Para criticar a Vale, Lula defende uma doutrina econômica antidemocrática

Vale (VALE3): Lula desiste de Mantega, mas 'pitacos' e multa bilionária se  somam a contexto desfavorável; entenda – Money Times

Lula não desiste de tratar a Vale como se fosse uma estatal

Bruno Boghossian
Folha

A cada duas ou três semanas, Lula abre espaço na agenda para dar uma pancada na gestão da Vale. Na bordoada mais recente, ele lançou mão de figurinhas repetidas: citou atrocidades ambientais e bateu no que seriam distorções criadas pela empresa num setor produtivo estratégico.

Um presidente que não domina o próprio megafone deveria economizar nas palavras. Não é o caso de Lula. Já um político que conhece o poder de suas declarações nunca se contentará com o papel de comentarista inofensivo.

CAPITALISMO DE ESTADO – Lula foi além de uma análise inocente sobre uma empresa que atua num setor regulado, submetida à legislação ambiental. Depois de criticar a mineradora, o petista exibiu a visão crua de um capitalismo de Estado. “As empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro”, disse.

Em 2011, a alemã Angela Merkel reconheceu um princípio que ficou conhecido como “democracia em conformidade com o mercado”. A chanceler foi criticada pela esquerda europeia por assumir uma perspectiva aguda do pensamento liberal, em que o Estado deveria, na prática, ficar a serviço da economia.

NÃO É SURPRESA – Dadas as convicções ideológicas de Lula, não é surpresa que ele enxergue as coisas de maneira inversa. O presidente dá conta de um mercado que deve se adaptar à democracia —aquela que legitima um governo dotado de um “pensamento de desenvolvimento”, em suas palavras.

Descontados delírios revolucionários, Lula rascunhou uma doutrina precária. Essa mesma ideia validaria o liberalismo selvagem de um governo de extrema direita ou determinaria a submissão de mercados privados aos interesses de uma oligarquia que define a política econômica.

O governo tem ferramentas de sobra para configurar os mercados e para tornar a economia mais justa. Pode até, como se vê, estimular discussões sobre o aumento da taxação de cidadãos muito ricos. Só não tem armas para exigir a obediência de empresas privadas.

6 thoughts on “Para criticar a Vale, Lula defende uma doutrina econômica antidemocrática

  1. Como um servil rebelado, pode exercitar democracia?
    “Dendos”, em:
    “Alerta de Notícias de 15/2/2024: (1) Um xerife do estado de Ohio está tocando a trombeta e advertindo que um ataque militar interno parece estar iminente! (2) Quando terroristas estão no controle de um governo, é impossível alcançar a paz. (4) O Comunismo e o Socialismo da Esquerda fazem uma inversão da verdade. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” [Isaías 5:20]. (5) A CNN revelou o novo prazer rotineiro que está agora na mira para ser eliminado: as viagens aéreas internacionais.”
    Novo em 2/3! https://www.espada.eti.br/alerta-2024-02-15.htm

  2. O interessante nisto tudo, é que indivíduos que foram assalariados a vida toda, nunca administraram sequer um boteco de cachaça, de uma hora para outra através da política, passam a administrar o que é de todos e acham que sabem tudo de economia.
    São ignorantes em tudo, e se deixar, acabam com a economia do pais pois acham que dinheiro dá em arvores.
    É evitar que tanto lula quanto qualquer outro político, principalmente os que sempre foram pobres por incompetência em enriquecer por meios próprios,
    passem a ditar leis que alterem o sistema econômico, dos quais eles nada sabem.
    Se fossem versados em economia, não estariam na política e militando na esquerda, pregando o distributivismo do dinheiro que não é deles.
    Economia em descontrole, o final é a falência.

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