-2017), arrecadou um milhão e euros da Odebrecht no BPA com uma conta aberta em nome de uma empresa fantasma.
SUICÍDIO NO PERU – Alguns empresários e altos funcionários do segundo mandato presidencial do peruano Alan García (2006-2011) também foram agraciados com a generosidade da construtora, e o político se suicidou com um tiro em 2019, quando ia ser preso em sua casa em Lima por seu relacionamento com a Odebrecht.
O ex-deputado do Partido Popular Cristão (PPC) Jorge Horacio Canepa Torre recebeu 1,2 milhões do gigante brasileiro. A mesma quantia que embolsou o ex-presidente da Comissão de Concurso dos trechos 1 e 2 do metro de Lima.
O ex-funcionário do Ministério dos Transportes e Licitações (MTC) do Peru Santiago Chau Novoa, por sua vez, recebeu pouco menos de meio milhão de euros. E o ex-vice-presidente da estatal Petróleos de Perú arrecadou 1,1 milhão de euros no país europeu em uma conta que compartilhou com o filho.
MUITA DIFERENÇA – Caramba, vejam como as coisas mudam de uma hora para outra. Existe uma diferença enorme entre a macrojustiça brasileira, proporcionalmente a mais cara do mundo, e a microjustiça do principado de Andorra, um dos menores países do mundo, cujo território representa um terço da área urbana de Juiz de Fora.
E a diferença é que lá os magistrados fazem questão de mostrar que têm hombridade, não se envolvem com políticos nem com empresários, não interpretam as leis, a seu bel prazer, de acordo com as partes envolvidas. Detalhe importante: não há milionários em Andorra, toda a população é classe média.
São 77 mil habitantes, apenas, que recebem cerca de 10 milhões de turistas por ano, alojados em pequenos hotéis e pousadas, enquanto o gigantesco Brasil mal consegue passar de 7 milhões.
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P.S. – Por fim, em Andorra não há penduricalhos para os juízes. Eles não precisam de mordomias nem carros de chapa branca para cumprir de forma exemplar suas obrigações funcionais. (C.N.)
Eu achava que a Lava Jato era a melhor coisa que tinha acontecido no Brasil, era a chance que nós brasileiros tínhamos de ver o Brasil ir para frente. Mas hoje eu vejo que a Lava Jato teve um projeto maior que era acabar com a indústria nacional.
Vemos isso no trabalho do Paulo Gala
https://www.paulogala.com.br/os-efeitos-da-crise-na-odebrecht-sobre-a-base-industrial-de-defesa-no-brasil/
Existem vários outros pontos, os contratos das empresas envolvidas na Lava Jato e quem assumiu no lugar.
Tivemos corrupção ? Claro que sim, nem vou entrar no mérito de político A ou B pois acho mais fácil achar dente em boca de banguela ao invés de encontrar algum político que não tenha se beneficiado com dinheiro público.
Nossa vida piorou, o que antes era crime, agora está legalizado. Corrupção legalizada com amplo apoio de PT, Bolsonaristas e Centrão. População briga pro discussões que não levam a lugar algum ( homossexualismo, bater continência para pneu e etc …) e esquecem que devemos lutar pelo bem do Brasil. Empresas nacionais fechando e sendo entregues a preço de banana e ninguém fala nada.
Hoje eu acredito que Lava Jatop foi um projeto para acabar com o resto da industria nacional. Ja a corrupção, nunca esteve tão impune.
Concordo. Punam-se as pessoas, mas não se inviabilize as empresas, como os países desenvolvidos fazem. Tínhamos conseguido reverter alguma coisa na questão industrial, mas voltamos atrás.
Nessa o país perdeu.
Óbvio. Aleguemos que a corrupção no Brasil é intrínseca ao contrato e nasce com ele. Azar de quem não pode pagar a propina ou não irá receber o seu quinhão.
Tudo isso para justificar a permanência dos corruptos no poder, onde o presidente representa a fina flor, a nata da roubalheira.
Coloque-se na grade do MEC: “A corrupção é a mola mestra da indústria nacional“, uma vez que é difícil de se entender que pessoas são corruptas, empresas não.
“A corrupção é a mola mestra da indústria nacional“,
Que o diga(m) a Odebrejo, OAS, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Mendes Junior.
Desculpa,mas, o esvaziamento,o desmanche da indústria Nacional,ocorreu no desgoverno FHC.
Declaração do príncipe do Socialismo,” esqueça tudo que ESCREVI”.
Canalha entreguista.
Pior,16 anos do Petismo,nada fez.
O Mito??
Entregou óleo duto prós Gringos e depois alugou.
PS: Sejamos honesto intelectualmente falando.
Os melhores momentos da nossa economia,foram nos períodos do Gov. VARGAS,JK, Militares.
Andorra, era considerada um lugar pouco transparente em questões bancárias. Mas isso mudou.
“Em maio de 2009, a OCDE decidiu retirar Andorra da lista de paraísos fiscais não cooperantes, à luz de seus compromissos de transparência e intercâmbio efetivo de informações.
Andorra não é um paraíso fiscal não-cooperativo.
Ela aderiu à estrutura inclusiva do BEPS, o que implicou que em 4 de dezembro de 2018 o ECOFIN concordou em deixar o Principado de Andorra definitivamente fora da lista de países não cooperantes”.
Mas essa notícia é requentada. Já saiu no El País em 2017, que investigava a atuação da BPA e seus dirigentes nas transações da Odebrecht.
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/09/internacional/1510254077_923752.html
Quem quiser saber o que é BEPS é só pesquisar.
Aqui na Tribuna, Vidal, não publicamos notícias requentadas. Essa crítica sua é uma fake news, mentirosa e ardilosa, Esta matéria citada por nós foi publicada neste sábado, dia 12 de outubro. Procure se informar, antes de “inventar” erro no texto alheio.
CN
Caro CN,
a matéria é requentada no El País. Postei o link. É só ler. A investigação já vem de longa data e se dá por conta da intermediação da BPA e outro banco de Andorra.
Sempre procuro verificar as notícias antes de me pronunciar, portanto, fico longe de fake news.
Abraço.
E outra coisa, desconfio que essa data de 10 de outubro de 2024 foi alterada por alguém. A data da reportagem realizada por José María Irujo e Joaquín Gil corresponde a 9 de novembro de 2017. Então, nem deve ser matéria requentada pelo El País. A data pode ser uma uma fake news.
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/29/internacional/1506703470_585468.html#?rel=mas
Sr. Newton
Aproveitando o texto, não posso perder o frete…
Lindbergh levou propina de 4,5 milhões de reais, diz Odebrecht
Segundo delatores, o senador recebeu a bolada em dois pagamentos nas eleições de 2008 e 2010. Em troca, beneficiou a empreiteira em contr…
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/politica/lindbergh-levou-propina-de-45-milhoes-de-reais-diz-odebrecht
Mas ele é considerado OUR son of a bitch. Ou seja, o puto é inimputável.
Por alguns comentários absurdos e alienados por aqui publicados, vejo mais uma vez que sempre estive certo quando atribui o mérito da Operação Lava Lula ou Lava Petrolão, à teoria formulada e embutida, subliminarmente, em mentes vazias ou alienadas, de que combate à corrupção seria nocivo à dinâmica empresarial e à própria economia nacional, pelo advogado bilionário Walfrido Warde, contida no seu livro “O espetáculo da Corrupção” que depois seria instrumentalizado juridicamente pelo “Lawfare: Uma Introdução” do DR. Cristiano Zanin.
Parece que estudos em finalização na Transparência Internacional, dão conta de que o volume de recursos desviados pela corrupção no Brasil de 2016 para cá, teriam duplicado, pelo que pelos resultados da economia nacional nesse período, SEM COMBATE À CORRUPÇÃO” parece que a teoria do Dr. Warde e de seus seguidores, não funcionou.
Meu caro, sou favorável ao combate à corrupção. Mas deve-se punir as pessoas, não inviabilizar as empresas. e destruir empregos. Ou ainda, construir coisas em outros países por esse motivo.
É somente uma questão pragmática e patriótica.
Por falar nisso, tenta entrar nessa matéria do El País, supostamente publicada em 12.10.2024.
A Odebrecht agora é Novonor. (Nova Honra)
Para Capistrano, falta é vergonha na cara.
Mâs, para estes e outros senhores, passar uma água na cara resolve, passou uma água tá limpo.
Eu citei Capistrano como se tivesse alguma intimidade com ele, usei uma técnica atribuída ao Conselheiro Acácio lá do Primo Basílio do Eça. O conselheiro, pedante se referia o nosso Herculano, o nosso fulano de tal.
Palmas para o Nosso Capistrano de Abreu!
Hehehe